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Onze inicial do FC Porto em San Mamés |
Na passada quarta-feira, o FC Porto foi a Bilbao disputar um importante jogo da Liga dos Campeões e apresentou-se no habitual 4-3-3, com o seguinte onze:
Fabiano
Danilo, Maicon, Martins Indi, Alex Sandro
Casemiro, Herrera, Óliver
Brahimi, Jackson, Tello
Ou seja, em San Mamés, Lopetegui optou pelo habitual modelo de jogo, com um onze inicial constituído pelos jogadores que mais vezes foram chamados a interpretar este modelo.
A
muito boa exibição do FC Porto em Bilbao (uma das melhores, senão a melhor exibição da época) foi alicerçada em vários aspectos mas, indiscutivelmente, um dos pontos mais fortes esteve no
trio do meio-campo, constituído por
Casemiro (na posição 6),
Herrera (como médio de transição) e
Óliver (como médio mais ofensivo, a jogar entre linhas).
Este trio, para além de três boas exibições individuais, jogou muitíssimo bem em conjunto, ao ponto do Athletic ter parecido uma equipa menor (nota: hoje, o "fraquinho" Athletic Bilbao foi ao Mestalla impor um empate a zero ao Valência).
Ora, depois do jogo da passada quarta-feira, quando se pensava que, finalmente, mais até do que estabilizar um onze, havia um modelo de jogo consolidado, Lopetegui decidiu voltar a inventar.
De facto, com a excepção do Tello (que foi o pior jogador do FC Porto contra o Athletic e, além disso, devido a problemas físicos, ficou fora dos 18 convocados), contra o Estoril, Lopetegui poderia ter repetido o onze de Bilbao (eventualmente com Quaresma em vez de Tello).
Mas não, Lopetegui decidiu mudar o que estava bem e apostar num meio-campo com apenas dois jogadores - Casemiro e Herrera - pedindo ao médio mexicano para fazer parte do papel que foi de Óliver em Bilbao.
Obviamente, não sei o que pensou a generalidade dos adeptos portistas, mas eu, quando olhei para o onze inicial que o FC Porto apresentou na Amoreira (com apenas dois médios), fiquei perplexo ao ver três médios ofensivos - Óliver, Quintero e Evandro - como suplentes (e já nem falo no Rúben Neves, um 4º médio que também foi suplente).
Por que razão Óliver (que fez um enorme jogo em Bilbao) não repetiu hoje a presença no onze inicial?
Estava em condições para estar no banco de suplentes, mas não para jogar de início?
E Quintero, também não estava em condições de jogar mais de 30 minutos contra o Estoril?
Na eventualidade de quer Óliver, quer Quintero não estarem em condições de jogar de início, poderia, perfeitamente, ter jogado Evandro (no lugar que foi de Óliver em Bilbao), mantendo-se um meio-campo a três, com Casemiro e Herrera nas suas posições habituais, mantendo-se as rotinas (dentro do possível) e mantendo-se o modelo de jogo habitual (que já deu provas).
Ao colocar Adrian Lopez de início e ao alterar o habitual modelo de jogo, Lopetegui deu um enorme tiro (de canhão!) nos pés porque, para além de ter mexido no modelo e rotinas da equipa, voltou a apostar num jogador - Adrian Lopez - que está numa forma péssima e, nos looooooongos minutos que esteve em campo (pareceram-me uma eternidade), foi uma absoluta nulidade.
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Lopetegui no Estoril x FC Porto |
Mais. Se as coisas não estavam a correr bem (e não estavam), por que razão Lopetegui não aproveitou o intervalo para substituir Adrian Lopez por Quintero ou Óliver, pondo, na 2ª parte, a equipa a jogar no modelo habitual?
Contudo, Lopetegui deve ter gostado do que viu na 1ª parte (devemos ter visto um jogo diferente...) e apenas mexeu aos 60 minutos, não para reconstruir o modelo habitual, mas para inventar ainda mais, passando o meio-campo a ser constituído por Herrera e... Quintero!
O coitado do Herrera passou a ter de correr por três e, ainda por cima, sem poder fazer faltas, porque já tinha um cartão amarelo.
Como seria de esperar, a "equipa" azul-e-branca ficou completamente partida e, por exemplo, Jackson passou a jogar não sei muito bem aonde (cheguei a vê-lo junto à linha... lateral).
Aliás, mais do que uma EQUIPA, o FC Porto transformou-se numa anarquia colectiva e, tendo o Estoril vários jogadores rápidos, correu o enorme risco de ser derrotado, algo que esteve quase para acontecer, não fosse um golo marcado por um dos jogadores (Óliver) que "não estavam em condições" de jogar de início...
As invenções de Lopetegui custaram ao FC Porto mais dois pontos e eu estou farto.
Farto das invenções de Lopetegui.
Farto de um treinador que parece ser incapaz de apreender com os erros.
Farto de um treinador que, depois de fazer o mais difícil (ver jogo de Bilbao), consegue estragar tudo no jogo seguinte.
Farto de perder pontos de forma estúpida.
P.S. Sobre a arbitragem de Artur Soares Dias, direi o que penso noutro artigo.