Isto só agora começou.
Durante semanas Francisco J. Marques - a quem tanto tentaram silenciar e cada vez mais se entende o porquê - fez o aviso. "O melhor ainda está para vir". Naturalmente ele sabia do que estava a falar. E o melhor continua a estar por vir mas é impossível não afirmar que já melhorou e muito.
Durante mais de um ano o FC Porto - através do Porto Canal e dos programas Universo Porto da Bancada - plataformas online, como esta, e alguns jornais e revistas de um modo independente, foram divulgando emails, dados, informações relacionadas às investigações que envolviam, entre outros, o SL Benfica. O que a principio eram emails tornaram-se investigações policiais, o que a principio eram mails falsos tornaram-se uma das bases para um processo do ministério público. O que a principio era uma cabala sem pés nem cabeça agora é o primeiro processo de imputação judicial de um clube de futebol em Portugal. Nunca uma instituição tinha sofrido a vergonha de ser levado pelo Ministerio Público a tribunal. Houve já casos de justiça desportiva - como esse Apito Dourado que acabou em Leiria na época em que o lodaçal de Ricardo Costa impartia "justiça" - mas nunca daquilo a que um ignorante pateta chamou de "corrupção normal".
É preciso dar o desconto, esse individuo deve estar habituado a saber que é "normal" a palavra corrupção fazer parte da vida do seu clube e portanto qualquer acusação seria de "corrupção normal", mas convém explicar: o caso E-Toupeira, o primeiro de vários, trata a corrupção desportiva (com a sucessiva penalização desportiva que pode passar de perda de pontos, despromoção, perda de titulos ou suspensão das actividades) mas também da justiça civil porque o que foi feito, durante pelo menos dois anos, coloca em causa o próprio Estado de direito em Portugal.
Sim, porque o clube do Regime foi acusado exactamente porque exerceu como uma polícia política, um Estado dentro do Estado, utilizando alegadamente peões pagos para o efeito, para obter informação confidencial dentro do universo da justiça portuguesa, de árbitros, dirigentes, cidadãos, processos próprios e alheios...tudo o que lhe desse vantagem, não só competitiva como também nas catacumbas do futebol em Portugal.
Essa é a narrativa do E-Toupeira mas preparam-se porque poucas vezes vão ouvir isto.
O spinning começou ainda antes da noticia ter sido feita pública. Levamos dois anos a ver como a mesma imprensa que escalpelizou o Sporting e o seu anterior presidente nos últimos meses - com direito a intervenção do Presidente dos "Afectos Selectivos" (o Polvo não precisa de mimo ao contrário do leão, claramente) e do presidente da Assembleia da República, um cargo profundamente ligado ao futebol, não haja dúvidas, a calar.
A mesma imprensa que transformou falsamente o FC Porto num clube "corrupto", num clube culpado quando facilmente e em todas as instâncias a sua inocência foi privada, num clube quase do submundo, apoiada em escutas selectivamente divulgadas, livros e filmes encomendados e programas desenhados para criar uma narrativa falsa e com um propósito evidente. Essa mesma imprensa calou até não poder mais.
Durante dois anos os emails não existiam, a cartilha benfiquista era omnipresente, o discurso oficial e oficioso do clube era o seguido por jornais desportivos, generalistas, tvs, radios...queriam fazer de todos nós loucos assobiando para o lado e agora, lamentavelmente para alguns, tiveram de engolir o assobio. Mas não vão engolir facilmente.
Desde o minuto um que as armas estão na mesa. O Benfica conseguiu inundar facilmente, não fossem os tentáculos omnipresentes, de "especialistas", de comentadores "neutrais" (alguns, temos ouvidos, já nem disfarçam e apresentam-se como "benfiquistas mas isentos" como se as pessoas fossem idiotas) a divulgar um discurso que oscila entre o terror (que será do futebol português sem o "maior"), a despreocupação (isto não tem pernas para a andar, é só barulho) ou a tentativa de virar a cidadania contra a acusação, um discurso "socratiano", não andasse Luis Bernardo por ali. Pelo meio está ainda o caso Paulo Gonçalves (deixar ou não cair o mentor), aqueles que começam a cheirar o poder e a cadeira vazia na Luz (Rui Gomes da Silva, Malheiro e companhia) e os que se querem agarrar ao barco de forma tão desesperada que até se prestam aos maiores ridiculos e humilhações (David Borges, João Querido Manhã and friends). Tudo isso ocupa o espaço mediático de um modo omnipresente em lugar de se colocar o ênfase onde ele devia, precisamente estar.
Na imensa gravidade das acusações, as consequências política e sociais de um caso desta natureza que, tivesse acontecido no espectro político ou empresarial seria hoje um escândalo impossivel de tapar, e a necessidade de expugar essa ideia de quem ainda se acha "o dono de isto tudo", ainda que não saiba ler e precise de folhas a4 com palavras em tamanho 42 e caps lock para atirar areia aos olhos.
É por isso fundamental que os portistas, o FC Porto, e os adeptos do futebol português em geral que não queiram vivir com a venda nos olhos que só o triste fanatismo justifica, não se enganem, não se calem e não perdoem.
Estes senhores que povoam as tvs e a imprensa, este discurso cuidadosamente preparado nas cartilhas dos Gonçalves, Guerras e Janelas, esta maneira de actuar, pidesca, tem de ser punido à altura. Tem de ser perseguida, denunciada e isso só vai acontecer se, paralelamente à justiça que terá de percorrer o seu largo caminho (faltam processos, sim, mas também falta muito no E-Toupeira, entre recursos, julgamente, prova ou não de culpa, recursos à sentença, etc) não exista perdão. Não exista perdão de todos os que sofreram na pele os insultos, o desprezo, a atitude de superioridade moral durante o Apito Dourado (caso do FC Porto e Boavista e do futebol e das gentes "corruptas, parolas, bacocas" do Norte em geral) ou do Cashball (no caso do Sporting) das gentes do Benfica.
Não se pode confundir clube com dirigentes e adeptos, sim, mas todos sabemos que a atitude de superioridade moral, injustificada desde sempre, esta lá. É preciso não ter perdão, sobretudo a quem teve de engolir - por ser uma omnipresença impossivel de ignorar - com a imprensa desenhada para satisfazer os interesses da cupula encarnada, com os tentáculos do Polvo. É preciso não ter qualquer tipo de perdão com um clube que está habituado a viver à margem da lei desde tempos imemoriais e crer que o futebol em Portugal vive e sobrevive para e graças a eles. É preciso não calar. Até porque mesmo que haja consequências judiciais (que se vão arrastar no tempo) o Polvo continua a controlar as instituições desportivas que vão fazer de tudo, com o apoio de todos, para evitar um castigo à altura do crime. E esse castigo tem de acontecer porque é para isso que lutamos!
A cada spinning, a cada mentira, levantem a voz. Utilizem as vossas redes, divulguem, partilhem, façam-se ouvir. A cada mentira, a cada comentador pago para vos enganar, façam com que se ouça a verdade. Este Polvo terá de ser morto e enterrado em campo pela nossa equipa, nos tribunais pelo Ministério Público, nas urnas por todos aqueles que não querem pactar com governantes que actuam em prol dos interesses da cupula benfiquista (alguém ouviu o Presidente da Republica? alguém viu o Primeiro Ministro ou a Ministra da Justiça a pronunciar-se? Já se demitiu o secretário de Estado do Desporto?) e no dia a dia, na praça pública, nas redes, nas casas, nos trabalhos e nos cafés por todos nós.
Todos os que vivem e sofremos com a mentira que tem sido o futebol português. Temos mais poder daquele que pensamos ter. É altura de o colocar em prática. É altura de actuar contra o Polvo, entre todos. Sem perdão!
Boa noite
ResponderEliminarSubscrevo.
Cumprimentos, Gil Lopes
Infelizmente para a credibilidade do País, paz social e sentimento de justiça, este caso assim como outros que vêm aí, não vai dar em nada.
ResponderEliminarBrilhante e uma reflexão imperiosa neste momento. Isto ainda está a começar, ainda há muito caminho para andar e muitas batalhas para lutar.
ResponderEliminarBrilhante e uma reflexão imperiosa neste momento. Isto ainda está a começar, ainda há muito caminho para andar e muitas batalhas para lutar.
ResponderEliminargostei!!! muito!!! parabens!! tamos ai!!
ResponderEliminarParabéns é isso mesmo. Não nos podemos calar e temos de fazer ouvir a nossa voz junto dos vários poderes.
ResponderEliminarTexto fantástico que não coincide minimamente com as espectativas criadas em relação ao desfecho deste imbróglio.
ResponderEliminarNa melhor das hipóteses tiram-lhes meia dúzia de pontos num campeonato onde não faça diferença é pronto... bola.
Agradeço mais um excelente artigo do Miguel Lourenço Pereira.
ResponderEliminarBem dito e escrito.
ResponderEliminarSubscrevo integralmente.
Cesar Castro de Sousa