Na rua e nas bancadas aprendi a irracionalidade, que o 11 não é a soma de 11 jogadores, fui xenófobo e já insultei muitas mães.
E o bom nisto, do futebol, é que num dia podemos ser racional e no outro irracional, e sê-lo à nossa vontade consoante o nosso estado de alma.
Fruto disto há os que têm feeling, os que têm fé, os optimistas, os pessimistas, os racionais, os correctores de apostas que colocam os n.ºs à frente, os cegos, os que sabem mais que a Lúcia, ...
No dia em que começa para nós Portugueses um mundial em que alguns têm feeling, opto pela racionalidade e exigo a passagem aos oitavos e depois o mais provável é virmos para casa. Portanto, é óbvio que o meu feeling é muito curtinho, assim espero que os que têm feeling daqui a uns dias me atirem o título mundial à cara. Mas não deixo de ser nem mais nem menos português por causa disto. Agora não me peçam para festejar golos marcados por brasileiros.
E lá está, a racionalidade leva-me a considerar o Deco o melhor jogador que vi jogar, ao vivo, com regularidade. A irracionalidade - ou o que se quiser chamar - leva-me a não gostar de o ver jogar com aquela camisola em tons de sangue.
E sim, detesto o Cristiano Ronaldo. Porquê? Porque sim.
Mas isto da selecção é só o aquecimento para a próxima época, mas vamos bater no mesmo: se compreendo o pragmatismo que alguns põem nos seus artigos, neste caso opto por aquilo que a minha racionalidade não recomendaria: tenho fé.
Como diz a wikipédia (meio abrasileirado):
Fé (do [[grego] fides, fidelidade[1] e do grego pistia) é a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém.
A fé se relaciona de maneira unilateral com os verbos acreditar, confiar e apostar, isto é, se alguém tem fé em algo, então acredita, confia e aposta nisso, mas se uma pessoa acredita, confia e aposta em algo, não significa, necessariamente, que tenha fé. A diferença entre eles é que ter fé é nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor pelo que acredita,confia e aposta.E pareço a minha avó a acreditar na Virgem Maria.
Mas depois de 4 anos a dar o benefício da dúvida, a tentar gostar do homem, a tentar ser racional e pragmático, afinal deu-nos 3 títulos e umas boas vitórias, a tentar sentir empatia, e mais não sei o quê, não me apetece ser racional (pelo menos por uns tempos) e acredito piamente que um "Cenoura", ainda que algo verde, é o melhor petisco que anda por aí, muito melhor que tremoços.
E vamos ter um ano cheio de pica, de verdadeiro prazer de ver futebol. Ó se vamos! E nunca mais começa!
ps: Sim, eu acreditei que o Octávio Machado era mesmo o que precisávamos naquela altura. Ou seja, a demência às vezes também se intromete nestas coisas.
Exmo. Sr. João Saraiva,
ResponderEliminarEu acho que não é por fé, e também não acho que seja lá muito racional, e não posso dizer até que seja irracional nem pragmático. Então tem que ser feeling, um feeling que me leva a achar que a sua é boa fé ou melhor é uma fezada. E como é boa e é cheia de pica eu alinho na sua e assino por baixo de todas as linhas que escreveu. Todas sem excepção.
Um grande abraço de saudação PORTISTA
Gostei da analogia "Cenoura Verde". Bem conseguida!
ResponderEliminarNeste caso é mais fézada do que fé.
Ah, e assim como 1+1=10 na base 2, 2+2 pode ser igual a 10, na base 4, ou 11 na base 3. Por isso, 2+2 pode ser igual a muita coisa além de 4. :)
Parabéns pelo artigo.
E 8180 P0R70, C4R460!
O patrioteirismo piroso e reles que inunda Portugal desde 2004 por altura das fases finais de europeus e mundiais é sufocante e insuportável.
ResponderEliminarEste tom de histeria colectiva, acompanhado da progressiva estrangeirização da selecção, fez-me tornar indiferente aos resultados que ela obtenha. Por mim até a Coreia do Norte se pode vingar do Mundial de 1966.
Apenas uma excepção: que ganhemos ao Brasil! Dá sempre um grande gosto!
Convivo melhor com a emoção do que com a razão, o que muitas vezes, dá em desgraça. Quer dizer: estou mais perto de António Damásio mas não quero perder de vista Descartes... Sem a emoção, passaríamos pela vida sem a sentir. E há coisas na vida, como gostar do Futebol Clube do Porto, que não precisam de explicação racional para nos fazerem felizes. Gosta-se e pronto!
ResponderEliminarPor isso, estou atento às inquietações sobre a opção do "cenoura verde" que talvez a razão justifique deverem ser ponderadas. Mas lá está, esta crença que alimenta a nossa fé de que tudo vai dar certo é tanta que a razão, se calhar, nem sempre nos ajuda a vencer.
Esta merda do futebol cada vez me dá mais a volta ao estômago, agora são os stewards que não são pagos e depois têm a polícia a malhar neles porque querem o que é deles. A fifa cada vez mais parece o comité olímpico.
ResponderEliminarQuanto a Portugal, é para a goleada sempre. E se não for, sempre tenho mais orgulho do que em qualquer resultado do bronco.
Gostei muito da fotografia da "freira envergonhada"...O que poderá significar em termos simbólicos?...
ResponderEliminarJá agora expliquem-me como se eu fosse muito ignorante: -1+1=10?...Só se um, dos dois uns, for alguém do género do Vasco Santana!...Mas sinceramente, esclareçam-me.
ResponderEliminar@meirelesportuense
ResponderEliminarVê aqui: Wikipédia
Nunca acertei com essa do sistema binário.Mas como não sou programador.
ResponderEliminarDe qualquer modo agradeço, embora fique na mesma...
-Eu estava a imaginar alguém assim muito gordinho, ao lado de outro menos gordinho, que perfizessem um duo, semelhante em volume, a um grupo de dez indivíduos...
Olá Meireles,
ResponderEliminarespero ainda ir a tempo de tentar de explicar os sistemas numéricos, uma vez que já existem mais alguns artigos a seguir a este.
Então é assim:
A base de contagem que todos conhecemos é a décimal, que vai de 0 a 9. O dez é a junção de dois algarismos, o 1 e o 0, assim como o onze ou o doze, ou etc. Esta junção só é possível dentro dos algarismos que conhecemos: de 0 a 9.
Agora imagine que os Fenícios, que foram quem inventaram os numerozinhos tal qual os conhecemos, eram uns gaijitos eléctricos e só conheciam o desligado e o ligado. Só conheceriam o 0 e o 1, e só conseguiriam fazer contas com estes dois algarismos. Logo, 1+1 só poderia ser igual a quê? 10! E atenção, não se pode ler dez, mas sim um, zero, porque não estão na base décimal.
Já agora, e 11+1, seria igual a quê? Como não temos mais nenhum algarismo a seguir ao 1, 11+1 tem de ser igual a 100, e por aí fora. É nesta base, a binária, em que toda a informática assenta.
Quando, no meu comentário, escrevi que 2+2 pode ser igual a 10, estava a usar a base de contagem 4, em detrimento da base 2 (binária) e, aqui, sim, podemos ir até ao 3. Assim como na base décimal não podemos ir além do 9, nas base 2 não podemos ir além do 1 e na base 4 não podemos ir além do 3.
Espero ter contribuido para mais um cantinho do conhecimento e, espero também, que ponha todas as dúvidas que quiser. Terei to o gosto de as satisfazer.
De qualquer forma, envio-lhe um link para um artigozito no meu blog a explicar mais um bocado sobre este assunto.
Abraços Portistas
Carlos Santos
Carlos, acho que consegui perceber a lógica.
ResponderEliminarEu considero que é mesmo assim que as coisas devem funcionar, quem sabe, deve ensinar a quem não sabe e, só assim, o conhecimento pode ser cada vez mais universal...
Sabemos que as coisas normalmente não funcionam assim, há um egoísmo tremendo que tendencialmente esconde o conhecimento.Nunca tive medo de assumir o desconhecimento, e desta forma aprendi coisas,chi que ignoraria sempre, se mantivesse uma atitude defensiva...
Obrigado.
O maior problema que Portugal enfrenta,é neste momento ser duas selecções ao mesmo tempo.
ResponderEliminarA seleção Portuguesa
E o Cristiano Ronaldo
...só não sei, ou não quero dizer,qual é que tem maior importancia MUNDIAL.
Mas que é uma pena,é.!