quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Justiça a que temos direito


Voltou a aquecer o ambiente. A rivalidade entre o FCP e o SLB passou as fronteiras dos adeptos e chegou às instâncias do poder. Até o Vital Moreira não teve qualquer rebuço em prestar um serviço a um (ou dois) dos contendores. Dizem cobras e lagartos, alguns adeptos e dirigentes do SLB, de Andreia Couto e Rui Sá. Os portistas não ficam atrás e desancam em Ricardo Costa e João Leal. Não escapa ninguém e o PG e a vice procuradora não ficaram muito bem na fotografia. Serviram-se do futebol e hão-de sair chamuscados. Merecem!

Por isso, considero que o Estado quanto mais se intrometer no futebol mais sai machucado. De facto a “futebolização” – a “tribalização” da vida desportiva – não permite que sobre a vida e as relações do desporto dominem outros valores que não o da lealdade clubista. E num país em que cabe um clube com claras tendências hegemónicas, sendo força dominante dos poderes públicos e publicados, a situação tende a tornar-se kafkiana quando se fala de direito e de justiça.

Lamento muito que os responsáveis não sejam capazes de despir a camisola. Gostava de viver num país em que os detentores de cargos públicos fossem capazes de funcionar de forma independente e autónoma dos vários poderes que os tentam influenciar. Este vale tudo descredibiliza e não serve ninguém.

Bem sei que os benfiquistas e outros acham que fazemos parte do eixo do mal e como tal devemos ser condenados. E, por isso, aceitam que os responsáveis do clube tenham um comportamento activo no libelo acusatório. Foram parte integrante de toda a trama. Essa insustentável leveza pela denúncia, está ligada aos tradicionais costumes bem portugueses, no tempo da ditadura. A delação era uso e comprava-se barato. Por isso, somos desconfiados quando se assiste a tamanha sanha persecutória.

O FCP não se livra de ter tido relações eticamente reprováveis. Mas, relações eticamente reprováveis não são actos de corrupção.

Só os tribunais poderão julgar se houve “crime”, quando os acusados tiverem direito ao contraditório. Aos réus devem ser dados todos os direitos de defesa: sobre os meios probatórios, os trâmites processuais e toda a liberdade de contraditar os factos, as provas e os testemunhos que sustentam a acusação.
A luta só termina aí e a "verdade" será a que os tribunais ditarem. Não me chega a verdade de Ricardo Costa, nem do SLB que parecem ser dois em um. Nem do FCP.

Incomoda-me a justiça popular, quase tanto como estar num país em que PdC parece satisfazer toda a ambição de justiça de muitos portugueses.

Incomoda-me, igualmente, que o FCP se mantivesse demasiado calado relativamente às acusações que impendem sobre si.


Mas o “inimigo” empurra-nos: em tempo de guerra a unidade interna é muito importante e não permite a separação das águas. Por isso, a “guerra” segue dentro de momento. Para já fora do campo. Esperemos que não passe daí.

Quando o Marselha foi castigado e retirado da Liga dos Campeões, o PSG – segundo classificado – não aceitou o lugar a que tinha direito. Para evitar a guerra. O castigo do Marselha não poderia ser o benefício de um clube com honra. O SLB ficou a mais de 20 pontos do FCP, mas acha que foi o FCP que perdeu o direito de estar na CL. É um direito que lhes assiste. É a glória dos fracos.

A guerra vai continuar seja qual for a decisão da UEFA. Precisa-se de homens nos postos chave da JUSTIÇA que saibam merecer a confiança de uns e de outros. Mas, não estamos dispensados de ajudar, uns e outros.

3 comentários:

  1. A guerra vai continuar e nós precisamos apenas que os responsáveis do clube saibam defender o bom-nome e a honra do FC Porto, sem silêncios cúmplices, com objectividade e determinação.

    Uma análise exaustiva dos erros do passado seria importante, para marcar definitivamente uma viragem na forma de defender o clube dos inimigos (slb, Liga, FPF, comunicação social).

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  2. Força Campeões...

    Estou optimista, vamos a champions

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  3. Concordo com isto: "Quando o Marselha foi castigado e retirado da Liga dos Campeões, o PSG – segundo classificado – não aceitou o lugar a que tinha direito. Para evitar a guerra. O castigo do Marselha não poderia ser o benefício de um clube com honra" - o resto são folhetins publicitários com o objectivo de atirar areaia aos olhos.

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