A escalada de tensão no balneário portista ainda antes de
começar a competição oficial só deixa espantado quem não tem estado atento à
forma com tem sido gerido o futuro próximo de alguns dos atletas do plantel.
Não sendo uma prática nova, o “isolamento” de alguns jogadores permite, em
tese, deixar o grupo de trabalho à parte destes focos de pressão. O problema é
quando nem o plantel se esquece dos jogadores que treinam longe dos seus
olhares e, também, as exceções que ficam à vista de todos, exalando uma diferença
de tratamento que pode não ser bem compreendida.
Sendo certo que fazer a gestão emocional de uma comunidade
de cerca de 30 pessoas é um desafio complexo, o modo como a SAD portista o tem
feito nos últimos tempos vem acelerando a pressão e competição interna,
arrastando-a para níveis onde a racionalidade entre os companheiros de equipa
poderá deixar de funcionar.
O afastamento dos jogadores que o treinador não conta ou que
a administração se quer ver livre, nunca deixa os restantes elementos indiferentes.
Por mais que se tente mantê-los à distância, interiormente os jogadores sabem
que a situação atual dos seus ex-colegas pode muito bem vir a ser a sua num
futuro não tão distante, o que invariavelmente elevará os estados de ansiedade e despique no seio do grupo. Não existe nada mais perturbador do que alguém constatar que
o seu futuro profissional pode ser arrastado para um caminho que não planeou ou
não pretende.
Mas para agudizar o ambiente verifica-se que o tratamento é
diferenciado consoante o estatuto do atleta. Álvaro Pereira, apesar de estar
com guia de marcha assinada, manteve-se a treinar com equipa até ao início
desta semana. Cristian Rodriguez pegou-se com Moutinho num treino algures na temporada passada. Falcao, há um ano atrás, arrastava-se por entre o grupo de
trabalho. Em qualquer dos casos estes elementos transformaram-se em corpos
estranhos ao plantel. Os jogadores, de parte a parte, sentem que já não se
balizam pelos mesmos objetivos, fomentado as desconfianças que degeneram em
provocações como as que se passaram no Olival na passada segunda-feira entre
Kléber e Pereira.
Naturalmente os jogadores são responsáveis pelos seus
comportamentos. E a maturidade profissional é algo que tem de partir de eles
mesmos. Contudo cabe aos órgãos de chefia superiores (equipa técnica e direção)
encontrar soluções resolver os casos pendentes rapidamente, prevenindo um
arrastar de um mal-estar generalizado. Parece-me que entre a SAD e os jogadores
que estão – ou têm estado – na iminência de saída, não tem imperado o diálogo,
um acertar de posições convergentes aos interesses de ambas partes. Trava-se um
jogo de forças que não beneficia ninguém e que tem posto em causa, inclusive,
algo tão sagrado como o ambiente e a blindagem do balneário portista. Esta “guetização”
dentro do grupo de trabalho tem de acabar, sob pena deste estado de espirito se
eternizar, aniquilando todos os projetos futuros.
Não existe nada mais perturbador do que alguém constatar que o seu futuro profissional pode ser arrastado para um caminho que não planeou ou não pretende.
ResponderEliminar____
O problema é que alguns jogadores criaram expectativas ( sem sustentabilidade no mercado na maioria dos casos) elevadas depois da fantastica epoca de Vila Boas e isso mexeu com o seu comportamento profissional???
Não é nada, nada facil e confio na Sad para defender do melhor modo o FCP.
E as vezes não se conta a historia dos factos e dos casos direitinha . Por exemplo só vi a historia direitinha do AP contada - em post -muito recentemente no blogue dragão doente.
Os jogadores contribuem decididamente para a sua situação quando determinados comportamentos não desejaveis são repetidos ?
ResponderEliminarUm profissional anda à porrada porquê? Porque quer forçar uma situação! -
ResponderEliminarPorque é que ele não parte para cima do Antero Henriques ou do Presidente?... Seria contra estes que em teoria teria mais razões, não?
Não há forma de tratar melhor, nem remediar estas questões... não se trata propriamente de gentlemen ! Para além disso, já só a ideia de estas pessoas serem "vendidas e compradas" já complica muito o assunto!..
Este incidente só serviu para reforçar a minha ideia de que o Kléber é um jogador sem categoria (agora também de carácter) para representar o FCP. Quanto ao Álvaro, que os euros o levem definitvamente porque ele já não "está cá" há muito.
ResponderEliminarQue dramatização! O problema decorre simplesmt do mercado fechar tarde demais. Se o Porto admite vender o jogador e este não tem a cabeça limpa, é preferível trabalhar como se já cá ao estivesse (se ficar e limpar a cabeça, é um reforço). Que acham do AVB isolar o Modric ou há 2 anos o Meireles?
ResponderEliminarMais do que falar em casos particulares (apesar da situação do Álvaro Pereira ser de pertinente actualidade), o que tento trazer ao debate com este artigo é a proliferação de casos pendentes dentro do universo de jogadores com contrato com o FC Porto, onde começa a transparecer um ambiente pouco saudável e pouco solidário entre companheiros de equipa mercê do impasse sobre o futuro próximo que muitos deles vivem.
ResponderEliminarNão só é notório o crescendo de despiques e conflitos entre os jogadores, como também transparece para o exterior uma falta capacidade de a SAD concertar posições com estes elementos de modo em conjunto encontrar uma solução que interesse a ambos.
Não é a colocar atletas por decisão unilateral a treinar sozinhos ou nem sequer utilizar nos particulares jogadores que estão no mercado que se vai valorizar o "produto", sem que ele se arraste dentro da remessa de stock até perder cotação comercial.
Sinceramente acho que nao passa tudo de uma tempestade num copo de agua...porque tanto barulho ?
ResponderEliminarE qual era a solução ou metodo mais eficaz ?!
ResponderEliminarÉ que não me parece que haja se formos mesmo realistas e conhecedores pelo menos um pouco do mundo do futebol de hoje.
Boas pessoal.
ResponderEliminarSobre a questão do Álvaro, acho um assunto delicado, e de certa forma um pouco diferente de alguns jogadores no plantél, como por ex. Sapunaru ! Isto porquê ? Palito é um excelente jogador, que em condições normais, seria á partida titular .. e é do interesse do clube, manter esses jogadores, só que, não se soube comportar como um bom profissional, e isso está a ser prejudicial para ele, e para o clube. Acho que agora, mais do que nunca, o clube quer vender o jogador, mas não a qualquer preço. O jogador tem todo o direito de ter ambições e de querer experimentar outras ligas e claro de ganhar mais dinheiro, mas tem que se lembrar que assinou um contrato com o clube, clube esse que lhe paga um grande ordenado ao fim do mês, e que exige que o jogador seja um bom profissional a todos os niveis, e isso não está a acontecer. Amuou a época passada, por não ter saído, andou a arrastar-se em muitos jogos, parecia que estava a jogar por favor, e depois teve a atitude lamentável no Axa, ao demonstrar uma enorme falta de respeito quer com o treinador, quer com o restante da equipa. Não sei se houve um pedido de desculpa por parte do jogador, mas se não, deveria tê-lo feito. Só ganhava com isso. Se realmente o treinador não conta com ele, e a SAD o quer vender, qual a necessidade de vir dizer que conta com o jogador ? Porque não tem o mesmo tipo de tratamento que Belluschi e Sapunaru ? Ou Modric por ex .. vai ser mais um caso como foi o do cebola a época passada ? semanas sem ser convocado, depois aparecia a titular, depois voltava a desaparecer, depois aparecia .. enfim, espero que não, e espero que a SAD tenha noção que o jogador não está a valorizar, não valorizou em nada a época passada,se o quisesse valorizar, ao menos que utilizasse o jogador, mas não. Por isso na minha opinião, uma proposta entre 10 M€ e 15 M€, era vendido. Quanto ao caso de Palito e Kléber se terem pegado, eu não sei, simplesmente me disseram que leram no jornal, que numa peladinha, a equipa do Kléber estava a ganhar 10-0 á equipa do Álvaro, e o Kléber ao que parece, marcou uns 4 ou 5 golos e andava a mandar aquelas boquinhas do tipo "eu é que sou" e blá blá blá e o Álvaro respondeu-lhe "pena que nos jogos a sério não sejas assim" e o brasileiro respondeu, e começou a confusão.. enfim, parece um jardim. Mas se realmente foi isso que aconteceu, a atitude que eu tomaria, era igual para os dois, não sei se a não convocatória do Álvaro teve algo relacionado com esse incidente, mas se teve, era o mesmo tratamento para o Kléber. Espero sinceramente que a situação quer do Álvaro, quer de Sapunarus, Belluschis, Hulks, Moutinhos e companhia, seja resolvida o quanto antes, e não no último dia do mercado de transferências, acho que ia ser muito mau para o clube, a nível desportivo. Ou porque no último dia um clube accionou a cláusula do Hulk ou do Moutinho, e depois é tarde para ir buscar um substituto, ou porque a negociação correu mal, e o Palito já não vai, fica amuado, e depois é o que se sabe .. a ver vamos.
Deixo uma pergunta no ar : Acham VP, um treinador capaz de lidar da melhor forma com estes casos ? Eu não estou a criticar o treinador, simplesmente sei, que há treinadores, com uma componente psicológica mais forte, digamos assim.
Um forte Abraço para todos e rumo ao TRI : )
Boa tarde,
ResponderEliminarMais uma vez fico algo surpreendido com algumas opiniões que parece fácil a gestão/resolução de conflitos de profissionais(?) que nos tempos atuais cada vez são mais difíceis de resolver.
1º O FCP tem um historial que fala por si e que normalmente se pauta pela forma sigilosa que normalmente conduz os negócios, seguindo o lema o segredo é a alma do negócio. A única surpresa é saberem-se desses desaguisados.
2º Nos tempos que decorrem para certas pessoas os contratos só têm um “lado” os direitos, esquecem-se das obrigações.
3º Para quem está de fora e com uns média anti FCP, que procuram a confusão é muito fácil obter confusão quando os jogadores sabem que está tudo a seu favor, i.e os jogadores internacionais e com menos de 26 anos sabem que se criarem confusão a entidade empregadora não pode falhar as suas obrigações e pagarem-lhe ao fim do mês, pois caso de isso acontecesse ficavam livres.
4º Hoje em dia os poderosos cada vez mais pressionam os jogadores que procuram adquirir a criarem esses conflitos, não restando aos clubes o recurso ao treino isolado para evitarem casos como o do Kléber e AP.
5º Por outro lado os clubes não podem ceder à chantagem porque estariam a servir de exemplos para casos futuros.
Na minha opinião isto só poderá ser minimizado com certas medidas, como por exemplo o mercado de transferências ter a 1º janela no inicio da fina LC e terminar a 15 Julho e a de Inverno de 15 Dezembro a 31 Dezembro. Por outro lado a FIFA/UEFA deveria ser mais interventiva e casos como o do Modric o RM deveria ser fortemente castigado. Mas sabendo nós que estas entidades só têm poder para sancionar os clubes/Federações que não sejam do circulo do poder (Espanha,Brasil; Alemanha, Inglaterra, Itália e França) isto não vai mudar.
Por isso tudo parece-me extemporâneo e aligeirado como se manifestam certas opiniões.
Nota: Como escrevi aqui à uns dias o Brasil a jogar e ser dirigido desta maneira, não ganharia mais nenhum título. Na altura estava a referir-me (a pensar) no confronto com as potências da Europa, mas o descalabro é tanto que perdem com o México. Isto confirma que um grupo de bons jogadores não faz uma boa equipa. O futebol não é só bola nos pés (como dizia o Artur Jorge) à que recuperar e acima de tudo cada vez mais os egos não ganham competições. Eu vejo muitos adeptos e jornalistas a baterem palmas a jogadas bonitas mas que não levam a nada, ainda mais quando nos apercebemos que esses “artistas” só olham para o seu umbigo.
Saudações