sábado, 16 de abril de 2011
Recordando Pôncio Monteiro
Na semana em que veio a público, a forma nojenta e odiosa como na Benfica TV foi usada a dedicatória que Pinto da Costa fez do título a Pedroto e Pôncio Monteiro, recordo uma história deliciosa contada por Manuel Queiroz, envolvendo Pinto da Costa e aquele que, na altura, era o seu vice-presidente financeiro.
«Estaríamos aí pelo Outono de 2003. A Federação Portuguesa de Futebol proporcionou uma longa visita guiada aos estádios em construção para o Euro 2004 que terminou no Algarve. No regresso ao Porto, no autocarro que nos levara, vínhamos, já de noite, que me recorde, o dr. Pôncio Monteiro, o jornalista Oliveira e Castro e eu.
Uma longa viagem em que o Dr. Pôncio, sempre bem disposto, contou muitas histórias. E uma delas foi esta: “Tínhamos ido, contava Pôncio Monteiro, logo no início do primeiro mandato de Pinto da Costa, a Gijon contratar o Fernando Gomes. Fomos de carro, eu e o presidente e a coisa lá correu ao jantar. O Fernando Gomes também estava à mesa e logo no início do jantar disse que queria sair do Gijon e vir para o Porto – claro, já estava industriado. Depois negociámos e o negócio lá se fez por 20 mil contos. Uma verba grande na altura, até porque não tínhamos dinheiro para nada.
“Acabou o jantar e metemo-nos no carro, já tarde, para vir embora para o Porto, eu e Pinto da Costa. Entrei no carro, sentei-me, estava preocupado. E disse: ‘Ó presidente, 20 mil contos pelo Gomes, pois… mas nós não temos isso… Diga-me lá onde é que você vai buscar o dinheiro?’ ‘Dinheiro?, disse ele. Dinheiro? Você é que é o vice-presidente financeiro não é? Então tem que tratar disso’”.»
Manuel Queiroz
Semanário Grande Porto, 24/12/2010
Um grande portista, que serviu o seu clube do coração ao longo de muitos anos, de diferentes maneiras e sempre de forma desinteressada. Este título também é dele, do Dr. Pôncio.
Agradeço ao Benfica o ter apagado as luzes do estádio na nossa comemoração do campeonato. É que assim as estrelas se tornaram mais visiveis e brilhantes e duas delas de certeza cintilavam mais que as outras. Uma era de Pôncio Monteiro e a outra de Pedroto. Demorou um ano, mas foi glorificado e entregue o título, que PdCosta lhe tinha prometido, no ano transacto e que tinha ficado preso num tunel daquele estádio.
ResponderEliminarA justiça tarda, mas acaba por acontecer quando menos se espera.
Uma vénia ao grande Pôncio Monteiro.
ResponderEliminarSem dúvida que este título e esta época são-lhe merecidamente dedicados.
São deliciosas estas "estórias" da bola.
Um abraço!