quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Uma pergunta capciosa


Nos conhecidos programas de falatório sobre penalties e off-sides na TVI24, SIC Notícias e RTP Informação, noto que os representantes do Benfica são:

- Júlio Machado Vaz, especialista em traumas psíquicos de origem sexual, dilecto discípulo (suponho eu, que não tenho pachorra para o ler) de Sigmund Freud, e benfiquista do Porto (diga-se, aliás, que decerto o referido Dr. Vaz, se tentar, encontrará em Freud uma explicação singela do fenómeno do benfiquista do Porto, provavelmente causado por traumas de origem sexual subsconscientes ocorridos na infância).

- Rui Gomes da Silva, advogado, e, na política, Sancho Pança do D. Quixote Pedro Santana Lopes, também ele benfiquista do Porto, e também ele com uma filiação clubística decerto explicável pelo referido Dr. Freud de Viena.

- E, finalmente, o edil e "prof." Fernando Seara, benfiquista de Viseu, que se meu "prof." fora para meu "prof." o não quisera, com um posicionamento clubístico mais facilmente explicável por Camilo Castelo Branco que pelo tal Segismundo de Viena.

Ó gentes, não há benfiquistas na mourama dispostos a dar a cara pelo seu clube nestes hilariantes programas? Se não há, tiro-lhes (a eles, benfiquistas de Lisboa) o chapéu que não uso.

26 comentários:

  1. Alexandre,

    O que se passa com o Benfica é um espelho do que para mim representa a capital, o centralismo e o sistema politico-social desse país onde já desisti de viver. Da mesma forma que os grandes escroques que vivem em Lisboa não são de Lisboa, mas da provincia como eles mesmos declaram com desprezo, também os mais fanáticos e hardcore adeptos do Benfica vêm de fora e encontram nesse fanatismo, tanto clubistico como social, uma forma de integração.

    Lisboa é uma cidade bonita com boa gente mas sofreu o que muitas grandes cidades sofreram, uma migração interna provocada pelo agudo centralismo politico desde os dias da monarquia até ao espirito salazarengo. Para adaptar-se melhor, os que vêm de fora pensam que agradam mais se forem mais papistas que o papa. Foi o que aconteceu com a Juventus em Turim e com os migrantes do comboio do sol, e olhem para o historial da Juve e vejam se não há semelhanças.

    Naturalmente que o Benfica em Lisboa terá muitos adeptos mas os do Sporting e do Belenenses estão quase todos aí metidos e na capital não há tanta gente. A lambebotice nacional transformou alguns imbecis que estavam bem a cavar batatas ou a limpar boeiros em arautos de como querem que seja o país, controlado com trela desde o terreiro do paço e das bancadas da Luz.

    ResponderEliminar
  2. Tenho para mim que um dos (graves) problemas, geradores de centralismo (e atraso) no pais e precisamente o Benfiquismo viral...

    "O clube nacional" que eles tao orgulhosamente se orgulham de ser, nao mais e do que uma caracteristica terceiro mundista, que reflete o triste passado do pais.

    Como e que alguem vai defender a sua terra se defende/apoia uma instituicao de "la do longe" da capital?

    ResponderEliminar
  3. Miguel Lourenço Pereira disse...
    os mais fanáticos e hardcore adeptos do Benfica vêm de fora e encontram nesse fanatismo, tanto clubistico como social, uma forma de integração

    No país mais centralista da Europa, ser adepto do clube do regime é estar do lado do mainstream. E, admito, isso é capaz de abrir algumas portas.

    ResponderEliminar
  4. Sem querer desvirtuar o sentido deste post, mas penso que o Rui Gomes da Silva é natural de Lisboa, ele possui - ou melhor, a firma de Advogados de que ele é sócio - um escritório no Porto e daí o equívoco em afirmarem que ele é natural do Porto.

    ResponderEliminar
  5. Não quero Daniel, Rui Gomes da Silva nasceu no Porto em 1958.

    ResponderEliminar
  6. Intrusus,

    Não acredito que um clube tenha força suficiente para ser a raiz de um problema. Não tenho é a minima duvida que é uma das suas consequências. O centralismo português data do reinado de D. Manuel e foi-se tornando numa doença crónica ainda o futebol era um jogo sem regras nem lei. Portugal é um país centralista, macrocefalo e atrasado há 500 anos, não demos tanta importância a um clube que é como tantas outras coisas (fado, fátima) espelho cultural e social desse centralismo na era contemporânea.

    Da mesma forma que ser do FCP é uma forma de rebelião - e assim se construiu esta história de sucesso - ser do Benfica é uma forma de submissão e integração. Quando Américo de Sá, deputado então na AR, denunciou o espirito revolucionário de Pedroto e PdC estava a tentar, de certa forma, fazer do FCP uma forma alternativa de submissão, mas a Norte. Um caminho bloqueado pelo forte sentimento de orgulho local que rege os portuenses. Mas muitos dos habitantes no Norte, Centro e Sul pensam como pensava então Américo de Sá e partilham desse centralismo mental que lhes leva, naturalmente, a apoiar o clube que melhor o representa.

    Em Espanha qualquer adepto do Barça fora da Catalunha é-o, também, como oposição ao centralismo que identificam com o Real Madrid, em Itália qualquer adepto da Juventus fora de Turim (que é a maioria) são espelho dessa integração nacional da mesma forma que apoiar o Milan é um sinal de independência do Norte face ao Sul.

    ResponderEliminar
  7. Alexandre,

    admito estar errado, e o Alexandre certo.
    Na Wikipédia passou a referir que ele é natural do Porto, mas a verdade é que ainda há uns meses atrás a mesma página da Wikipédia, com a biografia dele, referia que era natural de Lisboa. Embora a wikipédia não possua um grau de fiabilidade de 100%.
    Lembro-me de há uns anos atrás, aquando do Governo de Durão Barroso, ter visto na biografia parlamentar - na página dos deputados da Assembleia da RP - que ele era natural de Lisboa, portanto denoto incongruências na naturalidade da personalidade. Existe a possibilidade de ele ter tiddo "vergonha" de assumir que era natural do Porto.
    Mas o que mais me levanta suspeitas é que Rui GS era o braço-direito, ou o ajudante de campo de Pedro SL, e é sabido que a facção deste dentro do partido político do qual é militante é das mais circunscritas a nível social e geográfico, ou seja, quase só membros de uma "camada VIP" da área metropolitana de Lisboa, portanto o nº 2 - o Rui Gomes da Silva - dessa facção teria de logicamente pertencer a esse meio social e geográfico. Admito ainda a possibilidade de ele ter nascido no Porto mas ter ido, muito novo, viver para Lisboa, pois sempre fez vida social e, sobretudo, político-partidária na concelhia de Lisboa.

    ResponderEliminar
  8. Daniel,

    Um amigo de um amigo meu estudou em Lisboa e estava hospedado no mesmo sítio que o Gomes da Silva, que também era do Porto. Se fosse de Lisboa não precisava de estar hospedado.

    Por outro lado, li em tempos algures na blogosfera alguém do Porto dizer que conhecia bem de vista ele e o pai, ambos da cidade.

    ResponderEliminar
  9. Alexandre,

    dúvidas esclarecidas e toda a razão para si.

    ResponderEliminar
  10. Miguel Lourenço Pereira,

    Acabas por tocar em pontos condizentes com a minha opiniao, mas creio que nao me terei explicado devidamente.

    Note-se que nao quero dizer que o centralismo se deve ao benfiquismo, mas entendo que nao deixei isso explicito no meu comentario anterior.

    Ja Eca de Queiroz falava da diferenca entre Porto e Lisboa (ao contrario do que diz muito idiota, nao foi Pinto da Costa nem Pedroto a criar a "guerra" Norte-Sul, Porto-Lisboa) e, se nao estou em erro, a famosa expressao "Portugal e Lisboa e o resto e paisagem!" tambem tem origem no escritor de Cinfaes.

    Usas uma expressao que resume bem aquilo que eu penso: "ser do Benfica é uma forma de submissão e integração".

    Em tempos, num outro blog, li um comentario que reflectia a essencia do "ser benfiquista", como essa necessidade de integracao.
    Nos tempos da ditadura, com as suas terras a definharem, sem terem grandes motivos orgulho no que e' local e seu, optaram por se associarem a algo que lhes e' distante mas que lhes dava motivos de orgulho.

    Achei curioso fazeres o paralelismo com Espanha e Italia... paises que passaram por
    ditaduras... tal como Portugal. :)

    Mas quer-me parecer que, (pelo menos) em Espanha, essa modesta "oposição ao centralismo" nao se faz apenas pelo apoio ao Barca, mas mais pelo apoio ao clube local...

    ResponderEliminar
  11. Intrusus,

    Estamos de acordo então, interpretei eu mal mas a ideia é precisamente essa.

    Quanto à ideia de que em Espanha a contestação se faz no apoio ao clube local, permite-me discordar. Vivo em Madrid há alguns anos e aqui funciona como em Portugal e Itália (e não como Inglaterra, França ou Alemanha). O adepto tem o seu clube local e depois ou é do Madrid ou do Barça, tendo em conta o seu posicionamento politico e social.

    um abraço

    ResponderEliminar
  12. Há mais um nome a juntar ao rol dos galináceos nascidos no Porto: o inefável Silvio Cervan também viu os seus dias começarem na nossa cidade e já perorou no arraial da SIC Notícias, onde foi substituído pelo Gomes da Silva.
    Substituído será um eufemismo para apunhalado, pois foram dois os que o afastaram à força do programa: um está no Governo e o outro beneficiou das metafóricas facadas com exposição mediática. Depois de perpetrado o acto, limparam ambos as naifas ao avental, numa tentativa de esconder, tanto as impressões digitais como as ligações à loja onde coabitam.

    ResponderEliminar
  13. Alexandre, vamos ser sinceros. Tendo em conta a qualidade de todos os intervenientes desses programas, todos mereciam uma sessãozinha de psicanalise : é que anda ali muito recalcamento (o facto de apenas falar do que nos interessa "esquecendo" o resto tem necessariamente consequências).

    ResponderEliminar
  14. antas: Tem toda a razão, mas eu falava apenas dos actuais!;-)

    David Duarte: decerto não espera que um blogue de portistas discorra sobre eventuais necessidades psicanalíticas de portistas. Portanto, sugiro-lhe que crie um blogue e fale você sobre elas. E estou a ser sincero, pode crer!

    Quanto às consequências que refere, estou completamente a marimbar-me nelas, devo dizer-lhe, para ser "sincero"

    Mas há uma fundamental diferença, que gostaria, já agora, que abordasse: é que todos os comentadores portistas desses programas são do Porto ou do Grande Porto. Se isso lhe causa qualquer engulho, passo a indicar-lhe o endereço a que poderá dirigir-se:

    Herr Doctor Sigmund Schlomo Freud
    25, Banhofstrasse,
    Wien 2
    Österreich

    Boa Noite e um queijo, que já me chega ter de dar troco a portistas, quanto mais a benfiquistas. Leia, mas não incomode!

    ResponderEliminar
  15. Portanto, se um fulano for natural do Porto, e se esse mesmo fulano for benfiquista, então só pode ser um fulano sexualmente traumatizado desde a infância?!
    Caro Alexandre Burmester... caso não saiba, conheço uns quantos "portistas" do Porto, que na infância eram benfiquistas, e só o deixaram de ser porque na escola eram violentados quando afirmavam o seu benfiquismo. Quer mesmo debater traumas de infância?!...
    Enfim... não sendo, de todo, este o busílis da questão levantada no post, permito-me ter a opinião de que não havia necessidade de "avacalhar" por aí. Com um apelido tão "chic" como o seu, esse tipo de retórica está ao nível do mais energúmeno dos saloios.

    ResponderEliminar
  16. Alexandre, creio que compreendeu mal o meu comentario. A ideia que meti entre parentesis não lhe era dirigida a si. Era uma referência ao facto de todos os intervenientes desses programas apenas verem aquilo que lhes interessa e que por muito que a realidade seja outra (e por vezes evidente) esforçam-se por todos os meios em não reconhecê-la. Dai eu dizer que todos precisam de uma sessão de psicanalise. Espero que tenha ficado esclarecido.

    Sobre facto de todos os comentadores portistas serem do Porto, isso jà é outra conversa. Mas porque coloca a questão aqui vai : como não penso que hajam adeptos de primeira e adeptos de segunda, não me aquece nem me arrefece de onde é que eles são. Não tenho mais orgulho em ver um adepto benfiquista do Porto falar, nem tenho menos consideração por um adepto portista de Lisboa.

    ResponderEliminar
  17. Ricardo Melo,

    Cheira-me que você é um benfiquista do Porto, mas isso é secundário.

    Obviamente, você, seja do Porto, de Alfragide ou de Freixo-de-Espada-à-Cinta, não atingiu a minha ironia, mas o defeito será decerto meu.

    Quanto ao meu apelido, não o roubei a ninguém nem pretende ser "chic" (o termo é seu). Foi o que herdei. Teria a mesma honra em ser Melo, Silva ou Costa. Referir uma coisa dessas como argumento é que está "ao nível do mais energúmeno dos saloios", além de ser uma manifestação de snobismo invertido, a qual ignoro se seria ou não explicável pelo Dr. Sigmund Freud.

    Passe bem.

    PS Escusa de me responder, pois ignorá-lo-ei.

    ResponderEliminar
  18. David Duarte,

    Não vale a pena discutirmos estas coisas.

    O benfiquista do Porto, mesmo que não afligido por traumas sexuais com origem na infância, não deixa, na minha opinião, de ser um parolo e um provinciano, por mais voltas que dêem ao texto.

    Cumpts

    ResponderEliminar
  19. Alexandre Burmester,

    Pressuponho então que o portista de Lisboa partilha do caracter do benfiquista do Porto?

    ResponderEliminar
  20. David Duarte,

    Sem dúvida, têm muios traços comuns. Já conheci alguns - virtualmente - e nem lhe digo nada. Mas atenção, há muitos portistas em Lisboa que o são por serem do Norte ou descenderem de nortenhos, e esses são um caso diferente, pois são mesmo adeptos do cube e não da "marca".

    ResponderEliminar
  21. Ricardo Melo disse: "porque na escola eram violentados quando afirmavam o seu benfiquismo..." De facto uma mentira (boato) dita mil vezes acaba por tornar-se uma verdade, e só uma mente muito ingénua - ao nível do mais energúmeno dos saloios -, como parece ter o Sr. Ricardo Melo, pode acreditar em tal coisa. Portugal, apesar de algumas insuficiências e deficiências para ser um Estado de Direito completo, não possui as condições - sociais ou mentais - que caracterizavam a Alemanha pós-Weimar ou actualmente a Correia do Norte, portanto quanto a crendices em "violentações" ficamos por aqui...pela mente distorcida de alguns.

    De salientar também o tique de "jacobinismo inquisitorial" do Ricardo Melo ao atacar e satirizar algo tão pessoal e íntimo como o nome de outro, e esta atitude prepotente e desrespeitosa vinda de alguém com o apelido de "Melo" (vejam a História de Portugal) só pode ser designada como rídicula e vil.

    ResponderEliminar
  22. Não faço esse julgamento de valor Alexandre Burmester, até porque o apoio a um clube pode ter vàrias variantes que o justificam : provincianismo (no bom sentido da palavra), estética (adesão afectiva às cores de um clube ou à "força" do seu simbolo), filiação, prazer (um jogo que, em pequenos, nos entusiasmou), sucesso, etc.

    ResponderEliminar
  23. Alexandre Burmester: isto não é uma resposta, é um pedido de desculpa pelo meu exagero. Acontece. Só achei que de sua parte houve também exagero, e lá se foram as estribeiras. Lamento. Por mim, adversários cordiais como dantes.

    Daniel Gonçalves: não sou mentiroso nem espalho boatos. Falei de situações que realmente vi acontecerem ao longo da minha vida. Como certamente aconteceram (e continuam a acontecer) situações similares em Lisboa com crianças do FCP. Os miúdos são mesmo assim, não? Só defendi que não há nada de Freudiano nisso, muito menos de recalcamento sexual...

    PS - Sou leitor deste blog, apesar de benfiquista, porque uma boa percentagem dos posts aqui colocados são muito bem escritos, e muitos deles debatem temas transversais ao clubismo.

    ResponderEliminar
  24. Como portuense de nascença e habitante na zona da Grande Lisboa há já quase 15 anos, devo manifestar a minha mais profunda tristeza por esta ridícula e insistente classificação dos portistas por motivos geográficos.

    Acho das coisas mais aberrantes e tristemente abonatórias ao epíteto de "saloios" e "regionalistas" que nestes casos justamente nos colocam.

    Já está na hora de dizer BASTA! e deixar.nos de maneirismos regionalistas bolas! Eu sou nortenha, tripeira de gema e portista de opção pessoal. Se fosse por influência familiar seria do Benfica ou do Boavista.
    Talvez por isso saiba valorizar uma opção pessoal, uma escolha consciente e corajosa pelo Futebol Clube do Porto. Sinceramente ao ouvir portistas do Norte falarem assim ficam com milhares de valores a menos aos meus olhos. Não há coisa mais bonita e valiosa do que ver a paixão pelo nosso clube em pessoas que assim o escolheram, contra todas as influências e heranças ambientais. Isso sim tem valor, porque ser portista no Porto é muito fácil em Lisboa é de uma crueldade que roça o atroz por vezes.

    Respondendo ao caro Ricardo Melo (espero que não goze com o meu apelido o qual muito me orgulha), respeito que tenha relatado factos que alegadamente presenciou, mas eu falo de factos que eu vivi. E a crueldade das crianças e jovens consegue roçar os limites do razoável, ultrapassando por vezes. E não se fica pelas crianças e adolescentes, ainda há alguns meses, quando fui assistir à final da Liga Europa na Casa dos Dragões de Lisboa fui insultada por um sem fim se idiotas aziados, antes e depois do jogo, com os piropos mais particulares que possa imaginar. jà para não falar de um outro episódio em que estava eu na dita Casa dos Dragões à janela quando oiço a chamarem-me de "P*ta". Qual não é o meu espanto quando verifico que o som provinha de uma criatura que vinha a conduzir um carro e estava parado num semáforo.

    Faz isto algum sentido? Por isso me metem nojo e me dão asco os falsos moralismos, as diabolizações constantes... olhem-se ao espelho e decerto encontrarão muitas respostas. Sendo que Freud já há muito não está entre nós, fica mais acessível uma auto-análise de vez em quando.

    Quanto ao portismo, ele é valorizável e respeitável em qualquer local. Renego totalmente e luto contra essa ideia bacoca de que os portistas do Norte são melhores que os do Sul. Isso é da mais pura demagogia e estupidez e como pude elucidar no início do texto eu estou perfeitamente à vontade para o dizer, pois sou do Norte. É o mesmo que dizer que um estrangeiro que torça pelo FCPorto também não tem o mesmo valor dos adeptos portugueses.
    Deixemos essa questiúnculas ridículas para outros intervenientes se queremos evoluir como comunidade com um elo forte que nos une a todos: o amor ao Futebol Clube do Porto!

    ResponderEliminar
  25. Bom, está visto que em Portugal o uso do humor e da ironia saem normalmente pela culatra!

    Mas eu continuo a achar, apesar de toda a onda politicamente correcta, que o normal é os portuenses serem portistas, boavisteiros ou salgueiristas, e os lisboetas serem benfiquistas, sportinguistas ou belenenses! Venha quem vier, com os argumentos que tiver.

    Um portuense e portista emigrado na Sibéria continuará, obviamente a ser portista, o oposto é que seria estranho. Já um siberiano ser portista parece-me um caso bizarro, mas isso não desqualifica o portismo do indivíduo, apenas o classifica.

    ResponderEliminar
  26. Permita-me discordar de si caro Alexandre, assegurando-lhe no entanto que toda a sua ironia não saiu de todo pela culatra.
    A minha veemência na abordagem desta questão tem única e simplesmente que ver com a componente auto-destrutiva e (permita-me)absolutamente inconcebível deste tipo de pensamento. Porque raio é que é "normal" ser portista do Porto? Ser portista noutra zona do país ou do Mundo será "anormal"? Não iria tão longe, chamar-lhe-ia antes uma "mais-valia" um sinal de que o sucesso do Futebol Clube do Porto faz com que este granjeie admiradores fora da sua zona de origem. Nada tem a ver com o politicamente correcto, tem apenas a ver com a satisfação de ver o nosso clube crescer em apoio e em dimensão, mais nada.
    E confesso que acho incrivelmente difícil de compreender o tipo de pensamento que o Alexandre tal como (infelizmente) muitos outros portistas têm. Ou somos portistas ou somos de outros clube, desculpe lá mas par mim estas são as únicas categorias possíveis.

    Depois admiram-se de chamarem ao F.C.Porto de "clube regionalista" e "pequenino"? Não se admirem porque é nestas divisões de pensamento que residem as nossas maiores fragilidades. E mais do que dar conta deste facto, é fazer tudo para o perpetuar. Mais uma vez permita-me dizer Alexandre que isto é vergonhoso e eu com muita infelicidade admito, pois realmente é verdade e está espelhado no seu pensamento e de outros demais.

    Senão vejamos o caso do rival Benfica. Porque será que tem tantos adeptos no Norte do país, supostamente uma zona considerada "não normal" à luz da teoria que defende? Penso eu que se trata de um fenómeno de popularidade desse clube que, pelo sucesso desportivo que teve ao longo de algumas décadas, captou a atenção de adeptos não só da zona de Lisboa. A perpetuação desses adeptos vem obviamente na sequência da influência familiar e do facto de ser benfiquista no Norte ser uma afirmação de "revolta" contra o poderio de F.C.Porto que sempre foram ensinados a odiar.
    Mesmo reconhecendo este facto nunca ouvi nenhum benfiquista desunir-se e classificar o "befiquismo" como sendo maior ou melhor em Lisboa do que no resto do país. Aliás, orgulham-se e fomentam a admiração do clube fora das portas da capital.
    Perante estes factos confesso que é mesmo muito triste e até deprimente assistir ainda a este tipo de discursos, quando o nosso clube se vira para o mundo e através do seu sucesso vai angariando massa adepta fora da zona geográfica onde nasceu.

    Penso que nos encontramos aqui numa questão que pura e simplesmente nem deveria existir.

    ResponderEliminar