terça-feira, 13 de outubro de 2009

Algumas notas sobre a Selecção Nacional


Quando tudo parecia perdido à entrada para as derradeiras jornadas do Grupo 1 da fase de qualificação para o Mundial de Futebol da África do Sul sai um coelho da cartola da FPF chamado Liedson e tudo muda. Vitórias precisavam-se e tudo indica que Portugal irá registar 4 vitórias e 1 empate nos 5 últimos jogos, o que proporcionará a entrada no play-off de qualificação. Queiroz não foi totalmente feliz nas equipas que montou ao longo da qualificação mas também não é menos verdade que nunca na era scolariana a Selecção jogou com adversários tão fortes e com um grupo tão complicado. Entretanto, e com o acesso ao play-off à porta, a imprensa lisboeta e os medíocres jornalistas da capital andam histéricos porque parece que ainda não podem fazer o ansiado funeral ao Queiroz. O desonesto então estava inconsolável com a vitória categórica por 3-0 frente à Hungria.

Adiante. A chegada de Liedson à Selecção foi decisiva para a recta final. Depois de uma travessia do deserto de pontas-de-lança após o abandono de Pauleta, e com as experiências Postiga, Danny, Hugo Almeida e Nuno “eterna promessa” Gomes a não darem frutos, a chegada de Liedson foi uma lufada de ar fresco e de golos fundamentais. Um ponta-de-lança goleador é essencial numa equipa como a portuguesa que tem bons extremos e onde funciona melhor um esquema de 4-3-3 do que um de 4-4-2. Além disso, e com a promoção de Cristiano Ronaldo a capitão, o “melhor do Mundo” assumia demasiadas vezes o protagonismo agarrando-se demais à bola acabando por destruir o jogo e deixando impacientes os colegas. Sem a presença de um avançado fixo na área Queiroz tentou fazer na Selecção com Ronaldo aquilo que fazia no Manchester United, não o colando à linha e dando-lhe liberdade para vaguear no centro do terreno e aparecer na zona de finalização, o que não resultou. Pelas características dos jogadores da selecção parece que Ronaldo poderá render mais jogando a extremo ou fazendo diagonais para o centro para sair o remate.

O jogo com a Hungria revelou um jogador que parecia esquecido da Selecção (e até dos clubes portugueses), o Pedro Mendes, que teve uma actuação irrepreensível e mostrou que pode (e deve) ser o trinco titular. O castigo de Pepe resultou na descoberta do homem certo para o lugar certo. Só é pena que o Pedro Mendes não tenha no seu curriculum uma passagem por Lisboa em vez da presença no FC Porto Campeão da Europa em 2004 porque isso lhe retira todas as possibilidades de fazer uma carreira de sucesso na Selecção (os opinion-makers sulistas já estão nervosos e desorientados). Em minha opinião o Pepe não deve voltar a ser colocado no lugar de trinco. As suas melhores exibições são como defesa central e se o problema é tirá-lo da equipa o seleccionador sempre pode ir alternando a sua presença com a de Bruno Alves ou de Ricardo Carvalho, embora este último não seja de substituir enquanto está em forma porque (ainda) é um jogador de grande qualidade.

O outro jogador em destaque neste último jogo com a Hungria foi o Simãozinho. Finalmente marcou os golos que já andava a falhar escandalosamente nos jogos pela Selecção. Não está em boa forma e as suas prestações no Atl. Madrid também não têm sido as melhores. Talvez por isso não tenha festejado o primeiro golo frente à Hungria. No entanto, quando voltar a ganhar confiança, é um jogador importante na estrutura da selecção.

3 comentários:

  1. O Liedsonzinho de facto foi muito importante a dar cacetada, mais uma entrada violentissima como já estamos habituados de jogadores mimados.
    Mas se sobre isso não há crónicas, também não posso falar de outra coisa, pois continuo a marimbar-me para a selecção e só vi esses 5 minutos.

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  2. Certo que Queiroz tem errado em muitas coisas. Mas reconheço que além de azarado o homem tem a imprensa lisboeta toda contra ele. Se formos ao mundial vai ser cá um melão.

    Quanto ao Liedson, comentários mimalhos à parte, foi um acréscimo inquestionável de qualidade.

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  3. Estou surpreso po "desonesto", porque é um fã de CQ e não esconde sequer uma cumplicidade e amizade que nutre pelo seleccionador. Não sei o que disse, mas por acaso em zapping apanhei o últtimo trecho das suas considerações após o joggo de sábado e vi RS a enunciar os eternos problemas da selecção e à volta dela mas nada a ver com CQ.

    Quanto à gestão de CQ, achei-a sempre diffícil pelas condições em que recebeu uma eequipa desestruturada, com carências graves e, lembre-se, sem jogadores em grande forma na época passada. Sem Ronaldo marcar nem sequer fazer a diferença, começando a época atté lesionado. Uma equipa que vinha em queda nos rankings mas que, com a Dinamarrca, fez o melhor jogo de que me lembre desde o Holanda-Portugal (0-2, bis de Pauleta) há 8 anos, então com Oliveira e depois do Euro-2000 quando era fácil dar seguimento à dinâmica da selecção e jogadores de top e com jeitinho fantástico para jogar à bola.

    Concorrdo que foi o grupo mais difícil desde há décadas, Suécia e Dinamarca não são fáceis de lidar e a Suécia de Ibrahimovicc e Larsson não marcou um golo em 4 jogos com Dinamarca e Porrtugal (também por infelicidade, reconheço).

    Inevitavelmente, despreocupado com o passado e virado para o futuro que é fazer uma equipa nova, alguns erros de casting são cometidos neste processo. Com o carro em andamento, num grupo curto e duro, o que CQ fez sem ninguém se destacar em particular na selecção, como era hábito e óbvio antes, o que se conseguiu pode não ter sido brilhante, mas dadas as conddições, tudo somado, merece outro tratamento informativo e alguma simpatia. Uma tarefa difícil está para ser cumprida, faltando um play-off.

    A questão de Liedson é simples: a selecção não podia depender de Nuno Gomes e não há muitos avançados para escolher, com jeito. Postiga foi um caso isolado de sucesso na selecção a par da sua esporádica contribuição, quiçá abençoado pela Senhora do Caravaggio pois desenrascou sittuações altamente comprometedoras cm Scolari. Um bambúrrio. Hugo Almeida é novo, pouca tarimba internacional ainda, algo dduro de pés mas com potencialidades a melhorar para ser perigoso, como é, na área. Só que lesionou-se. E Liedson, quanto a mim, foi a solução de recurso porque melhor não havia nem há, coinccidinddo ccom a sua "disponibilidade" para a selecção que não me incomoda nem pela idade nem por ser brasileiro, arrgumento que já era tempo de abandonar face a antecedentes (não sõ de agora) na selecçáo e de praticamente todas as selecções terem naturalizados a quem recorrer.

    Para terminar, essa do "desoneto" é que me surpreende. No RS e em relação a CQ não estou a ver que azia ele poderia manifestar.

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