quarta-feira, 9 de julho de 2008

O Senhor PGR e Monsieur Platini


1) A PGR abriu as hostilidades ao decidir pela reabertura dos processos arquivados relativamente ao FCP, depois do testemunho credível de Carolina, segundo os procuradores de serviço;

2) A PGR criou um “dream team” para investigação e preparação do libelo acusatório;

3) A PGR deu o ok à acusação, assinando por baixo, relevando o valor testemunhal em detrimento do “julgamento” dos juízes que tinham mandado arquivar os processos. O Estado, por via da PGR, tomou partido e comprometeu-se;

4 ) O CD da Liga, com a “bênção” da PGR e do Dr. Vital Moreira, e sob a pressão do SLB e da opinião publicada, decidiu condenar o FCP e PdC. Não acho que tenham corrido riscos. A condenação há muito estava tomada: bastou seguir o guião;

5) A UEFA suspende o FCP da CL e o FCP recorre. O SLB e o VG são chamados como parte interessada. Estranho comportamento da UEFA ao chamar à colação clubes estranhos ao processo. Os benefícios de terceiros, a ocorrerem, deveriam ser consequência do julgamento do FCP e sem intromissão de qualquer outra instituição que não fosse a FPF;


6) Muito embora a delação seja um acto vergonhoso, em tempo de guerra não se limpam armas e vale tudo. E no futebol, por maioria de razão. A UEFA e Platini, com a declaração repetida de ataque à batotice e subliminarmente ao FCP batoteiro, travestiram o jogo sujo do SLB+VG em jogo limpo, e aceitaram o vil ataque em nome da defesa da verdade desportiva;

7) E não é que todos esses “safados” querem que a gente acredite que são os campeões da verdade e da lealdade desportiva!?


Concluindo: A PGR e a UEFA são os principais responsáveis pelo encaminhamento deste processo, dentro e fora das nossas fronteiras, respectivamente. São os seus autores. O resto são actores de segunda, cada qual cumprindo o seu papel. Triste papel, a maior parte das vezes. Um jogo de marionetes, condimentado com os ingredientes do costume: a ambição, o reconhecimento, o benefício, a subserviência, o poder e o medo do poder. PdC (e o FCP) vieram mesmo a calhar para todos eles. Madaíl, Hermínio, Ricardo Costa & e Cia jogam com cartas marcadas. Sendo, assim, só esperam ganhar.

Que o diga o procurador Carlos Teixeira, responsável pelo processo AD, que foi promovido – com “nota” excepcional – e destacado para a Madeira. O Alberto João que se cuide.

Finalmente, é meu entendimento que o FCP só chegará à CL se o efeito de retroactividade não for aplicável na regra (na lei) da UEFA, conforme é prática corrente na maioria dos códigos penais.

9 comentários:

  1. Muito bom comentário.
    Eu gostava era que, em vez de comunicados inócuos contra personagenzinhas secundárias, o FCP tivesse a coragem de assumir, escrever e anunciar que esses senhores jamais passarão a porta de entrada de qualquer instalação que seja administrada pelo clube!
    Que não gostamos deles porque são inimigos (é esta a palavra que mais se adequa) do nosso clube e que se escolheram atacar-nos à margem da lei (e ignorando as decisões tomadas por juízes num estado de direit) terão resposta no mínimo com o mesmo ênfase e impeto. Sem rodriguinhos...

    Custa assim tanto?

    Quem não se sente não é filho de boa gente!

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  2. Concordo plenamente que o Porto só irá à CL se o Comité de Apelo ou o TAS derem valor ao principio da não retroactividade da lei penal, algo que na próxima segunda feira, já podemos ter algumas luzes na decisão que for proferida pelo TAS na acção interposta pelo Benfica e Guimarães.

    Mais interessante será analisar as conclusões do Prof. Freitas do Amaral, se ele chegar à conclusão que aquelas decisões não são aplicáveis, quero ver a reacção da Federação, uma vez que tão expeditamente enviou as notificações para os clubes, dando-lhes assim eficácia!!

    Em todo este processo tenho ficado algo apreensivo com o comportamento do departamento jurídico do FCP, mas vendo bem a situação, penso que neste momento o maior problema é mesmo de comunicação, já todos percebemos que na Liga e Federação não são feitas decisões tendo por base fundamentos legais, pelo que, urge que o nosso clube abandone esta posição tão passiva e passe a ter uma politica de comunicação mais agressiva e directa na defesa dos nossos interesses.

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  3. "Em todo este processo tenho ficado algo apreensivo com o comportamento do departamento jurídico do FCP, mas vendo bem a situação, penso que neste momento o maior problema é mesmo de comunicação"

    É mais do q óbvio q o principal tabuleiro de jogo não é *jurídico*, mas sim *político*.

    Isto é, político no sentido lato da palavra (isto não mete ideologias ao barulho). Que, entre outras coisas, inclui a comunicação: tanto a q é feita na praça pública, como aquela q é feita nos bastidores longe dos holofotes.

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  4. Caro pedro reis, para além de deixarmos de receber esses senhores (Madail, Hermínio Loureiro, etc.) no estádio do Dragão como convidados de honra (algo que já referi em artigos anteriores), os dirigentes do FC Porto têm de voltar a empenhar-se nas discussões e lutas de poder dentro da Liga.

    Foi por termos facilitado e virado as costas à Liga, que o SLB ocupou os lugares com gente sua.
    Os resultados estão à vista.

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  5. «urge que o nosso clube abandone esta posição tão passiva e passe a ter uma politica de comunicação mais agressiva e directa na defesa dos nossos interesses»

    Caro rui, 100% de acordo com esta sua opinião.

    Um dia destes teremos de fazer um artigo sobre o papel do seu homónimo - Rui Cerqueira - no departamento de comunicação do FC Porto, e que mudanças foram feitas ao longo deste último ano.

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  6. «O presidente da Comissão Disciplinar, quando tornou pública a punição ao Boavista e a Pinto da Costa, lançou um clima que levou a que os clubes se dividissem. (...)

    O presidente da Comissão Disciplinar propôs, por exemplo, entendeu que um clube que está na I Liga e é punido com descida à II Liga não é suficiente. (...)

    Penso muito mal do Ricardo Costa. Fez muito mal ao Boavista e a Pinto da Costa. (...)

    O que aconteceu, mais do que uma guerra entre F.C. Porto e Benfica, é uma guerra entre Norte e Sul. Alguns frustrados com os seus resultados desportivos tentam vencer estas guerras.»

    Valentim Loureiro, presidente da AG da Liga, 09/07/2008

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  7. «A discussão das alterações ao Regulamento de Disciplina (RD) que ocupou duas sessões de uma Assembleia Geral a três tempos vai passar a ser feita por uma comissão de especialistas nomeados pelos clubes e pela Liga, com prazo de conclusões dilatado até, no máximo, ao final do ano em curso. A decisão, tomada ontem por uma ampla maioria de clubes (e que foi precedida de uma reunião de juristas), deixa em banho-maria o único ponto até então discutido e aprovado, o artigo 51 do actual RD, que por iniciativa da Comissão Disciplinar, mitigada por intervenção dos clubes há uma semana, propunha para a próxima época um agravamento das penas por corrupção. "Os clubes não sabiam nem podiam saber muito bem o que estavam a aprovar", comentou Guilherme Aguiar, assessor convidado pelo FC Porto.
    (...)
    Paulo Gonçalves representou o Benfica na reunião e, no final, comentava como "sem surpresa" a decisão de suspender as discussões. "O que se passou é lamentável. Não sei se é um passo atrás, sei que, para alguns clubes, em face da conjuntura actual, é positivo. Mas que percebam que obtiveram uma vitória de Pirro", concluiu, estranhando que clubes que votaram favoravelmente propostas de alteração tenham ontem votado pela suspensão da AG.
    (...)
    Seis anos depois de ter sido candidato a sucessor de Valentim Loureiro na presidência da Liga de clubes, o antigo director-executivo do organismo apareceu na sede da Constituição e, pela primeira vez, sentou-se do lado da Assembleia. "O FC Porto é o primeiro clube que represento na Liga", comentou Guilherme Aguiar»
    in O JOGO, 10/07/2008

    Parece que a atitude do FC Porto em relação à Liga começa, finalmente, a mudar.
    Este "regresso" de Guilherme Aguiar é muito significativo.
    O SLB vai passar a ter opositor nas lutas de poder dentro da Liga.

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  8. Excelente post, Mário Faria.
    Podendo parecer não ter nada a ver, porque razão o Orelhas continua a ser sócio do FCP ? E se calhar o Veiga. Só porque têm as quotas em dia ?

    É inaceitável que por essa razão se contem como sócios inquestionávelmente "personas non gratas".

    Isto vem na sequência daquilo que disse o Pedro Reis e o José Correia. Não queremos o dinheiro desses senhores e muito menos o direito de serem sócios do nosso FCP que tanto têm prejudicado.

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  9. Excelente análise do Mário Faria e secundo também as achegas do Pedro Correia, que já expus no meu blog. Regozijo-me, por fim, por o FC Porto voltar a marcar presença forte na AG da Liga.
    Viu-se a diferença.

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