O JOGO, 10-04-2014 |
“A breve trecho, a inscrição de jogadores para participação nas provas europeias só será possível desde que todos os direitos estejam concentrados no clube ao serviço do qual o jogador milite. A participação de terceiros nos direitos económicos dos atletas será vedada, à semelhança do que já acontece em Inglaterra, França e Polónia. Isso vai provocar impacto, ainda que a FIFA possa seguir um rumo diverso deste. Procurei sensibilizar o presidente da UEFA para que essa proibição não entrasse em vigor de forma imediata e fosse permitido aos clubes de todos os países onde essas práticas existem – e são mais do que aqueles que abertamente o confessam – um período transitório para proceder a ajustamentos desportivos e financeiros.”
Se esta intenção da UEFA for mesmo para a frente, a política de contratações e a estratégia de gestão de “ativos” das SAD’s do FC Porto e SL Benfica vai ter de mudar e mudar substancialmente.
E, além de mais arriscado, muito provavelmente será também mais difícil clubes portugueses contratarem (passando a deter desde logo 100% dos passes) jogadores como Luís Fabiano, Lucho, Lisandro López, Anderson, Hulk, James Rodriguez ou Quintero.
E além disso, se esta medida for implementada a breve prazo mesmo com esse período transitório, o que fará o Porto? Vende tudo o que tem ou compra todas as percentagens que lhe faltam?
ResponderEliminarÉ que depois os fundos não vão vender barato de certeza e o Porto não vai ter liquidez para comprar mais que 2 ou 3 jogadores a 100% por época. Num plantel que deve ter uns 15, 20 jogadores partilhados, vai complicar...
E para o ano? Vão continuar a comprar assim?
Mais uma medida pretensamente moralizadora para impedir que clubes com pouco dinheiro mas que sabem comprar e fazer crescer jogadores façam sombra aos clubes muito ricos. Platini não vale nada; É um fala-barato, um hipócrita e um velhaco.
ResponderEliminarE' certo q o impacto de tal medida para um FCP seria, em teoria, claramente negativo.
ResponderEliminarNo entanto tenho duvidas q fosse tao negativo como isso (pelo menos presumindo q fosse haver um periodo minimamente longo para os clubes se ajustarem de forma gradual). Se calhar ate' podia ser neutro, ou quase.
E' q a questao nao e' q jogadores como "Fabiano, Lucho, Lisandro, Hulk, Anderson, James, Quintero" nunca viriam para o FCP.
Nao; alguns deles (se calhar a maioria) quase certamente viriam na mesma.
O impacto seria q teriamos forcosamente q ser mais selectivos nas contratacoes, tendo q fazer escolhas, tendo o mesmo total de $$ para gastar, mas em menos jogadores. O q a meu ver tem tambem o seu aspecto muito positivo; pode ser q assim passemos a ser menos entreposto de jogadores, menos contratacoes "esquisitas", haja um bocadinho mais de aposta em prata da casa (principalmente para 2as e 3as escolhas) e haja mais estabilidade.
Ora nessa discussao entra tambem o resto da "maralha" das contratacoes. A questao nao vai passar a ser do genero "agora nao podemos contratar um Moutinho", mas sim "se comprar o Moutinho entao ja' nao posso contratar para alem dele mais um Defour+fulano+cicrano; o q e' preferivel?".
Ou seja, as contratacoes vistas como prioritarias serao certamente feitas na mesma, e mesmo q se perca uma ou outra oportunidade especulativa - q sim, vamos perder - tb ha' um aspecto positivo, eliminando algum investimento (e throwaway) escusado.
Depois ha' outros dois aspectos positivos:
1) acabam-se as comissoes nas vendas e compras e re-vendas e re-compras de % de passes. So' ai' devemos poupar em media uns poucos milhoes por ano, o q ja' nao e' mau.
2) Vamos fazer muito mais lucro nas vendas de "vedetas". Nao tenho duvidas por ex q um Falcao ou Moutinho viriam na mesma; ora se tivessem sido sempre 100% nossos, tinhamos feito mais uns 20M de lucro!
http://www.maisfutebol.iol.pt/internacional-franca-psg-platini-uefa-michel-platini/5359018d0cf20e3c592de401.html
ResponderEliminarMais uma suposta regra que não vai alterar praticamente nada, os clubes como e lógico vam encontrar soluções para essa regra, e como o far play financeiro e so uma manobra de diversão para atirar areia aos leigos e ignorantes do futebol, e para dar a ideia que a uefa e contra a corrupção quando a maior máfia do futebol e a fifa e uefa, enfim demagogia barata e conversa para entreter os ignorantes
ResponderEliminarSe esta intenção da UEFA for mesmo para a frente haverá, pelo menos, três dificuldades adicionais para clubes como o FC Porto:
ResponderEliminar1) Risco associado às contratações
Ao não existir a possibilidade de se comprar apenas uma parte do passe de um jogador (por exemplo, 50% do passe), o risco associado ao falhanço de uma contratação será maior.
Por exemplo, quando o FC Porto contratou um jogador brasileiro que jogava na 2ª divisão japonesa, optou (e na minha opinião muito bem) por adquirir apenas 50% do passe.
À posteriori, verificou-se que a contratação do Hulk foi um enorme sucesso, mas basta recuarmos a 2008 para ver a desconfiança que havia entre a generalidade dos adeptos portistas.
E se muitos torceram o nariz a que a SAD tenha investido 5,5 M em 50% do passe, o que diriam se tivesse gasto logo 11 M em 100% do passe?
2) O interesse do vendedor em permanecer com uma percentagem do passe
ResponderEliminarO FC Porto é visto, a nível internacional, como um dos clubes de maior sucesso na prospeção, compra, valorização e venda de jogadores para os mercados/clubes mais ricos do Mundo.
Ora, devido a isso, há clubes que têm interesse em ficar com uma percentagem do passe, na expectativa dessa percentagem vir a ser valorizada.
Foi, por exemplo, o caso do Quintero (ver declarações feitas pelo presidente do Pescara na altura da contratação).
Se tiverem que vender 100% do passe, provavelmente os clubes vendedores irão exigir, proporcionalmente, mais dinheiro.
3) Disponibilidade financeira
ResponderEliminarAtualmente, mesmo em mercados emergentes como o mexicano ou colombiano (já nem falo no Brasil e na Argentina) é cada vez mais difícil contratar jogadores do nível / potencial do Lisandro López, Anderson, Falcao, James Rodriguez ou Quintero por menos de 10 milhões de euros.
Isso significará que o FC Porto terá de ser muito mais selectivo nos jogadores que contrata em cada ano e, contrariando uma máxima dos mercados bolsistas (“não colocar os ovos todos no mesmo cesto”), o FC Porto terá de concentrar os seus investimentos em 1 ou 2 jogadores.
Independentemente de quem fica a ganhar ou a perder, está é uma medida que só pode ser salutar, pois trás mais transparência, reduz o poder dos agentes FIFA e acaba com alguns claros conflitos de interesse. Por alguma razão ela já existe nos três países mencionados no artigo.
ResponderEliminarOu quem vende faz mais barato ou o monopólio das grandes equipas torna se maior...
ResponderEliminarJose Correia disse: «Risco associado às contratações - Por exemplo, quando o FC Porto contratou um jogador brasileiro que jogava na 2ª divisão japonesa, optou (e na minha opinião muito bem) por adquirir apenas 50% do passe.»
ResponderEliminarComo sabes muito bem, Hulk foi um caso especial na medida em que veio com o valor do passe claramente sobreavaliado para o CV que tinha. Mas mesmo assim a Historia demonstrou que por acaso de facto teriamos feito muito mais lucro se tivessemos sido obrigados a comprar 100% do passe à partida, ou nao?
Mas em geral as grandes (caras) contratacoes nunca sao um risco muito elevado, a nao ser q a SAD seja totalmente incompetente e nao saiba o q anda a fazer (pagando lebre por gato). É q essas contratacoes caras sao por definicao de jogadores com um CV jeitoso e mercado. Alias, até hoje NUNCA tivemos «flops» com as contratacoes mais caras: a contratacao q mais se aproximou disso foi Diego, mas mesmo esse foi vendido praticamente a preco de custo.
Onde existiria de facto maior risco é nas contratacoes secundarias, os tais jogadores «jeitosos» e de CV questionavel e q custam alguns milhoes. Mas lá está: se fossemos obrigados a comprar 100% do passe, viriam menos destes, e nao tanto as contratacoes prioritarias. Alem disso e curiosamente, os factos falam por si (mesmo que admita q a Historia nem sempre se repete): nos ultimos 10 anos, o total acumulado de lucro que o FCP nao teve nas grandes vendas por nao deter 100% do passe foi MUITISSIMO mais do q o prejuizo q evitou por nao deter 100% do passe em jogadores q nao conseguiu vender (ou vendeu abaixo do preco de custo).
«Isso significará que o FC Porto terá de ser muito mais selectivo nos jogadores que contrata em cada ano e, contrariando uma máxima dos mercados bolsistas (“não colocar os ovos todos no mesmo cesto”), o FC Porto terá de concentrar os seus investimentos em 1 ou 2 jogadores.»
ResponderEliminarSem duvida.
Tal como acontecia nos anos 80 e 90, alias (por ex epoca de contratacao de Jardel, etc). E isso nao é necessariamente mau.
Eu acho q o FCP tem exagerado sistematicamente no numero de contratacoes. Se concentrar o investimento naqueles «buracos» no plantel em q dá mesmo jeito (e em jogadores em q, como demonstrei, o risco de fracasso é baixo) e continuar a arranjar para alem disso 2 ou 3 jogadores a custo baixo para vagas secundarias (como os Maicons, Ricardos, Fabianos, .., para alem de um ou outro prata da casa), nao me parece q seja nada liquido q fiquemos necessariamente pior do q na era das contratacoes à dúzia a 5M cada um em média...
José Rodrigues disse:
ResponderEliminar"Mas em geral as grandes (caras) contratacoes nunca sao um risco muito elevado, a nao ser q a SAD seja totalmente incompetente e nao saiba o q anda a fazer (pagando lebre por gato). É q essas contratacoes caras sao por definicao de jogadores com um CV jeitoso e mercado. Alias, até hoje NUNCA tivemos «flops» com as contratacoes mais caras: a contratacao q mais se aproximou disso foi Diego, mas mesmo esse foi vendido praticamente a preco de custo."
É verdade que a SAD tem sido competente nas contratações caras, MAS basta falhar 2 ou 3 vezes para o rombo ser enorme.
Por exemplo, a SAD gastou 10,3 M e 17.8 M na aquisição, respectivamente, de 100% dos passes do Alex Sandro e do Danilo.
Eu acho que foi um risco muito grande e, nestes dois casos, preferia que a SAD tivesse investido menos, mesmo que isso significasse que só detinha 50% dos direitos económicos.