"Durante a
entrevista, Vítor Pereira comentou ainda as contratações de Izmaylov e Liedson
no mercado de janeiro. «Foram os reforços possíveis.Apresentei soluções ao
clube. Uma, duas, três quatro e o clube viu a sua disponibilidade. Não teve
para a primeira, para a segunda, para a terceira...Não me vou imiscuir na
capacidade financeira do FC Porto» no Rascord
Antes de mais, aviso que isto não é um artigo sobre Vitor Pereira ou sobre a sua passagem pelo FCP. Para mim são águas passadas que não vale a pena andar a dissecar e remoer. No entanto estas declarações dele servem como mote para a discussão de um tema intemporal e generalizado, que é o papel do treinador e da Direção nas contratações no FCP.
Penso que (praticamente) todos os portistas estarão de acordo que o treinador no FCP não deve ter carta branca nas contratações, seja ele quem fôr; da mesma forma penso que é consensual que deve haver tanto consenso quanto possível nessas decisões entre treinador e Direção. Onde as opiniões se divergem é se deve ser ele a ter a palavra principal no grosso do investimento (dentro de parâmetros estabelecidos pela Direção, notoriamente montante disponível para investir no plantel), ou se deve ter um papel secundário como parece ser o caso com praticamente todos os treinadores no FCP.
Um exemplo clássico desse papel secundário do treinador no grosso do investimento é de facto o que se passou em Janeiro, em que se não se contratou «a 1ª, 2ª, 3ª ou 4ª escolha» de VP certamente não terá sido por incapacidade financeira do FCP: primeiro porque não é credível que essas escolhas de VP fossem das que custam de 15M para cima (muito mais provavelmente um Ghilas ou algo do género), e em segundo lugar porque ao mesmo tempo que lhe era dito que não havia dinheiro para esses (claríssimos) buracos no plantel andava a SAD a gastar mais de 9M num jogador (Reyes) que só iria chegar 6 meses mais tarde e para uma posição em que o treinador estava bem servido.
Mas este é apenas um exemplo do que parece ser uma regra geral (recuando um par de anos não me acredito que contratações como a de Danilo – que também só chegou 6 meses mais tarde - fossem vistas como prioritárias pelo treinador, tal como a de um Diego recuando ainda mais no tempo).
Ora pessoalmente eu não acho desejável que o treinador tenha um papel secundário na maioria do investimento feito em passes. Acho bem que a Direção tome a iniciativa de forma algo especulativa (aposta de «futuro») numa ou noutra contratação, principalmente para a equipa B (mas não só), mas não chegando ao ponto de sobrar pouco dinheiro para as contratações vistas como prioritárias pelo treinador.
Antes de mais, não acho desejável porque uma consequência disso é que a Direção acaba por sistematicamente contratar treinadores sem estatuto/CV, que por isso mesmo serão mais compreensivos para as imposições e sugestões da Direção, para não dizer «maleáveis». Na realidade não nos temos saído propriamente mal com esse tipo de treinadores, longe disso (nos últimos 15 anos acertamos em cheio em dois, e a maior parte dos restantes conseguiu ser campeão), mas acho que assim se excluem à partida algumas oportunidades interessantes - e que um treinador de maior calibre e experiência poderia teria feito melhor na Europa do que um Octavio, um L. Fernandez, um C. Adriaanse, um V. Pereira ou até mesmo um Jesualdo. Ou seja, do que a grande maioria dos treinadores que tivémos nos últimos 15 anos.
Para além disso há a questão de se ficar com plantéis (e 11 titular) desequilibrados ou desajustados às ideias do treinador. De um Diego que não encaixava no jogo de C. Adriaanse ou um Postiga comprado por capricho da Direção (caro e quando já tínhamos avançados como McCarthy, Fabiano, Derlei, H Almeida e Jankauskas!), ao plantel do ano passado em que havia Danilo por 18M mas não havia um único avançado no banco digno desse nome, não faltam exemplos. Foi muito bonito começar a pensar numa eventual saída de Mangala com antecedência (contratação de Reyes em Janeiro), mas não estivémos longe disso ter sido à custa de perder o campeonato no curto prazo...
E há, acima de tudo, uma questão de princípio: pedem-se responsabilidades ao treinador (e é ele que é despedido quando as coisas não correm bem), mas muitas vezes não se concentra o investimento nas posições (ou tipos de jogador) que ele considera mais carente, i.e. dando-lhe pouca autonomia no seu trabalho de planeamento (que não no trabalho do dia-a-dia - onde parece-me que a Direção não se imiscui, e ainda bem).
No campo contrário, há quem argumente que não sendo certo que o treinador fique por muito tempo, a Direção na sua sabedoria saberá que jogadores fazem mais sentido a médio prazo. É um argumento legítimo, mas constato que não somos por ex o Barcelona, i.e. uma equipa com um plantel estável ao longo dos anos; pelo contrário, em média os jogadores aguentam-se tanto ou menos tempo no nosso plantel do que os treinadores (se são muito bons rapidamente são vendidos, se não são bons são dispensados - sobrando poucos pelo meio). Ora isto dilui imenso o peso desse argumento.
Há ainda outro argumento a favor do status quo que é pouco falado, mas porque não falar abertamente: no modelo actual a Direção acaba por privilegiar as relações com empresários à vontade do treinador na formação do plantel. Isto pode ter ramificações negativas, mas pelo lado positivo pode levar a que relações fortes com certos empresários resulte em boas compras ou vendas que caso contrário poderiam ser comprometidas. É possível que assim seja – e só eles saberão mesmo - mas não vejo dados públicos que comprovem ser o caso (é raríssimo ver uma contratação abaixo do preço de mercado, por exemplo; ou um jogador admitir que foi o empresário que o fez mudar de ideias em ir para o FCP em vez de outro lado).
Finalmente, há o argumento de que pura e simplesmente a Direção sabe avaliar (desportivamente) jogadores melhor do que o treinador, ou até mesmo as necessidades do treinador melhor do que ele próprio. Bem, parece-me acima de tudo um argumento perigoso, já que onde é que isso nos leva? Se a Direção não confia no treinador nisto, como é que pode confiar que convoque os melhores jogadores, escolha o melhor 11 titular ou até mesmo as substituições durante o jogo ou a táctica? Se isso for verdade se calhar mais valia abdicar de um treinador principal e passar a ter apenas treinadores-adjuntos para orientar os treinos...
Concluindo, no balanço geral e com a ressalva de estar de «fora», parece-me que o treinador deveria ter mais autonomia dentro de certos (muito poucos) parâmetros, como: dinheiro disponível no total para contratações; valor máximo indicativo para passe e salário; não gastar imensos milhões em jogadores com fracas perspectivas de venda (i.e. velhos). À SAD cabe-lhe acima de tudo usar o seu vasto scouting e ligações com empresários para apresentar várias hipóteses ao treinador para as posições que ele considerar prioritárias e dentro dos tais parâmetros, com ele a ter a última palavra; e só depois destas lacunas estarem preenchidas tendo «engolido» o grosso do investimento, enveredar então por uma ou outra contratação especulativa de futuro (tipicamente de jovens e por valores modestos).
Penso que (praticamente) todos os portistas estarão de acordo que o treinador no FCP não deve ter carta branca nas contratações, seja ele quem fôr; da mesma forma penso que é consensual que deve haver tanto consenso quanto possível nessas decisões entre treinador e Direção. Onde as opiniões se divergem é se deve ser ele a ter a palavra principal no grosso do investimento (dentro de parâmetros estabelecidos pela Direção, notoriamente montante disponível para investir no plantel), ou se deve ter um papel secundário como parece ser o caso com praticamente todos os treinadores no FCP.
Um exemplo clássico desse papel secundário do treinador no grosso do investimento é de facto o que se passou em Janeiro, em que se não se contratou «a 1ª, 2ª, 3ª ou 4ª escolha» de VP certamente não terá sido por incapacidade financeira do FCP: primeiro porque não é credível que essas escolhas de VP fossem das que custam de 15M para cima (muito mais provavelmente um Ghilas ou algo do género), e em segundo lugar porque ao mesmo tempo que lhe era dito que não havia dinheiro para esses (claríssimos) buracos no plantel andava a SAD a gastar mais de 9M num jogador (Reyes) que só iria chegar 6 meses mais tarde e para uma posição em que o treinador estava bem servido.
Mas este é apenas um exemplo do que parece ser uma regra geral (recuando um par de anos não me acredito que contratações como a de Danilo – que também só chegou 6 meses mais tarde - fossem vistas como prioritárias pelo treinador, tal como a de um Diego recuando ainda mais no tempo).
Ora pessoalmente eu não acho desejável que o treinador tenha um papel secundário na maioria do investimento feito em passes. Acho bem que a Direção tome a iniciativa de forma algo especulativa (aposta de «futuro») numa ou noutra contratação, principalmente para a equipa B (mas não só), mas não chegando ao ponto de sobrar pouco dinheiro para as contratações vistas como prioritárias pelo treinador.
Antes de mais, não acho desejável porque uma consequência disso é que a Direção acaba por sistematicamente contratar treinadores sem estatuto/CV, que por isso mesmo serão mais compreensivos para as imposições e sugestões da Direção, para não dizer «maleáveis». Na realidade não nos temos saído propriamente mal com esse tipo de treinadores, longe disso (nos últimos 15 anos acertamos em cheio em dois, e a maior parte dos restantes conseguiu ser campeão), mas acho que assim se excluem à partida algumas oportunidades interessantes - e que um treinador de maior calibre e experiência poderia teria feito melhor na Europa do que um Octavio, um L. Fernandez, um C. Adriaanse, um V. Pereira ou até mesmo um Jesualdo. Ou seja, do que a grande maioria dos treinadores que tivémos nos últimos 15 anos.
Para além disso há a questão de se ficar com plantéis (e 11 titular) desequilibrados ou desajustados às ideias do treinador. De um Diego que não encaixava no jogo de C. Adriaanse ou um Postiga comprado por capricho da Direção (caro e quando já tínhamos avançados como McCarthy, Fabiano, Derlei, H Almeida e Jankauskas!), ao plantel do ano passado em que havia Danilo por 18M mas não havia um único avançado no banco digno desse nome, não faltam exemplos. Foi muito bonito começar a pensar numa eventual saída de Mangala com antecedência (contratação de Reyes em Janeiro), mas não estivémos longe disso ter sido à custa de perder o campeonato no curto prazo...
E há, acima de tudo, uma questão de princípio: pedem-se responsabilidades ao treinador (e é ele que é despedido quando as coisas não correm bem), mas muitas vezes não se concentra o investimento nas posições (ou tipos de jogador) que ele considera mais carente, i.e. dando-lhe pouca autonomia no seu trabalho de planeamento (que não no trabalho do dia-a-dia - onde parece-me que a Direção não se imiscui, e ainda bem).
No campo contrário, há quem argumente que não sendo certo que o treinador fique por muito tempo, a Direção na sua sabedoria saberá que jogadores fazem mais sentido a médio prazo. É um argumento legítimo, mas constato que não somos por ex o Barcelona, i.e. uma equipa com um plantel estável ao longo dos anos; pelo contrário, em média os jogadores aguentam-se tanto ou menos tempo no nosso plantel do que os treinadores (se são muito bons rapidamente são vendidos, se não são bons são dispensados - sobrando poucos pelo meio). Ora isto dilui imenso o peso desse argumento.
Há ainda outro argumento a favor do status quo que é pouco falado, mas porque não falar abertamente: no modelo actual a Direção acaba por privilegiar as relações com empresários à vontade do treinador na formação do plantel. Isto pode ter ramificações negativas, mas pelo lado positivo pode levar a que relações fortes com certos empresários resulte em boas compras ou vendas que caso contrário poderiam ser comprometidas. É possível que assim seja – e só eles saberão mesmo - mas não vejo dados públicos que comprovem ser o caso (é raríssimo ver uma contratação abaixo do preço de mercado, por exemplo; ou um jogador admitir que foi o empresário que o fez mudar de ideias em ir para o FCP em vez de outro lado).
Finalmente, há o argumento de que pura e simplesmente a Direção sabe avaliar (desportivamente) jogadores melhor do que o treinador, ou até mesmo as necessidades do treinador melhor do que ele próprio. Bem, parece-me acima de tudo um argumento perigoso, já que onde é que isso nos leva? Se a Direção não confia no treinador nisto, como é que pode confiar que convoque os melhores jogadores, escolha o melhor 11 titular ou até mesmo as substituições durante o jogo ou a táctica? Se isso for verdade se calhar mais valia abdicar de um treinador principal e passar a ter apenas treinadores-adjuntos para orientar os treinos...
Concluindo, no balanço geral e com a ressalva de estar de «fora», parece-me que o treinador deveria ter mais autonomia dentro de certos (muito poucos) parâmetros, como: dinheiro disponível no total para contratações; valor máximo indicativo para passe e salário; não gastar imensos milhões em jogadores com fracas perspectivas de venda (i.e. velhos). À SAD cabe-lhe acima de tudo usar o seu vasto scouting e ligações com empresários para apresentar várias hipóteses ao treinador para as posições que ele considerar prioritárias e dentro dos tais parâmetros, com ele a ter a última palavra; e só depois destas lacunas estarem preenchidas tendo «engolido» o grosso do investimento, enveredar então por uma ou outra contratação especulativa de futuro (tipicamente de jovens e por valores modestos).
Oi José,
ResponderEliminarNa tal entrevista à marca, falava-se da estrutura do Porto ser forte e completamente independente dos treinadores, daí passar os treinadores e a equipa continuar a render normalmente.
Também se falou nos casos de vender 1 estrela e já estar na calha mais um jovem de grande talento a assumir e a manter a competitividade.
Pois bem, em minha opinião, o Porto sabe muito bem o que faz e se somos o que somos hoje em dia, muito se deve a esta gestão estrutural das contratações e da projecção do futuro do clube.
Eu concordo plenamente com ela, pois raramente temos um treinador que faça uma 3ª época seguida no Dragão e isso seria foco de instabilidade, se a estrutura não estivesse como está.
Se um dia, tivermos um treinador com um vinculo mais prolongado, será perfeitamente normal o treinador fazer parte deste grupo de scouting e de compras que suporta o modelo de negócio e de sustentabilidade financeira, até lá, acho muito bem o modelo que temos.
Contudo, as palavras de VP não podem ser vistas assim tão rigidamente... o que me parece é que o Porto já fechou o Ciclo para 13/14 e só vai ao mercado de Janeiro com urgência pois já se está a preparar o 14/15 (já hoje em dia), e só mesmo numa questão de venda ou de um reajuste urgente do plantel, pois eu na mesma ordem de ideias poderia questionar... quem foi que trouxe o Janko? Acho muito dificil de acreditar que tenha sido o departamento que trata da preparação e o de scouting... parece-me que foi uma alternativa do que havia no mercado e pedida pelo VP que saiu aquilo que saiu e que foi um problema que se conseguiu resolver, mas foi um problema.
Em relação à ligação a certos empresários, não pense que será esse o caminho que o Porto segue, contudo já me pareceu estranho o Porto raramente contratar alguém a custo "zero", a não ser para chatear o marítimo ou o benfica. Parece-me que existe o cuidado de manter as boas relações com os clubes que terão jogadores potencias nessas condições... será boa ou má estratégia? Isso já não posso dizer nada, mas comercialmente, nunca é mau ter boas relações seja com quem for.
"Eu concordo plenamente com ela, pois raramente temos um treinador que faça uma 3ª época seguida no Dragão e isso seria foco de instabilidade, se a estrutura não estivesse como está."
EliminarE se fosse ao contrário.
Os treinadores em ciclos curtos são, quase sempre, uma decisão da SAD. Só o Mourinho e o AVB sairam realmente porque tinham ofertas milionárias de outro clube. Nem o Jesualdo, nem o Co, nem o VP, nem o Octávio, nem o Fernando Santos ou o Oliveira sairam porque sim.
Se esses treinadores - ou quem vier - tivessem maior poder de decisão podiam contemplar ficar mais anos por vontade própria porque sentiriam que os projectos são seus. Dessa forma sentem-se apenas um instrumento da SAD. Para por as coisas no seu contexto, não são hoje mais do que eram nos anos 50, preparadores físicos que fazem o alinhamento e dão as tácticas!
Então se VP tinha proposta de renovação, não saiu porque quis????
EliminarParece-me que no período recente em que tivemos as maiores conquistas (ie. Mourinho) o treinador teve bastante peso nas contratações. E foram bem lucrativas.
ResponderEliminarCreio que o FC Porto contrata jogadores que estão no portfolio de determinados empresários e apenas raras vezes sairá desse padrão. Assim, caso um jogador que o treinador pretenda não seja representado por ninguém conhecido da direcção, é muito provável que não venha.
Dito isto, é bom que a estrutura não esteja refém de um treinador, mas também creio que não fazia mal ouvirem as propostas que estes têm para o clube. Também não gosto quando se contrata um treinador de uma nacionalidade e de repente se encomenda 10 ou mais jogadores desse país ou da antiga equipa. Há que haver um equilíbrio.
Sim, de facto nos ultimos 15 anos o treinador q teve mais "dedo" no grosso das contratacoes foi Mourinho, ironicamente. Mesmo assim "apanhou" com algumas contratacoes em q teve um papel secundario na decisao, se tanto (como Serginho ao Nacional, q Mourinho com a sua personalidade forte basicamente encostou e q tampouco de nada serviu ao treinador q se seguiu).
EliminarMuito possivelmente jogadores como Derlei ou N Valente nunca teriam chegado ao FCP se nao fosse ele, e q jeito q eles deram (desportiva- e financeiramente).
E acho q nao ha' nenhum jogador q tenha sido minimamente caro em q Mourinho tenha tido a principal palavra na contratacao q fosse bom para Mourinho mas inutil para os seguintes.
A máquina de fazer dinheiro em transferências, que atualmente é o FC Porto só apareceu verdadeiramente a partir desse momento em que Mourinho pega na equipa.
EliminarAntes disso as grandes vendas eram mais esporádicas (Baia, Secretário, Fernando Couto, Jorge Andrade), logo o risco de um grande investimento ser um flop era maior. Hoje parece-me ser muito mais fácil recuperar desses flops, por isso a margem para arriscar (e contratar) é muito maior. Por haver mais margem para "falhar" é que se pode enterrar vários milhões num jogador.
O caso de Mourinho é paradigmático.
EliminarPor um lado parece-me consensual que será muito dificil voltar a encontrar um treinador tão competente, com tão bom olho para o mercado doméstico e capaz de sacar um rendimento tão alto de jogadores tão medianos. Por outro é verdade que o poder que ele conseguiu para impor alguns dos nomes (Maniche já estava apalavrado, Jorge Andrade era a sua 1º opção, não R. Carvalho e McCarthy foi pedido e chegou com um ano de atraso) também chegou do facto do clube estar em profunda crise e ao ser o responsável principal do "renascimento" do FCP, tinha um portfolio mais forte para exigir.
Eu pessoalmente acredito que a SAD tenha o poder de veto e até possa fazer um que outro negócio para o interesse geral do clube à margem das prioridades do treinador. Mas estou com o Zé Rodrigues no sentido de achar que o grosso do orçamento deve ser manejado pelo técnico. Se for exagerado ou descabido o investimento, a SAD exerce o poder de veto (o caso Hesselink com Adriaanse foi um bom exemplo). Caso contrário o treinador pode montar a equipa que quer já que no fim é ele, e não o Antero, quem vai para a rua (mas o título é sempre da estrutura)!
Bem, vamos por partes...
ResponderEliminarParece-me q a questao da estrutura forte e as decisões nas contratações nao estão lá muito correlacionadas, sendo questões em boa parte distintas.
O FCP tem de facto uma estrutura muito forte e profissional o q ajuda na continuação do sucesso, na medida em o acompanhamento aos jogadores do plantel fora do relvado e outras questões organizacionais são tratadas de forma excelente e com continuidade. Mas nao me parece q isso tão relevante como isso quando falamos de como se decidem as contratações.
Eu acho q acima de tudo devíamos apostar forte no treinador, em alguém q tenha um CV e personalidade q inspire confiança da SAD e respeito da parte dos jogadores. A partir daí há q demonstrar a tal confiança nele e isso passa pelas decisões finais no grosso das contratações, dentro dos parâmetros gerais de q falei.
Concerteza nao estou a falar de um Mourinho mas a esmagadora maioria dos treinadores com um CV de peso estão perfeitamente ao alcance dos bolsos da SAD.
Há quem diga q o problema com esses treinadores passa por exigirem mundos e fundos, mas estou certo q isso nao seria um problema com a maioria desse grupo-alvo. Claro q se lhes dissessem à partida "meu caro, podes contar como muito provável q todos os anos vão sair 2 titulares e vai sobrar para aí uns 30M/ano para reforços" e ele achar isso como inaceitável, passa-se à seguinte alternativa.
De resto a possibilidade do treinador sair ao fim de anos nao me parece grande obstáculo a q tenha a palavra principal no grosso das contratações. Só em casos muito específicos (como querer comprar um jogador muito caro e com características muito especificas e pouco flexíveis só porque já tinha trabalhado com ele, por exemplo) é q isso poderia ser um problema sério, mas é raro q tenhamos q nos deparar com essa situação.
Mas já agora assinalo q o contrario também é verdade: a Direcao achou por bem comprar um jogador caro e com características muito especificas e pouco flexível q se chamava Diego, e depois viu-se o clash com o modelo de jogo do treinador... (mais recentemente, pode tb ter sido um bocado o q se passou com Iturbe), o q me leva ao seguinte: para a Direcao estar numa boa posição para tomar estas iniciativas, então como corolário também terá q ditar a táctica aos treinadores q contrata. Será isso desejável?
A proposito desta discussao, ha' uma frase de PdC de q nunca me esqueco e q ao contrario da maioria dos portistas nao achei grande piada pelo q estava implicito (na declaracao e q e' corroborado pelo q vejo acontecer varias vezes na pratica).
ResponderEliminarDizia ele q 'o FCP nunca recusa uma proposta de negocio interessante', ou algo nesse sentido ('negocio' no contexto de uma compra de um jogador.
Ora o negocio core do FCP (SAD) e' ganhar titulos e ir longe na LC. Ponto. Sendo assim o q pode 'a primeira vista ser interessante visto de um ponto de vista individual pode ser muito menos interessante quando se analiza o computo geral. Nomeadamente, vem 'a calha um conceito economico basico: o 'custo de oportunidade', q nao deve ser menosprezado.
Eu explico o q quero dizer com um exemplo hipotetico: pode aparecer a possibilidade de contratar um jogador bom e com bastante potencial q seja caro (mas a um preco adequado ao seu valor e potencial); analizado individualmente, isso pode fazer sentido. No entanto se ja' estivermos bem servidos nessa posicao e tivermos um grande buraco a titular noutra posicao e o dinheiro nao der para tudo (q nao da', e temos vindo a endividarmos cada vez mais ao longo dos ultimos 10 anos), ja' e' capaz de nao fazer tanto sentido como isso.
Ha' q reconhecer q a Direcao tem feito no computo geral um bom trabalho no exercicio dificil de atingir o "sweet spot" em gerir o dilema de objectivos de curto prazo (epoca em curso) vs. medio prazo, desportivamente falando (financeiramente, ja' nem por isso: como ainda agora disse, a nossa divida tem aumentado palautinamente, levando a uma enorme subida do q pagamos anualmente em juros).
Isso nao invalida no entanto q tenha havido algum desperdicio de recursos e q desportivamente tenhamos pago algum preco por isso nos objectivos desportivos: tanto num ou noutro campeonato perdido como - principalmente - nao ter ido mais longe na LC. Dai' ser importante q seja o treinador a ter a palavra principal no grosso do investimento, ja' q se tanto o curto como o medio prazo sao importantes, o curto e' o mais importante dos dois.
Olhando por exemplo para a epoca passada: ninguem sabera' dizer ao certo se fomos eliminados pelo Malaga devido ao curtissimo banco, mas e' bem provavel q tenha feito a diferenca. Ora isto aconteceu ao mesmo tempo q a SAD investia muito dinheiro em "contratacoes para o futuro", nomeadamente no Reyes q so' agora chegou (e q nao fazia falta nenhuma na epoca passada, e q dificilmente fara' a diferenca na epoca em curso em se atingir ou nao os objectivos desportivos).
Eu penso que num plantel formado por 24/25 jogadores, 3 ou 4 contrataçoes deveriam ser sempre da responsabilidade do treinador (obviamente dentro das possiblidades do clube, algo facilmente alcançável) de forma a que cada plantel possa ter um cunho pessoal de cada treinador de acordo com as suas ideias.
ResponderEliminarNao penso sequer que esta atribuiçao de competencias necessita de um treinador com CV de peso, pois é apenas uma despesa marginal, considerando o nº de contrataçoes que o clube faz todos os anos.
Faz pensar do porquê o Porto ainda nao ter resolvido a questao da falta de extremos e aparentemente só tentou uma extravagancia chamada Bernard neste verao.
Penso até que o facto de o clube tentar fazer "sozinho" os planteis tem feito com que estes sejam cada vez mais desequilibrados e em algumas posiçoes com demasiados jogadores especulativos.
Por outro lado o clube evita contratar treinadores com CV para poder manter esta situaçao pois sabe que esses treinadores dificilmente aceitam nao terem uma palavra a dizer nas contrataçoes e na formaçao do plantel, logo existe aqui um circulo vicioso.
Apesar de ter algumas virtudes, tem havido cada vez mais um extremar duma ideologia na qual o clube pensa que nao necessita do treinador para nada, o que tem levado a que os planteis venham a ser cada vez mais desequilibrados e provavelmente limita treinadores e o próprio clube nos seus objectivos.
Boa Tarde.
ResponderEliminarEste artigo suscita um debate muito interessante por tocar em vários pontos fundamentais para o Clube. De facto, a política de contratações nunca foi explicada aos sócios e adeptos, indo nós percebendo como isto funciona ao longo do tempo.
Eu também acho que a política seguida pela Direcção tem dado frutos, e acima de tudo temos um rácio de aproveitamento das contratações muito bom...Não é raro ouvir adversários dizer que o Porto compra bem, e este ano até acho que comprou melhor.
O ponto que discordo é em relação ao Treinador. Defendo há bastante tempo que o Porto devia apostar num técnico de créditos firmados, que nos poderia levar para outros patamares (em termos Europeus) de forma mais consistente. Ora de todas as opiniões lidas aqui até parece que o Clube não quer o mesmo. Relembrando esta pré-época, li em vários órgãos de comunicação social que tentamos contratar Manuel Pellegrini. Para Mim seria o treinador modelo para o clube. Tem uma excelente relação com os jogadores, tem provas dadas no futebol mundial, nomeadamente a grande época em Madrid e o milagre com a manta de retalhos e salários em atraso chamada Málaga. Desde que chegou ao City (pelo menos que tenha visto/ouvido/lido) não mais chegaram notícias de jogadores descontentes e ansiosos por sair.
Apostou em jogadores que conhecia bem como Jesús Navas e Negredo e estrelas como Jovetic e Fernandinho, limpando ao mesmo tempo o balneário com as saídas de Maicon, Tevez, Touré ou Bridge...
Além de tudo isto é um Gentleman. Um homem educado, bem formado, que nunca se envolveria em polémicas com adversários internos e/ou externos.
O empresário deixou no ar que Pellegrini só não está neste preciso momento a treinar no Olival porque é um homem de palavra e já tinha assumido um compromisso com o City. Elogiou na altura o projecto, o clube e referiu que não fora o acordo existente, seria um orgulho para (como o agente lhe chama) o Sr. Pellegrini treinar o FC Porto.
Assim, penso que também a ocasião fará o Dragão. Era um excelente treinador, com provas dadas, e que conhece os mercados europeu e Sul-Americano. Pode ser que o futuro nos traga uma surpresa, mas para já parece-me de todo injusto dizer que o Clube só aposta em treinadores "maleáveis"...
Claro que se pode dizer que falhando Pellegrini havia um leque de opções no mercado...Verdade! Mas confesso que, pelo menos para este Dragão, este era O MEU TREINADOR !!!
Cumprimentos a todos.
"para já parece-me de todo injusto dizer que o Clube só aposta em treinadores "maleáveis"..."
EliminarNao direi necessariamente maleaveis, porque isso depende da personalidade (e um Mourinho tem uma personalidade muito forte; tb Co a tem, e e' capaz de nao ser coincidencia q os dois tenham saido da forma q sairam, i.e. muito fria).
Mas e' um facto q nos ultimos 15 anos - desde q existe SAD - so' tivemos treinadores com muito pouco estatuto e CV quando chegaram ao FCP, o q os colocou/coloca numa posicao de muito pouca "força" perante a Direccao.
Repare-se q em neste periodo (q comeca com F Santos) tivémos 11 treinadores até agora e o melhor CV q se arranja entre eles é, no máximo, umas flores feitas num par de épocas num clube pequeno (principalmente em Portugal mas tb em alguns casos no estrangeiro, como VF, Del Neri ou Co)...
Isto é um facto.
Agora, independentemente de rumores sobre o Pellegriri, não me acredito minimamente q na escolha de 11 treinadores e em 15 anos nunca tenha havido um único treinador com um CV e estatuto (q imponha muito mais respeito) q estivesse disponível para treinar o FCP, o q me leva a concluir q é mesmo uma questão de vontade deliberada da Direção.
Será que o Rui Santos se transferiu para este blog. Quem escreve o artigo também o comenta exaustivamente.
ResponderEliminarNunca corrijo ninguém quanto à qualidade da escrita, mas tenho de fazer esta observação: a expressão "não me acredito" não existe, mas se existisse quereria dizer " não acredito em mim mesmo", o que seria um absurdo...
Nao sigo minimamente o que o Rui Santos diz ou escreve por isso nao percebi a comparacao; nem percebo se para o alex escrever na caixa de comentários do próprio artigo é uma coisa eventualmente má, estranha ou divertida (por razões que me escapam)...
EliminarNaturalmente - e havendo muita coisa para dizer - não me parece desejável que o artigo em si tenha resmas de páginas, deixando algumas opiniões para a caixa de comentários (a maior parte tomando como mote outros comentários de outrém, aliás).
De resto agradeço a preocupação do leitor em corrigir erros de português (tem toda a razão, o «me» está ali a mais, escapou). Não há aqui editor nem leio e releio o que escrevo - nem muito menos tenho a pretensão de escrever de forma perfeita (aliás, não tive 100% na malograda PGA, apenas 98%).
Já agora e para contribuir para a qualidade do português na caixa de comentários: a frase inicial do comentário em questão deveria terminar num ponto de interrogação e não num ponto final. :-)
Detesto estes comentários, cuja única coisa que dizem é que há um erro de escrita. São incapazes de formular um pensamento que obrigue a que se escreva mais de um parágrafo, mas qualquer erro insignificante serve para se sentirem os maiores.
EliminarUm pensamento para si:
O que será que é melhor, alguém que tem muito para dizer mas de quando em vez deixa passar umas gralhas ou alguém vazio de conteúdo mas que articula a escrita de uma forma impecável?
Já agora, vá perder tempo a encontrar gralhas nas notícias do JN online e comente por lá com vigor que aí é que os arautos da escrita se entretêm a evangelizar.
EliminarApenas fiz uma referência a uma expressão que o autor usa por sistema e soa muito mal. Também não concordo que se use erros propositados ou palavras incompletas porque torna a escrita desagradável. Um artigo de opinião e um comentário não são propriamente uma conversa no messenger. Erros e frases mal elaboradas quase todos os comentários têm. Não se trata disso. Quanto às contratações e transferências de jogadores já aqui deixei a minha posição: tenho dúvidas quanto à licitude que norteia tais negócios...
EliminarAcho o artigo do José muito pertinente e estimulante. Creio que a estrutura do FCP SAD deve dominar a definição da política desportiva, logo da estrutura da equipas, logo da formação dos planteis que lhe compete gerir. Deve em todas as circunstâncias integrar o treinador na pesquisa e escolha das opções para preencher os quadros de futebolistas profissionais porque entendo que a circunstância de ter sido escolhido por essa mesma estritura da SAD para comandar a sua principal equipa, é um sinal de confiança sobre a qualidade treinador que não deve (e não pode, diria eu) ser confinada ao treino e à escolha dos jogadores para disputar os jogos do principal quadro competitivo. Se for mais ou menos isso como deu a perceber VP, ou seja : que o treinador (ele) serviu basicamente para treinar, ganhar e responder pelos insucessos, diria que não estamos no caminho certo. Digo, ainda, que todas as contratações, fora desse quadro estruturante, deveriam caber ao treinador de forma mais directa, como quando ocorrem (quase sempre) nas aberturas do mercado de Inverno, o que parece não ter acontecido com Ismailov e Liedson.
ResponderEliminarEste artigo foca questões que têm, de há muitos anos a esta parte, vindo a ser motivo de discussão e às vezes de grande discórdia.
ResponderEliminarPessoalmente acho que deve haver um equilíbrio entre o que o treinador quer e a SAD pretende. Não me parece lógico que seja o treinador a decidir por si só. Aliás, a sensação que tenho é que quando é só o treinador a decidir, como na maioria dos clubes ingleses, a resultado não é o melhor, tirando o caso do Man United onde mesmo assim Sir Alex Ferguson foi muitas vezes acusado de negócios estranhos e obscuros como foi o caso, por exemplo, do Bebé recrutado ao Vitória. A verdade é que os clubes ingleses acabam por perder normalmente na Cahmpions. E em Inglaterra os treinadores não estão sujeitos à mesma pressão da chicotada como em Portugal ou Espanha.
O Porto não é um clube rico e precisa das vendas dos jogadores para gerar mais valias. Ora, o treinador é um assalariado do clube e a pessoa que está mais sujeito aos resultados e por isso é sempre necessário ter cuidado com as contratações. Imagine-se que o treinador vai embora e deixa um plantel construído por ele. A verdade é que quem vier a seguir terá mais dificuldades para o gerir.
Veja-se também o caso dos vermelhos em que JJ resolveu sempre contratar avançados, nomeadamente extremos, em detrimento de defesas e agora com a contratação do camião de sérvios. A verdade é que se JJ sair aquilo vai tornar-se ainda mais ingovernável.
Os empresários são outro tema muito complicado porque se é verdade que recebem comissões por outro são eles que ajudam em grande medida nas maiores vendas. E veja-se o caso dos lagartos que nunca conseguem grandes vendas apesar de gente com qualidade em que o exemplo de Moutinho é apenas o mais flagrante. Alguém acredita que o Moutinho teria vindo para o Porto se tivesse algum clube estrangeiro que lhes desse pelo menos o mesmo que o Porto ofereceu? E alguém acredita que dariam os 25M mesmo que ele fizesse uma grande época no Sporting?
"A verdade é que os clubes ingleses acabam por perder normalmente na Cahmpions"
Eliminar?? Essa nao percebi: falando apenas nos ultimos 10 anos (desde Gelsenkirchen) a Inglaterra e' o pais q tem mais campeoes europeus ex-aequo com a Espanha, e o q mais tem presencas na final da LC...
Alias, e' verdade q em media ha' mais paciencia em Inglaterra com os treinadores do q em Portugal, mas em lado nenhum se ia despedir um treinador so' porque por ex perdeu uma final da LC contra o Barcelona de Messi...
De qq forma nao percebi a logica da pressao/chicotada no contexto da discussao: antes de mais nada, PdC tem um credito q faz com q se alguem se pode dar ao luxo de segurar um treinador se uma epoca correr mal, esse alguem e' ele. Em segundo lugar, se essa pressao de facto existe entao ainda mais sentido faz q o treinador tenha nas contratacoes, em vez de termos a SAD a fazer contratacoes "de futuro".
"O Porto não é um clube rico e precisa das vendas dos jogadores para gerar mais valias. Ora, o treinador é um assalariado do clube e a pessoa que está mais sujeito aos resultados e por isso é sempre necessário ter cuidado com as contratações."
EliminarConcerteza, mas nao vejo aqui grande incompatibilidade: o treinador quer jogadores q lhe dêm titulos, e os jogadores q dao titulos normalmente sao jogadores q se valorizam de forma a realizar as tais mais-valias.
Só no caso de um treinador quiser encher o plantel de jogadores em fim de carreira (como o SCP no virar do milenio) ou contratar um jogador muito caro tb perto de fim de carreira é q teremos uma incompatibilidade, e nesse caso fará sentido q a Direção use do seu poder de veto, como eu e o Miguel já aqui tinhamos dito (os tais «parametros gerais» de q falei no artigo).
«Imagine-se que o treinador vai embora e deixa um plantel construído por ele. A verdade é que quem vier a seguir terá mais dificuldades para o gerir.»
EliminarTanto num (jogadores escolhidos pelo treinador anterior) como noutro caso (escolhidos pela Direçao), o treinador novo depara-se sempre com jogadores q nao escolheu. Qual a diferenca?
Ao menos no primeiro caso temos a certeza de q enquanto o treinador lá estiver vai retirar o maximo desses jogadores: no segundo caso nem isso (vidé casos Ibarra, Diego ou Postiga).
Alias, gostava q me dessem um ou dois exemplos apenas de jogadores caros escolhidos pelo treinador q depois nao tenham rendido com o treinador seguinte... exemplos em q foi a Direcao a escolher jogadores caros e depois nao renderam (nem com o treinador da altura nem os seguintes) acabei de dar três, e podia dar mais.
Tirando o Man United e o Chelsea (houve tb o Liverpool e o Arsenal), os restantes clubes ingleses gastam rios de dinheiro e raramente fazem alguma coisa. A verdade é que o Tottenham pode vir contratar ao porto mas o Porto não tem essa capacidade e nem vale a pena comparar palmarés. O mesmo se aplica ao City e a todos os outros excepto chelsea e man United
EliminarA pressão/chicotada acaba por ter influência no treinador e veja-se o caso de JJ. E como foi o caso, mesmo assim, de Vitor Pereira que foi o próprio a dizer que a pressão se tornou complicada. E Villas-Boas também.
Mais uma coisa: nunca vi no Porto ninguém dizer que o jogador A ou B foi imposto nem por parte da direcção nem por parte de nenhum dos treinadores que por lá passou.
"nunca vi no Porto ninguém dizer que o jogador A ou B foi imposto nem por parte da direcção"
EliminarNão creio que algum o vá fazer diretamente. Mas se reparar nas declarações do Vitor Pereira isso é claro.
Obviamente que nenhum treinador iria reconhecer que os jogadores com os quais venceram lhes haviam sido impostos pela SAD. Já faz parte do senso comum futebolístico que 60% a 80% do sucesso do fc porto é garantido pela estrutura e o restante pela capacidade que os treinadores têm ou não de aproveitarem essa vantagem competitiva. Ora, um treinador que afirmasse que os jogadores não foram contratados por sua sugestão estaria a reduzir ainda mais a sua quota nos mérito das vitórias.
EliminarHá um pormenor que é importante para a discussão: Pinto da Costa sabe mais de futebol do que muitos treinadores de campo e acredito que juntamente com o óptimo scouting sabe contratar bastante bem. Mas como todos os humanos também se engana. Afinal, ao contrário do que muita gente julga, Jorge Nuno Pinto da Costa é Humano.
ResponderEliminarClaro q se engana como todos, e 'as vezes de forma clamorosa (como nos exemplos de Ibarra e Postiga, "pet projects" dele).
EliminarDe resto isto e' offtopic mas para mim isso do scouting "excelente" ainda esta' por ser provado, parecendo mais Relacoes Publicas do q outra coisa.
E' q a maioria dos jogadores q contratamos e q eram muito pouco conhecidos (q e' onde o scouting da' mais jeito) revelam-se como mediocres ou flops, e a esmagadora maioria dos q tem enorme sucesso ja' eram conhecidos 'a partida no mundo do futebol (como Anderson, Lucho, Lisandro, Falcao, A Sandro,...) ou entao sairam do campeonato portugues q e' onde menos precisamos de scouting (Pepe, etc).
Há um filme que todos os amantes do futebol deviam ver,que se chama "Maldito United" em que se retata parte da carreira de treinador do ingles Brian Clough ,unico treinador ingles a vencer duas taças dos Campeões (Fergusson é escocês) e no qual nos podemos compreender melhor as relações treinador-presidente,claro que o filme se passa nos anos 60/70 e é em Inglaterra e, que hoje á uma realidade diferente que envolve empresários e fundos de investimento ,mas acredito que em termos de relações muita coisa ainda seja válida.
ResponderEliminarSaudações Portistas
Paulo Almeida
"mas para mim isso do scouting "excelente" ainda esta' por ser provado, parecendo mais Relacoes Publicas do q outra coisa."
ResponderEliminarÉ a sua opinião mas discordo. O scouting não se faz só para as contratações do momento. O scouting faz-se também para prevenir que as saídas tenham efeitos desastrosos. E se é verdade que alguns dos jogadores contratados já eram bastante conhecidos (a verdade é que o Porto tb já os tinha debaixo de olho há bastante tempo) porque é que não foram para outros sítios? Quem era o Hulk antes de chegar ao Porto? O próprio Jackson Martinez andava no Jaguares do México. O Defour e o Mangala eram famosos? O Álvaro Pereira e o Guarin andavam perdidos em equipas de segunda categoria. O Fucile?????? O Anderson quando veio tinha 17 anos. E podia estar aqui a enumerar uma enorme lista. Muitos deles nunca teriam sido nada se não tivessem vindo para o Porto. Os que diz que eram conhecidos a verdade é que foram contratados pelo Porto e não por outros clubes. O scouting também se faz vendo os que são conhecidos. E ao contrário do que diz, acho exactamente que deveria haver mais cuidado e mais atenção ao jogadores que já jogam em Portugal.
Nuno,
EliminarÉ uma afirmação dificil de concordar a 100%.
Quem eram Defour e Mangala? Internacionais belgas, jogadores que estavam na agenda de meia-Europa (sobretudo o Mangala).
O Álvaro Pereira era internacional uruguaio que tinha recebido várias propostas da Europa mas que preferiu o Cluj (como tantos outros que vão para a Ucrânia, Chipre, Roménia) porque pagavam muito mais.
O Freddy Guarin era tão conhecido que foi a estrela precoce do Football Manager ainda não estava no Saint-Etienne. Não havia um só adepto na Europa que não tivesse ouvido falar nele.
O Anderson era a maior promessa do futebol brasileiro, estrela precoce de um dos grandes do país, internacional e com uma projecção de futuro brutal.
E o Hulk, que treinou ali à beira tanto tempo e foi preciso ir ao Japão para ser contratado, quando podia perfeitamente ter ido para os juniores do FCP?
A isso nem vale a pena juntar o Lucho, Lisandro, Falcao e companhia, todos eles mais do que conhecidos por qualquer seguidor médio do futebol internacional (outra coisa é o adepto português básico)
Eu acho que o PdC sabe muito, muito de futebol. Mas a esmagadora maioria dos negócios que temos feito são com jogadores que a maioria dos adeptos internacionais conhecem. Outra coisa são os valores que são pagos, tanto pela entrada como pela saída, mas isso já é gestão e não scouting.
Eu nao digo q o scouting nao seja excelente, acho q se calhar até é, sou agnóstico nisso; digo apenas q tenho pouca evidencia disso.
EliminarA proposito do Hulk já q falou nele, é irónico q quando tinha uns 16 anos e jogava a 10km do Dragão ninguém tivesse reparado nele... pelos vistos o nosso scouting no Japão é muito melhor do que Vila Nova de Gaia.
De resto acrescento apenas q me parece claramente q alguns dos jogadores menos conhecidos vêm parar ao FCP muito mais por recomendação de empresários (os Jorge Mendes e Figgers deste mundo) do q do nosso scouting. Logo se me disserem num sentido lato q acham q os empresarios fazem parte da nossa «rede de scouting», aí já terei mais tendência a acreditar.
Estou por exemplo convencido q o Hulk só veio por iniciativa do empresário, e não por indicação da nossa rede própria de scouting.
Mas para mim os empresários também fazem parte do scouting. Eles mostram os agenciados e os clubes depois fazem a sua apreciação também. Para isso é preciso ter uma boa relação com os empresários. Por isso Pinto da Costa "criou" primeiro o José Veiga e depois o Jorge Mendes e outros.
EliminarQuando me falam que Mangala estava na agenda de meia europa, eu só pergunto: E pq não o foram buscar e pagavam 8M e agora querem pagar 40M? O Anderson eram muito conhecido mas veio para o Porto, esteve ano e meio e foi vendido por 30M ao MU.
O Cluj não paga nada de especial e por isso não contrata no Porto. Vai ao Paços, ao Gil, etc. E o St-Etienne igual.
Desculpem o Miguel Lourenço Pereira e o José Rodrigues mas desvalorizar tudo o que é Porto não faz sentido nenhum. Nem tudo é perfeito mas a verdade é que ganhamos muito mais do que os outros e mesmo na Europa vamos ganhando.
Penso que o Porto tem uma estrutura forte, com um líder claro, e com todos os elementos (treinador incluído) a trabalhar para o bem do clube.
Desvalorizar tudo o q é Porto?? Basta ler os comentários meus aqui para se concluir q essa acusação nao tem a mínima razão de ser.
EliminarQuanto a Mangala e Anderson, o q eu sei é q nao vieram a preço de saldo mas sim a um valor mais do q justo para os jogadores q eram na altura (8M e 11M). Se o Nuno tiver conhecimento de ofertas mais elevadas agradecia q as passasse, porque aí vou dar-lhe razão q as ligações a empresários deram o seu fruto. Até q isso aconteça vou continuar a acreditar q o mérito do FCP está sim nas ligações a empresários no q diz respeito a VENDAS ( e são bem pagos por isso em comissões, nao nos fazem nenhum favor) e em saber trabalhar esses jogadores enquanto estão no Porto, muitíssimo mais do q no papel dos empresários em traze-los para o FCP ou no scouting q os "descobriu" (como o Miguel disse, nao eram nenhuns desconhecidos, bem pelo contrario).
Nuno,
EliminarEu não vou desvalorizar tudo o que faz o FCP. Era o que faltava.
O nosso trabalho é muito bom em muitas áreas. O scouting não é propriamente um bom exemplo. Temos um scouting under-17 que dá pena. Pena. Temos um scouting nas ligas portuguesas que nos últimos anos tem sido negligenciado totalmente. Desde o Cissokho que não acertamos uma, por exemplo.
E sim, a maioria desses jogadores eram conhecidos, estavam referenciados. Estamos a falar de scouting ou de tomada de decisões? O FC Porto decide muito melhor que outros clubes quem contratar mas não significa que seja o único clube que os conheça e esteja preparado a fazer uma oferta sobre eles. O Mangala esteve na agenda de vários clubes mas nenhum deles achou que os 8 milhões valiam a pena o risco. Os mais grandes porque queriam outro perfil (mais caro mas também com mais segurança) e outros clubes médios porque achavam que era muito para um internacional sub-21. Passou o mesmo com o Varane, com quem o Mangala acabará por fazer dupla na selecção. A diferença é que o Varane foi para o Real Madrid numa jogada pouco habitual num clube grande. O motivo? Zidane.
O Anderson era um dos futebolistas mais conhecidos e reconhecidos no futebol brasileiro. O equivalente mediático ao Neymar de há dois anos atrás (ou ao Óscar ou ao Lucas Moura), um jogador a quem viam um futuro extraordinário. Mas o mercado brasileiro então não era o mesmo que é hoje e muitos olhavam para os 10 milhões que custava como um risco que preferiam não correr. Mais uma vez vencemos na tomada de decisão, não no scouting.
O S. Etienne arriscou no Guarin. O Cluj no Alvaro. O FCP não os foi buscar à América do Sul. O James tinha feito o modesto Banfield campeão, era mais do que conhecido. O Falcao nem vale a pena falar, o mesmo se aplica ao Lucho e o Lisandro, todos eles com um high profile no mercado sul-americano. É assim tão dificil assumir que a história que contam está "embelezada"?
O problema está no enfoque.
Scouting nada brilhante, tomada de decisão/risco excelente. E relação com os empresários fundamental em persuadir muitos desses jogadores a preferirem o FCP a outros clubes europeus (a que a presença regular na Champions também ajuda, vantagem de estar na liga portuguesa) também tem o seu senão, a imposição de jogadores muito piores para "compensar".
A ideia de que o Scouting do fc porto é excelente não creio que seja a mais correcta. Na minha opinião, o que sucede é que fruto da reputação acumulada pelo FCP ao longo dos anos, os empresários do futebol vêm com bons olhos a vinda dos seus "activos" para o nosso clube para posterior valorização e consequente comissão.
EliminarO caso do Hulk é paradigmático ao ponto de ser justo dizer que entre vendas, revendas e transferência final o Juan Figger, empresário e detentor de uma parcela do passe do Hulk, se tornou milionário. E que ninguém se engane, o Hulk foi descoberto pelo método do DVD provavelmente enviado pelo próprio empresário para a torre da antas.
Um departamento de scouting "excelente" não teria sugerido Prediger, Tomás Costa, Nelson benitez, Lucas Mareque, Leandro, Leandro Bonfim, Leandro Lima, Leo Lima e afins com prejuízos de mais de 20 milhões de euros. Um departamento de scouting excelente teria sugerido vivamente a contratação do Eder e impedido que este assinasse a custo zero pelo Sc Braga precisamente quando fazia falta um substituto do falcao. Um departamento de scouting "excelente" teria 3 ou 4 jogadores debaixo de olho para colmatar a saída do Hulk com semelhante qualidade a longo prazo.
Eu costumo ouvir dizer que os jogadores são como os melões: só depois de se abrir é que se sabe se é bom. Vocês desvalorizam o scouting dizendo que as grandes contratações já eram todos conhecidos e que as más foram do scouting. Pessoalmente não acredito q algum jogador chegue (a não ser algum caso muito especial) sem o aval do treinador. Se um treinador não quiser mesmo um jogador ele não vem mesmo. temos o exemplo do Jardel com o Octávio. O Jardel estava contratado e o Octávio não o quis. Da mesma forma o Fernando Santos achava que o Jardel era dispensável.
EliminarA minha opinião, muito sinceramente é que o Porto funciona como um todo, com um líder forte e em que toda a gente tem a sua opinião mas alguém tem de deicidir.
Umas vezes acertam outras nem tanto. Mas a verdade é que ganhamos muito mais do que os outros e ao contrário e outros ganhamos provas internacionais já neste milénio.
Esta deve ter sido só mais uma acha para a fogueira que levou VP a recusar a renovação.
ResponderEliminarAinda para mais sabendo-se que foi VP que descobriu e pediu Jackson, por exemplo, não faz sentido nenhum a direcção ter sido tão pouco generosa com ele. Pediu reforços, deram-lhe 2 gajos sem joelhos. Mesmo assim conseguiu ser campeão, está tudo mais do que dito!
Deu ideia que o objectivo era apenas abrir uma guerra com o Sporting. Aliás toda esta situação com o Izmailov a vir para o Porto e o Miguel Lopes com a cláusula de 5 milhões (!!!) para o Porto se fosse transferido, com o Liedson sem joelho a assinar, com a troca de insultos com o presidente do Sporting, me cheira a algo planeado há muito tempo.
Quanto ao poder de outros treinadores, nomeadamente Mourinho, também não era assim tanto. Pedro Emanuel, Maniche e Paulo Ferreira estavam já tratados antes dele chegar.
Já o Benny questiono também a influência do Mourinho nessa contratação tendo em conta que depois veio para cá também o Kaviedes e que o Celta tinha dado 7 ao 5LB (ficando o Benny com o 77). A mim parece-me também uma contratação com alguma "ironia" à Pinto da Costa. Ele que, mais tarde, também foi buscar o treinador dos 7, Victor Fernandez, para o Porto.
Depois sim, Nuno Valente, Derlei e Tiago foram sem dúvida jogadores pedidos pelo Mourinho mas nada que não tivesse acontecido com o Fernando Santos (Chaínho, Rodolfo e Paulo Ferreira vieram do Estrela).
O Benny chegou ao FCP a pedido do Octávio, estreou-se em Viseu no último jogo do Octávio. O Mourinho gostou dele e pediu que o empréstimo se tornasse em compra mas a direcção não acedeu.
EliminarQuando o Postiga foi vendido o Mourinho voltou a exigir o Benny e agora, com o tri debaixo do braço, teve força suficiente para o trazer. Mas não deixo de pensar que ao PdC ter malta desse 7-0 no Dragão lhe dava um prazer especial.
Boa tarde,
ResponderEliminarExcelente completamente acho que faltou uma palavra na frase.
"Antes de mais, não acho desejável porque uma consequência disso é que a Direção acaba por sistematicamente contratar treinadores sem estatuto/CV, que por isso mesmo serão mais compreensivos e BARATOS..."
Lembro-me bem de VP numa conferência dizer que nem um décimo ganho ao que ganhava a loura
Excelente tema de debate.
ResponderEliminarJá muito foi dito nos comentários anteriores.
Na minha opinião a actual organização do FC Porto deixa um papel "secundário" na escolha de possíveis jogadores, cabe sobretudo ao scouting - e não tanto ao treinador - descobrir talentos e posteriormente pedir a opinião do treinador para que este faça a sua análise. Pode surgir um pomo de discórdia quando o treinador discorda de uma contratação ou quando considera que o jogador será um flop ou um excedentário no plantel, mas se a estrutura do FC Porto considerar que o jogador pode vir a ser uma "mais-valia" financeira a contratação é feita mesmo sem o aval do treinador. Como salientou o Miguel Pereira a Administração tem o direito de veto e a palavra final, apesar de o treinador ter direito a dar a sua opinião. Nesta organização actual o papel de "recomendar" contratações de jogadores - sem que tenham sido descobertos pelo scouting - está a deixar de ser feito pelo treinador, como no passado foi feito por Pedroto que recomendou a contratação de Duda, Octávio, Ademir ou Eurico em 1982, e que Mourinho também fazia. Claro que no passado já existiam olheiros, mas o principal olheiro era o treinador.
Jesualdo referiu que, entre outros casos, a contratação de Pedriger lhe foi colocada pela estrutura do Clube para análise tendo ele apenas de dar a sua opinião sobre o jogador.
José Rodrigues disse "De um Diego que não encaixava no jogo de C. Adriaanse ..." Existe algo que nunca foi contado, e que talvez nunca será, no caso do Diego. A realidade mostra que Diego foi titularíssimo na 1ª volta do campeonato com Co Adriense, e só na segunda metade da temporada o técnico holandês decidiu prescindir do jogador brasileiro, portanto na minha opinião o que aconteceu é que terá existido algo conflito pessoal ou no balneário entre Diego e Co Adriense e o técnico decidiu "inventar" a história de que o jogador não se encaixava no seu sistema. Ora se a justificação do técnico era verdade, o Diego teria sido "encostado" logo no início da temporada, o que a realidade desmente, mas talvez para mão ferir sensibilidades ao prescindir de um jogador que era encarado como o substituto do Deco e um forte investimento financeiro e com possível lucro financeiro, Co Adriense inventou a teoria do desenquadramento do jogador no sistema da equipa.
Já agora, não me estou a recordar, qual foi o preço do Diego? Qualquer coisa como 6 ou 7 milhões?
EliminarSim, 7M (excluindo comissoes, q nao se sabe se houve ou quanto goram).
EliminarFoi "apenas" o jogador mais caro da historia do FCP ate' esse momento (2004)...
Ao menos acabou por ser vendido com apenas um pequeno prejuizo (1 a 2M), q e' muito mais do q se pode dizer de Postiga e Ibarra (outros "pet projects" de PdC).
DC 17:14 afirmou "sabendo-se que foi VP que descobriu e pediu Jackson..."
ResponderEliminarTal não é verdade. O próprio Vítor Pereira numa conferência de imprensa mencionou que foi o dapartamento de scouting do FC Porto que descobriu Jackson Martinez e que lhe foi colocado para avaliação juntamente com outros jogadores possíveis de contratação.
Aliás é altamente improvável, e numa mera hipótese lógica não parece provável, que Vítor Pereira, ou agora Paulo Fonseca, andem a visionar jogos do campeonato mexicano (que não é dos mais mediáticos a nível futebolístico) à procura de talentos. O tempo dos treinadores é dedicado à equipa do FC Porto, a visionar equipas do campenato português ou equipas europeias que possam ser adversárias nas competições europeias.
Sim, o departamento de scouting colocou-o para avaliação e o VP pediu a contratação dele. Portanto, quem, pelo menos, descobriu que ele era o ponta-de-lança ideal para o Porto foi VP. O departamento de scouting deve "descobrir" 1000 jogadores por ano. Quantos desses é que são pedidos pelos treinadores?
Eliminar2 anos antes dele vir já o VP o recomendava:
""Já conheço o Jackson há muito tempo e se calhar vocês é que devem estar surpreendidos. Tenho a minha opinião bem formada desde que o observei a primeira vez, já lá vão dois anos", frisou o técnico, confessando, desta forma, que observou Jackson quando Villas-Boas ainda era treinador principal dos dragões."
O campeonato mexicano nao e' dos mais mediaticos, mas tambem nao e' exactamente o do Azerbaijao... Parece-me normal que os melhores marcadores de um campeonato destes facilmente sejam conhecidos do treinador e estejam referenciados sem ser sequer preciso haver rede de scouting local.
EliminarParece-me q se comecou a misturar um bocado duas coisas distintas nesta discussao...
ResponderEliminarA mim nao me interessa tanto como e' q se descobrem jogadores, se e' a rede da Direcao ou se e' o treinador; o q mais me interessa e' como se processam as DECISOES nas contratacoes.
Parece-me normal q a grande maioria dos jogadores "aparecam" atraves da Direccao, com o treinador a tomar a iniciativa de apontar nomes numa minoria dos casos. Mas o q eu espero e' q as coisas se processem mais ou menos assim de forma simplificada e em geral:
Direccao: "neste defeso podemos gastar em principio entre 20 e 30M no total em contratacoes. Ve^ la' quais sao as tuas prioridades mas tb gostavamos de reservar algum dinheiro q sobre para 1 ou 2 contratacoes de "futuro"
Treinador: "Ok. As minhas prioridades sao para a posicao x e y, e mais especificamente / idealmente jogadores as caracteristicas w e z, para serem titulares ou terem grandes probabilidades de lutar por isso. Ja' agora e para a posicao x, o jogador xyz do clube abc parece-me bastante interessante"
Direccao: "ok, para a posicao x temos tambem os jogadores f, g e h, e para a y os jogadores m, n e o. Pessoalmente achamos q para a posicao x o jogador h e' capaz de ser o mais interessante de todos, incluindo o xyz de q falaste, q apesar disso tb esta' ao nosso alcance".
Treinador: "Obrigado, mas depois de analizar prefiro mesmo o jogador xyz. Obrigado por o negociarem".
Direccao: "Ja' agora, sabemos q a posicao d nao e' prioridade tua mas apareceu-nos este gajo q parece um negocio muito interessante, sem prejuizo de podermos contratar os tais jogadores para x e y"
...e nao enveredar primeiro pelo fim (i.e. comecar por posicoes nao prioritarias para o treinador por iniciativa da SAD, sobrando relativamente pouco para as q mais falta fazem segundo o treinador).
De acordo. E acredito que é assim que funciona no FC Porto. Os jogadores contratam-se com o aval do treinador mas também da direcção. Eventualmente a direcção terá um poder de veto mais efectivo como aconteceu no caso Hesselink e o Sr. Adriaanse.
EliminarHá uma regra que devíamos ter que era priveligiar o mercado português e se possível o jogador português. Sei que não é fácil porque vivemos num mundo globalizado mas o FC Porto é um clube de Portugal. Mas também é necessário que o jogador português seja mais humilde especialmente quando ainda não ganhou nada e faz uma aparição na equipa A já é o melhor do mundo.
Acredito que seja qual for o treinador, por muito ou pouco que peça, terá sempre á sua disposição 2 ou 3 jogadores escolhidos por si... E desde que me conheço que tem sido assim pelo menos no nosso clube!
ResponderEliminarSinceramente acho que se esta a desvalorizar um bocadinho o scouting! Reparem, quem e desde ha uns anos, na minha opiniao e de muita gente, o melhor central do Mundo? Thiago Silva, sabem que ele jogou na equipa B e depois foi vendido ao Dinamo de Moscovo? La tambem nao resultou e depois voltou ao Brasil, brilhou e foi contratado pelo A.C.Milan para brilhar. Nao sei se foi influencia de algum empresario mas sinceramente acho que e optimo termos boas relacoes com todos! Alias se me permitem sugiro um tema que seria a propria relacao do FCP com empresarios...Ha uns 2/3 anos parece que houve um esfriamento da relacao com o Jorge Mendes (que entretanto parece que normalizou) e nessa altura sairam imensos jogadores deles (talvez Ruben Micael seja um exemplo) e que correspondeu a um fortalecimento do SLB e talvez seja por isso, quicas? Nao podemos estar na mao de uma dessas criaturas porem nao devemos hostilizarmos gratuitamente! Sugiro tambem um encontro anual do blog reflexao Portista onde poderiamos discutir estas coisas...Nao o fizemos em Dublin logo bonito bonito era fazermos o mesmo em LX. Abraco a todos
ResponderEliminarMiguel,
EliminarO caso do Thiago Silva é bem diferente:
http://www.futebolmagazine.com/thiago-silva-a-estrela-que-sobreviveu-a-tuberculose
O jogador tinha grave problemas de saúde que só o Dinamo detectou e que lhe permitiu relançar a carreira no Brasil. No FC Porto o problema não foi nunca de aproveitamento da qualidade mas da incapacidade de detectar que tinha uma tuberculose.
No porto já se sabia que ele tinha a tuberculose. Não foi à toa que toda a equipa B fez despistagem na altura.
EliminarAnónimo,
EliminarSe é assim, pior, porque sabendo o problema que tinha preferiram livrar-se dele a ajudar a curá-lo e ficar com um jogador tremendo. Foi o que fez o Dinamo. Depois o Thiago forçou o regresso ao Brasil (a Rússia não é o melhor sitio para se viver) e quando demos por ela, estava a mandar na defesa do AC Milan qual Nesta.
Anónimo,
EliminarSe é assim, pior, porque sabendo o problema que tinha preferiram livrar-se dele a ajudar a curá-lo e ficar com um jogador tremendo. Foi o que fez o Dinamo. Depois o Thiago forçou o regresso ao Brasil (a Rússia não é o melhor sitio para se viver) e quando demos por ela, estava a mandar na defesa do AC Milan qual Nesta.