segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vocês sabem do que estou a falar...

«O ponto mais alto da minha carreira ainda está para chegar, tenho uma carreira muito curta. Houve um senhor que disse que era preciso dez anos e dez mil horas de treino. Ainda me falta trajeto e aprender muita coisa. (...) Depois dá a sensação que somos uma cambada de incompetentes. Temos de aprender, mas já não temos de aprender tudo. (...)
A promessa continua de pé, falarei de tudo quando acabar a nossa caminhada. Ela não acabou. Sei que alguns estavam desejosos que acabasse hoje. Foi assim com a Alemanha, foi assim com a Dinamarca, porque foram buscar tudo o que podia ser crítico em relação aos jogadores. Deixem-nos em paz, critiquem o treinador. Mas isto vai continuar. A grande maioria estará com uma felicidade imensa, outros estarão tristes. Mas já estarão outra vez a afiar as facas e a comprar cachecóis da República Checa para ver se nós saímos.»
Paulo Bento, 17/06/2012


Ouvindo/lendo este discurso azedo e cheio de recados nas entrelinhas, mas sem nomear os destinatários, por momentos pensei que o selecionador nacional era o Octávio Machado.
Não sei de que é que o Paulo Bento estava à espera, mas ele, que é dos selecionadores das últimas décadas que tem melhor imprensa, queixa-se de quê?
De não haver unanimidade em relação a algumas das suas escolhas?
Da FPF lhe ter dado um extraordinário voto de confiança e ter prolongado o contrato por mais dois anos, mesmo antes do EURO 2012 se iniciar?
Ó homem, relaxe e desfrute do momento.

6 comentários:

  1. Caro José Correia, por uma vez estamos de acordo. Quando ouvi estas declaracões em directo fiquei sem perceber quem eram os destinatários. E no final de uma vitoria tao contundente e um momento importante do nosso futebol, puxar deste discurso belicista e conflituoso não me parece fazer muito sentido. Como o proprio Paulo Bento disse: "a esmagadora maioria dos portugueses está feliz com este resultado". Era bom que o selecionador não menosprezasse essa maioria em prol de um saco de recados para meia-duzia de críticos. Assim parece que estamos a tentar ganhar para calar algumas bocas, mais do que para proporcionar alegrias. Nunca é a melhor motivacão.

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  2. O Bento 0 tem a escolinha de Alvalade, é preciso não esquecer.
    Ou seja, é um choramingas excepcional.
    Faz-se de forte e/ou de vitima conforme lhe convém. Foi assim que fez com que lhe dessem mais 24 meses de altos salários sem se saber aquilo que ele conseguiria nesta competição em que está presentemente.

    E quanto ao que o Bento Zero disse de que há pessoas tristes por Portugal ter passado à fase seguinte, eu sou uma delas.
    Tenho pena mas não é por ele nem pelos jogadores nem por nada nem ninguém em especial, é só porque acho uma estupidez tratarem os portugueses por burros e quererem fazer-nos acreditar que o desempenho de uma equipa de futebol, mesmo sendo a equipa que representa um país, é um desígnio nacional e que é mais importante o Euro 2012 que a situação dramática que muitos portugueses vivem ou que é mais importante isto que a corrupção e compadrio politico evidente e nojento em que Portugal está enterrado, ou até a seca que Portugal atravessa, para mim merece mais atenção. Não sou agricultor nem me afecta directamente a falta de água nos solos mas acho mais importante e preocupante isso que saber se o veloso cortou a "lã" ou se o meireles fez mais uma tatuagem. Já para não falar dos 4 milhões em carros que desfilaram em Óbidos.

    Desde há uns anos que deixei de dar qualquer valor aos jogos da selecção, foi quando comecei a perceber que se nos clubes há muitos merdas que só por lá gravitam para terem direito a comissões e/ou bons salários, na selecção então é que acho que ninguém passa por lá a não ser pelo dinheiro. Por isto tudo e muito mais quero aqui dizer CAGUEI PARA A SELECÇÃO, se já tivessem saído... porreiro pois assim diminuía o ruído, se ganharem a tudo e a todos... porreiro também... quero lá saber.

    Deixo aqui um link de uma versão muito apropriada e que devia até mesmo ser usada do hino de Portugal que devia ser cantado pelos jogadores em todos os jogos.

    *avancem para o minuto 57 (+ ou -) do video.

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  3. eu por acaso percebi bem as indirectas. Rui Santos, Hélder Conduto (o tal que foi avivar o fantasma do Scolari mesmo antes do Euro), joão Gobern, entre outros, incluindo o "noss" Miguel Sousa Tavares. Aliás, essa "explosão" de indirectas veio quando um jornalista da Bola entra assim "Paulo bento, depois de ter ganhos taças de Portugal, considera este o momento alto da sua carreira?". Eu teria respondido igual ao nosso seleccionador. Basicamente estava a novelá-lo por baixo. Tal como o Rui santos e o Gobern, e o MST que não têm parado de referir que esta é a selecção mais fraca de sempre. A todos eles, embrulhem!

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  4. Não terá sido também para o Manuel José e para o Queiroz?

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  5. «não compreendi as críticas de antigos selecionadores ou candidatos ressabiados, à Seleção, já que sabiam os estragos que iam causar. Como não entendo agora a reação de Paulo Bento, ao revelar uma afetação que em nada favorece a sua imagem. Deixá-los a falar sozinhos, não acusar o toque, seguir em frente, eis o que faltou – a melhor, a mais elegante e a mais dura das respostas.»
    Alexandre Pais
    record.pt

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  6. «Paulo Bento – e bem – começou por nos dizer que, no final da participação portuguesa no Europeu, estaria disposto a abordar todos os assuntos, a responder a tudo o que lhe perguntassem. Todavia, após o jogo com a Holanda, provavelmente empolgado com a exibição, o resultado e a qualificação para os “quartos”, quebrou a promessa e tratou de enviar recados a todos os que considera não estarem com a equipa. Pior: denunciou existirem alguns portugueses que não se sentiriam contentes com o sucesso nacional e até admitiu que, desde logo, esses “traidores” já deviam estar a comprar cachecóis da Rep. Checa.
    Paulo Bento não esteve bem nestas declarações. Porque o “timing” das mesmas não foi o mais adequado, porque a vitória sobre a Holanda e o embate seguinte com os checos deviam merecer todas as atenções e, já agora, porque fica mal atirar recados para o ar sem concretizar. Se o seleccionador conhece portugueses que torcem contra a Selecção - e seguramente não deve estar a pensar em cidadãos anónimos – deve dizer os seus nomes. Meter tudo no mesmo caso, generalizar, é sempre perigoso e injusto.»
    Luís Avelãs
    record.pt

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