sábado, 13 de maio de 2017

Aliança contra um inimigo comum

Winston Churchill e Joseph Stalin no Kremlin, Moscovo, em 1942

Havia um mundo de diferenças entre o primeiro-ministro britânico, o conservador Winston Churchill, e o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, o ditador Joseph Stalin. Contudo, durante a II Guerra Mundial, estes dois homens souberam dialogar e estabelecer uma aliança contra um inimigo comum: Adolf Hitler.

E, a propósito desta aliança, há uma frase de Winston Churchill que ficou célebre:


Seguramente, quer Churchill, quer Estaline, sabiam que a aliança estabelecida para combater Hitler era um acordo conjuntural. Mas também sabiam que, isoladamente, seria muito mais difícil derrotar a Alemanha Nazi que, por essa altura, ocupava ou controlava (através dos seus aliados) a quase totalidade da Europa.

A Europa em 1942

Tudo isto vem a propósito da “Cimeira anti-Benfica”, conforme foi classificado, por jornalistas do “Estado Lampiónico”, o encontro entre os responsáveis pela comunicação do FC Porto e Sporting CP. Encontro que ocorreu na passada quarta-feira e do qual resultou um comunicado conjunto, onde é salientada a convergência de posições dos dois clubes em vários assuntos.

Muitos portistas consideram que esta aliança FCP-SCP é antinatural e mesmo despropositada.
Eu discordo.
E discordo, não porque confie nas boas intenções de Bruno de Carvalho, ou me tenha esquecido daquilo que ele e outros notáveis sportinguistas disseram do FC Porto, mas porque, no momento atual do futebol português, o combate ao “Estado Lampiónico” sobrepõe-se a tudo o resto.

No dia em que o “polvo encarnado” for desmantelado, então sim, esta aliança (conjuntural) entre velhos rivais deixará de fazer sentido, porque deixa de ser necessária.

Filme 'O Leão da Estrela' (1947)

Mas, não tenhamos ilusões, não é de um dia para o outro que este poder tentacular, que domina o futebol português e asfixia os rivais do SLB, será destruído. Há um longo caminho a percorrer.

17 comentários:

  1. Caro José Correia, permita-me que tome a liberdade de lhe recordar que o início da segunda guerra mundial é marcado pelo mesmo tipo de "aliança". Entre Estaline e Hitler! Quebrada pelo segundo, diga-se.
    Tristemente, há um paralelismo muito evidente com o atual estado do nosso futebol: alguém quer tudo e, assim sendo, os Estalines da vida pendem para o lado dos bons. Sem nenhuma conotação política. Como aliás, muito bem se depreende do seu texto.
    Onde deixaremos que se erga um muro? Em Berlim?
    Cumprimentos.

    ResponderEliminar
  2. Primeira consequência desta aliança: Layun no Sporting e Paulo Oliveira no FCP. Mais uma vez ficamos a perder...

    ResponderEliminar
  3. Só para podermos avaliar o estado deste "Estado Candeeiro" atente-se nas notícias que circulam hoje pela imprensa sulista, elitista e vermelhudamente lampiónica: Apesar do desconfortável incómodo para os munícipes lisboetas, este município vermelho decidiu reservar (pelo sim, pelo não) uma substancial parte central de lisboa (Marquês Pombal, on de resido, incluído) para (pelo sim, pelo não) os lampiões tristes e sós poderem festejar.
    É o cúmulo, já não se reserva um espaço para festejo depois do acontecimento. Já se reserva esse mesmo espaço na eventualidade de se poder festejar. No ano 'Kelvin92', e ao que parece também já estava pré-reservado o mesmo espaço, só que, nessa vez, apenas lá apareceu um melão dos grandes.
    Meus caros Amigos, temos que ir para cima deles. Esta espécie de paz podre que vivemos, com os nossos dirigentes com medo de falar e guerrear? Porquê?, por causa da maior fraude encenada de que há memória no futebol português e que os vermelhos chamaram de 'apito dourado'?, ou porque nos aburguesámos com as vitórias e deixámos de ir para cima deles?
    As minhas desculpas, mas hoje não me cabe na alma a tristeza de, mais uma vez, o meu FCPORTO ter 'oferecido' esta festa a esta malta (10 empates???, 20 pontos perdidos???). Há algum (pouco) tempo atrás já teríamos festejado a 7 ou 8 jornadas do fim, orgulhosamente, no nosso querido estádio do Dragão, sem necessitar de reservas pelo sim, pelo não.
    Saudações Portistas

    ResponderEliminar
  4. Sou benfiquista mas como tantos de outras cores, é o amor ao desporto que me prende, o ao meu clube apenas me define na maneira de estar no desporto. Respeitando os adversários até ao limite, até não existir qualquer esperança destes serem dignos do meu respeito.
    Quero contribuir com a minha opinião para este tema, considero-o muito relevante. Antes dos clubes estão as pessoas e não concordo com esta visão totalitária do fenómeno desportivo.
    Não vejo contudo como se possa considerar que o SLB tenha algo a ver com uma instituição separatista, é agregadora, respeitadora tanto quanto possível.
    O problema do FCP e SCP é terem tido um orçamento sobre-dimensionado durante muito e isso os arrastar para uma dimensão inferior à real nos tempos que correm. Não aceitam a realidade, optam por gestão ruinosa ignorando o óbvio.

    Portugal jamais será um mercado da dimensão da Alemanha, logo a colecta de IVA não pode ter a mesma relevância em grandeza, ignorar o contexto económico na análise do FCP ou SCP é deturpar as conclusões e matar aos poucos o convívio entre adeptos, com desculpas esfarrapadas.
    Não podem querer acabar com a maior capacidade de gerar receitas de um clube, é uma utopia!
    Quanto mais tempo levarem a aceitar a normalidade de vencer menos vezes que o meu clube, mais longe estarão de se estruturarem para vencer de facto.
    É a beleza do desporto, os mais fracos e mais pobres vencem menos vezes mas estão sempre habilitados a fazê-lo. Necessitam é em primeiro lugar da clarividência. Não me lembro que sem recorrer à batota, algum atleta menos qualificado e de origem humilde, inundado pelo sentimento da inveja, tenha derrotado um campeão de origem abastada!
    Saudações desportivas e boa sorte na regeneração do vosso clube.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Respondendo directamente por aqui, apenas para dizer, que isto é apenas e só provocação.

      Eliminar
  5. Silva: Não foi uma aliança, foi um pacto em dividir a Polónia, mas ambos os lados sabiam que iam combater, não estavam era minimamente preparados para uma gurra total.

    Quanto ao tópico: depois da derrota é que dialogam? No início do campeonato é que era inteligente. E não estou a falar deste sequer.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pacto de Não Agressão. Que outro tipo de guerra poderia existir entre aquelas duas potências, senão total? Paulo, os paralelismos são muitos.
      Acho os comunicados conjuntos deploráveis e as conversas louváveis. É isto.

      Eliminar
  6. Paulo Marques disse...
    “…depois da derrota é que dialogam? No início do campeonato é que era inteligente. E não estou a falar deste sequer”

    Devido ao corte de relações institucionais que existia entre o FC Porto e o Sporting CP, o timing possível para estabelecer este acordo (convergência de posições) foi agora.
    É tarde?
    Deveria ter sido mais cedo?
    Sim, mas mais vale tarde (agora) do que nunca.
    É importante é que as medidas propostas sejam colocadas em prática já, de modo a que na próxima época tenhamos um campeonato mais limpo.

    ResponderEliminar
  7. Azul disse...
    “Primeira consequência desta aliança: Layun no Sporting e Paulo Oliveira no FCP”

    Quem disse?

    ResponderEliminar
  8. Mesmo que não seja verdade, considero Paulo Oliveira um dos melhores centrais portugueses. Foi "queimado" pelo Jesus, por factores antigos. Já Layun, é... mais um!

    ResponderEliminar
  9. LAFOI_93520 disse...
    “…temos que ir para cima deles. Esta espécie de paz podre que vivemos, com os nossos dirigentes com medo de falar e guerrear?”

    Esta aliança com o Sporting, para pôr em prática um conjunto de medidas concretas é, em termos de “guerra” contra o Sistema encarnado, a iniciativa mais importante da Direção do FC Porto nos últimos 15-20 anos.

    ResponderEliminar
  10. Fernando Tomás disse...
    “Não vejo contudo como se possa considerar que o SLB tenha algo a ver com uma instituição separatista, é agregadora, respeitadora tanto quanto possível”

    Apesar de tudo, eu distingo a instituição SLB do seu atual presidente/direção.
    http://www.reflexaoportista.pt/2008/05/impunidade-do-coronel-vieira.html

    No início deste século, Luís Filipe Vieira anunciou qual ia ser a sua estratégia como presidente do SLB.

    “É mais importante ter pessoas na Liga do que contratar bons jogadores”
    Lembra-se de quem proferiu esta frase?

    E se o disse, melhor o fez.
    Em meia-dúzia de anos, o SLB tomou conta de todos, TODOS, os órgãos de poder do futebol português, através de um “polvo” que domina a arbitragem, a disciplina, os delegados, etc.

    A forma suja como o SLB vai ganhar este campeonato, deveria encher de vergonha os benfiquistas sérios.

    ResponderEliminar
  11. Fernando Tomás disse...
    “Não me lembro que sem recorrer à batota, algum atleta menos qualificado e de origem humilde, inundado pelo sentimento da inveja, tenha derrotado um campeão de origem abastada!”

    No tempo em que os benfiquistas acusavam o FC Porto de ganhar campeonatos à custa da batota, muitos desses campeonatos eram ganhos com 15 ou 20 pontos de avanço, o que, obviamente, tornava ridículas as queixas encarnadas.
    Mais.
    O FC Porto não se limitava a ser a melhor (muito melhor) equipa do futebol português.
    Demonstrava-o também além-fronteiras, quer na Liga dos Campeões, quer conquistando troféus internacionais.
    E o SLB?
    Se é assim tão forte, por que razão, a nível internacional, não consegue ganhar nada ou sequer destacar-se?

    ResponderEliminar
  12. A mim parece-me que esta "aliança" com o Sporting não surgiu mais cedo porque mais cedo não havia Francisco José Marques. Tão simples quanto isso.
    Eu posso estar redondamente enganado mas acho que devemos a Francisco Marques esta reviravolta a 900 graus na nossa recente miserável política de comunicação liderada pelo amorfo Rui Cerqueira. Devemos-lhe este acordar ensurdecedor depois de anos de silêncios comprometedores ainda lhe ficaremos a dever planos estratégicos que nos devolvam a capacidade e peso para combater ferozmente a pouca vergonha instalada no futebol português e não tenho dúvida alguma que este aproximar puramente estratégico ao Sporting saiu da cabeça dele.
    Eu não nutro qualquer tipo de simpatia pelo Sporting, principalmente numa altura em que alberga alguns verdadeiros asnos como aquele Bruno de Carvalho ou o Octávio Machado mas há que perceber que vai ser necessária uma frota pesqueira para caçar este polvo. Uma traineira solitária não chega.

    ResponderEliminar
  13. Contra este polvo mafioso, que controla e asfixia o desporto português como nem nos piores tempos de salazar e calabote acontecia, até pactos com o demónio, como defendia Churchill, são perfeitamente aceitáveis. Mas precisamos de um treinador e principalmente de um presidente que acompanhem o director nestas lutas, os actuais cavalheiros que temos não servem, não se reage a feras com cavalheirismo, senão é-se literalmente comido.
    Quanto à pretensa troca Layun/Paulo Oliveira, não me parece que fiquemos a perder nada, o Layun é um mau defesa lateral e o Paulo Oliveira é um bom/muito bom defesa central. Só espero que no Sporting ponham o Layun a jogar muitas vezes a lateral, será meio caminho andado para sofrerem golos.

    ResponderEliminar
  14. O penúltimo parágrafo do comentário do vermelho Tomás é simplesmente asqueroso e diz bem da mente e da mentalidade desse traste.

    ResponderEliminar