segunda-feira, 27 de julho de 2015

Uma Muito Importante Efeméride: o Título de 1984/85




Completaram-se este ano trinta anos do nosso titulo de campeões nacionais em 1984/85, uma efeméride que passou praticamente despercebida. Mas esse título foi importantíssimo, a vários níveis.

No historial do F.C. Porto, bem como no imaginário dos adeptos que conhecem a história do clube, o título de 1977/78, quebrando o famoso jejum de dezanove anos, acabou por fazer esquecer o significado de outros títulos nacionais posteriores. Mas a vitória no campeonato de 1984/85 teve vários significados muito importantes:

1. A verdade é que, em 1984/85 quebrámos outro "mini-jejum", que já vinha de 1979, ano do segundo título de José Maria Pedroto;

2. Tratou-se do primeiro título de campeão nacional de Jorge Nuno Pinto da Costa como presidente, o que lhe permitiu cimentar a sua posição de líder e calar as últimas vozes que ainda não tinham digerido o "Verão Quente das Antas" de 1980;

3. Foi também o primeiro titulo de campeão nacional de Artur Jorge, à sua primeira tentativa, e quando muita gente ainda exibia dúvidas quanto à sua capacidade;

4. Provou-nos que podíamos ganhar sem Pedroto. O grande Zé do Boné partira deste mundo em Janeiro de 1985, a meio dessa época, portanto. Nos vinte cinco anos anteriores só ele tinha ganho alguma coisa no F.C. Porto: dois campeonatos e três Taças de Portugal;

5. Mostrou a nossa renovada capacidade de fazer das fraquezas forças: no defeso anterior a essa época, o Sporting, servindo-se de uma cláusula muito portuguesa no contrato colectivo dos futebolistas (ainda existe contratação colectiva para eles?) tinha desviado dois nossos fundamentais jogadores, António Sousa e Jaime Pacheco. Tivemos que lançar às feras duas recentes contratações, Quim e André, os quais responderam magnificamente. Mas, mais que isso, servindo-nos da mesma bizarra cláusula, retaliámos, subtraíndo ao Sporting um dos maiores talentos de sempre do futebol português, o nosso caro e sempre estimado Paulo Futre.

O título de 1984/85 tem vários "pais", claro: Pedroto, cujo trabalho estivera na base dessa grande equipa, Jorge Nuno Pinto da Costa, homem de sangue frio e galharda atitude nessas difíceis circunstâncias, Octávio Machado, treinador-adjunto de grande gabarito, mas, fundamentalmente, o homem do leme, o técnico que, dois anos depois, nos faria agarrar o "grande caneco" numa célebre noite em Viena: Artur Jorge.

13 comentários:

  1. Foi sem duvida um marco muito importante na Historia do FCP.

    Para mim foi tb um marco importante. Quando «quebrámos o jejum» em 78 eu tinha apenas 6 anos e, se a «semente» de portismo já lá estava, isso levou a q adoptasse os meus primeiros idolos, como Gomes e Frasco.

    Já a presenca na final de Basileia seguida da vitoria no campeonato em 85 (depois do balde de agua fria q foi a eliminacao pelo Wrexham) coincidiram com a minha entrada na adolescencia e o tomar de consciencia plena do que estes resultados queriam dizer. E o q isso queria dizer (aos meus olhos) era de q o dominio do futebol portugues pelos clubes da 2a circular era coisa definitivamente do passado.

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  2. O terramoto que abalou Alvalade aconteceu no Verão de 1984: Paulo Futre pediu uma actualização salarial e o Sporting fechou-lhe a porta. Por outro lado, o novo treinador era da opinião que devia ir rodar uma época para a Académica de Coimbra. Ele não concordou e saiu para o FC Porto onde se manteve até 1987, sendo um dos obreiros do primeiro título europeu do clube portuense. No final dessa época conquistou a Bola de Prata para o segundo melhor futebolista da Europa.

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  3. Já agora lembro-me bem do bruá com quando o Sousa e o J Pacheco foram "roubados" pelo SCP e quando nós lhes "roubamos" o Futre, e nomeadamente das reacções dos adeptos às portas do estádio.

    Eram tempos diferentes, em que havia muitos adeptos "normais" nos treinos, e nao gente das claques (nao havia SD por ex).

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  4. Meter aqui o nome do Otelo Lacrau Palerma de Palmela.. a que propósito?!
    Um simples e labrego chega-rêbos, guarda noturno?!

    Por favor...



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    1. Estamos a falar do melhor treinador-adjunto da história do futebol português?

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    2. Acho que o melhor adjunto do futebol português foi... António Morais. Foi com ele que chegamos a Basileia...

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    3. Felisberto.

      O Morais era uma excelente pessoa e um treinador competente mas chegou até Basileia com o apoio tácito, ainda distante, de um génio sem paralelo na história do futebol português.
      Octávio, que como treinador principal foi um erro, presidiu a quase seis anos como treinador adjunto com excelentes resultados ajudando a reforçar a cultura competitiva de clube que tão importante foi naqueles anos.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. O inicio do nosso domínio absoluto no futebol português. 1984-87 é tal vez o perdido mais marcante da nosso história, o fim dos andrades e inicio definitivo dos Dragões como potencia nacional e internacional.
    Tinhas uma equipa fantástica nesses anos, impossivel de repetir hoje em dia.

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  7. Pode ser e ter sido um excelente adjunto,mas tornou-se um odioso e anti portista primário..Um atrasado mental.

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    1. Não está em causa o que foi nem o que é, mas não vejo o Octávio como anti-portista a não ser que se confunda o clube com o seu presidente e auxiliares. Octavio - que nunca foi nem será portista desde pequenino como outros, como o Antonio Oliveira, tentam vender falsamente - tem problemas pessoais tanto com Pinto da Costa como com alguns elementos da sua equipa. Não com o clube.

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  8. Quando fomos furtar o Futre a Alvalade, muitos sportinguistas desvalorizaram o facto, uns na clássica atitude de desdenhar e menosprezar o que tinham acabado de perder, outros porque estavam mesmo convencidos que o jogador era mais uma promessa que iria virar fiasco, tanto assim era que o treinador leonino da altura - John Toshack - decidiria dispensar Futre e este seria emprestado à Académica, como salientado no comentário do Abel Pereira. A maior parte dos sportinguistas receou sim quando fomos resgatar um ex-jogador leonino, o médio Ademar, que fora um dos baluartes da equipa sportinguista que conquistou tudo em 1981/82 com o Malcolm Allisson. Seis meses depois já os sportinguistas lamentavam a saída do Paulinho.
    Uns anos depois, aproveitando a crise em Alvalade pós-JorgeGonçalves, fomos buscar outro produto das escolas leoninas, o Morato (defesa-central) mas sem o mesmo sucesso do Paulo Futre.

    O princípio desta época, 1984/85, teve sinais que pressagiavam o pior para o resto da temporada, uma derrota no Bessa logo nos inícios do campeonato e a eliminação precoce na Taça das Taças face aos galeses do Wrexham (desconheço se é assim que se escreve). Resultados que auguravam o regresso do lendário “Tribunal das Antas” e das suas atribuladas decisões. Mas a equipa só estava a adquirir rotinas para seguidamente exibir um futebol demolidor e eficiente que culminou na vitória em Viena três anos depois.

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