Perder em Alvalade não foi
surpresa para ninguém. O estádio do Sporting tem sido, neste século, o local
preferencial para o Porto tropeçar. Mais do que na Luz – onde um espírito de
combate especial pareceu sempre tomar conta dos jogadores até ao ano passado – o terreno leonino
converteu-se numa espécie de chão maldito do qual poucos treinadores saíram sem
ser vergados por uma derrota. Mas não foi pelo passado pouco alegre que o Porto
perdeu, e perdeu bem. A ausência total de surpresa vem da incapacidade da equipa
do FC Porto – jogue quem jogue – de se apresentar como tal, uma equipa,
trabalhada e mecanizada para impor o seu modelo de jogo. O Porto tem o melhor
plantel de Portugal e salvo algumas posições – os centrais e o avançado, as
mais evidentes – as melhores individualidades da Liga. Poucos treinadores do
FCP tiveram à sua disposição material mais do que suficiente para armar um bom
onze com alternativas à altura. É a total falta de fio de jogo, desde Agosto,
que mais preocupa. No ano passado o Porto foi na Liga muitas vezes uma equipa
sem chama, sem garra, sem um plano B mas o plano principal quase sempre
funcionou bem e só quando este emperrou se notou a falta de alternativas de
jogo ou de uma mentalidade ganhadora. Para 2015/16 já nem isso se vê. Não há um
criativo que pegue no jogo desde o meio (como houve Oliver). Não há um avançado
que se associe (e o Porto teve dois anos para preparar o pos-Jackson) com os
colegas nem há centrais que saibam sair a jogar (o desesperante pontapé para a
frente de Maicon só encontra rival no passe para os laterais de Marcano ou
Indi). Os defeitos do ano passado continuam todos lá. As virtudes, nem vê-las.
Criticar não é amar menos.
Criticar o treinador, o presidente ou os jogadores não é, necessariamente, um
exercício negativo. Muito pelo contrario. Quando as evidencias estão aí, à
vista de todos, não criticar ou, melhor dito, assobiar para o lado como se nada
estivesse a acontecer, é o primeiro passo para cair no precipício. Houve uma
grande vontade da SAD em que o projecto Lopetegui funcionasse. Deu-se ao
treinador tudo o que ele pediu e raramente se lhe impôs o que a outros. A
aposta num treinador sem experiência não era nova (sem experiência e know how
do futebol português, sim) mas o sonho de Pinto da Costa de criar um Barcelona
na foz do Douro, com um modelo de jogo espanhol, apoiado no 4-3-3 blaugrana,
era sedutora para muitos e houve momentos, no ano passado, em que se vislumbrou
essa possibilidade. O clube gastou dinheiro em jogadores, aumentou como nunca a
folha salarial e segurou o treinador nos piores momentos porque acreditava no
futuro da ideia. Era bonito acreditar que algo assim era possível. Se calhar
até é. Mas o homem elegido para a levar a cabo definitivamente não cumpre os
requisitos mínimos para treinar um plantel e uma instituição que, claramente, o
superam.
Lopetegui continua a comportar-se como uma avestruz. A
critica não é com ele, ele é o “ungido” e se alguém o questiona é porque está “contra
ele”. Podia-se gostar ou não gostar do Lopetegui treinador, o que
não se pode obviar é a quantidade incrível de erros de gestão e de trabalho
táctico que acumula. Já não vivemos na idade da pedra da informação e qualquer
leigo vê um jogo do Porto e percebe o que está mal. Muito provavelmente a
imensa maioria dos jogadores que levam meses em sub rendimento, com outro
treinador – com ideias que se possam entender, com conceitos claros e com
capacidade para adaptar-se ao meio - pudessem
render ao seu verdadeiro nível.
Há, naturalmente, futebolistas no plantel que
estão muitos furos abaixo do nível de exigência do clube mas sempre os houve. O
Porto foi campeão europeu com Maciel, Ricardo Fernandes e Ricardo Costa no
plantel. Não é isso que está em causa e não é por culpa de Jose Angel, Evandro,
Bueno ou Sérgio Oliveira que as coisas estão como estão. O importante é que
esses jogadores sejam minorias, sejam úteis em determinados momentos (Fernandes
era com as bolas paradas, a velocidade de Maciel foi útil na liga, Costa era um
polivalente que cumpria) e façam parte de algo maior, uma equipa. O Porto tem
jogadores de grande nível e tem muita classe média (alguma dela claramente
sobrevalorizada pelo catálogo Doyen) mas o que não tem é uma equipa.
Digam o que disserem, as equipas são
construidas por dois elementos: o treinador e o balneário.
O primeiro peca por
incompetente, o segundo está ausente desde que a SAD achou que mais valia a
pena publicitar a política de ciclos curtos do que cultivar o espírito do
clube. Sapunaru, que foi precisamente um desses jogadores cumpridores sem nível
aparente para ser jogador de um FC Porto, explicou há pouco como se surpreendeu
pela negativa quando veio ao Olival de visita e percebeu que nada sobrava dos
seus dias em espírito de equipa e força de balneário. Não há equipas que
triunfam em campo que não se forjem antes nos vestuários. Essa é uma das mais
evidentes regras do futebol e poucas pessoas perceberam isso tão bem como Jorge
Nuno Pinto da Costa. O maior presidente da história do futebol português – um homem
que será, para o futebol luso, tão relevante como Eusébio, Ronaldo, Figo,
Peyroteo, Futre, Pedroto ou Cândido de Oliveira – forjou a sua identidade e a
do clube a partir dessa base. Que tenha sido ele a prescindir dela explica
quase tudo o que há por saber sobre a derrota de Alvalade onde triunfou um
plantel pior, um treinador fraco, um presidente anedoctico mas, acima de tudo,
uma equipa superior.
Começa a ser cansativo o chavão “O
PdC é que sabe” quando está claro que não é assim, pelo menos não o é há meia
década. Isso faz de PdC incompetente? Nem por sombras? Empalidece o seu passado e
a dimensão da sua figura? Nem por assombro. O que isso provoca é um dano ao
clube que pode vir a ser irreversível porque justifica cada uma das suas ações
– boas e más – sem se pensar no impacto que isso possa ter. Desmontar o balneário
para apostar-se na política low cost e na potencialização de vendas foi um erro
que se está a pagar caro quando não há lideres no balneário capazes de pegar
nos colarinhos do plantel e por ordem na casa. Apostar todas as fichas num
treinador que pode ser excelente na teoria mas é nefasto na prática também o
foi e maior o vai ser ficar com ele até ao fim apenas e só esperando por outro “momento
Kelvin” que poupe justificações a dar aos sócios e adeptos. Entregar o clube ao
catalogo Doyen, esquecendo as reais necessidades do plantel também foi um erro
e hoje, quando sabendo há mais de um ano que não íamos ter nem centrais de
jeito nem Jackson, ninguém se incomodou sequer em reforçar essas duas posições
chaves, apostando antes em atrair a figura mediática de um Iker Casillas que
não tem culpa nenhuma de ser quem é mas que, desportivamente, não trouxe nada
que Helton já não desse à equipa.
Pinto da Costa está mandatado
pelos sócios para tomar decisões.
Todos sabemos que enquanto se candidate será vencedor porque a imensa maioria dos portistas é grata ou tem medo do incerto futuro de um clube sem ele. O que no entanto começa a ser evidente é a necessidade que Pinto da Costa faça aquilo que não faz há largos anos de cem dias, ou seja, presidir. A ausência de decisões presidenciais, de tomadas de posição claras e evidentes apenas reforça a sensação de vazio de liderança e de desnorte de um clube que se fez grande na Europa precisamente por ter sempre claro o caminho a seguir. Perder em Alvalade não é o fim do mundo e houve seguramente piores treinadores na história do clube do que Lopetegui. Nem uma coisa nem outra é o grande problema a resolver nos próximos episódios porque está em causa algo maior. A necessidade de um reboot à cultura de clube, a necessidade da instituição de ser liderada – de facto – por quem foi eleito para isso com toda a justiça. Está na hora que os adeptos esqueçam os pequenos detalhes que podem ser os tropeções em campo que têm solução (basta reeditar a serie de triunfos lógicos contra rivais inferiores e decidir o titulo no Dragão) e focarem toda a sua atenção em quem tem escolhido os últimos treinadores (com uma total ausência de critério comum). Em quem dinamitou a cultura de balneário que ajudou a criar. Em quem transformou os sócios e adeptos em consumidores mas continuou a alimentar o peso das claques organizadas de forma desproporcionada. Em quem, em suma, desviou o clube do excelente caminho por onde seguia. Porque são eles os únicos responsáveis e os únicos com poder e capacidade para corrigir os seus próprios erros. Ficamos à espera!
Todos sabemos que enquanto se candidate será vencedor porque a imensa maioria dos portistas é grata ou tem medo do incerto futuro de um clube sem ele. O que no entanto começa a ser evidente é a necessidade que Pinto da Costa faça aquilo que não faz há largos anos de cem dias, ou seja, presidir. A ausência de decisões presidenciais, de tomadas de posição claras e evidentes apenas reforça a sensação de vazio de liderança e de desnorte de um clube que se fez grande na Europa precisamente por ter sempre claro o caminho a seguir. Perder em Alvalade não é o fim do mundo e houve seguramente piores treinadores na história do clube do que Lopetegui. Nem uma coisa nem outra é o grande problema a resolver nos próximos episódios porque está em causa algo maior. A necessidade de um reboot à cultura de clube, a necessidade da instituição de ser liderada – de facto – por quem foi eleito para isso com toda a justiça. Está na hora que os adeptos esqueçam os pequenos detalhes que podem ser os tropeções em campo que têm solução (basta reeditar a serie de triunfos lógicos contra rivais inferiores e decidir o titulo no Dragão) e focarem toda a sua atenção em quem tem escolhido os últimos treinadores (com uma total ausência de critério comum). Em quem dinamitou a cultura de balneário que ajudou a criar. Em quem transformou os sócios e adeptos em consumidores mas continuou a alimentar o peso das claques organizadas de forma desproporcionada. Em quem, em suma, desviou o clube do excelente caminho por onde seguia. Porque são eles os únicos responsáveis e os únicos com poder e capacidade para corrigir os seus próprios erros. Ficamos à espera!
Parabéns Miguel Lourenço Pereira pela forma como expressa a sua opinião. Consegue-o fazer de uma forma simples e clara, expressando aquilo que vai na alma de muitos portistas, em que eu me incluo. É triste sentir que neste momento outros interesses imperam no nosso clube e aqueles que durante muito se dizia que levavam o clube ao colo, os adeptos, deixaram de ser considerados. Abraço azul e branco
ResponderEliminarCaro Miguel, continua a falhar no ponto essencial: não vivemos, hoje, no futebol (o jogo jogado) dos anos 80 ou 90. Nem sequer vivemos em 2004 - o futebol evoluiu imenso nestes últimos dez anos. Donde, "um balneário" não deveria já entrar nesta equação. Talvez o Porto tenha o mais caro plantel da história - não sei - mas está muito longe de ser o melhor. E aí é fundamental um treinador forte. Como o que lidera o Sporting e a quem você chama fraco - mais uma razão para achar que não tem acompanhado com atenção o que se vai passando em campo, aqui e noutros locais de jogo.
ResponderEliminarJohn,
EliminarSeguramente sou um desatento que não percebe que o poder em projectos bem sucedidos como o Dortmund, o Atlético de Madrid, o Barcelona têm resido numa fortissima cultura de "balneário" por muito demodé que possa estar. O balneário é e sempre será a chave de um projecto ganhador e os clubes que dele carecem de forma mais evidente são precisamente aqueles que piores resultados apresentam.
Já chamar a JJ um treinador forte, no controlo do balneário, é algo que nunca me leu porque, precisamente, essa é uma das suas grandes valências. Outra coisa é o JJ como táctico, um treinador perfeitamente quadriculado.
Miguel,
EliminarO balneario cria-se com o trabalho do dia-a-dia. Um grande mestre de balneario era Jose Mourinho e o que e que isso valeu este ano? O que interessa hoje em dia e o trabalho que se faz no treino - se e bom, a equipa vai jogar melhor e os jogadores sentem-se melhor com o treinador porque melhoram. JJ e excelente na organizacao e transicao defensivas e bom nas ofensivas e isso e que cria o balneario. No dia em que o modelo de jogo dele empobreca para ser como o de Lopetegui em que se entrega tudo as individualidades, ele perdera o balneario...
Concordo com o post. Mas o combativo PC já não existe aburguesou-se e vive dos êxitos passados esquecendo o presente e hipotecando o futuro.É o que faz muitos anos de poder, mas o mundo evolui e os outros não andam a dormir.Esta passividade é exasperante.
ResponderEliminarSó 2 apontamentos: o Bueno e o Evandro não "estão muitos furos abaixo do nível de exigência do clube", pelo contrário. O Jesus, embora tenha limitações, não é um treinador fraco.
ResponderEliminarLuis,
EliminarSão jogadores razoáveis mas não são titulares de caras, ou pelo menos não são na minha visão de equipa FCP.
Nem percebo o que o Miguel quer dizer com "política low-cost". A política actual é o oposto, quer na massa salarial, quer nos custos das transferências.
EliminarMas poderiam sê-lo, se bem orientados, Miguel. Também me lembro do que diziam do Guarín e do Belluschi pré-AVB e depois foi o que se viu.
EliminarLuis Vieira, concordo plenamente. Alias, com o nosso plantel actual, no meu onze titular estariam Evandro e Bueno.
EliminarMas num modelo de jogo em que nao ha jogo interior e a jogada tipica e a variacao longa de flanco para apostar tudo na jogada individual do extremo jogadores inteligentes e com tecnica (como estes dois) nao tem lugar e parecem muito piores do que sao
Nem mais pancas. Bons olhos o leiam, andou desaparecido, se calhar a tentar vender o Herrera ;)
EliminarEvandro é somente o médio mais inteligente do plantel. Além que raramente perde uma bola ou faz um mau passe. Peca apenas por alguma falta de intensidade. Bueno no que tem feito, tem feito bem. Tenho sempre curiosidade de ver mais dele, algo que não nutro por outros jogadores do plantel
EliminarUm Homem com 78 anso e idade, com 3 ou 4 bypass no coração, não pode ser como líder e como voz de comando aquilo que foi durante mais de 20 anos. Além do mais PC representa, quer o deseje ou não, uma cúpula "oportunista" para ser simpático e que deixou, pura e simplesmente de ter ambição de vitórias. Para os senhores Anteros, Reinaaldos e companhia, o que interessa é os bolsos cheios e para isso o FCP tem servido bem. De insubstituíveis está o cemitério cheio. O FCP pode e deve mudar de protagonistas, sem que com isso se ponha minimamente e causa a obra fantástica que PC deixa o clube.
ResponderEliminarProblemas da direcção:
ResponderEliminar1- Não defende o clube.
Não o defende dos inimigos de sempre, convidando até alguns para os eventos mais insólitos.
Não o defende dos próprios adeptos, remetendo-se sempre aos silencio nas horas, más.
Não o defende de ex-jogadores que acusam o clube de práticas de doping.
2- Politica financeira.
O clube vive cada vez mais asfixiado financeiramente com as consequencias desportivas e não só que daí advêm. Desde a mudanças brutais nos planteis de ano para ano, à necessidade de parceiros financeiros e comissões cada vez mais indecentes.
Claro que nada disso interessa ao adepto, o que interessa é que no final o clube seja campeão. Quando isso não acontece tudo é colocado em causa e aqueles que antes eram os mais competentes passam a ser os piores do mundo.
Apesar de simpatizar muito com o texto, parece-me que o problema actual para os adeptos é só um: chama-se JJ.
Mas alguém tem ainda dúvidas que o Lopetegui teria sido campeão o ano passado e seria neste fácilmente não fora Jesus?
EliminarEu não consigo entender como há portistas que continuam a desvalorizar o trabalho de Jorge Jesus. E ressalvo uma vez mais: falo do trabalho e da qualidade, não da personagem, nem do português do homem, nem da sua ética ou falta dela.
É preciso ser-se ou muito cego, ou muito burro...
JON,
EliminarEu não sei se pertenço ao grupo dos cegos ou dos burros, sinceramente, mas sempre disse que o Jesus é optimo para o contexto português (minima exigência táctica) e razoavel no contexto europeu (onde está o meu baremo de ser bom, mau, razoavel ou muito bom treinador).
Em Portugal o JJ é como o Jesualdo, um treinador que domina os conceitos necessários para ganhar contra equipas fechadas e que controla bem os ritmos da competição. De aí não passa.
Miguel,
EliminarDe acordo que o JJ, pelo menos as ideias que apresenta, estão talhados para o campeonato português. Não me parece que por "mínima exigência táctica", mas sim porque a maioria dos treinadores prefere fechar tudo lá trás e o modelo dele é óptimo a desmontar isso. Em Espanha jogam o jogo pelo jogo, na Alemanha também, em França tirando o PSG há muito menor diferença entre "grandes" e "pequenos". Enfim, Portugal tem muitas especificidades.
Mas não saindo do que é o campeonato nacional, que treinador nos últimos anos foi melhor que ele? Só um, primeiro como adjunto e depois como treinador principal... Mas esse rejeitamos porque jogava para os lados.
Às vezes acho que é o karma a pregar-nos partidas...
Jon,
EliminarPor um lado eu concordo que o JJ e claramente um trunfo na mao de qualquer adversario e potencia as suas equipas bem acima das suas capacidades individuais.
Por outro lado, acho que a qualidade individual do plantel do Porto e tao grande que bastava ter um treinador decente (e nao excelente) para facilmente ganhar o campeonato. Infelizmente Lopetegui tem um modelo de jogo antiquado, nao evolui e nao aprende com os erros, ou seja e simplesmente incompetente...
Está a esquecer-se do AVB, JON, não sei se por descuido, se por convicção.
Eliminar"Contexto português" também é não levar 3 batatas da Académica e perder Taças da Liga para o Braga.
EliminarJoao, estamos a falar de treinadores e futebol jogado, nao estamos a falar de resultados. Se vamos so falar de resultados entao de-me a la a sua opiniao sobre Artur Jorge (campeao europeu e depois um SLB ridiculo) ou Jurgen Klopp (de finalista da champions para decimo lugar da liga) ou Mourinho (de campeao para zona de despromocao) - Como e? Eram excelentes e esqueceram-se de como se fazia? Ou sera que os resultados nao sao o melhor espelho do que vale um treinador?
EliminarLuis Vieira, o AVB mostrou no estrangeiro (sem VP) que a qualidade do seu FCP nao foi com ele...
Luis,
EliminarEu não me esqueci do AVB. Repare que eu disse "Só um, primeiro como adjunto e depois como treinador principal... "
Cada vez estou mais convicto disso. E, caso seja AVB o nosso treinador para o ano, espero enganar-me redondamente...
Não que AVB seja mau treinador, simplesmente nesse ano deu-se a união perfeita entre um treinador com um discurso externo fantástico, um treinador adjunto que do jogo percebe mais do que quase todos, e um plantel fantástico...
pancas e VP foi contestado pelo futebol jogado, porque se fosse pela treta do "1 derrota em 2 épocas" (do pessoal que só conhece 2 resultados e 1 competição em futebol) ainda cá estava, certamente. Não foi pelo futebol jogado cá, no Olympiakos (!), Fenerbahce (!!) ou Al-Ahly (!!!).
EliminarJá enjoa um bocadinho o endeusamento e revisionismo. O facto de Lopetegui (ou Paulo Fonseca) serem maus não faz de VP (que lhes é, objectivamente, superior) bom. 3 batatas do Marítimo não validam 3 batatas da Académica. Arrumar da Taça com o Sporting em casa não valida arrumar da Taça com o Braga na Pedreira. 6 solhas do Bayern não validam 4 solhas do City. E ser recambiado para a Liga Europa por Chelsea, Dynamo e Maccabi não valida ser recambiado para a Liga Europa por Zenit, Shakthar e APOEL.
Lopetegui também teve direito a deslizes de 4 ou 5 pontos do líder que não soube aproveitar, por outro lado ficou a 3 pontos deste na época mais escadalosa em termos de arbitragem de que há memória no futebol português.
Na realidade se excluirmos o resultadismo e uma ligeiríssima superioridade organizacional defensiva com um plantel infinitamente mais rotinado, no que diz respeito a futebol jogado estão bem um para o outro.
Já chega de reescrever a história às cavalitas da incompetência da SAD.
Eu não tenho dúvidas sobre JJ, ou alguém é capaz de apontar um só nome nos últimos 20/30 anos que por si só tenha feito benfica ou sporting candidatos ao título?
EliminarMas enquanto adeptos e dirigentes portistas não aceitarem isso continuaremos a cometer os mesmos erros: PC continua a pensar que qualquer "pedreiro" serve para ser treinador; os adeptos continuam a pensar que se à 10º jornada o clube não tiver 10 pontos de avanço e ganhe o título com uma perna às costas o treinador leva automaticamente o selo de incompetente.
Discordo, pancas. O Jesus desde que chegou ao Benfica também demonstrou diversas facetas. O contexto é fundamental. Concedo que o AVB mudou substancialmente a forma de jogar, principalmente desde a experiência falhada no Chelsea, mas não se pode atribuir a responsabilidade daquele Porto fantástico unicamente ao Vítor Pereira, isso é redutor. Senão teria conseguido replicá-lo nos anos seguintes. E manifestamente não conseguiu. Mais uma vez o contexto fez a diferença. Sinceramente não acompanhei as equipas do VP pós-FCP (Arábia, Grécia e Turquia), mas do que tenho lido não vejo grandes feitos em termos de qualidade de jogo (não de resultados, porque aí até se tem safado, mas também é praticamente obrigado a isso, atendendo à qualidade dos seus plantéis comparativamente à oposição). Isto tudo para dizer que o AVB pode perfeitamente retomar o modelo de jogo do FCP 2011, desde que se reúnam as condições ideais e esteja para aí virado. O mesmo é válido para o VP, sendo que este teve mais 2 anos para o fazer e não o conseguiu. Pondo as coisas de outra forma: alguém é capaz de negar a excelência do modelo de jogo do FCP de Mourinho? Lá porque nos últimos anos este se tenha transfigurado vamos negar-lhe a paternidade daquele FCP? Não. E enquanto for vivo, porque já demonstrou aquelas ideias, continuo a achar que pode retomá-las, desde que assim o queira.
EliminarJON, remeto para o comentário anterior. Precisamos da prova dos 9. Embora não tenha gostado nada da forma como saiu do Porto, o tempo permitiu sarar essas feridas. E se o AVB for a aposta de PdC para o próximo mandato, nada contra.
EliminarFalar no JJ sem falar no que as equipas dele podem fazer que as outras não podem não vale muito.
EliminarJogo apoiado nunca o vi.
"ligeiríssima superioridade organizacional defensiva"
EliminarRi-me muito.
A partir do momento em que já é normal haver intermediação de transferências pela empresa do filho outrora desavindo podemos esperar tudo. O mesmo filho do qual Pinto da Costa se afastou por ter supostamente tentado lesar os interesses do clube em união com José Veiga. Depois temos também Carlos Pereira na tribuna e qualquer dia LF Vieira, porque não? A Bola e Record como convidados, prémios dados por interesse incluindo ao actual presidente da SAD do Belenenses, que nem os adeptos suportam e que vendeu derrotas ao Benfica, silêncio quando somos roubados, etc.
ResponderEliminarQuantas dezenas de apelos ao presidente teremos lido na blogosfera? Alguma vez resultaram? Se sim, foi para se ouvir declarações inconsequentes ou, por vezes, absurdas, como a renovação da confiança com Paulo Fonseca. Pinto da Costa está tão desfasado da realidade que há tempos resolveu achincalhar ex-treinadores do clube, dizendo que só foram campeões pelos plantéis que tinham. Vê-se agora o absurdo, porque se nem com Jackson, Oliver, Danilo e quejandos fomos campeões, muito menos o seremos esta época, salvo milagre.
Era de temer o pior quando vimos Pinto da Costa passar demasiado tempo no museu em 2013, a glorificar daquela forma o golo do Kelvin enquanto contratava Paulo Fonseca...
Por fim, quando alguém explicar qual o critério desportivo para se ir buscar Imbula e Bueno se o treinador não pretendia jogar de forma que ajudasse ambos ficaremos todos mais iluminados.
Totalmente de acordo....
ResponderEliminarsr JOSE LOPES ainda bem que a sua acertada opiniao foi neste blog em outros nao passaria , vai de encontro aquilo que o dono do blog acredita.cump
ResponderEliminarSe há coisa em que este blog é melhor que a grande maioria, é na pluralidade quer de quem escreve, quer do que permite que se comente.
EliminarAbraço
Quem é o dono do blogue? Essa para mim é nova.
ResponderEliminarMas diz muito bem. Em muitos outros blogues de portistas, um grosso lápis azul cortaria esse comentário. São os blogues dos sacristãos (sacristães?).
Agora, aparentemente, foram buscar o Suk ao Setubal com um contrato de 5 anos!!!! Quem? Por quanto tempo? Quer dizer, ainda agora se livraram de um Kléber e já foram buscar outro! Até quando esta vergonha? Até quando?
ResponderEliminaro balneario ser dúvida é o mais importante,me começa no treinador. exemplos mais evidentes do futebol actual, atlético de Madrid e villareal.
ResponderEliminarigualmente, para o fcp, foi o balneário que levou o clube a grandes vitorias. jogadores como João pinto, Aloísio, André, Jaime Magalhães, Jaime Pacheco, fernando Couto, Domingos, Paulinho santos, costinha, jorge costa, Geraldao, semedo, baía, frasco, Sérgio Conceição, etc jogadores com garra, cultura de clube e os verdadeiros jogadores à PORTO!
isso não existem mais, e aqui está o grande problema.
nesses tempos, qualquer destes jogadores a primeira coisa que fazia quando chegasse novo treinador ou novo jogador, era ir comer bacalhau com grão :) e qualquer um desses jogadores, não teria nenhum problema em dar um par de lambadas a quem se portasse mal, não corresse ou não desse o litro nos treinos e nos jogos.
antes de cada clássico era injectado dose de motivação, vontade e garra, os jogos eram quentes antes de começar. os jogadores entravam em campo com expressões de luta e com força, hoje em dia parece que vão jogar um joguinho de solteiros e casados. não existe um capitão no plantel do porto. nem um que eu diga, este é o capitão carago!
não existe um jogador, que diga ao mister, epa, assim não vamos lá! nenhum!
depois nos jogos a doer, não ganhamos nada, alguém tem dúvidas se temiam Bruno Alves em campo, o slimani não leva logo duas patadas antes de tocar na bola a primeira vez, que ele já nem se mexe mais o jogo todo? ou um costinha a meter respeito a meio campo?
aonde estão as grandes contratações que se faziam internamente na nossa liga? drulovic, zahovic, deco, maniche, nuno valente, capucho, edmilson, etc
estes são os grandes valores que se perderam, e entramos nesta espiral de novo riquismo à benfica dos anos 90, em vez de avançarmos no século XXI apoiados na cultura e tradição do clube, regredimos aos hábitos dos clubes do centralismo da capital. e os de lá, copiam o nosso modelo e estão claramente a passarmos à frente.
o lopetegui é apenas mais uma peça deste puzzle fora de controle.
o clube tem de regressar às origens, jogadores da casa, portugueses, estrangeiros que façam claramente a diferença (como jardel ou hulk, etc), ex-jogadores na estrutura do clube, fernando couto, baía, jorge costa, etc
repito o que digo constantemente, perder ou ganhar, faz parte, mas perder desta maneira que se tem visto e até ganhando da mesma maneira que se tem visto, é muito mais triste que perder e ver garra, atitude, esforço, bom futebol e jogadores que lutam pelos valores do clube.
a ver se a direção do clube lê estas palavras, lopetegui e jogadores :)
Por vezes dou uma vista de olhos a blogs rivais como o Geraçãobenfica ou o CamaroteLeonino para ver como param as modas por lá. Ria-me a ver o quanto eles cascam no LFV ou BdC.
ResponderEliminarAgora a moda parece que também chegou para os lados do Dragão.
Achar que Pinto da Costa deveria ser mais interventivo juntos dos sócios, nomeadamente neste período mais conturbado, penso que é uma boa crítica. Para o balneário ou para as bancadas, o presidente deveria dar um murro na mesa.
Já entrar-se no período da revolução francesa, em que se mandam todos para a guilhotina, é um disparate absoluto.
Quer equipa de futebol, quer direcção, irão necessitar de uma transição num futuro mais ou menos próximo. Mas esse futuro não é hoje, nem amanhã!
As soluções em cima do joelho dão invariavelmente em asneira!
Há que dar um passo de cada vez.
Primeiro, pensar no perfil de treinador do FCP para a próxima época, e ou seguintes.
Quanto a Pinto da Costa, deve reflectir melhor o seu futuro tendo a noção que não é eterno. Honorária ou efectiva, a sucessão deveria ser trabalhada a sério já para o próximo mandato.
Contudo acho inqualificável que se possa sequer questionar a gratidão que TODOS os portistas devem ao Presidente. E não é com ganhar ou perder este campeonato que isso será alterado.
Dizer q o JJ é fraco, não ajuda em nada em acordar para a realidade. É um treinador mt mt bom, infelizmente para mim q preferia q fosse igual à sua personalidade. Villas Boas tem uma capacidade de comunuicação incrível, mas tb me parece q sem um adjunto forte como foi o Vitor Pereira, fica menos "avassalador"...
ResponderEliminarNão simpatizo nada com Evandro, mas é dos q melhor contribuir para um jogo interior de qualidade e traz inteligencia. Bueno igual, nao foi à toa q marcou 17 golos na liga espanhola a jogar no Rayo Vallecano...infelizmente o nosso treinador so quer isolar extremos na linha e esperar milagres...de que serve termos Evandro, Bueno e outros q tais?
Recuso me a atacar Pinto da Costa, pq isso era impensável para mim, mas confesso q todas estas opinioes ja me deixam a pensar...falta claramente agir para o bem do nosso clube.
CUmprimentos a todos