sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O fim dos milhões da PT

O JOGO, 17-10-2014
Ontem, numa entrevista ao Porto Canal (anunciada para as 21:00, mas que começou mais cedo…), Fernando Gomes, vice-presidente do Futebol Clube do Porto e administrador da FC Porto SAD, confirmou algumas más notícias que se anteviam e deixou sérios avisos à navegação, tendo em vista o equilíbrio das contas da SAD e a sua sustentabilidade futura:

Não nos vamos iludir. Quando grandes empresas, como a PT ou o BES, decidem deixar de patrocinar o futebol, com certeza que isso faz mossa

Sabemos o que vai acontecer com a PT e estamos em campo a tentar encontrar alternativas para a próxima época. Mas a perda é séria e pesada

É evidente que os recursos que estão afectos ao futebol, vão sendo cada vez mais curtos para fazer face às exigências. Tem de haver sensatez e prudência nesse equilíbrio. Senão, um dia, pode não haver recuperação fácil


O atual contrato entre a Futebol Clube do Porto, Futebol SAD e a Portugal Telecom SGPS (PT), no valor (mínimo) de 14,6 milhões de euros por 4 épocas (cerca de 3,7 milhões de euros por época), termina no final desta época (2014/2015) e, soube-se ontem, não vai ser renovado.

Primeiro foi o Banco Espírito Santo (BES) que, a partir de Junho de 2009, saiu das camisolas dos três grandes, optando por concentrar os seus patrocínios ao futebol no Cristiano Ronaldo e na Seleção.

Equipamento principal e alternativo do FC Porto na época 2008/2009

Agora é a vez da PT que, tudo indica, irá fazer o mesmo a partir de Junho de 2015.
E, no caso da PT, não devemos estar “só” a falar das camisolas.

Equipamento principal e alternativo do FC Porto na época 2013/2014

Também o patrocínio a bancadas/sectores dos estádios (Bancada “TMN”, Bancada “MEO”, etc.), bem como, as parcerias corporate, que envolvem a compra anual de camarotes, deverão terminar.

É um rombo (mais um) significativo nas contas das SAD’s, que irá exigir a procura de alternativas.

No caso do SL Benfica, tudo indica que já tem alternativa. A parceria que o SLB firmou com a Emirates, em Julho passado, visando o futebol de formação, deverá ser alargada a outros domínios, incluindo as camisolas da equipa principal e, possivelmente, também ao naming do estádio da Luz.

E no caso do FC Porto?

Infelizmente, a Emirates não voa de e para o aeroporto Francisco Sá Carneiro e, por isso, não poderá ser uma alternativa à PT.
Mas, olhando para o panorama altamente depressivo (para não dizer pior) da economia portuguesa, parece-me evidente que as alternativas terão de ser procuradas no estrangeiro.

Sponsors de clubes europeus (fonte: Record, Outubro de 2012)

Depois do ‘Museu do FC Porto by BMG’, será que os dirigentes do FC Porto (que, segundo Fernando Gomes, já estão em campo a tentar encontrar alternativas), irão ser capazes de “tirar outro coelho da cartola”?


Nota final: Penso que está mais do que na altura dos portistas (adeptos e dirigentes) encararem, seriamente, a possibilidade do naming do Estádio do Dragão. Eu sou a favor.

14 comentários:

  1. Penso que o FC Porto deveria tentar aproveitar o seguimento que a comunicação social espanhola lhe tem dado, aliado a ser a única equipa nacional a não envergonhar lá fora para tentar sacar o tal coelho... Dificilmente conseguiremos os valores que estavam a ser pagos, mas temos de usar as nossas capacidades para vendermos...
    Relativamente ao naming, embora me custe, pois de tempos a tempos correria-mos a risco do estádio mudar de nome, teremos de aceitar pois não devem restar muitas alternativas...

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    1. "...o FC Porto deveria tentar aproveitar o seguimento que a comunicação social espanhola lhe tem dado..."

      Neste contexto (patrocínio de camisolas), a grande exposição mediática que o FC Porto tem tido em Espanha só é útil, se houver alguma empresa (portuguesa ou estrangeira) interessada no mercado ibérico.

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    2. E se uma empresa espanhola interessada em entrar no mercado portugues querer patrocinar ?
      A Warrior por exemplo escolheu o FC Porto para entrar em Portugal

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    3. Charlie,

      A Warrior é uma empresa norte-americana. Em Espanha o mercado está tão mal que há vários clubes espanhóis sem patrocinios nas camisolas. Que empresa espanhola se atreveria a meter-se num projecto quando nem sequer existe a garantia desportiva de que o projecto Lopetegui dure?

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  2. Não haverá alternativas de p€so nos mercados colombiano e/ou brasileiro, com quem temos excelentes relações? Penso que a alternativa poderá vir daí.

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  3. @ José Correia

    eu também. e fará todo o sentido em épocas de "vacas esqueléticas".

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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    1. só mais uma achega, a propósito da infografia publicada no lixo tóxico do grupo cofina (e tendo por +/- credíveis os valores referidos, que não deverão estar muito longe da Realidade):

      » comprova-se a desvantagem que temos em residir num país pequeno e periférico. por exemplo, actualmente temos mais títulos e mais méritos desportivos do que o Liverpool, inclusive na maior montra do futebol europeu e que é a Champions; mesmo assim, estes recebem (quase) oito vezes mais pelo seu principal patrocinador do que nós...

      mais (e num sentido de crítica positiva): seria interessante que o nosso clube - mesmo que de média dimensão na Europa do futebol - conseguisse captar outro tipo de receitas para lá das habituais (naming, bilheteira, merchandising, publicidade, entre outras).
      exemplo prático: fazer como os "tubarões" e apostar em digressões a países onde estejamos em alta, mormente dos da América do Sul. já o fizemos num passado recentíssimo mas parece-me que foi só uma vez e para não servir de exemplo; acontece que tivemos um milhão de euros de proveitos com aquela mini-digressão, conforme consta no 1º R&C de 2013/2014...

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  4. Bem, já saíram notícias sobre um patrocínio de um milionário do Azerbeijão. No entanto, muito sinceramente, acho que deveríamos apostar no filão das casas de apostas, agora que este sector foi regulado em Portugal.

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  5. A sensatez e prudência de que o Dr. Fernando Gomes fala são uma consequência natural do panorama económico em que nos movemos e do desajustamento dos grandes clubes à realidade nacional. Se não fomos sensatos e prudentes, até agora, de livre e espontânea vontade, a força das circunstâncias vai obrigar-nos a sê-lo. A não ser que haja um golpe de asa (concretização de um contrato publicitário milionário), este alerta serve para preparar os adeptos para uma redução orçamental, mais consentânea com a nossa real capacidade financeira. A manutenção do estatuto está dependente da arte dos administradores em encontrarem meios de financiamento alternativos (fechada a torneira da banca e dos grandes patrocínios radicados em Portugal). Deste modo, não nos resta solução que não passe por granjear apoios de entidades internacionais. Foi assim no caso do Museu e parece-me natural que assim seja no patrocínio das camisolas, bancadas e afins. Uma alternativa potencialmente viável, se o legislador o permitir, são as casas de apostas, tipo Bwin (vide Real Madrid). Têm dinheiro e gostam de futebol.

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  6. O José Correia sabe, há muito, que sou contra os naming rights do estádio do Dragão. Se me dessem a escolher seria também contra o patrocinio nas camisolas, meias, calções, cuecas e bancadas. Sou um nostálgico da velha guarda, não me levem a mal.

    Entendo que o futuro passe por aí e que caberá aos adeptos continuarem a dizer "Vou ao Dragão/Antas" para mantê-lo vivo mas que tarde ou cedo o clube ceda para tapar buracos a vender mais esse pedaço da alma colectiva.

    O que a mim me preocupa é a racionalização de custos e para onde o clube - e o futebol português em geral - quer ir. Neste momento é cada vez mais evidente que o fosso entre a primeira e a segunda divisão vai aumentar, não só pelos petrodolares que se consolidam em França, Russia, Inglaterra como a presença de fundos sem fim em Espanha, Alemanha e alguns clubes italianos. O fim dos Fundos partilhados é mais um passo para abrir o fosso. O FC Porto jamais terá capacidade financeira de pertencer á primeira divisão por muito competente que seja a SAD. O mercado português nunca o permitirá. Dentro da 2nd divisão - onde andarão holandeses, belgas, gregos, turcos, nórdicos e clubes de segunda linha dos das principais ligas - sim, temos condições para estar no topo. Mas quantos milhões de diferença isso significa gastar para triunfar num universo onde se movem valores muito mais baixos? Que orçamento precisa o FCP de ter para superar os Sevilla, Fiorentina, Lille, Ajax ou Olympiakos e significa isso que o naming rights é realmente inevitável? Porque, não nos enganemos, estar entre a elite - quartos de final Champions League ano sim, ano não - vai ser cada vez mais dificil de conseguir por muitos naming rights que se vendam!

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  7. Ou seja, o valor dos 4 anos da PT dava para pagar os 60% do passe e os salários do adrian lopez.... vamos ter que cortar nos suplentes...

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  8. Amigos:
    A partir deste momento, vou "concentrar-me completamente" no jogo. Estou a "fazer tudo o que me é possível", para que o resultado seja positivo. Claro que os jogadores têm que colaborar.
    E o tempo. E a organização. E o relvado.
    E farei o que estiver ao meu alcance para que "os velhos do restelo" fiquem longe do Dragão.
    Até amanhã à noitinha.

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  9. Uma pequena interrupção na minha "concentração muito particular" para vos comunicar que estive a ouvir a entrevista do Dtr Fernando Gomes e aquilo que me passou, foi de que existe uma enorme confiança no futuro financeiro da SAD Portista e consequentemente do Clube. Apesar das consequências negativas da quebra do investimento feito pelo exBES e pela PT, existirão já movimentações para suprir essas insuficiências num prazo imediato.
    Inclusivé foi mencionada a questão dos Fundos e referido que o nosso Clube é daqueles em que essa questão está mais acautelada e é -segundo Fernando Gomes- quase residual...

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  10. E verificamos que relativamente ao investimento da PT, ele era muito mais importante para o Benfica e Sporting que para o Porto. Os números dizem-no, o Benfica tem um orçamento semelhante ao nosso mas recebia quase o dobro da PT, o Sporting tem um orçamento muito inferior e recebia tanto como nós....Se o Benfica conseguiu ultrapassar essa quebra, porque não conseguiremos nós fazê-lo?...
    Só se os senhores da SAD estivessem a nanar...

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