O balão esvaziou-se?

Longe vão os tempos em que olhar para aquela de “brasa” vestida de azul e branco, nos fazia fervilhar e salivar num imenso prazer. A paixão inicial, arrebatadora e inconsciente, tolda as vistas largas para o futuro que, em muito casos, se torna amargo. Desde que lhe puseram a mão em cima o bailado nunca mais foi o mesmo, sobrando agora umas pífias nuances de brilhantismo esporádico. Muito pouco para quem prometeu tanto. Tudo não passa de um pãozinho sem sal.

A brincar com coisas sérias (ou se calhar, nem por isso), a verdade nua e crua é que este Porto de trazer por casa até meteu dó este fim de tarde no Dragão. Salvou-se o resultado, pela margem mínima, uma vez mais. Foram 15 minutos a prometer e todos os restantes a (tentar?) nos entreter… Ver a partida de hoje, ou ter observado as deslocações a Paços e Ferreira, Aveiro e outras quantas “jogatanas” em casa, é exactamente o mesmo filme. Ou seja, uma mão vazia e outra cheia de nada.

Não se entende como a rapaziada se manda para o campo cheia de genica e força de vontade, virando o resultado a seu favor em três tempos e depois mergulha numa letargia inexplicável. Pior é reincidência neste carácter duvidoso, coisa que André Villas-Boas parece não descortinar, assim como algumas opções deveras duvidosas. O Fernando que o diga, pois até o pobre coitado deve andar a questionar-se como se mantêm a titular pese a catadupa de disparates a cada jogo que passa. O Guarín faz a vénia respectiva a partir do banco.

Mau feitio meu?! Nem por isso. Por norma até sou bem disposto, mas também realista. O que se vê por hora não augura nada de bom para o futuro Europeu que se aproxima. Internamente valha-nos a vantagem pontual e os adversários tão mansinhos como este Rio Ave para se levar o Título a bom Porto. Muito pouco para um pretendente a campeão.

Ó Dragão, quem te viu e quem te vê!