O novo cargo não era assim tão novo para Alcino, que o conhecia bem porque em tempos estivera ligado à fundação da sociedade, tendo depois passado por várias funções de menor relevo em grupos recreativos locais. Mas, depois da ‘fuga’ (in) esperada de Firmino, o convite surgiu pela mão do Presidente, para o cargo que lá na terra era vulgarmente conhecido por Tesoureiro mas que, na cada vez mais comum terminologia anglo-saxónica, se designa por CFO – Chief Financial Officer. Alcino sentiu orgulho: o seu trabalho de sapa de vários anos fora finalmente reconhecido e recompensado e aceitou, sem pestanejar.
A primeira coisa de que se apercebeu quando iniciou funções foi que a tesouraria apresentava défices crónicos, o custo médio da dívida estava a subir com a escalada dos spreads e que os bancos negavam consecutivamente pedidos de reunião para discussão de crédito. O mundo estava mudado desde o início deste novo século, há uma década, quando Alcino negociou habilmente com a Autarquia e com a Caixa Agrícola um empréstimo para a construção da nova bancada central coberta.
O campeonato desse ano acabaria por se perder para o maior rival, o Águias de Bagaceira, e a Direcção estava empenhada em voltar às vitórias e ao estatuto de campeão logo na época seguinte pelo que iria apostar em reforços para a equipa, necessitando de liquidez para alguns investimentos de vulto. Dito e feito: nas épocas seguintes o clube voltou a vencer e a consolidar a posição de hegemonia no futebol local. Os melhores jogadores foram alvo de forte cobiça de clubes maiores e, para equilibrar as contas, o clube acabou por fazer bons negócios e encaixar umas massas. A maior de todas as transferências foi a do Gavião, um ponta-de-lança estrangeiro, temível para as defesas adversárias, e que molhava a sopa em quase todos os jogos. Foi para o Atlético de Moncorvo, que acordou pagar a cláusula de rescisão e ainda levar o Raúl, um meio campista jovem e com um futuro promissor.
Já passava de meio do mês e Alcino T. esperava ainda vários recebimentos: uma tranche dos direitos de transmissão radiofónica da Rádio Universo, uma prestação do passe do Gavião e ainda uma pequena verba relativa ao passe do Gualdim. Chegou a tranche dos direitos radiofónicos e, de forma avisada, Alcino não utilizou o dinheiro de imediato porque estava à espera dos recebimentos do Atlético de Moncorvo e do Inter de Mirandela. Atrasaram uma semana. Alcino e a sua equipa contactaram o tesoureiro do Inter que lhes disse que tinha havido um problema com o banco mas que enviariam o cheque na semana seguinte. De seguida contactaram o Atlético de Moncorvo que inventou uma série de desculpas, deixando Alcino apreensivo e sem saber quando iriam pagar o que estava acordado contratualmente.
A lista de pagamentos a fornecedores engrossava mas Alcino entendeu reter os pagamentos mais uma ou duas semanas e pagar primeiro os impostos e a segurança social, tendo ficado com pouco dinheiro em caixa. Passou mais uma semana. Chegou o fim do mês e era preciso pagar os ordenados. O Atlético vinha agora dizer que só poderia pagar no mês seguinte. O cerco começava a apertar. O que Alcino precisava era de uma conta caucionada que lhe permitisse uma utilização nesse momento com amortização no prazo de 30 dias. Resolveu então ligar para o Banco Comercial e para o Banco Industrial e expor o problema. O Dr. Fonseca e o Dr. Amaral, abnegados gestores de conta respectivos, que sempre se mostraram solícitos para trabalhar com o clube, mandaram Alcino ir pastar, mas de uma forma extremamente educada. Este percebeu, resignado, que a banca lhe fechou de repente a porta porque o futebol se trata de uma "indústria de risco elevado" e à qual a administração tinha decidido "reduzir a sua exposição".
Surgiu em Alcino a inevitável pergunta: “e agora, onde é que vou buscar o dinheiro?”
Emitir títulos de dívida (e.g empréstimo obrigacionista) é possível, mas a preparação dessa operação demora vários meses. Ligou ainda ao Ludgero, um operacional que subiu a pulso no clube e que já tinha uma boa rede de contactos entre empresários locais e representantes de jogadores. Alcino sabia que alguns deles tinham empresas de objecto social incerto às quais chamavam “Fundos” e que tinham, normalmente, bastante liquidez. Ludgero falou com algumas pessoas e apareceu uma hipótese, que tratou de comunicar a Alcino: vender a um “Fundo” 10% a 20% do passe de um dos melhores jogadores pelo custo de aquisição. “Que oportunistas!”, pensou para si. O clube tinha apostado nos jogadores, trabalhando a sua técnica e colocando-os a jogar, e agora vinham uns tipos dispostos a pagar por eles aquilo que eles tinham custado quando ainda estavam verdes.
Face à proximidade do fim do mês havia claramente duas hipóteses à escolha do responsável pelo pelouro financeiro do clube:
- Aceitar o negócio, lançar um edital a comunicar aos sócios e ao mercado, pagar os ordenados no fim do mês e na semana seguinte continuar com a luta.
- Não aceitar o negócio, por ser abusivo e lesivo dos interesses da instituição e no fim do mês não pagar os ordenados ao pessoal. Na semana seguinte continuaria a luta, mas teria os atletas, dirigentes e demais colaboradores insatisfeitos, a ligarem-lhe de 5 em 5 minutos a perguntar o que se passa.
Parecia que o dinheiro tinha desaparecido de circulação e que os devedores deixaram de ter capacidade para pagar as suas dívidas. Alcino aprendera da pior forma possível o que é o custo de oportunidade do capital.
E se essas percentagens dos passes que faltam pagar não forem pagas ao FC Porto, o que acontece aos clubes devedores? Não existe fair-play da UEFA neste caso?! É que estamos constantemente a ser prejudicados devido a terceiros...
ResponderEliminarPassei uns bons 10 minutos a rir-me com este artigo (no melhor dos sentidos),
ResponderEliminara alegoria é deliciosa, plenamente cheia de oportunismo e que coloca a questão numa perspectiva quase literária, numa fábula de Esopo.
Excelente Nuno,
A minha resposta, conhecida por todos aqui, está clara mas falta aí um terceiro ponto, que no fundo é a tomada de responsabilização que raramente existe no futebol (e muito mais fácil de por em prática nas empresas, que vivem do negócio e não se encantar o público) que é a demissão (ou apresentação de um pedido de demissão) de um responsável financeiro que não soube medir as consequências da sua acção, na conjuntura que vivia quando chegou ao cargo, e que não se importou de lançar uma fuga para a frente sabendo que tarde ou cedo ia precisar de dinheiro que não existia. Entre outras coisas porque o Alcino sabia, de antemão, que o Atlético de Moncorvo era conhecido no distrito por nunca pagar!
O artigo tem bastante graça, sem dúvida.
ResponderEliminarO Nuno Nunes não sei se foi por esquecimento ou não, só faltou referir no inicio do texto, que qualquer semelhança com a realidade de factos, pessoas, ou clube é pura coincidência. LOL
ResponderEliminarConclusão da história; nunca se deve contar com o OVO no CÚ da galinha.
E só uma pequena chamada de atenção; já imaginaram se esta estória acontecesse no nosso querido clube. É que só um um gajo muito desprevenido e/ou incompetente é que está a contar como o OVO no CÚ da Galinha; mas o pior que pode acontecer é próximos gerentes de aviário quando cá chegarem, pensarem que ainda há GALINHA, pois esta há muito que deixou de dar OVOS, e os que cá estão, preparam-se para mais cedo ou mais tarde comer a própria Galinha, pois é o que resta desta outra hora excelente poedeira.
Zé do Aviário
Com humor e uma certa ironia, este artigo do Nuno Nunes ilustra bastante bem o aperto financeiro por que passam a maior parte das empresas portuguesas e, em particular, as SADs e clubes de futebol.
ResponderEliminarComo tão bem o Nuno ilustrou, estou convencido que, na maior parte dos casos, o Recurso aos Fundos (que é o nome deste artigo) é muito mais fruto de necessidades de tesouraria, do que uma estratégia que faz parte de esquemas menos claros para beneficios pessoais.
Devo dizer que o artigo está muito interessante e superiormente bem escrito. Arranjou aqui uma forma divertida de explicar o porque da necessidade dos fundos e a importância que eles (infelizmente) têm na gestão corrente dos clubes inclusivamente para o pagamento de salários. Julguei que era mito mas agora estou esclarecido.
ResponderEliminarCumprimentos
Boa tarde.
ResponderEliminarPermita-me que fuja ao tema do seu post e use este espaço de comentário para tornar público o sentimento de indignação que senti hoje, enquanto jovem e portista.
Saia da universidade com um grupo de colegas, à hora de Almoço, e ligamos a rádio para ouvir, às 12:30, o “Jornal de Desporto” da Antena 1.
Foi dilacerante. Uma cena digna do “Perdoa-me”.
Na rádio pública, o jornalista Alexandre Afonso fazia ouvir o clamor de Manuel Sérgio, amigo, conselheiro e gestor de carreira de Jorge Jesus.
Manuel Sérgio sentenciou a inocência do “doutor do povo”, que segundo ele não agrediu nem maltratou ninguém no fim do jogo em Guimarães. Garantiu que o que milhares viram (crianças também) foi “apenas” um gesto de um coração nobre na defesa de um dos seus.
Assim sendo, diz, nada há a julgar e já nem sequer se deveria falar mais do assunto!
Foi esta personagem isenta que o jornalista Alexandre Afonso, responsável pelo desporto da estação pública, encontrou para abordar o caso.
Que haveria de dizer Manuel Sérgio de justo e isento sobre o acto violento protagonizado pelo amigo Jesus, no último domingo?
Era essa a expectativa do editor do “Jornal de Desporto” da Antena 1?
Dá-se o caso que o amigo, conselheiro e gestor de carreira de Jorge Jesus ser também presidente da comissão para a ÉTICA no desporto, o que foi omitido na notícia da Antena1, mas isso foi relevante, tal como a amizade, para, minutos depois, o mesmo Manuel Sérgio aparecer na “Bola Branca” da Renascença a defender a “atitude Quixotesca” de Jorge Jesus – um coração bom!
O mesmo caso, o mesmo protagonista em duas rádios nacionais.
Mera coincidência nos critérios editoriais?
Pois bem, parece-me que ética é uma coisa diferente!
Será demasiado olímpico pedir jornalismo ético?
Naquele em que os jornalistas não se sentem como peças de um jogo, em que se facilita perante o acesso privilegiado às fontes, por amizade, por clubismo, regionalismos e porque se sentem até capazes de condicionar estratégias e até as regras.
Alexandre Afonso e o colega da Renascença viram o que todos vimos no domingo e fizeram a opção profissional de fazer ouvir Manuel Sérgio.
Nós ouvimos, mas também pensamos e sabemos que ética é a “disciplina que procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de alcançar, preconizam juízos de valor que permitem distinguir entre o bem e o mal” e que na ética que devem assentar os princípios morais pelos quais um indivíduo rege a sua conduta pessoal ou profissional, no caso, o código deontológico.
É destes valores que precisam os jovens e as crianças que ouvem e vêm o futebol e os seus casos!
Já agora, na dita comissão a que preside o amigo do treinador do Benfica ninguém se sentirá indignado pelo facto de Manuel Sérgio preferir branquear um acto violento num estádio de futebol em vez de aludir à ética no desporto?
Ninguém lhe pede para sair’ Nem o porteiro?
Abraço
Miguel Vaz
19 anos
Estudante
Nuno,
ResponderEliminarParabens pelo texto, sem duvida original, com conteudo e divertido.
Esta' engracado, mas faltam aqui duas coisas:
ResponderEliminar1) se calhar o Alcino so' ficou 'a rasca de tesouraria porque o clube decidiu investir o q tinha e nao tinha numa porrada de novos proto-craques... ficando sem qq espaco de manobra e totalmente exposto ao minimo incumprimento q pudesse acontecer da parte de um dos devedores (como o A. Moncorvo, mas nao so')... e nao e' preciso ter uma bola de cristal para especular q algum deles nao iria cumprir com o q devia ao clube
2) independentemente disso, na hora do aperto o Alcino tinha ainda outra alternativa nao mencionada: atrasar ele proprio o pagamento dos passes da tal porrada de proto-craques q o clube tinha comprado, e se necessario tentar emitar um novo emprestimo obrigacionista nos 3-6 meses seguintes (regularizando nessa altura a situacao para com os seus credores).
3) Mas havia ainda mais outras alternativas (com menor probabilidade de sucesso, mas mesmo assim a explorar): por exemplo, pedir a antecipacao de 6 ou 12 meses ao Quim das Azeitonas no q ele tinha a pagar pelos direitos de TV.
"tinha ainda outra alternativa nao mencionada: atrasar ele proprio o pagamento dos passes da tal porrada de proto-craques"
EliminarQue foi exactamente o que aconteceu com o Defour e o Mangala, ou não?
muito bem zé, o clube só ficou refém dos fundos porque antes andou a gastar aquilo que não podia.
Eliminare porque gastou assim tanto dinheiro? porque antes havia encaixado uma pequena fortuna com a venda de certos jogadores.
e o alcino deixa subir assim os custos do plantel sabendo que depois só vendendo outros jogadores por elevadas quantias é que consegue equilibrar as contas?
Mas acho que li nos R&C que esse pedido ao Quim das Azeitonas já tinha sido utilizado. Por aí já não havia guito. Ou não?
EliminarResposta do JN:
ResponderEliminarNota da direção: O problema do Benfica é o seu sistema
Publicado às 00.38
2704 144 2
1. O Sport Lisboa e Benfica emitiu um comunicado em que refere o Jornal de Notícias como um dos órgãos de Comunicação Social que, citamos, "continuam a dar apoio ao sistema".
Os factos provam que o magno problema do SLB - pouquíssimos títulos conquistados nos últimos anos para tamanha legião de adeptos - resultam do sistema sim, mas do seu próprio: de gestão desportiva. Quanto ao JN, limita-se a relatar factos e a dar-lhes o relevo e enquadramento que a sua Direção editorial decide.
2. Não foi o JN quem patrocinou a cena em que o treinador do SLB se envolveu à pancada com a Polícia no final do jogo de domingo último. Nem esta, nem anteriores como, por exemplo, a que protagonizou com o seu próprio atleta Cardozo, também em pleno relvado, após a final da Taça de Portugal da época passada.
3. Não foi o JN quem patrocinou a cena em que o capitão da equipa insultou os adeptos do seu clube no final do jogo da Luz com o Gil Vicente.
4. Não foi o JN quem patrocinou as cenas pós-jogo, como, por exemplo, a rega e o apagão com que o Benfica brindou, na Luz, uma das festas de um dos campeonatos ganhos pelo F. C. Porto.
5. Não foi o JN quem patrocinou as cenas de falta de "fair play" dos jogadores do Benfica no final da Taça de Portugal, ganha pelo Vitória de Guimarães.
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Eles não estão habituados a que lhes falem assim, neste país......
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNuno Nunes encontra-se com Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco e Artur Portela Filho! :-)
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ResponderEliminarNo ilusionismo ninguém bate o Benfica (OJOGO)
Truque barato para desviar as atenções de Jesus e vender assinaturas da Benfica TV
Jorge Jesus, treinador do Benfica, empurrou, puxou e até bateu em agentes da polícia para os impedir de imobilizar um invasor de campo. Se preciso fosse, o insólito da situação já ficaria suficientemente demonstrado pelo impacto que o caso teve na Imprensa internacional, mas não é necessário: bastam as imagens televisivas e uma pontinha de integridade. A mesma pontinha de integridade chegaria para compreender que a pergunta que o leitor faz a seguir é esta: o que pode acontecer agora ao Jorge Jesus?
Procurámos a resposta na pessoa insuspeita do professor José Manuel Meirim, especialista e, não é que interesse, mas adepto do Benfica. Dessa conversa resultou um artigo fornecendo os possíveis enquadramentos legais. Em comunicado, o Benfica diz que, ao fazê-lo, O JOGO "condenou Jorge Jesus por factos que carecem de apuramento" e acusa-nos de não dar o mesmo tratamento a uma altercação entre um administrador do FC Porto e o presidente da AF Lisboa, de que fizemos notícia dando voz às duas partes e a uma testemunha imparcial.
A isto que o Benfica engendrou chama-se ilusionismo. É um truque barato de prestidigitação que tem dois objetivos: desviar as atenções do disparate que Jesus fez e, à boleia, vender assinaturas da Benfica TV inventando seja o que for contra os órgãos de comunicação que lhe interessam. Já não é de hoje que o Benfica se empenha muito mais em desenvolver esse truque de salão do que o futebol, com os resultados conhecidos. Jornal OJogo
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ResponderEliminarApanhei isto num blogue portista- Vejam
Confesso que li de modo breve o texto pois está muito grande e massudo.
ResponderEliminarMas pelo que li, pensei que estava a ironizar sobre o Clube do Guiness Book das Anedotas. Mas, aqui, alguns preferiram assumir que se estava a referir ao FCP.
Como não sou nem Gestor, nem Bancário, nem Economista, nem TOC, nem Contabioista, ou coisa que o valha... vou simplificar aqui a coisa, de modo a qua alguns possam perceber.
O FCP SAD + Clube não tem um Passivo de mais de 600 Milhões de Euros.
OK?!
O FCP é Tri-Campeão Nacional. Só nos úlimso 20 anos ganhou 14 Títulos!!!
Coisa pouca já sei.
Sim, o FCP compra caro, paga caro e vende caro...
Sim, mas só nos últimos 10 anos foi a 7 Finais Internacionais... e algumas até as ganhou.
E, notar bem. O FCP não tem os proveitos e rendimentos dum MU, Man City, RM, FCB, Bayern, Milan, PSG...
OK?!
Ou é preciso fazer um desenho?!
E, não não sou nenhum supra sumo das engenharias finaceiras nem percebo nada de Swaps...
Só sei fazer contas de mercearia.
Agora, os tais inteligentes imaginem só como seria se o FCP tivesse perdões fiscais, OPAS chinesas, Operações coração, Bancos BES / SLNs etc, etc... sem esquecer os Mexias, os Oliveira e Costas, os Zainais, a Isabelinha dos Santos...
Imaginem só como seria...
Não há maior cego aquele que não quer ver, não há maior amigo da derrota daquele que não faz auto-critica!
EliminarTreteiros sempre existiram no clube e não deixaram grande lastro, antes pelo contrario.
EliminarPara mim é uma alegoria pouco trabalhada directamente remetida ao FCdoPorto, com nomes e referências muito próximas da realidade -Gaviões, Gualdins, Interes, Atléticos- só não entendo esta ânsia constante de bater no nosso Clube, sinceramente não compreendo esta vontade de magoar os amigos...
ResponderEliminarOk já percebi, antes de PC é que o Porto era bom!
O Portistas fartavam-se de festejar títulos, eu lembro-me de que ganhar um Torneio Particular de Juniores em Limojes valia por um título Nacional de séniores.
Mas agora que interessa, o que é preciso, é dar vazão ao fastio de vitórias...
Não percebo o alcance .
EliminarQue "artigo" SALOIO.
Claro que há falta de liquidez em todo o tipo de empresas e ainda mais quando os seus "clientes" não pagam como previsto.
Enfim, a mentalidade atual de certos adeptos, cansados de tanta gloria, que se calhar não merecem...
E por este andar, num futuro próximo, que é já amanhã; arriscamo-nos a recuar a um passado distante de mais de 30 anos e a passar novamente a comemorar a vitoria de um torneio internacional juniores, como o campeonato de seniores se tratasse... mas em vez de ser em Limoges, é mesmo aqui no Porto, pois nessa altura não haverá dinheiro para tanto luxo.
EliminarPortista Atento.
Felizmente que nem todos pensam como tu, que não se deve olhar aos custos dos meios para alcançar as ambicionadas vitorias, mesmo que esses custos possam ser o principio do fim.
meirelesportuense:
EliminarE' precisamente contra comentarios como o seu, que portistas como eu e muitos no blog, temos de nos bater.
Pouco nos vale ter tido uma serie fantastica de vitorias se nao pensamos seria e honestamente no futuro do clube. Caso contrario, vamos ser como os outros, e um dia ficamos a viver do passado, simplesmente porque nao fomos honestos connosco e nao planeamos a serio o futuro. E para planear, e' preciso perceber e debater, sem complexos e com total honestidade. Exactamente ao contrario do que se faz na politiqueira...
Nao tem nada a ver com magoar quem quer que seja, ou o clube. Apenas tem a ver com nao disfarcar, nao esconder, planear.
Um dia a mare' vaza e vamos a ver quem andou a nadar nu.
"Claro que há falta de liquidez em todo o tipo de empresas e ainda mais quando os seus "clientes" não pagam como previsto."
EliminarMas é mesmo para isso que existem "cash flow budgets". Nem toda a gente os sabe fazer e nem toda a gente os faz.
Faltam aqui mais pormenores para a estória ser mais engraçada:
ResponderEliminar1- O clube até tinha uma escola de formaçao ( nao era a melhor do bairro mas de vez em quando lá surgia alguém para a equipa), mas para poder continuar com a venda de jogadores, destruiu-se essa escola para poder comprar todos os anos o maior nº de jogadores possiveis, chegando ao ponto do seu 3º guarda-redes( aquele que ficava para incentivar os outros dois) ter sido contratado a um clube fora da terra.
2- Alcino obviamente nao tem culpa das ambiçoes do seus superiores, restando-lhe 2 hipóteses: demitia-se como o seu antecessor ou fazia o que estava ao seu alcance para fazer navegar o barco.
3- Os adeptos e sócios do clube nao estavam minimamente preocupados com a destruiçao da formaçao nem com o negócio de compra e venda de jogadores em que o clube se tornara, pois estavam demasiado entretidos a festejar os inúmeros títulos que o clube todos os anos ganhava, sem perceberem muito bem se a hegemonia se consolidou por causa dos negócios ou foram os negócios que se consolidaram por causa da hegemonia.
Infelizmente com um país cada vez mais e mais CENTRALISTA, o aburguesamento dos adeptos não vai durar muito tempo pois o "homem" não dura sempre e depois quero ver a reação e capacidade dos TRETEIROS......
ResponderEliminarUma infelicidade (para ser suave) o que leio por aqui.
Andam alguns portistas preocupados e pelo que se vê de vez em quando por aqui é só talentos da gestão desportiva!!!
ResponderEliminarO Pedro Ramos está a falar do Porto, do Sporting ou do Benfica?...É que parece-me -parece-me repito- que o objectivo principal de um Clube de Top é ganhar TÍTULOS!...Se for unicamente para fazer formação, então para isso temos o Dragon Force!
ResponderEliminarSe qualquer equipa está neste momento a jogar na 1ª Liga com jogadores oriundos predominantemente da sua formação diga-me qual é, o Estoril? O Rio Ave? O Guimarães? O Benfica? O Sporting? o Braga?
Quer dizer-me na 2ª Liga qual é a equipa que o faz? O Arouca? O Aves?
O Feirense?...
Vai ser difícil dar-me uma resposta.
Agora se pensam verdadeiramente assim, façam tudo o que estiver ao vosso alcance para que a partir de agora todos os Clubes -não se agarrem só ao Porto já cansa- joguem predominantemente com jogadores vindos das suas formações...Nem o Sporting Clube de Coimbrões, ou o Vila Real de Santo António!
A banca tem o mesmo procedimento para todos os clubes ?
ResponderEliminarOu ser da capital é outra coisa ?
Tenham juízo, dirigir o FCP num país como este, é tremendamente difícil.
TEORICOS, armados em catedráticos.
Não, a banca não tem tratamento igual para toda a gente.
EliminarPor exemplo, o que aconteceu com o Banco Melo no Porto, só aconteceu a alguns adeptos privilegiados do FCP.
Há pessoal por aqui que o mais provável é que nem um QUIOSQUE GERIRAM mas não poupam nas palavras...
ResponderEliminarEu acho piada às interpretações q alguns leitores conseguiram fazer do artigo. Incrível.
ResponderEliminarA mim parece-me obvio que:
1) isto é uma alegoria baseada de facto no exemplo do FCP, mas q se aplica a todo e qq clube q use fundos (slb, etc)
2) o objetivo principal era explicar porque é q em certas situações os clubes recorrem aos fundos. A criticar alguma coisa, parece-me q era muito mais quem defende q nao se use fundos do q a utilização dos fundos em si...
Mas pronto, algum pessoal vem para aí com ideias feitas na cabeça e depois lê aquilo q quer ler e nao o q foi escrito. Em inglês usa-se a expressão de "knee jerk reaction", q se aplica muito bem neste caso (e tantos outros).
Concordo completamente ctg José... realmente isto à com cada um...
EliminarO pessoal já tem a cassete preparada e vêm largá-la em qualquer lado que possam...
EliminarAcordem...
ResponderEliminarO contexto do F.C.Porto é totamente desfavorável até a atual gestão da CMP...
Acho interessante o texto para explicar o uso de fundos por parte dos clubes. Não aceito que apliquem isto só ao FC Porto porque isso seria desonesto. Agora, ninguém tenha dúvidas de que os fundos hoje são usados como bancos. Não pagamos juros? Não, mas recebemos por valor mais baixo do passe que na prática é a mesma coisa ou provavelmente pior
ResponderEliminarClaro que eu também gostava muito que o Porto só jogasse com jogadores da formação mas isso não é possível. E no mundo globalizado como o actual definitivamente é uma utopia.
E compramos bem mais alto no ato da recompra antes de uma futura venda. Melhor que juros, muitas vezes.
Eliminar1- É óbvio que a alegoria está longe de se aplicar apenas ao Porto, mas como apenas sou sócio e adepto desse clube, apenas essa realidade me interessa.
ResponderEliminar2- Continua a ser engraçado que de cada vez alguém critique qualquer coisa sobre a gestao do clube, logo aparecem vozes que pensam logo, que isso é ser anti-portista e que é necessário um doutoramento em gestao desportiva para se poder falar. Só posso imaginar que sao assim no seu dia a dia, que nunca se atrevam a questionar qualquer acto governamental pois isso é ser anti-Portugal e uma pessoa assim deveria até ser obrigado a negociar com a Troika, uma vez que demonstra perceber muito de macroeconomia.
3- De facto a formaçao nada diz à maior parte dos adeptos portistas, e logo que se fala nela aparece a tática do costume, de que nenhum clube tem um 11 à base da sua formaçao.
Mas eu pergunto: onde é que falei em ter um 11 à base da formaçao? Pelo facto disso nao ser possível, significa que nao exista uma escola de formaçao? Nao é possível que num plantel de 24/26 jogadores existirem 3/4 vindos da formaçao, ou será que vai perder competitividade por isso? Para que serve entao a treta da Dragon Force, senao para fornecer jogadores ao plantel principal?
De que serve entao a suposta formaçao que existe actualmente, uma vez que aparentemente o plantel principal nao se pode dar ao luxo de integrar nenhum jogador que daí venha?
A Dragon Force serve para ter mais um pouco de receita dado que é um serviço pago.
EliminarA Dragon Force é um espaço de formação pago por quem a frequenta...Mas é um espaço de formação onde podem despontar vários talentos e o Clube estará por certo muito atento a isso...E eu sempre me senti próximo das camadas mais jovens, via manhãs a fio, jogos da formação no antigo campo de treinos nº 2...Só que agora a qualidade geral é mais uniforme, não há tanta disparidade entre uma equipa de juniores do Porto e uma de qualquer outro clube de menor dimensão...E não aparecem aqueles "craques" que apareciam naqueles tempos, devido precisamente a essas enormes diferenças de base. Diferenças que existiam até por força do nível médio da alimentação da maioria dos Portugueses. Jovens que nascessem em famílias mais bafejadas pela sorte e que tivessem algum talento, tinham também mais educação e mais corpo...E isso fazia muito a diferença...
ResponderEliminarO que não vemos hoje é jogadores da formação seja no Arouca, seja no Benfica -aparece um de vez em quando- a semana passada vi uma série de veteranos idos da 1ª Liga a jogarem por exemplo no Desportivo das Aves, um exemplo extremo, estava lá o Quim ex-Guarda Redes do Braga, Benfica e da Selecção Nacional...Fiquei siderado.
E não há tática nenhuma nas minhas opiniões ou então também haverá tática nas vossas observações, confessem há alguma tática nelas?...Terei porventura opinião diferente, mas isso é nomal em Democracia ou não?
O que me magoa é ver Portistas a atacarem sempre o Porto, mesmo que tenham alguma razão há momentos em que não devemos dar cartas aos adversários...Porque razão não temos todos essa preocupação?
O Porto não tem 4 jogadores da formação no seu plantel?...Por favor vejam que elementos compoem a equipa B?...Não contam?...Parece-me que contam.
Um Portista anónimo num Blogue Portista?...Não comento.
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