domingo, 24 de junho de 2012

Gosto do gajo

Concordo com tudo o que o gajo diz? Não.

Tem ideias absurdas? Tem.

É politicamente correcto? Não. E ainda bem. E é por isso que gosto dele - apesar daquela Juventus e daquela França ainda estarem atravessadas na garganta.

- Ai que ele é o presidente da UEFA e não pode dizer aquilo.

O tanas é que não pode!


O problema não é quando eles dizem o que pensam.
O problema é quando dizem o que não pensam e depois nos bastidores fazem o que pensam.
De quem tenho "medo" é daqueles que se dizem muito neutrais. Quando leio um Jorge Coroado a criticar o Platini, abençoado seja o Platini.
O que me irrita são as frases feitas, as conferências de imprensa em que estão ali a debitar o mesmo paleio vezes e vezes sem conta.

Tá bom de ver que ontem a França só perdeu porque o homem quer a Espanha na final. Isto é claro como a água. 
(Como era claro como a água, que se fosse ao contrário a França só tinha ganho porque o presidente da UEFA é Francês.)

Ele gostava que a Holanda estivesse nos quartos de final. Mas não esteve.
Em termos teórico eu também gostava, preferia ter tido uma Holanda nos quartos que uma Grécia, uma R. Checa, ... mas o certo é que apesar de ele ser presidente da UEFA isso não aconteceu.
Como não passou nenhum dos organizadores - e a Ucrânia até teve aquela bola lá dentro. Interessante que agora ninguém fala do interesse, passe o pleonasmo, da UEFA em ter pelo menos um organizador nos quartos e nas meias.
O Francês gostava de uma final da liga dos campeões entre o Barça e o Real e nenhuma equipa lá chegou, a UEFA queria um organizador a passar as eliminatórias e nenhum passou.
Estão mesmo a perder qualidades. 

E esta é a realidade, o futebol é um jogo que qualquer interveniente pode ajudar a decidir, como o árbitro do Ucrânia-Inglaterra, como o treinador da Holanda, como o Varela, como o Ricardo da Grécia, como o Xabi (e até o Torres já ajudou a decidir), como o Jorginho já decidiu um Sporting-Porto, e até pode ser a própria sorte a decidi-lo. Mas não me venham com histórias, 89% são decididos pelos jogadores e 10% pelos treinadores.

O dia em que eu acreditar que o futebol não é assim, e como não sou masoquista, dedico-me ao Curling.  

8 comentários:

  1. Parece-me estapafúrdio elogiar a postura de Platini quando, enquanto presidente da instituição que organiza o Europeu, demonstra preferência por dois competidores (Alemanha e Espanha), em detrimento dos restantes 16, numa manifesta falta de respeito e bom-senso. Aliás, gostaria de saber a opinião do autor se, porventura, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol, no decurso do campeonato nacional apoiasse expressamente o Marítimo e o Benfica, por exemplo. Talvez as palavras não fossem tão laudatórias...

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  2. Presumo que também tenhas gostado quando o acéfalo chamou batoteiro ao teu Clube para todo o Mundo ouvir, e tudo fez para que não participasse na maior prova de clubes.

    Eu adorei.

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  3. Ó António das 25 de Junho de 2012 01:26

    O que o Platini disse era que os BATOTEIROS não poderiam participar na Champions League!
    E assim foi...

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  4. Eu compreendo em certa medida o João, mas estou como o Luis Vieira: a Lucrécia Borgia não basta ser honesto, há que parecê-lo também.

    O Platini não é um mero comentador, é o presidente do organismo que organiza a competição. Sendo assim devia abster-se de opinar sobre esse assunto, da mesma forma que o presidente da Liga não deve opinar sobre preferências para o campeão português.

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  5. Por acaso, eu acho o Platini uma Besta, mas este post do Aventar explica muito: http://aventar.eu/2012/06/20/platini-e-a-final-do-euro/

    O homem diz que "ve" uma final Espanha-Alemanha (claramente as duas favoritas a vitoria) em Portugal vende-se que "decidiu"...

    Sera por acaso que so em Portugal e que se levantou esta histeria com estas palavras?!

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  6. Ó Costinha então está para aí a dizer que o senhor em questão não difamou o MEU CLUBE de batoteiro para o mundo ouvir, classificando-o como tal mesmo que indirectamente?!

    AHAHAHAH

    Questão de semântica, portanto. Costuma-se para dizer que para bom entendedor, meia palavra basta. Continue lá na sua e lamba os pés ao homem como deve ser.

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  7. Sem ironias, estou de acordo com o teor do artigo e o seu contrário. Explico : o Platini ocupou o cargo maior da UEFA e essa tomada de poder prometia um corte com o passado e os poderes instalados. A forma desassombrada como defendia os seus pontos de vista constituíam um novidade, relativamente ao antigo patrão que tomou a FIFA: manobreiro e oportunista.
    Só que o exercício do poder falou mais alto e, hoje, vejo Platini como um dirigente trilhando um caminho idêntico ao do seu antecessor: pisca os olhos aos pequenos, belisca os que lhe dão jeito (ex: FCP e Russia) e senta-se nas bancadas com os maiores entre os grandes. Junto de Merkel , pareceu cumprir um gesto de vassalagem. Não havia necessidade.

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