Andebol (17º jornada)
ben7ica 23 - FC Porto 25
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Es finito
Antes de tudo, a conclusão óbvia. O pentacampeonato para o FC Porto, depois da derrota na Capital do Império, não passa de uma miragem. Com 9 pontos de atraso para o 1º classificado, a 9 jogos do términus do campeonato, só uma conjugação astrológica incomum poderia fazer o Dragão chegar ao topo da tabela classificativa. Bem vistas as coisas, com a objectividade que a situação actual requer, este Porto corre o sério risco de não garantir sequer o direito a estar nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões do próximo ano. Mas vamos ao jogo.
Com uma primeira parte irreconhecível, completamente para esquecer, a equipa azul e branca viu os 3 pontos em disputa no encontro a voar, e viu também cair por terra todas as hipóteses de renovar o título. Com a agressividade a ficar no balneário, o Sporting foi ganhando consecutivamente todas as bolas divididas e ressaltos. Em complemento, Carvalhal fechou os corredores laterais, colocando, sempre, 2 homens em apoio, cortando a projecção do jogo ofensivo portista que vive muito à custa das alas. Resultado disso, o FC Porto acabou a 1ª parte apenas com remate efectuado à baliza de Rui Patrício e com 2 bolas encaixadas no saco.
Com uma primeira parte irreconhecível, completamente para esquecer, a equipa azul e branca viu os 3 pontos em disputa no encontro a voar, e viu também cair por terra todas as hipóteses de renovar o título. Com a agressividade a ficar no balneário, o Sporting foi ganhando consecutivamente todas as bolas divididas e ressaltos. Em complemento, Carvalhal fechou os corredores laterais, colocando, sempre, 2 homens em apoio, cortando a projecção do jogo ofensivo portista que vive muito à custa das alas. Resultado disso, o FC Porto acabou a 1ª parte apenas com remate efectuado à baliza de Rui Patrício e com 2 bolas encaixadas no saco.
Mas se os primeiros 45 minutos tinham sido terríveis, o 2º tempo seguiu a linhagem da etapa inicial. E, logo a abrir a etapa complementar, os homens de Jesualdo Ferreira ainda embalados na letargia geral, estenderam a passadeira ao Sporting para um triunfo tranquilo e sem suor. Era noite de brindes, vindos expressamente da Invicta. A perder por 3-0, o Professor, que já tinha feito alinhar Belluschi ao intervalo, lançou Rodriguez e Guarín no encontro para tentar agitar as hostes, mas, já não havia estímulo na equipa portista que fizesse inverter o rumo dos acontecimentos. Na verdade, do que se viu nesta partida, estímulo foi coisa que nunca existiu.
Depois de um festival diante do Sp. de Braga, com um futebol de grande qualidade, o FC Porto viveu um pesadelo total em Alvalade. Um jogo desgarrado, sem chama e atitude inútil. Uma bipolaridade incompreensível em apenas uma semana, mas que acompanhou a equipa portista ao longo da temporada, quer na sua qualidade exibicional, quer nos resultados. E, para quem quer vencer uma prova de regularidade como o campeonato, esta inconstância paga-se muito caro.
Fotos: Jorge Amaral / Global Imagens, Jornal de Notícias
O "Drogba da Caparica"
Após o jogo com o Braga, o PUBLICO escolheu-o como o protagonista da Jornada 20, e na sua edição do dia 23 de Fevereiro, o jornalista Manuel Mendes escreveu o seguinte:
«Silvestre Manuel Gonçalves Varela foi um jogador sempre incompreendido no Sporting, onde fez parte da formação - dois anos como júnior. Mas, mal chegou a sénior, deparou-se com José Peseiro, que preferiu colocá-lo a rodar no Casa Pia. Regressou, mas no lugar de Peseiro estava um Paulo Bento que nunca entendeu que tinha à sua frente um jogador talentoso. Nem as exibições do avançado na selecção de sub-21 o fizeram mudar de ideias. Despachou-o para Setúbal. Feito que repetiu na temporada seguinte. À quarta vez, foi colocado mais longe: em Espanha. No Recreativo de Huelva, à boleia de outros dois jogadores do Sporting (Beto e Carlos Martins, este último agora a brilhar no Benfica). Como não se conseguiu fixar em Espanha, o técnico achou que também não se encaixava no seu sistema de jogo e avalizou a sua cedência definitiva ao Estrela da Amadora. O FC Porto esfregou as mãos de contente e contratou-o por cinco anos.»
No mesmo dia, no blogue 'De Trivela', Manuel Queiroz escrevia:
«Varela, o "Drogba da Caparica", é uma confirmação agora. Grande velocidade, grande controlo da bola, boa capacidade de remate. Uma sensação de jogador forte, capaz de desequilibrar. E há três-quatro anos ninguém diria que era capaz de chegar até este ponto - daí compreender-se que o Sporting, onde se formou, não tenha acreditado nele.»
Três assistências e oito golos no campeonato, a que junta mais um golo na Liga dos Campeões, um na Taça de Portugal e um na Taça da Liga. Estes números ajudam a perceber a importância que Silvestre Varela tem tido no FC Porto 2009/10. Não por acaso, o mês em que esteve ausente por lesão, foi um dos piores períodos da equipa portista.
E, a não ser que aconteça algo de extraordinário, tem lugar garantido nos 23 que irão à África do Sul.
Se pensarmos que em Maio do ano passado jogava num Estrela da Amadora com salários em atraso...
Foto: rtp.pt
«Silvestre Manuel Gonçalves Varela foi um jogador sempre incompreendido no Sporting, onde fez parte da formação - dois anos como júnior. Mas, mal chegou a sénior, deparou-se com José Peseiro, que preferiu colocá-lo a rodar no Casa Pia. Regressou, mas no lugar de Peseiro estava um Paulo Bento que nunca entendeu que tinha à sua frente um jogador talentoso. Nem as exibições do avançado na selecção de sub-21 o fizeram mudar de ideias. Despachou-o para Setúbal. Feito que repetiu na temporada seguinte. À quarta vez, foi colocado mais longe: em Espanha. No Recreativo de Huelva, à boleia de outros dois jogadores do Sporting (Beto e Carlos Martins, este último agora a brilhar no Benfica). Como não se conseguiu fixar em Espanha, o técnico achou que também não se encaixava no seu sistema de jogo e avalizou a sua cedência definitiva ao Estrela da Amadora. O FC Porto esfregou as mãos de contente e contratou-o por cinco anos.»
No mesmo dia, no blogue 'De Trivela', Manuel Queiroz escrevia:
«Varela, o "Drogba da Caparica", é uma confirmação agora. Grande velocidade, grande controlo da bola, boa capacidade de remate. Uma sensação de jogador forte, capaz de desequilibrar. E há três-quatro anos ninguém diria que era capaz de chegar até este ponto - daí compreender-se que o Sporting, onde se formou, não tenha acreditado nele.»
Três assistências e oito golos no campeonato, a que junta mais um golo na Liga dos Campeões, um na Taça de Portugal e um na Taça da Liga. Estes números ajudam a perceber a importância que Silvestre Varela tem tido no FC Porto 2009/10. Não por acaso, o mês em que esteve ausente por lesão, foi um dos piores períodos da equipa portista.
E, a não ser que aconteça algo de extraordinário, tem lugar garantido nos 23 que irão à África do Sul.
Se pensarmos que em Maio do ano passado jogava num Estrela da Amadora com salários em atraso...
Foto: rtp.pt
Interpretações... coincidentes
«Deixem-me fazer um exercício de parcialidade a propósito da Comissão Disciplinar da Liga e das punições a Hulk (quatro meses) e Sapunaru (6 meses):
- Neste caso dos incidentes deste ano no túnel do Estádio da Luz havia um problema fundamental para a punição, que era o de saber se os "stewards" eram ou não agentes desportivos (porque se não fossem a pena seria completamente diferente). A CD entendeu que sim e deste modo foi para longas punições em tempo (e não em jogos);
- No "Apito final", havia a dúvida sobre a utilização das escutas, que era controversa - a CD entendeu que podiam ser utilizadas e assim punir com base nelas, coisa que é muito controversa e outras instâncias da Justiça já recusaram. (A CD diz que utilizou muita outra prova, mas é óbvio que, quem ler os acórdãos, percebe que isso é um eufemismo);
- Lisandro Lopez foi o primeiro - e até agora o único jogador da Liga Sagres - a cumprir um jogo de castigo por simulação de um penalti. A CD acha que cumpriu todos os cinco items cumulativos para essa punição, coisa que mais nenhum jogador conseguiu em imensos jogos antes e depois desse FC Porto-Benfica da época passada!
São três decisões diferentes em que as interpretações da CD têm todas um dado comum - defende a interpretação menos favorável ao FC Porto. Se calhar com razão, mas em três casos diferentes, a conclusão é a mesma.»
Manuel Queiroz
De Trivela, 21/02/2010
Eu tenho a certeza que isto é tudo coincidência...
Foto: abola.pt
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Gallaecia, centralismo e desporto
"Depois do 25 de Abril, era natural ter reuniões no Porto com administradores de bancos e de companhias de seguros. O próprio BPI e BCP, que nasceram na CCDR-Norte, já não têm a administração no Porto. Hoje em dia, um jovem quadro da banca que esteja no Porto está sem perspectivas de evoluir na carreira."
"Há cerca de uma década, o PIB per capita da Galiza e do Norte de Portugal era idêntico e agora a diferença é superior a 40%. A grande diferença entre as duas regiões ibéricas reside na organização do respectivo sistema político."
"Se imaginássemos que os Estados centrais implodiam, a Galiza e o Norte de Portugal formam claramente um país, partilhando características muito próprias."
Estas três frases foram proferidas por José Silva Peneda, ex-ministro de Cavaco Silva, ex-eurodeputado do PSD e presidente do Conselho Económico e Social, numa entrevista publicada pelo JN em 19 de Dezembro passado.
Embora o centralismo do Terreiro do Paço seja cada vez mais descarado, com frequentes atitudes discriminatórias face ao resto do país, não existe (ainda) um sentimento separatista significativo no Norte de Portugal. Contudo, penso que o Porto e o Norte teriam muito a ganhar se aprofundassem a ligação à Galiza, tirando partido do seu passado comum e das características sócio-culturais que os unem. Daí que seja estratégico dar vida à Euro-região Norte de Portugal - Galiza, reforçar o papel do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular e construir o TGV Porto-Vigo em linha mista (para passageiros e mercadorias), obrigatoriamente prevendo uma estação num aeroporto Sá Carneiro com gestão autónoma. Evidentemente, o poderosíssimo loby centralista tudo fará para boicotar, atrasar ou dificultar todos os projectos ou iniciativas que contribuam para fazer sombra à "capital do Império", mas cabe-nos a nós, portuenses, minhotos, durienses e transmontanos, lutar por aquilo que nos permita, e aos nossos filhos, ter um futuro melhor.
E para além de uma integração económica que se deseja cada vez mais forte, há claramente espaço para iniciativas conjuntas de promoção do turismo de natureza, histórico, religioso e gastronómico, criando rotas que envolvam locais e monumentos das duas regiões nestes domínios.
O governo português e o Turismo de Portugal não estão interessados nisso? Admito que não, mas para que servem a CCDR-N e os deputados eleitos pelos distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança?
E o desporto?
Na aproximação à Galiza o FC Porto já deu um pequeno passo, quando organizou uma edição do Dragon Force na localidade galega de Redondela, província de Pontevedra, entre os dias 20 e 24 de Julho de 2009. Isto para além do actual treinador da equipa sénior de basquetebol - Moncho López - ser galego (natural de Ferrol), o que pode potenciar algum intercâmbio transfronteiriço ao nível desta modalidade.
Também existe (existiu?) uma Copa Gallaecia de selecções de futebol jovens, cuja 2ª edição foi realizada em 2007 envolvendo selecções das Associações de Braga, Porto, Bragança, Viana do Castelo, Vila Real, Coruña, Ferrol, Lugo, Ourense, Pontevedra, Santiago e Vigo. Contudo, foi uma iniciativa com pouca ou nenhuma visibilidade e, por isso, sem qualquer impacto público.
Ora, como fenómeno de massas, o futebol é um meio privilegiado que poderia ser usado no aprofundamento da integração entre o Norte e a Galiza, mas para isso seria necessário envolver os principais clubes desta Euro-região. Nesse sentido, o Eixo Atlântico seria a entidade ideal para dinamizar a organização de um Torneio de Verão que juntasse clubes como o FC Porto, Braga, Vitória Guimarães, Gil Vicente, Chaves, Deportivo Corunha, Celta Vigo, Santiago Compostela, Pontevedra entre outros, com edições anuais a serem realizadas, alternadamente, no Norte de Portugal e na Galiza. Para além dos municípios dos clubes envolvidos, estou convencido que não seria difícil arranjar patrocinadores dos dois lados da fronteira, bem como descontos da hotelaria (com preços mais favoráveis para os adeptos) e, para uma maior divulgação, contar também com o apoio da comunicação social local e regional (TV Galicia, Porto Canal, Jornal de Notícias, Faro de Vigo, Diário do Minho, etc.).
A aproximação à Galiza, por si só, resolve o problema deste centralismo sufocante da capital que está a abafar o país? Não, mas a luta contra o centralismo é uma “guerra” de muitas “batalhas”, que só poderá ser vencida se a população e os principais actores da região se unirem nesta luta. A propósito do vergonhoso caso Red Bull Air Race, um participante galego escreveu o seguinte no Fórum Gallaecia:
"Dende a Crunha quero mandar un conselho... a loita polo proprio comeza nas pequenas victorias que um mesmo pode acadar para o país. Mostrar um descontento a nível social grande pode fazer recuar a Lisboa, e mesmo o político de turno. Forza!"
Haja líderes no Norte, políticos, empresários, académicos, agentes culturais, etc., que tenham visão estratégica e queiram travar esta "guerra", que eu estou convencido que não faltarão "soldados" para engrossar as fileiras.
P.S.1 Gallaecia ou Callaecia era o nome de uma província romana que abrangia o território do noroeste peninsular e que corresponde, aproximadamente, às actuais regiões da Galiza, Asturias (parte Oeste) e Norte de Portugal. Gallaecia vem do nome Kallaico referente a uma tribo que vivia nas margens do rio Douro - os calaicos - que prestavam culto a Cal-Leach. Em 137 a.C., depois de ter derrotado os lusitanos (e da morte de Viriato), Decimus Junius Brutus venceu a batalha do Douro e avançou, de Sul para Norte, para a conquista daquilo que viria a ser designado pelos romanos por Gallaecia (um ano depois o Senado romano concedeu-lhe o título de Callaicus, "o calaico"). Ao contrário do que os manuais escolares nos querem fazer crer, o povo originário de Portugal não é (apenas) os lusitanos e não foi concerteza por acaso que os romanos decidiram separar a Gallaecia das restantes regiões da Hispânia, incluindo da Lusitânia.
P.S.2 Um vídeo sobre a Gallaecia e a herança Celta.
P.S.3 Penso que seria escusado dizê-lo, mas mais uma vez repito que nada me move contra os "alfacinhas". O cancro que suga o país e que é preciso combater não é Lisboa, mas sim o centralismo, em que muitos dos seus protagonistas (Cavaco Silva, Durão Barroso, José Sócrates, João Cravinho, Pacheco Pereira...) nem sequer são lisboetas de origem.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Le FC Porto, détecteur de talents
Na semana passada, fiz aqui referência a um artigo do jornal inglês The Sunday Times, de 13 de Fevereiro de 2010, onde é dado destaque às transferências que o FC Porto fez entre 2004 e 2009 e é dito que os dragões são vistos na Liga dos Campeões como the competition’s retailers.
De facto, o modelo de gestão desportiva que o FC Porto adoptou há uns anos atrás é um case study conhecido em toda a Europa. Em 18 de Setembro do ano passado, o jornal francês Le Monde publicou um artigo assinado por Bruno Lesprit, cujo titulo era ‘Le FC Porto, détecteur de talents’. Aqui vai um extracto desse artigo:
«Ce club portugais a réalisé les plus gros transferts pour les grands clubs européens. Décidément, l'Olympique lyonnais s'entiche des Sud-Américains. Dans la période de transition que vit le club, une recrue est en passe de faire oublier le Brésilien Juninho, ce qui n'est pas rien. L'homme s'appelle Lisandro Lopez. Cet Argentin a largement contribué, mercredi 16 septembre, à la victoire (1-0) de son équipe contre la Fiorentina lors de la première journée de Ligue des champions. Auteur de débuts tonitruants en Ligue 1 (deux buts en trois matches), Lisandro a convaincu les sceptiques ; heureusement car il est le joueur le plus cher jamais transféré par un club français. (...)
Fondé en 1893 par un marchand de vin, le FC Porto a gardé le sens du négoce. Depuis cinq ans, ce club est devenu le principal pourvoyeur de talents pour les grands clubs européens. Mardi, il a d'ailleurs affronté en Ligue des champions son client historique, Chelsea, qui lui a pris en 2004 l'entraîneur José Mourinho. (...)
Hégémoniques chez eux en faisant la nique aux Lisboètes, les Dragons affichent un palmarès européen supérieur à celui des clubs français: deux Ligues des champions et une coupe de l'UEFA. Ils sont souvent cités comme un modèle de gestion saine et rigoureuse, un anti-Real Madrid, même si les comptes affichaient un déficit de 6 millions d'euros au premier trimestre 2009. (...)
Pour réaliser ses plus-values, le club s'appuie sur son centre de formation et un réseau de détection très réactif en Amérique du Sud, notamment en Argentine. Il s'est aussi spécialisé dans la remise à niveau de joueurs en perte de vitesse, comme l'Uruguayen et ancien Parisien Cristian Rodriguez. Le Dragon Portista serait plutôt un lézard, puisque sa queue repousse. On prévoit déjà que des titulaires actuels, comme le défenseur Bruno Alves ou l'attaquant brésilien Hulk, affoleront demain le marché des transferts.»
in Le Monde, 18/09/2009
No mesmo jornal, foi também apresentada a lista das 10 maiores transferências efectuadas pelo FC Porto.
Les dix plus importantes transactions du club:
Anderson (Brésil) à Manchester United: 31,5 millions d'euros en 2007
Pepe au Real Madrid: 30 millions en 2008
Ricardo Carvalho à Chelsea: 30 millions en 2004
Ricardo Quaresma à l'Inter Milan: 24,5 millions en 2008
Lisandro Lopez (Argentine) à Lyon: 24 millions en 2009
Deco à Barcelone: 21 millions en 2004
José Bosingwa à Chelsea: 20,5 millions en 2008
Paulo Ferreira à Chelsea: 20 millions en 2004
Lucho Gonzalez (Argentine) à Marseille: 18 millions en 2009
Jardel (Brésil) à Galatasaray Istanbul: 16 millions en 2000
Será este modelo de gestão desportiva sustentável a médio prazo (não digo longo prazo, porque a longo prazo estaremos todos mortos...)?
Penso que ninguém sabe mas, sendo um modelo de gestão de elevado risco, parece-me evidente que o sucesso alcançado nos últimos anos está, em grande parte, relacionado com a capacidade que houve em arriscar na detecção de talentos. E, neste aspecto, é justo reconhecer o trabalho de Jesualdo Ferreira em potenciar a qualidade de alguns destes talentos.
Nota: Agradeço ao João Castro o envio do texto completo do artigo do Le Monde.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Bingo!
João "Pode Ser" Ferreira foi nomeado para arbitrar o Sporting - FC Porto. Em paralelo, Lucílio Baptista foi nomeado para o Leixões - Benfica.
Se a isto acrescentarmos as últimas nomeações para os jogos do FC Porto: Bruno Paixão (vs. Leixões) e Olegário "Palhaço Profissional" Benquerença (vs. Braga) é caso para dizer BINGO!
É o pleno em prol da verdade desportiva.
Se a isto acrescentarmos as últimas nomeações para os jogos do FC Porto: Bruno Paixão (vs. Leixões) e Olegário "Palhaço Profissional" Benquerença (vs. Braga) é caso para dizer BINGO!
É o pleno em prol da verdade desportiva.
Impugnação da I Liga?
Em meios ligados ao SLB, existe o forte receio de que, no caso das suspensões de Hulk e Sapunaru decretadas pelo filho do benfiquista de Canelas (dr. Ricardo Costa), o Conselho de Justiça da FPF dê razão ao FC Porto. E porquê?
Em primeiro lugar, porque só mentes muito especiais poderão considerar que seguranças privados, contratados pelos clubes, são equiparados a agentes desportivos intervenientes no jogo; em segundo, porque existe o precedente do caso Rui Cerqueira, em que este CJ contrariou a visão do dr. Costa que, também nesse caso, quis equiparar os jornalistas a agentes desportivos.
Ora, a confirmar-se que para o CJ os seguranças privados não são agentes desportivos, há quem pense que isso poderá servir de pretexto ao FC Porto para:
i) exigir a demissão do presidente do CD da Liga, por indecente má figura;
ii) exigir uma indemnização à Liga, pelos elevados danos causados;
iii) avançar com um pedido de impugnação da I Liga portuguesa.
O cenário de impugnar a I Liga é um disparate?
Não sei, mas há quem fale nisso. Foi o caso do Rui Santos, na sua homilia dominical do dia 14 de Fevereiro.
No mesmo dia, 14 de Fevereiro, o PÚBLICO publicou um artigo de José Manuel Meirim, em que este afirma o seguinte:
«os assistentes de recinto desportivo têm algo a ver com o que ocorre na zona de ligação - balneários/campo, inscreve-se nas suas funções, como legalmente estabelecidas, assegurar a segurança numa zona onde não há - por princípio - espectadores? Inclinamo-nos a responder pela negativa. (...)
pelo artigo 20.º do RC, que estipula quem, durante o tempo regulamentar, (só) pode entrar e permanecer na zona entre as linhas exteriores do terreno de jogo e as vedações e na área de ligação entre o campo e os balneários. Ora, no elenco das pessoas aí referidas, que vão desde o delegado da Liga até aos funcionários de apoio às acções de promocionais dos patrocinadores da Liga, passando, entre outros, pelos delegados ao jogo, médicos, massagistas, treinadores, jogadores suplentes e fotógrafos da imprensa, não há referência aos assistentes de recinto desportivo. Todavia, o artigo é bem claro (dir-se-ia em contraposição) em prever a presença dos agentes das forças de segurança. E, espero que aqui ninguém tenha dúvidas, uma coisa são as forças de segurança, outra, bem diferente, são os assistentes de recinto desportivo.»
Na mesma linha de raciocínio, o PUBLICO publicou no dia 20 de Fevereiro um novo artigo de opinião de José Manuel Meirim, onde este especialista em direito desportivo é ainda mais claro:
«temos dúvidas, mas inclinamo-nos para considerar que as sanções aplicadas aos jogadores Hulk e Sapunaru, do FC Porto, não encontram suporte no regulamento disciplinar da Liga. Não podemos concordar com a qualificação jurídica que a Comissão Disciplinar (CD) da Liga conferiu aos assistentes de recinto desportivo. (...)
Por outro lado, afirma a CD que sente desproporcional a pena que aplica. Pergunta-se, contudo: aferiu da constitucionalidade da desproporcionalidade? (...)
Seguir-se-á, por certo, o recurso ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e, neste aspecto, não é de todo inverosímil pensar que este órgão venha a decidir em sentido contrário do que foi revelado pela CD. Se assim for, ver-se-á, afinal, o peso desta decisão no jogo.»
Sim, é provável que o CJ da FPF considere que seguranças privados não são agentes desportivos intervenientes no jogo. Se esse cenário se confirmar, aguardo com expectativa o tipo de acções que serão desencadeadas pela administração da FC Porto SAD.
Em primeiro lugar, porque só mentes muito especiais poderão considerar que seguranças privados, contratados pelos clubes, são equiparados a agentes desportivos intervenientes no jogo; em segundo, porque existe o precedente do caso Rui Cerqueira, em que este CJ contrariou a visão do dr. Costa que, também nesse caso, quis equiparar os jornalistas a agentes desportivos.
Ora, a confirmar-se que para o CJ os seguranças privados não são agentes desportivos, há quem pense que isso poderá servir de pretexto ao FC Porto para:
i) exigir a demissão do presidente do CD da Liga, por indecente má figura;
ii) exigir uma indemnização à Liga, pelos elevados danos causados;
iii) avançar com um pedido de impugnação da I Liga portuguesa.
O cenário de impugnar a I Liga é um disparate?
Não sei, mas há quem fale nisso. Foi o caso do Rui Santos, na sua homilia dominical do dia 14 de Fevereiro.
No mesmo dia, 14 de Fevereiro, o PÚBLICO publicou um artigo de José Manuel Meirim, em que este afirma o seguinte:
«os assistentes de recinto desportivo têm algo a ver com o que ocorre na zona de ligação - balneários/campo, inscreve-se nas suas funções, como legalmente estabelecidas, assegurar a segurança numa zona onde não há - por princípio - espectadores? Inclinamo-nos a responder pela negativa. (...)
pelo artigo 20.º do RC, que estipula quem, durante o tempo regulamentar, (só) pode entrar e permanecer na zona entre as linhas exteriores do terreno de jogo e as vedações e na área de ligação entre o campo e os balneários. Ora, no elenco das pessoas aí referidas, que vão desde o delegado da Liga até aos funcionários de apoio às acções de promocionais dos patrocinadores da Liga, passando, entre outros, pelos delegados ao jogo, médicos, massagistas, treinadores, jogadores suplentes e fotógrafos da imprensa, não há referência aos assistentes de recinto desportivo. Todavia, o artigo é bem claro (dir-se-ia em contraposição) em prever a presença dos agentes das forças de segurança. E, espero que aqui ninguém tenha dúvidas, uma coisa são as forças de segurança, outra, bem diferente, são os assistentes de recinto desportivo.»
Na mesma linha de raciocínio, o PUBLICO publicou no dia 20 de Fevereiro um novo artigo de opinião de José Manuel Meirim, onde este especialista em direito desportivo é ainda mais claro:
«temos dúvidas, mas inclinamo-nos para considerar que as sanções aplicadas aos jogadores Hulk e Sapunaru, do FC Porto, não encontram suporte no regulamento disciplinar da Liga. Não podemos concordar com a qualificação jurídica que a Comissão Disciplinar (CD) da Liga conferiu aos assistentes de recinto desportivo. (...)
Por outro lado, afirma a CD que sente desproporcional a pena que aplica. Pergunta-se, contudo: aferiu da constitucionalidade da desproporcionalidade? (...)
Seguir-se-á, por certo, o recurso ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol e, neste aspecto, não é de todo inverosímil pensar que este órgão venha a decidir em sentido contrário do que foi revelado pela CD. Se assim for, ver-se-á, afinal, o peso desta decisão no jogo.»
Sim, é provável que o CJ da FPF considere que seguranças privados não são agentes desportivos intervenientes no jogo. Se esse cenário se confirmar, aguardo com expectativa o tipo de acções que serão desencadeadas pela administração da FC Porto SAD.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
The Dragons
A revista J que acompanhou a edição do jornal O Jogo do dia 14 de Fevereiro, trazia uma entrevista com Rachel Neiberding, uma modelo australiana de 22 anos.
Ficamos a saber que ela gosta de futebol (ao ponto de por vezes acordar às quatro da manhã para ver um jogo das ligas europeias), é adepta do Chelsea, detesta o Arsenal e tem saudades do Mourinho (como treinador dos blues de Londres, bem entendido...).
Mas a parte mais interessante da entrevista foi quando o jornalista lhe perguntou se conhecia algum clube português. A resposta que deu foi esta:
"Sim, o FC Porto. Calha bem, porque torço pela equipa The Dragons aqui na Austrália."
E esta hein?! Eu que pensava que o único clube português conhecido nos quatro cantos do Mundo era o SLB... E a jovem australiana até sabe que somos os dragões!
Ficamos a saber que ela gosta de futebol (ao ponto de por vezes acordar às quatro da manhã para ver um jogo das ligas europeias), é adepta do Chelsea, detesta o Arsenal e tem saudades do Mourinho (como treinador dos blues de Londres, bem entendido...).
Mas a parte mais interessante da entrevista foi quando o jornalista lhe perguntou se conhecia algum clube português. A resposta que deu foi esta:
"Sim, o FC Porto. Calha bem, porque torço pela equipa The Dragons aqui na Austrália."
E esta hein?! Eu que pensava que o único clube português conhecido nos quatro cantos do Mundo era o SLB... E a jovem australiana até sabe que somos os dragões!
Vazio de poder
Por Tiago Burmester Baptista (*)
Não precisamos de procurar muito para encontrar países onde os presidentes dos clubes passam a temporada fora do espaço mediático, e apenas surgem diante das câmaras e microfones quando a pressão dos adeptos (e dos resultados) assim o exige. Em Portugal a cultura é outra. A luta dentro das quatro linhas começa nos media. Três diários desportivos (com agendas claras), sites, noticiários... enfim um mundo de gente que tem de apresentar trabalho para justificar o seu salário, criando casos sempre que possível. Assim, e devido ao nosso amor clubístico - dos adeptos - a máquina vai ganhando importância e sendo alimentada não apenas pelo desporto propriamente dito, mas sobretudo pelo ''circo'' que anda à sua volta.
Vários foram os momentos em que, apesar de graves crises políticas, económicas ou financeiras, as aberturas dos telejornais se fizeram com a partida de João Pinto do Benfica, com declarações de Dias da Cunha ou com escutas do apito dourado.
Pinto da Costa fez um trabalho histórico no Futebol Clube do Porto. Abanou as estruturas do poder, e durante anos foi mestre na forma como ditou a agenda mediática desportiva do país, enquanto projectava o FCP para a liderança desportiva efectiva (não apenas de futebol). A forma como compreendeu e geriu ambas as áreas permitiu criar condições para o crescimento do clube enquanto símbolo do país no estrangeiro.
Hoje o FCP deixou de liderar o espaço mediático. Hoje o FCP é apenas um seguidor, discreto (dando ar de intelectual) das movimentações mediáticas desportivas, que como indiquei em cima, são o minuto zero de qualquer encontro desportivo. Oferecendo o seu espaço nos media, o clube perde identidade, voz, liderança. Perde força. Permite que apitos dourados e túneis vermelhos não apenas manchem a sua imagem, mas façam com que as equipas entrem a perder no campo.
Como sabemos, apenas ditando agenda dos media, podemos, hoje, responder ao controlo das instituições desportivas por outros clubes, que tentam a todo o custo ganhar e prejudicar o Porto pelo caminho.
Como reage o clube? Declarações feitas por meias palavras, labaredas que em nada defendem ou dignificam o clube, e condescendência com castigos (perda de 6 pontos) mais tarde anulados pelos tribunais que verdadeiramente contam.
Hoje quem segue o clube não sente liderança. Os adeptos olham para o clube e apenas vêm silêncio. A célebre frase de Pedroto - "se formos prejudicados até à policia recorremos" - parece ter sido substituída por algo mais próximo de "oferecemos a outra face". Hoje a voz do clube são os cronistas, bloguers, e comentadores Portistas, que assumiram a defesa deste quando os responsáveis parecem não o fazer. Perante o caso do túnel, noutros tempo ameaçávamos impugnar o campeonato, processávamos judicialmente Ricardo "Pavão" Costa, e explicaríamos à Liga e ao CD que caso o recurso nos desse razão, estes pagariam caro (cash) a brincadeira. No limite ameaçávamos ir jogar o campeonato de Espanha. Hoje, fazemos uma "simpática" e previsível declaração.
Podemos discutir se hoje a gestão desportiva do clube continua a um nível competente (permito-me discordar - não acredito que Jesualdo Ferreira deseje comprar 4 ou 5 argentinos por ano). O que já não podemos discutir, porque é um facto, é que o clube anda à deriva dentro e fora dos seus muros. Adoptamos uma postura mole perante os sucessivos insultos e maus tratos de que somos alvo. Se não há liderança, nada se pode pedir aos que correm e transpiram a camisola. É assim nas nossas equipas, nos nossos locais de trabalho, no nosso estádio. Quando falamos em problema de sucessão de Pinto da Costa, falamos em assumir o vazio que está criado hoje, ainda com este no poder. Um líder muito respeitado "intra muros", que se revela cada vez mais incapaz de responder e agir na defesa do clube (chegando a ser a raiz do problema - o apito dourado surge da mistura da sua vida privada com a sua posição no clube).
O FCP está órfão de líder, e de estratégia. Isso é visível, e fortalece os nossos adversários. Tal como na natureza, os grandes apenas são atacados quando os pequenos os sentem fracos. O problema hoje não é o pós Pinto da Costa, mas sim a sua presença nos comandos do clube. Um grande (e Pinto da Costa é enorme) líder não é eterno, e tem de entender quando o seu tempo acaba. Mais importante, e como disse Winston Churchill, um político tem de ter a capacidade de antever o futuro para depois explicar porque esse mesmo futuro não aconteceu. Pinto da Costa perdeu essa habilidade. O seu tempo passou e o FCP está à deriva.
"A politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen."
Winston Churchill
Não sou um pessimista nem um ingrato. Pelo contrário, sou um optimista e creio que o trabalho feito por Pinto da Costa é extraordinário, e como disse em cima, histórico. Como tal vejo na mudança um meio fundamental para avançar, evoluir e melhorar. Os nossos adversários não mudaram durante anos...
(*) Tiago Burmester Baptista fez-se portista pela mão do seu tio Alexandre numa visita ao estádio das Antas, há mais de 25 anos - vitória de 2-0 sobre o Salgueiros, com dois golos de Fernando Gomes. Sempre com o FCP presenciou grandes jogos em que participaram, entre outros, Jean-Pierre Papin, Eric Cantona, Romário (ainda no PSV), Maldini, Aloísio, Deco, Jaime Magalhães e João Pinto (o original e verdadeiro). Hoje emigrado, não deixa de viver e seguir o clube diariamente.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Tiago Burmester Baptista a elaboração deste artigo.
Não precisamos de procurar muito para encontrar países onde os presidentes dos clubes passam a temporada fora do espaço mediático, e apenas surgem diante das câmaras e microfones quando a pressão dos adeptos (e dos resultados) assim o exige. Em Portugal a cultura é outra. A luta dentro das quatro linhas começa nos media. Três diários desportivos (com agendas claras), sites, noticiários... enfim um mundo de gente que tem de apresentar trabalho para justificar o seu salário, criando casos sempre que possível. Assim, e devido ao nosso amor clubístico - dos adeptos - a máquina vai ganhando importância e sendo alimentada não apenas pelo desporto propriamente dito, mas sobretudo pelo ''circo'' que anda à sua volta.
Vários foram os momentos em que, apesar de graves crises políticas, económicas ou financeiras, as aberturas dos telejornais se fizeram com a partida de João Pinto do Benfica, com declarações de Dias da Cunha ou com escutas do apito dourado.
Pinto da Costa fez um trabalho histórico no Futebol Clube do Porto. Abanou as estruturas do poder, e durante anos foi mestre na forma como ditou a agenda mediática desportiva do país, enquanto projectava o FCP para a liderança desportiva efectiva (não apenas de futebol). A forma como compreendeu e geriu ambas as áreas permitiu criar condições para o crescimento do clube enquanto símbolo do país no estrangeiro.
Hoje o FCP deixou de liderar o espaço mediático. Hoje o FCP é apenas um seguidor, discreto (dando ar de intelectual) das movimentações mediáticas desportivas, que como indiquei em cima, são o minuto zero de qualquer encontro desportivo. Oferecendo o seu espaço nos media, o clube perde identidade, voz, liderança. Perde força. Permite que apitos dourados e túneis vermelhos não apenas manchem a sua imagem, mas façam com que as equipas entrem a perder no campo.
Como sabemos, apenas ditando agenda dos media, podemos, hoje, responder ao controlo das instituições desportivas por outros clubes, que tentam a todo o custo ganhar e prejudicar o Porto pelo caminho.
Como reage o clube? Declarações feitas por meias palavras, labaredas que em nada defendem ou dignificam o clube, e condescendência com castigos (perda de 6 pontos) mais tarde anulados pelos tribunais que verdadeiramente contam.
Hoje quem segue o clube não sente liderança. Os adeptos olham para o clube e apenas vêm silêncio. A célebre frase de Pedroto - "se formos prejudicados até à policia recorremos" - parece ter sido substituída por algo mais próximo de "oferecemos a outra face". Hoje a voz do clube são os cronistas, bloguers, e comentadores Portistas, que assumiram a defesa deste quando os responsáveis parecem não o fazer. Perante o caso do túnel, noutros tempo ameaçávamos impugnar o campeonato, processávamos judicialmente Ricardo "Pavão" Costa, e explicaríamos à Liga e ao CD que caso o recurso nos desse razão, estes pagariam caro (cash) a brincadeira. No limite ameaçávamos ir jogar o campeonato de Espanha. Hoje, fazemos uma "simpática" e previsível declaração.
Podemos discutir se hoje a gestão desportiva do clube continua a um nível competente (permito-me discordar - não acredito que Jesualdo Ferreira deseje comprar 4 ou 5 argentinos por ano). O que já não podemos discutir, porque é um facto, é que o clube anda à deriva dentro e fora dos seus muros. Adoptamos uma postura mole perante os sucessivos insultos e maus tratos de que somos alvo. Se não há liderança, nada se pode pedir aos que correm e transpiram a camisola. É assim nas nossas equipas, nos nossos locais de trabalho, no nosso estádio. Quando falamos em problema de sucessão de Pinto da Costa, falamos em assumir o vazio que está criado hoje, ainda com este no poder. Um líder muito respeitado "intra muros", que se revela cada vez mais incapaz de responder e agir na defesa do clube (chegando a ser a raiz do problema - o apito dourado surge da mistura da sua vida privada com a sua posição no clube).
O FCP está órfão de líder, e de estratégia. Isso é visível, e fortalece os nossos adversários. Tal como na natureza, os grandes apenas são atacados quando os pequenos os sentem fracos. O problema hoje não é o pós Pinto da Costa, mas sim a sua presença nos comandos do clube. Um grande (e Pinto da Costa é enorme) líder não é eterno, e tem de entender quando o seu tempo acaba. Mais importante, e como disse Winston Churchill, um político tem de ter a capacidade de antever o futuro para depois explicar porque esse mesmo futuro não aconteceu. Pinto da Costa perdeu essa habilidade. O seu tempo passou e o FCP está à deriva.
"A politician needs the ability to foretell what is going to happen tomorrow, next week, next month, and next year. And to have the ability afterwards to explain why it didn't happen."
Winston Churchill
Não sou um pessimista nem um ingrato. Pelo contrário, sou um optimista e creio que o trabalho feito por Pinto da Costa é extraordinário, e como disse em cima, histórico. Como tal vejo na mudança um meio fundamental para avançar, evoluir e melhorar. Os nossos adversários não mudaram durante anos...
(*) Tiago Burmester Baptista fez-se portista pela mão do seu tio Alexandre numa visita ao estádio das Antas, há mais de 25 anos - vitória de 2-0 sobre o Salgueiros, com dois golos de Fernando Gomes. Sempre com o FCP presenciou grandes jogos em que participaram, entre outros, Jean-Pierre Papin, Eric Cantona, Romário (ainda no PSV), Maldini, Aloísio, Deco, Jaime Magalhães e João Pinto (o original e verdadeiro). Hoje emigrado, não deixa de viver e seguir o clube diariamente.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Tiago Burmester Baptista a elaboração deste artigo.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Vigília pela verdade desportiva
Apesar do mau tempo, e segundo a comunicação social, a vigília pela verdade desportiva juntou cerca de 300 adeptos diante da sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Os adeptos eram sobretudo do FC Porto, mas também havia alguns do Boavista.
Rui Moreira, que marcou presença nesta iniciativa, afirmou: "Este campeonato é o campeonato das toupeiras, resolvido nos túneis. Querem estragar os relvados. A verdade desportiva está alterada. E os adeptos devem manifestar-se".
Foto: www.rr.pt
Uma análise SWOT - Fraquezas
Por Ana Martins
Uma análise SWOT - Mais-valias
2. Fraquezas
a) Até ao meio dos anos 90, o discurso regionalista foi leit motif para cerrar os dentes perante a estrutura do país, foi ingrediente de sucesso. No entanto, a política seguida, com uma ou outra variação para uma maior globalidade depois da instituição da SAD, revela inconsistência estratégica para com a necessidade de implantação nacional e internacional. E as Casas do FC Porto por esse mundo fora ajudam, mas não chega. Há que desenvolver estratégias mais eficazes neste domínio. Pensar-se que ganhar títulos chega é, basicamente, amador. É preciso ser presença assídua nas escolas/colégios não só no Porto como fora do Norte/Porto.
b) Todos reconhecemos o legado que o Presidente Pinto de Costa nos deixou. Instituiu a cultura desportiva do clube, ao nível da excelência e do profissionalismo. Com a era da SAD, profissionalizou a estrutura da equipa com divisão clara de responsabilidades na pessoa, mais tarde, de Antero Henrique, criando, por outro lado, a figura do team manager (se Acácio Valentim é ou não competente nas suas funções já será outra história). A contratação de Rui Cerqueira cumpre a função estratégica de reconhecer que, comunicacionalmente, o clube tem sérias dificuldades em estabelecer pontos de equilíbrio entre a abertura e a clausura necessárias ao bom funcionamento. Balanço: Rui Cerqueira, com a excepção das flash interviews antes dos treinos (uma inovação), conseguiu muito pouco (junte-se-lhe, vá, o Labaredas). Resta saber se porque não tem poder que chegue para implementar mudanças. Chega, portanto, o momento de voltar a tentar contratar uma agência de comunicação e das grandes, o que nos leva ao ponto c).
c) Depois de décadas a ter a imagem do clube nebulosamente ameaçada por argumentação espúria (ele era o doping primeiro, depois eram os árbitros, o Calheiros e a Cosmos, o Guarda Abel, etc.), em 2004 chega o Apito Dourado. Cinco anos depois, ainda nos debatemos com as consequências da coisa. Não me vou debruçar sobre o caso em si mesmo, mas parece-me claro que existem consequências na imagem e credibilidade do clube quando é condenado na estância desportiva e absolvido na estância civil. Há que fazer alguém pagar por isto, assumindo as responsabilidades de terem utilizado meios de prova que o Direito não admite em processos desportivos. Tentámos contratar os serviços da Luís Paixão Martins, que terminou com ameaça de bomba. Está na altura de reformular a ligação com a comunicação e os media, não abdicando dos princípios de uma certa opacidade que tem sido proporcional aos êxitos do clube, transmitindo segurança à estrutura.
d) As ligações tendencialmente incompreensíveis com os intermediários para compra de passes de jogadores vindos da América do Sul. Não falo de empresários de jogadores, em que não há um que se destaque no plantel (colocando fim ao consulado de Jorge Mendes no FCP, com prejuízos e mais-valias). Falo dos comissionistas e, neste caso, continuo sem perceber a ligação com António Araújo. Por todas as razões, o bom senso diria que é imprudente continuar a fazer negócios com este cavalheiro. E nem o digo com base em discursos da fruta. Digo-o com base na falta de qualidade da maior parte dos jogadores que este empresário trouxe para o clube. A ligação deste à Administração é, para mim, uma clara debilidade até na execução da política desportiva.
e) A constituição do Conselho de Administração da SAD. Com a saída do Dr. Fernando Gomes, perde-se o nosso “Ministro das Finanças” que, como se sabe, deve ser o mau da fita. A sua saída – o facto e o modo como ocorreu – é talvez, sinal de algo cuja magnitude nem todos possamos, neste momento, perspectivar. Os próximos tempos trarão novidades. Até lá, Angelino Ferreira é uma escolha acertada e óbvia, restando saber se terá a capacidade de pressionar custos perante PC, Antero Henrique e Adelino Caldeira. Temo que não. Quanto a este último, a dívida de gratidão de PC para com ele (Gil Moreira dos Santos & Associados em que um dos sócios é… Adelino Caldeira foi a sociedade que representou PC nos Tribunais) e a sensação interna de que o FCP não foi excluído da Champions graças a ele, leva-o a assumir mais poder formal e informal. Em relação a isto, só posso dizer, neste espaço, que tenho pena que assim seja.
f) Plantel: fruto da política desportiva seguida, o plantel carece de identidade nacional. Peço desculpa de usar este tipo de vocabulário potencialmente nacionalista, mas acho natural que – na globalidade - um estrangeiro não viva o clube como um português. Na génese de grandes planteis do FCP, estava sempre uma maioria de titulares portugueses. E julgo que terá de ser esse o caminho. E não me custa admitir que, em caso de igual valia em termos de qualidade, deverá ser titular um português. Acho que o plantel do FCP, nos últimos anos, se tem transformado numa Torre de Babel cujos resultados não têm sido catastróficos do ponto de vista da coesão da equipa porque há uma boa estrutura à volta e há Alves & Meireles, Barros & Pinto. Dir-me-ão: o valor dos jogadores portugueses é, hoje em dia, claramente inflacionado. Um Sub-20 custa logo 2 ou 3 M€. E eu pergunto: e quanto custou Guarín? E quanto custou Tomás Costa? E Valeri? E Prediguer?
Uma análise SWOT - Mais-valias
2. Fraquezas
a) Até ao meio dos anos 90, o discurso regionalista foi leit motif para cerrar os dentes perante a estrutura do país, foi ingrediente de sucesso. No entanto, a política seguida, com uma ou outra variação para uma maior globalidade depois da instituição da SAD, revela inconsistência estratégica para com a necessidade de implantação nacional e internacional. E as Casas do FC Porto por esse mundo fora ajudam, mas não chega. Há que desenvolver estratégias mais eficazes neste domínio. Pensar-se que ganhar títulos chega é, basicamente, amador. É preciso ser presença assídua nas escolas/colégios não só no Porto como fora do Norte/Porto.
b) Todos reconhecemos o legado que o Presidente Pinto de Costa nos deixou. Instituiu a cultura desportiva do clube, ao nível da excelência e do profissionalismo. Com a era da SAD, profissionalizou a estrutura da equipa com divisão clara de responsabilidades na pessoa, mais tarde, de Antero Henrique, criando, por outro lado, a figura do team manager (se Acácio Valentim é ou não competente nas suas funções já será outra história). A contratação de Rui Cerqueira cumpre a função estratégica de reconhecer que, comunicacionalmente, o clube tem sérias dificuldades em estabelecer pontos de equilíbrio entre a abertura e a clausura necessárias ao bom funcionamento. Balanço: Rui Cerqueira, com a excepção das flash interviews antes dos treinos (uma inovação), conseguiu muito pouco (junte-se-lhe, vá, o Labaredas). Resta saber se porque não tem poder que chegue para implementar mudanças. Chega, portanto, o momento de voltar a tentar contratar uma agência de comunicação e das grandes, o que nos leva ao ponto c).
c) Depois de décadas a ter a imagem do clube nebulosamente ameaçada por argumentação espúria (ele era o doping primeiro, depois eram os árbitros, o Calheiros e a Cosmos, o Guarda Abel, etc.), em 2004 chega o Apito Dourado. Cinco anos depois, ainda nos debatemos com as consequências da coisa. Não me vou debruçar sobre o caso em si mesmo, mas parece-me claro que existem consequências na imagem e credibilidade do clube quando é condenado na estância desportiva e absolvido na estância civil. Há que fazer alguém pagar por isto, assumindo as responsabilidades de terem utilizado meios de prova que o Direito não admite em processos desportivos. Tentámos contratar os serviços da Luís Paixão Martins, que terminou com ameaça de bomba. Está na altura de reformular a ligação com a comunicação e os media, não abdicando dos princípios de uma certa opacidade que tem sido proporcional aos êxitos do clube, transmitindo segurança à estrutura.
d) As ligações tendencialmente incompreensíveis com os intermediários para compra de passes de jogadores vindos da América do Sul. Não falo de empresários de jogadores, em que não há um que se destaque no plantel (colocando fim ao consulado de Jorge Mendes no FCP, com prejuízos e mais-valias). Falo dos comissionistas e, neste caso, continuo sem perceber a ligação com António Araújo. Por todas as razões, o bom senso diria que é imprudente continuar a fazer negócios com este cavalheiro. E nem o digo com base em discursos da fruta. Digo-o com base na falta de qualidade da maior parte dos jogadores que este empresário trouxe para o clube. A ligação deste à Administração é, para mim, uma clara debilidade até na execução da política desportiva.
e) A constituição do Conselho de Administração da SAD. Com a saída do Dr. Fernando Gomes, perde-se o nosso “Ministro das Finanças” que, como se sabe, deve ser o mau da fita. A sua saída – o facto e o modo como ocorreu – é talvez, sinal de algo cuja magnitude nem todos possamos, neste momento, perspectivar. Os próximos tempos trarão novidades. Até lá, Angelino Ferreira é uma escolha acertada e óbvia, restando saber se terá a capacidade de pressionar custos perante PC, Antero Henrique e Adelino Caldeira. Temo que não. Quanto a este último, a dívida de gratidão de PC para com ele (Gil Moreira dos Santos & Associados em que um dos sócios é… Adelino Caldeira foi a sociedade que representou PC nos Tribunais) e a sensação interna de que o FCP não foi excluído da Champions graças a ele, leva-o a assumir mais poder formal e informal. Em relação a isto, só posso dizer, neste espaço, que tenho pena que assim seja.
f) Plantel: fruto da política desportiva seguida, o plantel carece de identidade nacional. Peço desculpa de usar este tipo de vocabulário potencialmente nacionalista, mas acho natural que – na globalidade - um estrangeiro não viva o clube como um português. Na génese de grandes planteis do FCP, estava sempre uma maioria de titulares portugueses. E julgo que terá de ser esse o caminho. E não me custa admitir que, em caso de igual valia em termos de qualidade, deverá ser titular um português. Acho que o plantel do FCP, nos últimos anos, se tem transformado numa Torre de Babel cujos resultados não têm sido catastróficos do ponto de vista da coesão da equipa porque há uma boa estrutura à volta e há Alves & Meireles, Barros & Pinto. Dir-me-ão: o valor dos jogadores portugueses é, hoje em dia, claramente inflacionado. Um Sub-20 custa logo 2 ou 3 M€. E eu pergunto: e quanto custou Guarín? E quanto custou Tomás Costa? E Valeri? E Prediguer?
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Os critérios disciplinares de Olegário
Ontem o FC Porto fez uma exibição de gala, marcou 5 golos àquela que era a melhor defesa dos campeonatos europeus e venceu, de forma absolutamente categórica, a equipa que à 19ª jornada liderava a I Liga.
Tudo está bem quando acaba bem?
Sim, mas mais uma vez o Sistema esteve presente e o seu representante - Olegário Benquerença - deixou a sua marca. Senão vejamos:
30': Mossoró foi apanhado em fora-de-jogo (claríssimo), o árbitro apitou de uma forma perfeitamente audível e, apesar disso, o jogador bracarense continuou e chutou a bola para a baliza adversária. "Mossoró rematou em atitude de desprezo", escreveu Jorge Coroado em O JOGO. Não há qualquer dúvida, o árbitro deveria ter mostrado o cartão amarelo - seria o segundo -, mas como ainda faltava muito tempo e o FC Porto só ganhava por 1-0...
53': Após um desentendimento, Paulo César agride Fucile com uma cabeçada. Não está em causa a intensidade, agrediu. Ora, em vez de expulsar o avançado do Braga, o árbitro decidiu mostrar-lhe um amarelo e, não satisfeito, também admoestou o agredido (gostava de saber por que razão Fucile levou um amarelo). Uma decisão salomónica, do agrado do Sistema, e mais um amarelo para a contabilidade dos jogadores do FC Porto.
84': Rafael Bastos teve uma entrada violenta, e perigosíssima, sobre a perna de Belluschi. Esquecendo-se momentaneamente das instruções da FIFA para este tipo de lances, o árbitro, que vai estar na fase final do Mundial, limitou-se a mostrar o cartão amarelo. Foi o chamado terminar disciplinarmente em beleza.
Em resumo, e na mesma linha da extraordinária arbitragem que já tinha feito no SLB x Nacional, mais três lances para expulsão com o Olegário "Sistema" Benquerença a assobiar para o lado.
E, sobre estes casos, o que disse a comunicação social que suporta o clube do regime?
Nada, silêncio quase absoluto, a começar pelos resumos televisivos que ignoram todos estes lances. Aliás, segundo os "entendidos", o árbitro até favoreceu o FC Porto.
Como? Sim, porque aos 57 minutos, numa altura em que os dragões venciam por 3-0, não terá assinalado uma grande penalidade a favor do Braga. Claro que se esquecem de dizer que nessa altura o Braga já deveria estar a jogar com nove...
Foto: www.fotosdacurva.com
Nós somos o Porto
A equipa do “cagão” Jesualdo voltou a fazer das suas. Mais uma mão cheia de bolas dentro do saco, e uma ensaboadela monumental ao Sp. Braga, tal como já havia despachado de forma idêntica os Calimeros de Lisboa na Taça de Portugal. Do minuto 0 ao minuto 90 só houve uma equipa a jogar. Só houve uma equipa a querer ganhar. Fomos nós. Somos nós, o Porto.
Acicatado pelas manobras de bastidores, o plantel portista havia ontem deixado o aviso que a equipa está viva, está unida, e ia para a luta. Com efeito, os jogadores provaram aquilo que prometeram. O Dragão assistiu a um massacre azul e branco, com futebol de primeira linha. O Dragão comprovou, também, que com raça e querer, quase tudo é possível.
Assim sendo, não admirou, pois, a forma e atitude com que o FC Porto encarou o Braga de Domingos. Apenas uns pífios ataques dos minhotos se viram ao abrir das hostilidades. De aí em diante foi um vendaval em tons de azul. Dos pés de Varela saíam assistências com mel, e Meireles e Falcão agradeceram. Pelo meio Álvaro Pereira arreou Eduardo à bomba. Em apenas meia hora de jogo o Dragão veio completamente abaixo.
Sector por sector, indivíduo por indivíduo, as diferenças cavadas entre as equipas eram brutais. O peito portista enchia. O do Braga esvaziava. A forte defesa da equipa de Domingos via-se vulgarizada pelo nosso ataque. Varela fez o que quis de Filipe Oliveira. E até Evaldo se viu à nora com Mariano. O meio campo arsenalista, reforçado com um elemento extra, perdeu dinâmica. Meireles e Micael esfregaram-lhes as costas.
Depois do brinco que foram os primeiros 45 minutos, o 2ª tempo revestiu-se de uma mera formalidade. Os 3 pontos estavam mais do que garantidos. Era tempo de salvaguardar espingardas para outras batalhas. Mas este Porto mostrava-se insaciável. A vitória não bastava. Veio a goleada. Falcão bisou e Belluschi estreou-se a marcar no campeonato. Antes disso, Mariano ainda foi capaz de desperdiçar isolado. A corrente era tanta e tão forte que dava para quase tudo.
O primeiro de muitos “mata-mata” que os homens de Jesualdo tinham pela frente foi passado com distinção. Segue-se uma deslocação à Capital do Império. É preciso manter vivo este espírito, esta garra, esta união. É preciso manter, de igual modo, este nível exibicional. Factor importante para ultrapassar os próximos obstáculos, mas também para fazer-nos acreditar que ainda é possível.
Fotos: Lusa
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Um adversário intransponível?
Para o jogo de hoje, Domingos vai poder contar com o regresso de quatro importantes jogadores: os castigados Moisés e Mossoró e dois jogadores que estavam lesionados - Renteria e Paulo César.
Ao contrário, Jesualdo continua limitadíssimo nas suas opções ofensivas, dispondo apenas de um ponta-de-lança (Falcao) e dois alas (Mariano e Varela). Isto porque, aos indisponíveis de longa data - Hulk, Farias e Rodrigues -, juntou-se esta semana o lesionado Orlando Sá.
A juntar às limitações do plantel, há o facto de o FC Porto continuar em todas as frentes, ter jogado a meio da semana para a Liga dos Campeões e do jogo com o Braga ser o 14º que os dragões realizam desde o início de Janeiro (penso que é a equipa europeia com mais jogos em 2010).
Pelo contrário, o Braga está apenas focado no campeonato, visto já ter sido eliminado da Taça de Portugal, Taça da Liga e das competições europeias (logo no seu início).
Levando em conta todos estes aspectos, a que se junta o facto de o Braga ter a melhor defesa do campeonato e do empate lhes chegar para continuarem líderes, facilmente se conclui que a tarefa que espera a equipa do FC Porto é enorme. O factor casa e o apoio dos adeptos, a existir, poderá ser importante, mas não sei se chega para anular este conjunto de vantagens de que os arsenalistas do Minho dispõem.
Há ainda o factor arbitragem, que tem sido decisivo neste campeonato. Falta saber que instruções traz o Olegário e, nomeadamente, se o ódio do Sistema encarnado ao FC Porto supera a preocupação que têm nesta altura com a carreira do Braga.
Partindo para o jogo com todos estes handicaps, conseguirá Jesualdo surpreender aquele que se diz será o seu sucessor no comando técnico dos azuis-e-brancos?
O campeão dos túneis
"Os actos dos dois futebolistas não mereciam semelhante pena, que considero de uma violência sem sentido.
(...) face à dimensão do castigo aplicado a um jogador tão importante como Hulk, é evidente que a Comissão Disciplinar poderá sempre ser acusada de ter contribuído para decidir o campeão em 2009/10"
Luís Sobral
in Maisfutebol, 20/02/2010
(...) face à dimensão do castigo aplicado a um jogador tão importante como Hulk, é evidente que a Comissão Disciplinar poderá sempre ser acusada de ter contribuído para decidir o campeão em 2009/10"
Luís Sobral
in Maisfutebol, 20/02/2010
25 de Abril de 2010
O fim do degredo desportivo a que Hulk foi condenado pelo dr. Ricardo Costa e o seu regresso aos jogos da I Liga está previsto para o dia em que em Portugal se comemora a liberdade. É algo que não deixa de ser simbólico.
Por outro lado, falta saber quanto tempo é que o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol irá demorar a analisar o recurso do FC Porto. O CJ da FPF reúne sempre que para tal seja convocado pelo seu Presidente mas, neste caso, eu prevejo que lá para o dia 24 de Abril teremos uma decisão...
Por outro lado, falta saber quanto tempo é que o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol irá demorar a analisar o recurso do FC Porto. O CJ da FPF reúne sempre que para tal seja convocado pelo seu Presidente mas, neste caso, eu prevejo que lá para o dia 24 de Abril teremos uma decisão...
sábado, 20 de fevereiro de 2010
Sistema Encarnado
É hora do toque a reunir. O mote foi dado pelo nosso Capitão Nuno, expressando a revolta de todo o grupo de trabalho. Não é tempo para se dissertar sobre minudências, porque os ataques sucedem-se e vêem de todos os lados.
Acossados pelos atropelos que FC Porto tem sido vitima, um grupo desconhecido de portistas resolveu por mãos à obra e demonstrar toda a sua indignação, publicando e distribuindo pelas ruas da região do Porto um panfleto intitulado de “Sistema Encarnado”, o qual me chegou às mãos por estes dias. Nele alude alguns excertos de crónicas de reconhecidos adeptos portistas a denunciar as campanhas que o nosso clube tem vindo a ser alvo, bem como um Parecer do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, onde censura a postura e falta de isenção do pasquim da Travessa da Queimada.
Em meu nome, e penso que também em nome dos meus companheiros do Reflexão Portista, quero saudar esta espontânea iniciativa, bem como os autores da mesma.
Imbuídos neste espírito de união e solidariedade para com o nosso Porto, fica a sugestão de difundirem este panfleto (*) ao máximo possível. Compareçam na Sede da Liga no dia 23 de Fevereiro. Vão ao estádio apoiar a equipa.
(*) Clicar nas imagens para ver e retirar os panfletos em tamanho real.
Somos Porto
"Na última vez em que aqui estivemos todos juntos, trazíamos um sentimento de alegria e honra de dever cumprido, porque festejávamos nesse dia o Tetracampeonato. Infelizmente, hoje não podemos estar iguais. Estamos indignados e revoltados com as ocorrências do futebol português. O que se tem passado recentemente magoa-nos a todos. Magoa pessoalmente o Hulk e o Sapunaru, que não está aqui hoje, e queremos manifestar a nossa solidariedade para com eles. Não há ninguém, absolutamente ninguém, que nos vá tirar o nosso rumo nem fazer desistir do nosso objectivo. Somos Tetracampeões! Merecemos respeito pelo que conquistámos anteriormente e vamos voltar a ganhar. Juntos, sempre juntos, vamos voltar a ganhar. Não há ninguém – repito, ninguém – nem injustiça nenhuma que nos retire a nossa união. Estamos a cada dia, a cada treino e a cada jogo mais unidos! Por último, gostaria de deixar uma mensagem aos nossos adeptos: a administração, staff técnico, jogadores e toda a gente que gosta do FC Porto - somos Porto, continuaremos a ser Porto, e vamos ganhar sempre e cada vez mais. Somos Porto e estamos sempre unidos. Não se esqueçam disso. É a nossa mensagem para todo o País, pela indignação de que estamos a ser vítimas."
Nuno Espírito Santo, 20/02/2010
em nome do plantel no final do treino de hoje
O vídeo desta declaração, efectuada no final do treino, no Auditório José Maria Pedroto e na presença de todo o plantel, equipas técnica e médica, pode ser visto aqui.
Os culpados
Hulk (23 anos) e Sapunaru (25 anos) foram suspensos por quatro e seis meses respectivamente pelo Conselho Disciplinar da Liga de Clubes. Não adianta muito vir debater a decisão, já que Ricardo Costa tem tanto de supreendente como tem de humilde. Este seu cargo é uma plataforma para outros voos e o presidente do CD sabe bem que há hábitos que não se mudam nem com cravos, embora no seu caso exista uma enorme dificuldade em disfarçar a vaidade, o ego e o narcisismo.
Sobre o processo disciplinar pouco haverá para discutir: a partir do momento em que os seguranças privados são considerados agentes desportivos do futebol até foi muita sorte que Hulk e Sapunaru só tenham sido suspensos por uns meses pelos crimes hediondos que cometeram às suas vítimas indefesas e para isso há que agradecer a "benevolência" de um Conselho Disciplinar "amarrado" à "profunda injustiça" das leis e regulamentos.
Evidentemente que não está em causa que não tenham havido provocações nem agressões, isso parece-me ser um dado adquirido. O que está em causa é que se atropelem leis e regulamentos com o objectivo de condenar pela vontade popular. Hulk e Sapunaru cometeram um erro grave, o erro de a determinado momento das suas carreiras terem escolhido vir jogar para o Futebol Clube Porto num país cuja inveja pelo sucesso está patente de forma transversal na sociedade portuguesa e atinge níveis de elevado masoquismo.
O castigo de 4 jogos por agressão a um segurança privado pode parecer pouco aos olhos da vontade popular que clama por meios Inquisitivos a todo e qualquer momento, mas o castigo por 6 meses é ilegal, ponto. E bem sei que o afamado interesse público é grande, atinge proporções bíblicas nos dias que correm e provoca cegueira e paralisia celebral, mas a mim preocupa-me mais outros interesses que também são meus, que também deveriam ser de Hulk e Sapunaru e que deveriam prevalecer num Estado de direito.
Fosse Ricardo Costa original e estaria menos preocupado, mas o presidente do CD da Liga é mais um lambe-botas da comunicação social, da ignorância popular, dos morgados, dos procuradores, do poder chupista e de muitos e muitos anos de asfixia mental.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Os lugares na Liga...
Em 2003, a propósito da contratação de Jankauskas pelo FC Porto, Luís Filipe Vieira afirmou que não estava preocupado, porque "são mais importantes os lugares na Liga do que contratar bons jogadores".
O tempo veio provar que o presidente do SLB sabia perfeitamente o que estava a dizer. De facto, tal como Cunha Leal foi um importantíssimo player enquanto esteve na Liga (quem não se lembra do Estorilgate?), o filho do benfiquista de Canelas (*) não lhe fica atrás e, depois do apito final, a forma como geriu os casos dos túneis fazem dele um forte candidato a águia de ouro (será uma distinção mais do que justa, pelos bons serviços prestados...).
Entretanto, a FC Porto – Futebol, SAD já reagiu num comunicado publicado no site oficial.
(*) O pai de Ricardo Costa era conhecido pela sua fortíssima ligação afectiva ao SLB, a qual é partilhada pelo filho.
Jogada de antecipação a R Costa
"A Comissão Disciplinar da Liga agendou uma conferência de imprensa para esta sexta-feira, pelas 15h30. O assunto serão os castigos a Hulk e Sapunaru relativos ao Benfica-F.C. Porto. Os clubes envolvidos serão notificados ainda esta manhã das decisões da Comissão Disciplinar."
É óbvio que as notícias vão ser más, caso contrário o palhaço do R Costa não convocava uma conferência de imprensa para se pavonear / explicar.
Sendo assim por mim o FCP jogava por antecipação e convocava uma conf. de imprensa para as 15h00 para mostrar a sua indignação com a injustiça, expôr a lógica fraudulenta do CD, e avisar que vai até às últimas instâncias em recurso, e que se quererá ver ressarcido se estas - como é de esperar - nos derem razão.
Como o CD já comunicou a decisão ao FCP de manhã, presumo que o FCP tem toda a legitimidade para falar disso em público sem ser sequer sujeito a multa (mesmo que antes do CD - que aliás na maior parte das decisões nem sequer faz conferências de imprensa). Essa jogada iria também colocar o R Costa numa posição menos confortável na conf. de imprensa (com jornalistas a perguntarem-lhe o que tem a dizer sobre isto ou aquilo q o FCP afirmou).
É um FCP assim combativo na praça pública e ao nível da comunicação que eu gostava de ver.
PS - suponhamos que em vez de um segurança, tínhamos tido um membro dos No Name Bois (com pinturas, bandeira e tudo) que se tinha infiltrado no túnel e tinha sido agredido após provocações. Gostava de perguntar a R Costa se nesse caso a punição a Hulk e Sapunaru seria diferente, e porquê (nem um nem outro são supostos ter acesso ao túnel; nem um nem outro estão inscritos na LPF ou FPF, logo não são agentes desportivos - e se formos a ver, o No Name até é mais insuspeito já que não é pago pela direcção lampiã).
O mal-amado
No domingo passado, na sua habitual crónica no JN, o escritor e conhecido adepto portista Álvaro Magalhães escreveu o seguinte:
“I got a feeling que, desta vez, Jesualdo Ferreira não tremerá de medo na hora de escolher a equipa, nem vai inventar nenhuma solução engenhosa, à base de trincos, para anular o adversário. Ainda assim, não vá esquecer-se, deixo-lhe aqui a equipa que os adeptos querem ver no início do jogo: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Álvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Ruben Micael; Varela, Falcao e Hulk.
Tomou nota, professor?”
Na segunda-feira, O JOGO publicou um inquérito a seis mediáticos adeptos portistas e dois terços manifestaram a opinião de que Hulk deveria jogar de início (os outros entendiam que devia entrar apenas na 2ª parte).
Ora, não é que o professor Jesualdo Ferreira colocou em campo "a equipa que os adeptos querem ver no início do jogo", ganhou aos gunners e, mesmo assim, não se livrou das criticas?
De facto, é difícil (impossível) agradar a todos e há mesmo quem pense que o treinador do FC Porto inventou ao colocar Meireles em vez de Belluschi e, principalmente, Hulk em vez de Mariano.
Como? Mariano a titular e Hulk no banco?!
Eu imagino o que se diria se, tendo o Hulk à disposição, e mesmo sem jogar há dois meses, Jesualdo tivesse optado pelo “trapalhão” do Mariano... Só se houvesse a garantia que o sub-sub-capitão iria repetir a exibição e o golaço que fez contra o Sporting...
Enfim, todos sabemos que o Jesualdo é um mal-amado mas, neste caso, é preso por ter cão e preso por não ter.
P.S. Jesualdo Ferreira tornou-se o treinador da história do FC Porto com mais jogos nas competições europeias, com 33 partidas - 16 vitórias, oito empates e nove derrotas. Seguem-se, no top 5, Fernando Santos (32), José Mourinho (31), Pedroto (30) e Artur Jorge (27). Todos os 33 encontros internacionais de Jesualdo Ferreira foram na Liga dos Campeões (neste ranking Fernando Santos tem 22 jogos e José Mourinho 17).
“I got a feeling que, desta vez, Jesualdo Ferreira não tremerá de medo na hora de escolher a equipa, nem vai inventar nenhuma solução engenhosa, à base de trincos, para anular o adversário. Ainda assim, não vá esquecer-se, deixo-lhe aqui a equipa que os adeptos querem ver no início do jogo: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Álvaro Pereira; Fernando, Raul Meireles e Ruben Micael; Varela, Falcao e Hulk.
Tomou nota, professor?”
Na segunda-feira, O JOGO publicou um inquérito a seis mediáticos adeptos portistas e dois terços manifestaram a opinião de que Hulk deveria jogar de início (os outros entendiam que devia entrar apenas na 2ª parte).
Ora, não é que o professor Jesualdo Ferreira colocou em campo "a equipa que os adeptos querem ver no início do jogo", ganhou aos gunners e, mesmo assim, não se livrou das criticas?
De facto, é difícil (impossível) agradar a todos e há mesmo quem pense que o treinador do FC Porto inventou ao colocar Meireles em vez de Belluschi e, principalmente, Hulk em vez de Mariano.
Como? Mariano a titular e Hulk no banco?!
Eu imagino o que se diria se, tendo o Hulk à disposição, e mesmo sem jogar há dois meses, Jesualdo tivesse optado pelo “trapalhão” do Mariano... Só se houvesse a garantia que o sub-sub-capitão iria repetir a exibição e o golaço que fez contra o Sporting...
Enfim, todos sabemos que o Jesualdo é um mal-amado mas, neste caso, é preso por ter cão e preso por não ter.
P.S. Jesualdo Ferreira tornou-se o treinador da história do FC Porto com mais jogos nas competições europeias, com 33 partidas - 16 vitórias, oito empates e nove derrotas. Seguem-se, no top 5, Fernando Santos (32), José Mourinho (31), Pedroto (30) e Artur Jorge (27). Todos os 33 encontros internacionais de Jesualdo Ferreira foram na Liga dos Campeões (neste ranking Fernando Santos tem 22 jogos e José Mourinho 17).
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Wenger and the French Hypocrisy
Mr Wenger,
So "in 20 years of football coaching" you never saw anything like last night's quick free kick?
Take a look at this video and shut up you stupid French!
So "in 20 years of football coaching" you never saw anything like last night's quick free kick?
Take a look at this video and shut up you stupid French!
Lei 13
Para que não haja dúvidas e para quem não conhece as leis do jogo (pelos vistos é muito boa gente).
A Lei 13 regulamenta os Pontapés-Livres, e pode ser consultada:
No sítio da FIFA
No sítio da Liga
No sítio da APAF
Se a redacção da lei 13 propriamente dita não esclarece a marcação rápida de livres, a secção de interpretações é esclarecedora:
Existem esclarecimentos adicionais nas FAQs:
Mais esclarecedor não podia ser.
Por isso critiquem os árbitros quando estes não permitirem a marcação rápida, esses sim é que estão a desrespeitar a lei.
A Lei 13 regulamenta os Pontapés-Livres, e pode ser consultada:
No sítio da FIFA
No sítio da Liga
No sítio da APAF
Se a redacção da lei 13 propriamente dita não esclarece a marcação rápida de livres, a secção de interpretações é esclarecedora:
Distância
Se um jogador decide executar um pontapé-livre rapidamente e um adversário, que se encontra a menos de 9,15 metros da bola, a intercepta, o árbitro deve permitir que o jogo prossiga.
Se um jogador decide executar um pontapé-livre rapidamente e um adversário, que se encontra perto da bola, o impede deliberadamente de o executar, o árbitro deverá advertir esse jogador por retardar o recomeço do jogo.
Se, quando uma equipa é beneficiada com um pontapé-livre dentro da sua própria área de grande penalidade, um jogador decide executá-lo rapidamente, um ou vários jogadores adversários se encontram dentro da área porque não tiveram tempo de sair dela, o árbitro deve deixar prosseguir o jogo.
Existem esclarecimentos adicionais nas FAQs:
7. Um jogador executa um pontapé-livre de forma rápida e a bola entra na baliza. O árbitro não teve oportunidade de indicar que o pontapé-livre era indirecto. Que decisão deve tomar o árbitro?
Deve mandar repetir o pontapé-livre indirecto no mesmo local, já que não teve tempo de indicar que o mesmo era indirecto.
8. Um pontapé-livre é assinalado e o jogador decide executar rapidamente o pontapé. Um adversário que se encontra a menos de 9.15 metros intercepta a bola. Como deve agir o árbitro?
Deve deixar prosseguir o jogo.
9. Um pontapé-livre é assinalado e o jogador decide executar rapidamente o pontapé. Um adversário que se encontra junto da bola impede-o de realizar o pontapé. Como proceder?
O jogador deverá ser advertido por retardar o recomeço de jogo.
Mais esclarecedor não podia ser.
Por isso critiquem os árbitros quando estes não permitirem a marcação rápida, esses sim é que estão a desrespeitar a lei.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Aproveitar ofertas dos Anjinhos
Noite feliz do FC Porto na 1ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões diante do Arsenal. Felicidade pela vitória alcançada. Felicidade na forma como os golos foram conseguidos. Felicidade para a equipa azul e branca em não ter sido atropelada pelo perfumado futebol do conjunto Londrino. Ainda assim, o triunfo assenta bem ao Dragão pelo modo como soube racionalizar melhor o jogo após aquele estranho golo de Falcão no inicio do 2º tempo.
Os homens de Jesualdo entraram em campo com duas novidades. Meireles e Hulk. O Português reocupou o seu espaço no miolo, fazendo parelha com Micael. O Brasileiro, repescado das masmorras da CD da Liga, foi igual a si próprio, ou seja, vivendo muito da iniciativa individual, o que nem sempre favoreceu a equipa e a si próprio. O Incrível é isto, e não há nada a fazer.
A entrada no jogo do Dragão foi forte e pressionante. Uma pequena demonstração de personalidade que terá assustado Fabianski. O guarda-redes Polaco ao serviço da equipa Inglesa abriu a churrasqueira e pôs Varela a sorrir. A vantagem era um bom prenúncio para um jogo positivo do Porto. Mas o carrossel Fabregas, Denilson, Nasri e Rosicky, notificou os adeptos portistas de que a noite não iria ser um passeio pelo parque. O Arsenal assumiu as operações, demonstrou uma segura e rápida circulação de bola, deixando os jogadores portistas com a cabeça à roda. O empate veio a partir de um lance de bola parada, mas poderia ter surgido noutra situação qualquer. O 1-1 ao intervalo era-nos lisonjeiro.
No reatamento do encontro as bases pareciam manter-se. Arsenal a mais para um Porto a menos. Porem, aos 51 minutos, o jogo tomaria outro rumo. Fabianski agarrou o esférico após um atraso de Sol Campbell. Livre indirecto o qual Rúben Micael não perdeu tempo para executar, oferecendo o golo a Falcão. Os jogadores portistas fizeram aquilo que lhes competia, aproveitar o momento de distracção geral e resolver as coisas a seu favor. A este nível não há espaço para relaxamentos, pelo que o Arsenal deve acima de tudo reflectir na forma infantil como consentiu este golo.
A vantagem no marcador fez bem ao FC Porto. Os comandados de Jesualdo começaram finalmente a garantir mais bolas divididas e foram mais agressivos sobre o adversário. A maior rigidez portista colocou problemas ao jogo do Arsenal, tendo maiores dificuldades de circulação de bola e penetração na nossa área. A ajudar esteve também as boas opções tomadas pelo Professor, fazendo render um Meireles desgastado, por um combativo Tomás Costa, assim como as entradas de Mariano e Belluschi, que encaixaram bem na forma como o jogo escorria.
A caminho de Londres com uma vantagem tangencial. Mas uma vantagem. Torna-se imperioso, no encontro da 2ª mão, que o FC Porto procure um golo que possa abrir as portas dos quartos de final desta competição. O Arsenal é forte, com um ataque muito concretizador, em especial no seu terreno. Mas, em noite inspirada, o Dragão pode voltar a escrever mais página de Ouro na sua magnífica história.
Fotos: uefa.com, A Bola
Os homens de Jesualdo entraram em campo com duas novidades. Meireles e Hulk. O Português reocupou o seu espaço no miolo, fazendo parelha com Micael. O Brasileiro, repescado das masmorras da CD da Liga, foi igual a si próprio, ou seja, vivendo muito da iniciativa individual, o que nem sempre favoreceu a equipa e a si próprio. O Incrível é isto, e não há nada a fazer.
A entrada no jogo do Dragão foi forte e pressionante. Uma pequena demonstração de personalidade que terá assustado Fabianski. O guarda-redes Polaco ao serviço da equipa Inglesa abriu a churrasqueira e pôs Varela a sorrir. A vantagem era um bom prenúncio para um jogo positivo do Porto. Mas o carrossel Fabregas, Denilson, Nasri e Rosicky, notificou os adeptos portistas de que a noite não iria ser um passeio pelo parque. O Arsenal assumiu as operações, demonstrou uma segura e rápida circulação de bola, deixando os jogadores portistas com a cabeça à roda. O empate veio a partir de um lance de bola parada, mas poderia ter surgido noutra situação qualquer. O 1-1 ao intervalo era-nos lisonjeiro.
No reatamento do encontro as bases pareciam manter-se. Arsenal a mais para um Porto a menos. Porem, aos 51 minutos, o jogo tomaria outro rumo. Fabianski agarrou o esférico após um atraso de Sol Campbell. Livre indirecto o qual Rúben Micael não perdeu tempo para executar, oferecendo o golo a Falcão. Os jogadores portistas fizeram aquilo que lhes competia, aproveitar o momento de distracção geral e resolver as coisas a seu favor. A este nível não há espaço para relaxamentos, pelo que o Arsenal deve acima de tudo reflectir na forma infantil como consentiu este golo.
A vantagem no marcador fez bem ao FC Porto. Os comandados de Jesualdo começaram finalmente a garantir mais bolas divididas e foram mais agressivos sobre o adversário. A maior rigidez portista colocou problemas ao jogo do Arsenal, tendo maiores dificuldades de circulação de bola e penetração na nossa área. A ajudar esteve também as boas opções tomadas pelo Professor, fazendo render um Meireles desgastado, por um combativo Tomás Costa, assim como as entradas de Mariano e Belluschi, que encaixaram bem na forma como o jogo escorria.
A caminho de Londres com uma vantagem tangencial. Mas uma vantagem. Torna-se imperioso, no encontro da 2ª mão, que o FC Porto procure um golo que possa abrir as portas dos quartos de final desta competição. O Arsenal é forte, com um ataque muito concretizador, em especial no seu terreno. Mas, em noite inspirada, o Dragão pode voltar a escrever mais página de Ouro na sua magnífica história.
Fotos: uefa.com, A Bola
Shame on you!
Nas últimas semanas, Jesualdo Ferreira deixou de contar com Sapunaru e não tem podido utilizar Hulk, Farias, Rodriguez e Meireles (no último jogo, com o Leixões, também não pôde contar com Alvaro Pereira). E isto sem falar nos castigos de Bruno Alves e de Fernando.
A comunicação social lisboeta... perdão, a comunicação social portuguesa deu um relevo quase nulo a este facto.
No entanto, a mesma comunicação social lisboeta... perdão, a comunicação social portuguesa não se tem cansado de gritar aos quatro ventos que o Arsenal vem “desfalcado” de vários jogadores (será que vai jogar com onze?) e que uma série de lesões complica as opções de Arsène Wenger. É o que se chama preparar o terreno (mediático), para a eventualidade do FC Porto vencer o Arsenal.
Contudo, eu olho para os convocados dos gunners e vejo lá nomes como:
Defesas: Clichy, Silvestre, Sol Campbell, Traoré e Sagna
Médios: Denilson, Rosicky, Diaby, Fabregas e Emmanuel Eboué
Avançados: Nasri, Bendtner, Carlos Vela e Theo Walcott
Como é bom de ver, tudo gajos fraquinhos e inexperientes... Aliás, eu nunca ouvi falar em nenhum destes 14 (!) jogadores. Será que algum deles é internacional pelas respectivas selecções?
E o que disse Arsène Wenger acerca deste “cenário negro” traçado pela comunicação social lisboeta... perdão, comunicação social portuguesa?
"Não é uma preocupação séria. A minha preocupação vai para os que estão cá. Nem sempre temos todos os jogadores disponíveis para escolher a equipa, mas não estou preocupado".
Perante esta resposta do treinador da equipa inglesa, desvalorizando completamente as enormes preocupações dos jornalistas "portugueses" estes, coitadinhos, ficaram sem saber o que dizer.
Mas eu tenho um recado para eles: Shame on you!
Bolsa de apostas - VIII
Para o jogo de hoje, com o Arsenal, as casas de apostas vêem as coisas assim:
Probabilidade de Vitória do FC Porto: 37%
Empate: 29%
Derrota: 33%
O resultado mais provável é 1-1 (14,3%), com 0-0 ao intervalo (39%)
Para marcar: Curiosamente (ou talvez não) o Hulk aparece como o mais bem posicionado com 37% de probabilidade de marcar um golo durante o jogo.
Embora neste jogo o FC Porto esteja à frente o mesmo não acontece na eliminatória, em que as probabilidades estão em 33% para o FC Porto e de 67% para o Arsenal.
Continuando a simular a aposta de € 1,00 sempre a favor do FCP, a coisa está assim:
Probabilidade de Vitória do FC Porto: 37%
Empate: 29%
Derrota: 33%
O resultado mais provável é 1-1 (14,3%), com 0-0 ao intervalo (39%)
Para marcar: Curiosamente (ou talvez não) o Hulk aparece como o mais bem posicionado com 37% de probabilidade de marcar um golo durante o jogo.
Embora neste jogo o FC Porto esteja à frente o mesmo não acontece na eliminatória, em que as probabilidades estão em 33% para o FC Porto e de 67% para o Arsenal.
Continuando a simular a aposta de € 1,00 sempre a favor do FCP, a coisa está assim:
A suspensão segue dentro de momentos
"Ele [Hulk] está [preparado para o jogo com o Arsenal]; não se encontra lesionado, está a treinar bem... Neste momento, a minha perspectiva é de o poder convocar [para o jogo com o Arsenal] (...)
O Hulk é um jogador revoltado. O estado de espírito dele é de revolta, porque não pode trabalhar e fazer aquilo que gosta. Nós, internamente, também estamos revoltados porque temos um profissional bem pago e que não está a ajudar a equipa como devia em função do contrato que tem. Acho que quando erramos temos de ser penalizados, mas temos de ser penalizados na justa medida do erro que cometemos, e temos de ser penalizados de forma a não voltar a errar. Agora, isto tudo não deixa de ser uma coisa incompreensível para as pessoas."
Jesualdo Ferreira, 12/02/2010
Após 12 ou 13 jogos (perdi-lhe a conta) em que esteve impedido de exercer a sua profissão, tudo indica que hoje Hulk vai voltar aos relvados. Será uma interrupção numa das suspensões mais injustas e absurdas de sempre de um jogador de futebol, cujos contornos definitivos continuam no segredo dos deuses da Liga.
«O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol é uma associação cuja principal missão é defender os interesses individuais e colectivos dos atletas. (...) É a voz activa do profissional de futebol junto de instituições governamentais e outras (...) O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol assume a defesa intransigente da classe»
in site oficial do SJPF
Quem diria? Já alguém ouviu o Joaquim Evangelista pronunciar-se sobre este caso?
Não será estranho que o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol não manifeste preocupação por um profissional de futebol estar suspenso preventivamente há cerca de dois meses e impedido de trabalhar?
Depende. A quem interessa a suspensão de Hulk?
Na época passada, a quem interessava a greve dos jogadores do Estrela da Amadora, na véspera da deslocação ao Estádio da Luz?
Em 2005, a quem interessava o pré-aviso de greve dos jogadores do Setúbal, precisamente antes de um jogo com o Benfica?
Não tenho provas de que Joaquim Evangelista condiciona as suas intervenções em função dos interesses do SLB, mas lá que parece, parece. É que já são coincidências a mais...
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Vítima do seu próprio sucesso
«Perhaps the greatest challenge for a manager isn’t building success, it’s rebuilding. You win silverware with a group of players and then — because they’ve aged or because your owner decides to cash in — you have to start over. Except because you’ve been successful and fans and media have grown accustomed to it, the pressure to win right away is immense, despite the new cast of characters.
Jesualdo Ferreira, the Porto coach, knows a thing or two about this. In June 2008, he won his second consecutive league title with Porto, the club’s third in a row. That summer he lost Paulo Assunção, his midfield general, José Bosingwa, his pacey right back, and Ricardo Quaresma, his star winger. Undeterred, Ferreira again won the Portuguese championship, becoming the first coach to win three titles on the bounce. And, again, his squad was gutted.
Porto earned more than £100 million from those deals; less than a third was reinvested in the side. Imagine Arsène Wenger losing Bacary Sagna, Gaël Clichy, Cesc Fàbregas, Alexandre Song, Samir Nasri and Robin van Persie over two seasons and you begin to understand the transition facing Ferreira, who, effectively, has become a victim of his own success.»
Gabriele Marcotti
in The Times, 15/02/2010
Interessante a forma como lá fora, com distanciamento, se olha para o FC Porto e para o trabalho de Jesualdo Ferreira.
Falcao debaixo de olho
«Porto seldom line up in familiar fashion from one season to the next, surviving on a high turnover of players. They have earned a right to call themselves Portugal’s grandest club of the past 20 years, but come the later stages of the Champions League they are regarded as the competition’s retailers in the company of more extravagant recruiters. Nights such as Wednesday have an element of the shop window to them.
Only once in the past six summers have Porto not sold at least two players for eight-figure fees. So who will be the next to go? The most valuable jewel is Radamel “Falcao” Garcia, whose first season in European football had, going into the weekend, yielded 14 goals in 15 league starts.»
Ian Hawkey
in The Sunday Times, 13/02/2010
Pelos vistos, o Falcao já anda debaixo do olho dos ingleses.
E que tal o Portugal’s grandest club of the past 20 years?
Uma análise SWOT - Mais-valias
Por Ana Martins (*)
Num momento em que nos aproximamos do final de um ciclo (lamento o pessimismo, mas não creio que sejamos penta este ano e Pinto da Costa abandonará o cargo mais ano menos ano), pergunto-me com frequência se não seria conveniente fazer uma análise profunda de um clube que se distingue dos outros por ser propositadamente opaco, tentando antecipar mais-valias, fraquezas, oportunidades e ameaças. Vulgo: análise SWOT.
Dada a extensão da mesma, segue a análise por diferentes posts por dimensão.
1. Mais-valias
a) De longe, o clube mais ganhador no Portugal do pós-25 de Abril. A este passo (por cada campeonato que ganham os rivais, nós ganhamos quatro), rapidamente não só apanharemos o SLB como o clube português com mais títulos antes e depois da queda do regime salazarista – o que já aconteceu – como seremos o clube com mais campeonatos ganhos. É o único clube português a ganhar títulos europeus nos últimos 30 anos: bicampeão europeu, vencedor Taça UEFA, Supertaça Europeia e bi-campeão Mundial. Por outro lado, estudos como os da Futebol Finance ou APEME indicam que o FCP cativa adeptos mais jovens (4-12 anos!) e com base no mérito. Apesar de não ser o clube com mais sócios, é o clube com maior percentagem de sócios pagantes: quase 100%, o que atesta bem da fidelidade do sócio portista. Este enquadramento remete-nos para um clube em franco crescimento, com grandes perspectivas de implementação nacional e internacional (nomeadamente no mercado angolano).
b) Política desportiva e económico-financeira. Uma estratégia de risco, avocada claramente pelo ex-CFO Fernando Gomes. Assumir o clube como interposto de mais-valia de jogadores é, no actual contexto económico, um posicionamento estratégico interessante, não alimentado sonhos pueris de viver acima das capacidades do mercado/país. Mas tem claros riscos: 1) a dependência de agentes FIFA e empresários que operem o mercado sul-americano, em particular o argentino e uruguaio; 2) bate tudo certo enquanto houver apuramento sistemático para a Champions League. Quando não houver (pode ser este ano o caso…) a venda de jogadores, e por preço mais baixo do que tem acontecido com as grandes vendas dos anos anteriores, é o único caminho possível. Acresce a esta política uma tanto-ou-quanto estranha elevada percentagem com custos de pessoal, que não é consonante com a política de ir buscar “desconhecidos” à América do Sul. Deixo isso à consideração dos entendidos em R&C.
c) Jesualdo Ferreira. O clio dos treinadores. Baixo custo no vencimento (comparando com Fernandez ou Adriaanse) e na manutenção. Como Fernando Santos, não protesta se pede um lateral direito e lhe dão um trinco. Teve o mérito de chegar em andamento na época 2006/2007 e construiu desde logo uma equipa para ser campeã. Foi-o. Não há muitos treinadores que o consigam. Fez de Lisandro, Lucho, Anderson, Pepe, Bosingwa, Fernando, Alves, Meireles e Bosingwa jogadores de plano mundial. Ao mesmo tempo conseguiu queimar Ibson, Vieirinha, Bolatti. Acho que vai pelo mesmo caminho com Nuno André Coelho. Incapaz de lançar um júnior na equipa - não haverá mesmo nenhum que se aproveite? Rígido no seu sistema táctico, demorou quatro anos a introduzir uma nuance quando jogava com equipas em 4.4.2., puxando Rodriguez para interior esquerdo quando perdia a bola. Ainda assim, praticamente não há hábito de tentativa de introduzir mudanças de modelo/dinâmica. A incapacidade sistemática de jogar em superioridade numérica é gritante. Roda jogadores em competições menores juntando-os todos num 11. Mourinho, ao menos, fazia uma média de 4 titulares + 7 suplentes e mantinha sempre uma âncora em todos os sectores. Mas lá está, quem sabe, sabe… Há outro mérito que tem de lhe ser dado: quando ninguém podia falar por causa do Apito Dourado, foi ele a dar o corpo às balas… e sozinho. Daí o presente de dois anos de renovação, em vez de um, como seria expectável. Nesta fase, parece-me crível que não continue no final desta época. Espera-se, portanto, por outplacement para uma selecção do Leste da Europa, de modo a não termos de pagar por mais uma meninice de Pinto da Costa (para mostrar agradecimento, bastava renovar por mais um ano).
(*) A Ana Martins começou a ir às Antas, aos 5 anos de idade, pelas mãos do pai que, meio incrédulo, duvidava se ela conseguiria estar quieta durante um jogo inteiro. Nos intervalos dos jogos, respirava o ar daquela cultura, no tempo em que nem sequer havia WC para senhoras. Tarde de mais: a causa das coisas já lhe estava inscrita. Mais tarde, passou a ir com amigos para o Tribunal das Antas, onde volta e meia engolia e não respondia a comentários infelizes. Mais tarde prossegue a "evangelização" levando os seus primos mais pequenos para a causa portista. A ver vencer desde... 1976.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece à Ana Martins a elaboração deste artigo, o primeiro de uma série de quatro onde é feita uma interessantíssima análise SWOT.
Num momento em que nos aproximamos do final de um ciclo (lamento o pessimismo, mas não creio que sejamos penta este ano e Pinto da Costa abandonará o cargo mais ano menos ano), pergunto-me com frequência se não seria conveniente fazer uma análise profunda de um clube que se distingue dos outros por ser propositadamente opaco, tentando antecipar mais-valias, fraquezas, oportunidades e ameaças. Vulgo: análise SWOT.
Dada a extensão da mesma, segue a análise por diferentes posts por dimensão.
1. Mais-valias
a) De longe, o clube mais ganhador no Portugal do pós-25 de Abril. A este passo (por cada campeonato que ganham os rivais, nós ganhamos quatro), rapidamente não só apanharemos o SLB como o clube português com mais títulos antes e depois da queda do regime salazarista – o que já aconteceu – como seremos o clube com mais campeonatos ganhos. É o único clube português a ganhar títulos europeus nos últimos 30 anos: bicampeão europeu, vencedor Taça UEFA, Supertaça Europeia e bi-campeão Mundial. Por outro lado, estudos como os da Futebol Finance ou APEME indicam que o FCP cativa adeptos mais jovens (4-12 anos!) e com base no mérito. Apesar de não ser o clube com mais sócios, é o clube com maior percentagem de sócios pagantes: quase 100%, o que atesta bem da fidelidade do sócio portista. Este enquadramento remete-nos para um clube em franco crescimento, com grandes perspectivas de implementação nacional e internacional (nomeadamente no mercado angolano).
b) Política desportiva e económico-financeira. Uma estratégia de risco, avocada claramente pelo ex-CFO Fernando Gomes. Assumir o clube como interposto de mais-valia de jogadores é, no actual contexto económico, um posicionamento estratégico interessante, não alimentado sonhos pueris de viver acima das capacidades do mercado/país. Mas tem claros riscos: 1) a dependência de agentes FIFA e empresários que operem o mercado sul-americano, em particular o argentino e uruguaio; 2) bate tudo certo enquanto houver apuramento sistemático para a Champions League. Quando não houver (pode ser este ano o caso…) a venda de jogadores, e por preço mais baixo do que tem acontecido com as grandes vendas dos anos anteriores, é o único caminho possível. Acresce a esta política uma tanto-ou-quanto estranha elevada percentagem com custos de pessoal, que não é consonante com a política de ir buscar “desconhecidos” à América do Sul. Deixo isso à consideração dos entendidos em R&C.
c) Jesualdo Ferreira. O clio dos treinadores. Baixo custo no vencimento (comparando com Fernandez ou Adriaanse) e na manutenção. Como Fernando Santos, não protesta se pede um lateral direito e lhe dão um trinco. Teve o mérito de chegar em andamento na época 2006/2007 e construiu desde logo uma equipa para ser campeã. Foi-o. Não há muitos treinadores que o consigam. Fez de Lisandro, Lucho, Anderson, Pepe, Bosingwa, Fernando, Alves, Meireles e Bosingwa jogadores de plano mundial. Ao mesmo tempo conseguiu queimar Ibson, Vieirinha, Bolatti. Acho que vai pelo mesmo caminho com Nuno André Coelho. Incapaz de lançar um júnior na equipa - não haverá mesmo nenhum que se aproveite? Rígido no seu sistema táctico, demorou quatro anos a introduzir uma nuance quando jogava com equipas em 4.4.2., puxando Rodriguez para interior esquerdo quando perdia a bola. Ainda assim, praticamente não há hábito de tentativa de introduzir mudanças de modelo/dinâmica. A incapacidade sistemática de jogar em superioridade numérica é gritante. Roda jogadores em competições menores juntando-os todos num 11. Mourinho, ao menos, fazia uma média de 4 titulares + 7 suplentes e mantinha sempre uma âncora em todos os sectores. Mas lá está, quem sabe, sabe… Há outro mérito que tem de lhe ser dado: quando ninguém podia falar por causa do Apito Dourado, foi ele a dar o corpo às balas… e sozinho. Daí o presente de dois anos de renovação, em vez de um, como seria expectável. Nesta fase, parece-me crível que não continue no final desta época. Espera-se, portanto, por outplacement para uma selecção do Leste da Europa, de modo a não termos de pagar por mais uma meninice de Pinto da Costa (para mostrar agradecimento, bastava renovar por mais um ano).
(*) A Ana Martins começou a ir às Antas, aos 5 anos de idade, pelas mãos do pai que, meio incrédulo, duvidava se ela conseguiria estar quieta durante um jogo inteiro. Nos intervalos dos jogos, respirava o ar daquela cultura, no tempo em que nem sequer havia WC para senhoras. Tarde de mais: a causa das coisas já lhe estava inscrita. Mais tarde, passou a ir com amigos para o Tribunal das Antas, onde volta e meia engolia e não respondia a comentários infelizes. Mais tarde prossegue a "evangelização" levando os seus primos mais pequenos para a causa portista. A ver vencer desde... 1976.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece à Ana Martins a elaboração deste artigo, o primeiro de uma série de quatro onde é feita uma interessantíssima análise SWOT.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Petar Borota 1952-2010
Fiquei há pouco estupefacto ao topar com a notícia: o Borota, "o maluco do Borota", deixou-nos na passada 6ª feira, em Génova, depois de doença prolongada.
Para muitos portistas o seu nome ficou para sempre indelevelmente ligado ao fiasco do celebérrimo jogo com o Wrexham em 1984/85, mas o Borota era de facto uma personalidade num mundo muitas vezes cinzento. O site do Chelsea traça-lhe um excelente retrato:
http://www.chelseafc.com/page/LatestNews/0,,10268~1964697,00.html
Que descanse em paz.
Para muitos portistas o seu nome ficou para sempre indelevelmente ligado ao fiasco do celebérrimo jogo com o Wrexham em 1984/85, mas o Borota era de facto uma personalidade num mundo muitas vezes cinzento. O site do Chelsea traça-lhe um excelente retrato:
http://www.chelseafc.com/page/LatestNews/0,,10268~1964697,00.html
Que descanse em paz.
Isto é tudo uma grande aldrabice
Perante as sucessivas poucas vergonhas que se têm visto esta época e percebendo a forma como o vencedor estava, à partida, pré-determinado, é caso para pegar no oportuno comentário de um dos leitores deste blogue e dizer: Oh Ernestina, vamos embora que isto é tudo uma grande aldrabice...
Bola parada
"Neste momento é preciso ter alguma lucidez para não dizer o que realmente sinto. Há uma parte do jogo em que o FC Porto demonstrou grande qualidade mas foi perdulário e outra em que não sei se houve jogo, isto para além de dois lances capitais: o amarelo ao Ruben e o penálti não assinalado na segunda parte. Se é simulação devia ser expulso. [O árbitro] Teve um peso na consciência, talvez. Recordo que este foi o mesmo árbitro que na semana passada marcou um penálti contra o Braga e expulsou um jogador (Moisés). Vou estar atento à avaliação feita pelo observador do árbitro.
Não sei quantos minutos se jogaram no segundo tempo. O anti-jogo não dignifica nada o futebol, nem o árbitro, que tem autoridade para tomar medidas disciplinares e não tomou.
Há situações pouco claras, perdemos dois pontos, mas devíamos ter ganho. Fizemos tudo para ganhar e merecíamos ganhar. Assumimos as nossas responsabilidades, mas não assumimos as de outros, que só podemos evidenciar.
A linha do campeonato esta lançada, olhando ao que têm sido os jogos do FC Porto, os golos anulados, os penaltys que não são marcados. Não estou a insinuar nada, estou a afirmar. Tenho de dar os parabéns aos meus jogadores pela forma como se bateram, mas reprovar os lances que falhámos. Ainda estamos na luta pelo título e vamos continuar. Não vamos deixar de ser os tetra-campeões e queremos ser penta, contra tudo e contra todos."
Estas declarações foram feitas por Jesualdo Ferreira, uns minutos após o final do Leixões x FC Porto.
Há treinadores que perdem (com o SLB) e no final do jogo digam que só na playstation é que poderiam ter ganho.
Há treinadores que perdem (com o SLB) e, durante o jogo, se virem para o árbitro (Lucílio Baptista) fazendo o gesto de roubo com a mão.
Jesualdo, até na forma como reage aos roubos sistemáticos de que o FC Porto tem sido vitima, é um Senhor. Também por isso, o meu reconhecimento para ele.
Quanto ao anti-jogo sistemático do Leixões, com o qual o árbitro foi totalmente conivente e uma das peças-chave, deixo aqui algumas perguntas:
Alguém pensa ser possível a uma equipa jogar, pressionar e manter uma dinâmica minimamente continuada se o desafio parar de minuto a minuto e se de 5 em 5 houver um jogador caído no relvado a simular uma terrível lesão?
Quantas vezes é que o médico e massagista do Leixões entraram no relvado? Aliás, a coisa foi de tal modo caricata que numa das ocasiões era "preciso" a maca e ela estava "ocupada" com outro jogador leixonense.
Alguém contou o número de vezes em que os jogadores do Leixões saíam do campo como se estivessem a morrer e, mal chegavam à linha lateral, estavam preparadissimos para reentrar nas quatro linhas?
Na segunda parte e, particularmente, nos últimos 30 minutos praticamente não houve jogo, mas se o árbitro quisesse tinha havido. Em primeiro lugar, podia (devia!) ter chamado o capitão do Leixões e dizer-lhe que não pactuaria mais com aquela fantochada e, se a coisa continuasse, bastava mandar seguir o jogo ignorando as inúmeras falsas lesões. E nem precisava de mostrar cartões amarelos para punir este tipo de comportamento, porque de certeza que a estratégia do Leixões teria mudado rapidamente.