É golo se a bola ultrapassar completamente a linha de baliza e, reconheço, às vezes é difícil ter a certeza. Contudo, neste caso (Alemanha x Inglaterra), a bola esteve meio metro dentro da baliza e custa a crer como é que os árbitros não viram.
A Alemanha ganhou por 4-1, mas qual teria sido o impacto no jogo se, em poucos minutos, a Inglaterra tivesse recuperado de 0-2 para 2-2?
Perante lances como este, que adulteram de forma grosseira a verdade desportiva, até quando é que a FIFA irá manter a sua intransigência em aceitar o recurso a meios tecnológicos?
Foi das decisões mais inacreditáveis a que já pude assistir num jogo do Campeonato do Mundo, talvez só comparável à "mão de Deus" do batoteiro/blasfemo. E para ajudar ainda tivemos de ouvir outro cretino - o Pedro Henriques (o ex-jogador) na Sport TV - a dizer que isto compensava o 3º golo da Inglaterra na Final do Mundial de 1966!!!
ResponderEliminarMas no campo inglês só o Capello se queixa veementemente do lance. Os jogadores, actuais e antigos, não quiseram usá-lo como justificação. Os antigos jogadores que falaram sobgre o jogo preferem realçar a pobre exibição defensiva da Inglaterra,o que não deixa de ser verdade.
Quanto às tecnologias, há que saber se são baratas e fáceis de pôr em prática. Com os 5 árbitros que a UEFA utilizou na última época na Liga Europa este golo teria sido validado, mesmo que o respectivo árbitro de baliza (ou de área ou lá como lhe chamam) fosse uruguaio ou de outro país qualquer da América Latina.
Tudo isto dito, não posso deixar de desejar as maiores felicidades à Alemanha daqui para a frente. Deutschland über alles!
Voltando ao tema e ao título do artigo "A Fifa e a Verdade Desportiva". Que dizer da nomeação de uma equipa de arbitragem sul-americana para este jogo? Tratando-se de duas equipas europeias não se podia ter nomeado um grego, um turco, um letão, sei lá, um maltês, em vez de um sul-americano, os mais "incompetentes" árbitros à face do planeta? E no Portugal-E$panha ainda vai ser pior: um argentino! Que diriam os e$panhóis se o árbitro fosse brasileiro?
ResponderEliminarEu diria: até que haja meios tecnológicos fiáveis.
ResponderEliminarNeste caso diria que bastava ter os árbitros de baliza.
Polemica do golo nao sancionado aparte, a Inglaterra mostrou ser uma seleccao mediocre. Mas como os ingleses nao vem nenhuns jogos fora de Inglaterra, continuam convencidos q tem dos melhores jogadores do mundo.
ResponderEliminarOs unicos jogadores de topo naquela seleccao sao Rooney (muitissimo mal acompanhado no ataque), Gerrard e Lampard (mas estes dois ja' tiveram melhores dias, tal como Terry, claramente na curva descendente e sem pernas). De resto...
Aparte este erro da arbitragem, a Alemanha mereceu ganhar o jogo, o 2-2 a acontecer era injusto para o que a Inglaterra fez, embora o resultado de um jogo nada tenha a ver com justiça. E por falar em erros de arbitragem, que dizer do 1º golo da Argentina, que estou a acompanhar, Tevez esta fora de jogo no mínimo 2 metros.
ResponderEliminarO golo do Lampard é tão óbvio (eu não precisei de nenhuma repetição) que nem era preciso meios tecnológicos. O mesmo diria do fora-do-jogo do Tevez no 1º golo argentino.
ResponderEliminarContudo, em ambos os casos, um 4º árbitro com um televisor e um intercomunicador poderia ser uma ajuda preciosa para o árbitro principal.
"Entrou um bom metro...todos os antigos jogadores profissionais, todas as estrelas defendem o recurso à tecnologia, à exceção de uma pessoa. Não podemos estar todos errados?", questionou o antigo capitão da seleção inglesa Alan Shearer, em declarações à BBC.
ResponderEliminarSem recurso à introdução de um "chip" na bola ou do "olho de falcão", a FIFA apenas autorizou o aumento do número de árbitros para cinco, que entrará em vigor na Liga dos Campeões da época 2010/11 e na fase de qualificação para o Euro2012.
No râguebi, o árbitro, desde 2001, pode recorrer ao apoio do vídeo em algumas jogadas, enquanto o "olho de falcão" é utilizado no ténis, desde 2006.
in SIC online
José,
ResponderEliminarO caso é ainda mais grave no golo argentino porque o ecrã do estádio estava já a dar a repetição enquanto o arbitro italiano falava com o fiscal de linha e todos viam o quão clamoroso era o off-side. Um lance onde não faz falta tecnologia para perceber que há ali uma "mão" amiga.
O golo do Lampard é uma total obviedade que deixava um jogo emocionante num 2-2 antes do intervalo. Assim, a Alemanha, que é a única equipa que joga futebol neste triste Mundial, pôde encarar a segunda parte como gosta, em velocidade. Esperemos que repitam a dose contra a albiceleste.
um abraço
José Rodrigues:"como os ingleses nao vem nenhuns jogos fora de Inglaterra, continuam convencidos q tem dos melhores jogadores do mundo."
ResponderEliminarNesse aspecto (de não verem outros jogos) não me parece que os ingleses sejam muito diferentes dos espanhóis, dos italianos e, especialmente, dos alemães. E passam jogos de Espanha e Itália na tv em Inglaterra, diga-se. Além disso, muitos estrangeiros de classe mundial jogam em Inglaterra, pelo que é fácil aos ingleses verem que poucos dos deles são de topo. E eles não dizem o contrário. Não devemos conhecer o mesmo tipo de ingleses!;-)
@Miguel Pereira
ResponderEliminarNos ecrãs dos estádios não dão as repetições.
Pela minha parte continuo a manter o que escrevi aqui há uns tempos.
ResponderEliminarPara todos os ruisantistas:
ResponderEliminarMas as tecnologias, e sabendo da sua importancia, seriam só aplicadas ao Futebol profissional? E a essência do futebol amador e juvenil? Há dinheiro para isso?
No campeonato do Burkina Faso, ou das Ilhas Virgens, haveria condições para se implementar?
O Futebol e suas regras não universais?
Poderia ser aplicado o video-arbitro no lance que ditou a derrota do nosso clube na luz, aquando o golo de saviola?
O problema não está em tecnologia, porque todos viram que o golo da Inglaterra foi golo e o golo da Argentina não foi! Assim, o erro está nos árbitros escolhidos. Este Larionda já tinha sido mau no jogo de Portugal contra a Costa do Marfim; ninguém ligou muito pois foi um empate e havia mais dois jogos pela frente; vai daí a Fifa deu-lhe um prémio. No jogo da Argentina ainda foi pior, porque se percebeu nitidamente que o bandeirinha tinha visto o fora de jogo, só que não teve coragem de ser honesto...
ResponderEliminarenfim, os jogadores nestas fases do mundial também têm de estar preparados para terem tripas de aço inox - resistentes a todos os ácidos - e, não se deixarem impressionar com as contrariedades. Mas, claro, todas as equipes que sentem ser inferiores vão-se abaixo nestes momentos.
A tecnologia existe, o que não existe é vontade de dar o primeiro passo que tornará os árbitros de campo obsoletos.
ResponderEliminarQuanto aos jogos em si, tenho vindo a constatar que selecções que não têm um orquestrador de jogo a meio campo tem muito mais dificuldade para impor o seu futebol.
E depois ainda há o Neuer, esse GR de má memória para nós. Não é que o gajo defende mesmo quase tudo? Atentem na foto - é golo? Não, não é. Estava lá o bom do Manuel Neuer.
Um 5º árbitro com um televisor (tipo um segurança com acesso a imagens de câmaras de vídeo-vigilância) poderia fazer parte de uma equipa de arbitragem nos mesmos moldes em que funcionam os árbitros auxiliares (ex-fiscais de linha), isto é, através de um intercomunicador (que já é usado em algumas ligas e competições internacionais) seria um apoio para o árbitro principal que, tal como acontece agora, teria sempre a última palavra em termos de decisão.
ResponderEliminarE o apoio prestado por este 5º árbitro seria em tempo real e para situações especificas. Por exemplo, nas duas situações de ontem, não vejo em que é que a existência de um 5º árbitro (um “vídeo-árbitro”) prejudicaria a fluidez do jogo.
O golo do Lampard é evidente, não existe a mínima dúvida mas tive a "sorte" de assistir ao jogo em Inglaterra e a vitória Alemã não foi contestada, os boches foram melhores e continuam a alinhar com uma equipa com muitos jovens promissores, Neuer, Muller, Khedira, Ozil, Boateng, etc. Os Ingleses precisam de sangue novo e não se entende como o Walcott, o Ashley Young, entre outros, fiquem de fora.
ResponderEliminarA escolha dum argentino para o Espanha-Portugal só mostra a influência dos primeiros ou não fosse o A. Villar presidente do comité de arbitragem da FIFA.
recordei-me do golo de canto directo de Clayton na luz
ResponderEliminarJoão,
ResponderEliminarReporto-me só às declarações da televisao espanhola, por onde segui o jogo, que iam gritando "mas o estádio está a ver no ecra a repetiçao".
Se nao foi assim, mea culpa.
um abraço
Leceiro,
ResponderEliminarKhedira, Ozil e Boateng são tão alemães como eu sou chinês. Este, sim, é um problema que os ingleses têm: nunca utilizaram jogadores naturalizados.
Estou de acordo que é estranhho Walcott e Young não terem sido seleccionados (tal como o Darren Bent, muito melhor que Crouch e Heskey), mas o Aaron Lennon e o Wright-Pillips fizeram excelentes épocas.
João,
ResponderEliminarAqui tens a "prova" ;-)
http://www.elmundo.es/mundial/2010/2010/06/28/fasefinal/1277721232.html
Suponhamos que após este lance, Neuer chutava a bola para a frente e Klose marcava um golo (tal como o 1º desta partida) em poucos segundos - o tempo necessário para o suposto 5º arbitro analisar as imagens video - e então, nessa situação?? O que seria feito? Em vez de 1 equipa, seriam 2 a reclamar.
ResponderEliminarEm alternativa dizem muitos que deveriam haver chips e "olhos de falcao". Então pergunto eu: passava a haver futebol tecnologico e futebol tradicional?
Como aqui já escreveram questionaram o que seria do futebol do Burkina Faso ou das Ilhas Virgens, mas eu nem ia tão longe, basta ver que na Liga Portuguesa temos amiude casos de equipas que nem para pagar aos jogadores têm dinheiro, quanto mais para dotar as infraestruturas com novas tecnologias...
Deixem estar o futebol em paz, erro por erro se calhar era preferivel aplicar novas tecnologias aos erros de treinadores e jogadores por ex... se calhar o Porto tinha ficado melhor na última época com um computador no lugar do Jesualdo... :)
desconheço se o Khedira é alemão de nascença.
ResponderEliminarsem qualquer certeza do que afirmo, parece-me que li em qualquer lado que o Ozil nasceu na Alemanha (filho de pais turcos) e que o Boateng nasceu também na Alemanha, filho de pai alemão e mãe ganesa.
longe vão outros tempos...
a Alemanha é muito ciosa de quem nasce alemão: seja por ter nascido em território nacional, independentemente da origem dos progenitores; seja nascido no estrangeiro, filho de pais alemães (pelo menos um deles) e tudo isto sem olhar a credos, etnias, etc. e tal :)
recordei-me do golo de canto directo de Clayton na luz
ResponderEliminarNao foi o Deco?
So entrou 1 metro na baliza..
Alexandre, o Ashley Young foi um dos motores da grande campanha do Villa em 09/10 e para além duma excelente técnica, o gajo é rápido como uma bala.
ResponderEliminarQuanto aos naturalizados, o Boateng salvo erro a mãe é Alemã, o Ozil e o Khedira nasceram na Alemanha, assim como o Klose, Podolski, Trochowski, entre outros. A Inglaterra já utilizou vários jogadores de origem Jamaicana por exemplo só que para mal dos seus pecados como a maioria dos imigrantes são de origem Indiana ou Paquistanesa, estes preferem o críquete :D
Caro Leceiro,
ResponderEliminarOs jogadores de origem jamaicana que a Inglaterra usou - ou com origem noutras ilhas das "West Indies" - eram cidadãos britânicos de nascimento, tal como, por exemplo, o nosso Jorge Andrade, filho de, salvo erro, angolanos, mas português de nascença. E um jamaicano sempre é de um país da Comunidade Britânica (aliás, o chefe de estado da Jamaica é a Rainha de Inglaterra), tal como um angolano é de um país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. O mesmo não se pode dizer de turcos ou ganeses (e até brasileiros!) naturalizados alemães.
Os jogadores alemães de que estamos a falar são todos naturalizados, embora seja diferentem claro, aquele que nasceu lá ou para lá foi em criança, daquele que só em adulto foi para a Alemanha e depois se naturalizou.
Nobigdeal disse:"a Alemanha é muito ciosa de quem nasce alemão: seja por ter nascido em território nacional, independentemente da origem dos progenitores; seja nascido no estrangeiro, filho de pais alemães (pelo menos um deles) e tudo isto sem olhar a credos, etnias, etc. e tal :)"
ResponderEliminarAté há bem poucos anos, meu caro, só quem tivesse sangue alemão podia obter a cidadania alemã. Até podia ter lá nascido que isso de nada lhe adiantava. Só recentemente a lei da cidadania foi alterada. Os alemães são ciosos mas é da sua "nacionalidade de sangue" e a lei apenas foi alterada por pressões "politicamente correctas". Mas qualquer pessoa de origem alemã pode requerer a cidadania alemã sem problema, medida que visa proteger e eventualmente acolher as comunidades de origem germânica que há na Europa Central e de Leste.
De facto a mãe do Jêrôme Boateng (e de seu irmão Kevin-Prince, que até aos sub-21 jogou pela Alemanha) é alemã e o Mesut Özil nasceu na Alemanha filho de pais turcos, mas que dizer do Cacau? Se calhar tem algum bisavô de Baden-Wüttemberg! :-)
Lembram-se do golo anulado à Roménia contra a Bulgária no Euro96? Foi algo tão escandaloso quanto este golo. E a Roménia perdeu 1-0, ainda mais escandaloso do que a Inglaterra.
ResponderEliminarLembro-me bem do golo porque o Gabriel Alves disse que tinha passado 2 metros além da linha de golo quando na realidade passou por pouco mais de 10 cm (mas passou).
"longe vão outros tempos..."
ResponderEliminarSe isso é uma referência aos nazis, caro nobigdeal, deixe-me dizer-lhe que a anterior lei da cidadania alemã nada tinha a ver com tal gente. Aliás, dados os complexos (entendíveis) dos alemães relativamente a esses tempos, bastava a menor suspeita de tal influência para a lei nunca ter existido. Como lhe digo, a actual lei da cidadania alemã que permite a naturalização de estrangeiros sem sangue alemão é bem recente. Mas os germano-descendentes continuam a poder requerê-la.
ResponderEliminar@Miguel Pereira
ResponderEliminarMea culpa
Tinha lido que a FIFA não ia permitir repetições nos ecrãs do estádio. Nem mesmo repetições de golos como faziam (e daqui a um ano vão fazer novamente) nos jogos da LC no Dragão. Pelos vistos permitiu com a tal ressalva que neste caso não foi respeitada.
nada a ver com nazis, espaço vital, sudetas alemães, etc...
ResponderEliminarapenas quis fazer referência ao facto de ser considerado cidadão alemão quem quer que nasça em território nacional da Alemanha, seja branco, preto, castanho ou azul às riscas, importando tão só o critério da conexão territorial (a conexão sanguínea é critério para os nascidos fora do território alemão).
que a Alemanha é muito protectora em relação aos seus nacionais (que foi o que afirmei) diz-nos a experiência de casos concretos. É sempre muito relutante em cumprir tratados internacionais a que se vinculou, por exemplo, quando se trata de entregar crianças ao progenitor que não seja alemão.
ex. meramente académico e um pouco extremado: uma inglesa (branca) tem um filho com um alemão (negro); a mãe consegue por decisão de um tribunal inglês que o filho seja entregue à sua guarda; a Alemanha, por tratado internacional, está vinculada a respeitar essa decisão; se o pai “foge” com o filho para a Alemanha, é o entregas, a mãe nunca mais lhe põe a vista em cima a não ser que o pai consinta.
como disse, é um exemplo extremado, mas a Alemanha é conhecida por ser muito pouco colaboradora neste tipo de casos, precisamente pela protecção exacerbada dos seus nacionais (ou, pelo menos, assim era, agora tou um pouco por fora disso).
Cumprimentos :)
Sem querer parecer fastidioso, caro "nobigdeal", repito que essa lei da cidadania alemã tem pouos anos. E não é só na Alemanha que a lei é assim: qualquer pessoa que nasça em Inglaterra, por exemplo, tem automaticamente direito à cidadania britânica, e isso não é de agora.
ResponderEliminarAbraço.
Alexandre disse:
ResponderEliminar"Só recentemente a lei da cidadania foi alterada. Os alemães são ciosos mas é da sua "nacionalidade de sangue" e a lei apenas foi alterada por pressões "politicamente correctas"."
Essa do "politicamente correctas" parece-me um comentário depreciativo; no entanto vejo o Alexandre a elogiar a prática inglesa, q os alemães começam a copiar. Em que ficamos?
Pessoalmente parece-me elementar q alguém nascido num país (mesmo com ambos os pais sendo estrangeiros), q não seja um criminoso e q se tenha integrado minimamente (por ex falando a língua local) merece plenamente a nacionalidade. A diferença em Inglaterra e Alemanha é q normalmente na Alemanha é esperar um nr de anos antes de a obter, daí não serem de "nascença", o q é uma falácia comparando com outros casos em outros países, Inglaterra incluída.
"E um jamaicano sempre é de um país da Comunidade Britânica"
ResponderEliminarLOL
Ó Alexandre, isso já é levar as coisas para uma perspectiva imperialista q já foi "enterrada" há décadas.
Pergunto então: um moçambicano tb é oriundo de um país da "Comunidade Britânica" (sim, desde há uns anos q Moçambique pertence à Commonwealth). A tua lógica tb se aplica a ele? ;-)
Se vamos por aí, então pessoalmente parece-me q um alemão ou belga tem muito mais em comum com um inglês do que por ex um bangladeshi ou um indiano (e conheço bem a Índia pessoalmente, tendo tb amigos do Bangladesh). Não faltam estudos culturais a confirma isto...
Aliás, mesmo a nível de língua um indiano a falar inglês é a excepção (para aí uns 20%). Mais depressa encontro uma pessoa (local) à sorte na rua a conseguir falar inglês em Antuérpia do q em Delhi ou Mumbai...
A Commonwealth é hoje um mero instrumento saudosista (de um ponto de vista ingles) e acima de tudo geopolítico, muito mais do q cultural. Como se constata, aliás, ao terem aceite a entrada de Moçambique...
Eu não percebo porque é que se discutem aqui as nacionalidades deste ou daquele já que em quase todas as selecções existem elementos "estrangeiros" ou naturalizados.
ResponderEliminarOs ingleses tem um treinador italiano e já tiveram um sueco. Se o Fabregas nunca tivesse jogado pela selecção espanhola hoje jogava pela inglesa.
Não sei em que te baseias para dizer isso, caro Hugo: nunca a Inglaterra utilizou um jogador naturalizado, pelo que não sei se o Fabregas teria sido o primeiro. Queres um exemplo mais concreto? O Mikel Arteta não tem nenhuma internacionalização por Espanha (por incrível que pareça). Se se naturalizasse podia jogar pela Inglaterra. E contudo nunca vi ninguém falar disso a sério..
ResponderEliminar"LOL
ResponderEliminarÓ Alexandre, isso já é levar as coisas para uma perspectiva imperialista q já foi "enterrada" há décadas."
Não, não é nada disso. Longe de mim ter essa perspectiva. Os impérios, mal ou bem, deixaram laços entre os povos, quer-me a mim parecer, embora não conheça ninguém do Bangladesh para melhor estribar a minha opinião. Se fizeres um esforço por me compreender em vez de ironizar com as minhas opiniões verás que não é como dizes;-)
Seja a Comunidade Britânica um "mero instrumento saudosista" ou não (e é-o tanto como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) a verdade é que entre os seus membros existem imensos laços históricos e culturais, como qualquer pessoa sabe e manifesta, desde que, em debate, tenha mais tendência socrática que sofista. E a aberração-Moçambique é isso mesmo: uma excepção que como argumento é fraquinho.
E se os belgas e os alemães têm muito em comum com os ingleses (presumo que te refiras ao ADN...), coisa de que não preciso de "estudos culturais" para ter a noção, também os espanhóis e os italianos têm mais em comum com os portugueses do que estes com os fulas e os balantas, e nem por isso consideramos mais lógico ver um italiano na selecção portuguesa que ver um guineense.
E para terminar, deixa-me que te diga que eu também conheço indianos, e até de Bombaim, e um disse-me recentemente que só os estrangeiros que se julgam sempre na moda é que dizem "Mumbai", pois eles continuam a dizer, em inglês", "Bombay". LOL
"também os espanhóis e os italianos têm mais em comum com os portugueses do que estes com os fulas e os balantas, e nem por isso consideramos mais lógico ver um italiano na selecção portuguesa que ver um guineense"
ResponderEliminarMas aí q tocas no ponto fulcral para mim: eu não considero isso nem mais nem menos lógico... se viver em Portugal há muitos anos, se falar português e se se identificar minimamente com o país tanto me dá q seja de nascença italiano, guineense ou do Nepal, quero lá saber. Para mim vai dar exactamente ao mesmo, não faço qualquer distinção em função do país onde nasceu.
(se bem q naturalmente é mais fácil para um guineense falar português do q para um nepalês, tem essa vantagem - prática - à partida).
Quanto à história de Mumbai vs Bombay, depende de com quem se fala... eu por acaso vou à Índia em trabalho de 3 em 3 meses e vejo-os sempre a dizer "Mumbai".
"Mas aí q tocas no ponto fulcral para mim: eu não considero isso nem mais nem menos lógico..."
ResponderEliminarSão opiniões e cada um tem a sua. Se estamos a falar de alguém que há muito reside no país, até desde criança, isso não me mete confusão nenhuma, também. Aquilo a que eu objecto é à utilização pelas selecções de estrangeiros naturalizados à pressão com o intuito de representarem o seu "novo país". Isso, quer-me parecer, vai contra o espírito das provas por selecções e pode matá-las ou seriamente desvalorizá-las a médio prazo. As selecções transformar-se-iam quase em clubes: em vez de contratarem jogadores, procurariam que eles se naturalizem.
Isto não acontece, como sabemos, apenas no futebol. O atletismo, por exemplo, está cheio de casos destes (e não, não estou a pensar no Obikwelo, um rapaz que veio para Portugal como um simples imigrante e que acabou por naturalmente se tornar português).
"Essa do "politicamente correctas" parece-me um comentário depreciativo; no entanto vejo o Alexandre a elogiar a prática inglesa, q os alemães começam a copiar. Em que ficamos?"
ResponderEliminarNão tinha visto este teu comentário. A resposta é simples: em Inglaterra qualquer pessoa que lá nasça é britânica, e já é assim há muitos anos, mesmo antes das modas "politicamente correctas", expressão que, confirmo, uso em sentido depreciativo, e peço desculpa se acaso ofendo pruridos alheios. Mas, ao contrário do que concluis, não estou a elogiar nem a criticar a prática britânica, apenas a constatá-la. Já o caso alemão era completamente diferente até há poucos anos: podias viver 30 ou 40 anos na Alemanha que nunca terias direito à cidadania se não tivesses sangue alemão. As pressões "pooliticamente correctas" é que levaram à mudança da lei - e ainda bem. Para que fique claro, não acho que só os "arianos" devam ser cidadãos alemães, mas na prática era isso que se verificava.
Espero ter-te esclarecido devidamente.
"nunca a Inglaterra utilizou um jogador naturalizado, pelo que não sei se o Fabregas teria sido o primeiro."
ResponderEliminarHá um pormenor muito importante nesta discussão de q o pessoal pode estar a esquecer-se: o campeonato inglês tem uma coisa muito especial, q é o requerimento de q quem vai para lá jogar (fora da UE) tem q ter "x" jogos feitos pela selecção. Ora esses estão à partida afastados da possibilidade de algum dia vir a jogar pela selecção inglesa, naturalmente, ao contrário de muitos estrangeiros nos outros campeonatos.
Sobram os q chegam muito jovens a Inglaterra e a outros oriundos da UE (já não tão jovens), mas muitos desses se derem nas vistas preferem ser internacionais pelos seus países de origem (além de q muitas vezes passam pouco tempo em Inglaterra)...
De resto não sei se há naturalizados na selecção inglesa ou não, mas vou pela palavra do Alexandre de q todos nasceram em Inglaterra (mas como já disse isso é mais fácil na selecção inglesa do q nas outras por causa do tal requisito para "importação" de jogadores estrangeiros).
Já agora e só por curiosidade, a Inglaterra já teve um jogador q salvo erro nunca viveu em Inglaterra (mas sendo filho de ingleses, pelo menos um dos pais) esqueci-me do nome.
Já agora, lembrei-me de uma coisa: não há UM ÚNICO jogador q tenha envergado a camisola da selecção inglesa q tivesse o passaporte inglês à nascença! Nem um. ;-)
ResponderEliminarO jogador a que te referes é o Owen Hargreaves, nascido no Canadá mas filho de ingleses. Mas tinha passaporte britânico. Mas os cidadãos canadianos, como os australianos e os neo-zelandeses, diga-se, podem obter a cidadania britânica com facilidade.
ResponderEliminarE tens razão: o passaporte é britânico e não inglês, mas a FIFA é uma confederação de federações e não de estados.
Quanto a haver ou não naturalizados na selecção inglesa, Zé, podes ir por mim, pois ainda recentemente isso foi falado em Inglaterra a propósito do caso do Arteta que já aqui referi.
ResponderEliminarE o que é que a questão dos naturalizados tem a ver com o “olho de falcão”?... (que jeito nos dava o Radamel Falcao na selecção portuguesa...) ;-)
ResponderEliminarAgora a sério, a questão dos naturalizados (à pressa, menos à pressa ou à pressão) nas selecções é, na minha opinião, uma questão muito séria, que merece, por si só, um ou mais textos específicos sobre o assunto.
Eu não tenho uma opinião definitiva sobre o assunto, mas mesmo na selecção portuguesa distingo o caso do Pepe (chegou a Portugal com 17-18 anos, casou com uma portuguesa e tem filhos nascidos em Portugal), do caso do Liedson, que já era um jogador feito (e com 26 anos) quando chegou a Portugal.
Mas, volto a dizer, não tenho uma opinião fechada sobre este tema e gostaria que esta animada troca de comentários pudesse ser enquadrada por um ou mais artigos específicos sobre este assunto.
Entretanto, ouvi hoje na rádio, que o Blatter/FIFA iria, a seguir ao Mundial, reabrir a discussão da utilização de meios tecnológicos no futebol, particularmente de câmaras de vídeo no linha de golo.
ResponderEliminar"Quanto a haver ou não naturalizados na selecção inglesa, Zé, podes ir por mim"
ResponderEliminarJá agora, não há nenhum jogador q tenha envergado a camisola e tenha nascido fora de Inglaterra (mas no Reino Unido) filho de pais não-ingleses?
É q - como diz o Alexandre - para a a FIFA a Irl. Norte, a Escócia e o País de Gales são nações de pleno direito, estando para uma Inglaterra como uma Alemanha (i.e. exactamente ao mesmo nível). You can't have it both ways...
"Aquilo a que eu objecto é à utilização pelas selecções de estrangeiros naturalizados à pressão com o intuito de representarem o seu "novo país". Isso, quer-me parecer, vai contra o espírito das provas por selecções"
ResponderEliminarSem dúvida.
Eu tenho uma proposta muito simples q tem a vantagem de não ver a FIFA imiscuir-se em assuntos internos (i.e., mas regras para obter o passaporte, q é algo q cabe a cada país decidir como bem entender).
Estabelecer o pré-requisito de q o jogador tenha jogado nesse país pelo menos uma época inteira em idade de formação (o q no lingo da UEFA e FIFA quer dizer até aos 21 anos).
Isto de uma cajadada eliminava 95% dos casos de oportunismo; e tem a sua lógica (um jogador q seja - ainda q só muito parcialmente - "fruto" da formação desse país parece-me razoável q o possa representar).
Com este critério tínhamos Deco e Pepe a jogar por Portugal na mesma, mas não tínhamos um Liedson nem 95% dos brasileiros q têm jogado por uma Tunísia ou Japão (ou até mesmo Espanha).
Que vos parece?
"Com este critério tínhamos Deco e Pepe a jogar por Portugal na mesma, mas não tínhamos um Liedson nem 95% dos brasileiros q têm jogado por uma Tunísia ou Japão (ou até mesmo Espanha).
ResponderEliminarQue vos parece?"
Acho isso uma boa ideia, Zé. Sempre punha um limite ao regabofe.
Quanto a esta tua questão: "Já agora, não há nenhum jogador q tenha envergado a camisola e tenha nascido fora de Inglaterra (mas no Reino Unido) filho de pais não-ingleses?"
A regra a nível das federações britânicas (e informalmente na vida civil britânica) é esta: quem nasce em Inglaterra é inglês, quem nasce no País de Gales é galês. Portanto, um filho, suponhamos, de pais dos Barbados, nascido em Cardiff, não pode jogar na selecção inglesa, apenas na do País de Gales.