segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O “Sistema” já chegou ao Judo

Telma Monteiro, Pequim 2008 (foto Record)

A judoca Telma Monteiro saiu de Portugal como uma das favoritas ao pódio, com promessas de trazer uma medalha e que o objectivo em Pequim era lutar pelo Ouro Olímpico. Afinal, terminou a sua participação nos Jogos Olímpicos e regressa a Portugal com o mesmo resultado – 9º lugar – que obteve há quatro anos em Atenas.

Terá sido um dia mau?
Terão sido as adversárias que foram melhores?
Nada disso, a culpa foi do “Sistema”, tão caro aos dirigentes do clube que a Telma representa. É pelo menos isso que se depreende das declarações da atleta do Benfica no final da competição.

«Não tivemos uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros. Saí com vontade de rir. Pensei que estava a lutar contra quatro pessoas. Mas nem quero dar isso como desculpa. (...) Senti que estava na minha melhor forma de sempre. Não é desculpa, mas houve momentos de arbitragem que foram fundamentais. Senti que era a única que queria projectar e que as outras só queriam esperar que eu avançasse com ataque para contra-atacar e aproveitar. Foi isso que aconteceu

O combate com a chinesa Xian Dong Mei, campeã olímpica em título, que a relegou para a repescagem, mereceu, igualmente, o seu descontentamento.
«Entrei muito bem e a vantagem que consegui não era Yuko, era muito mais. São essas coisas que fazem a diferença. Mas ela está a competir em casa»

Está visto, o “Sistema” já chegou à China e ao Judo em particular.

8 comentários:

  1. Não há dúvidas que o discurso no glorigozo está institucionalizado! Alguem que peça a judiciaria para dar um saltinho a Pequim...

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  2. Sem dúvida!
    Pensei exactamente o mesmo, até comentei com alguns amigos que o discurso (mesmo que com alguma ponta de razão) estava a ser igual á politica da casa....

    Cumpz

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  3. Se por algum motivo a judoca chinesa que ganhou o combate fosse atleta do FCP, íamos ter o orelhas a reclamar, alto e bom som, que era preciso um processo "Quimono Dourado" para limpar o judo nacional.

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  4. É uma tristeza ver estes calimeros que quando não ganham não suportam a derrota.
    Não conheço as regras do judo mas ficava bem à Telma - que eu apoiei independente da cor do Clube - ter um discurso diferente e assumir culpas próprias e não admitir um complot internacional contra ela...
    Enfim, realmente são as marcas da instituição que epresenta.

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  5. Tão ou mais grave do que as declarações dela é a comunicação social apresentá-la como atleta do slb e não como atleta portuguesa. Então ela não estava lá a representar Portugal ? Não me digam que vão fazer o mesmo com a Vanessa Fernandes, senão ainda me levam a torcer por uma chinoca qualquer.

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  6. Eu até simpatizo (simpatizava) com a Telma, mas o discurso dela após as duas derrotas, quer com a chinesa (que a afastou da disputa da medalha de ouro), quer com a espanhola (na disputa pelo bronze) mais do que triste é inadmissível.

    Havia uma grande expectativa relativamente aos judocas portugueses, em que à partida havia vários candidatos a medalhas, mas a coisa correu mal. Contudo, há que saber aceitar as derrotas com dignidade, coisa que a Telma não soube fazer, ao contrário dos restantes judocas portugueses.

    Para além do discurso tipicamente benfiquista que, pelos vistos, a Telma já interiorizou, há ainda o problema dos patrocinadores da Telma (p.ex, a CGD) que deviam estar a contar com uma medalhita.

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  7. «O treinador de João Neto, Fausto Carvalho, apontou hoje "a desconcentração, as circunstâncias do momento e as actividades marginais à modalidade" como razões principais do desempenho menos positivo do judo português nos Jogos Olímpicos de Pequim. (...)
    "Os atletas não estiveram mal, mas as expectativas foram colocadas muito alto. Estou desiludido e triste, porque quer o João Neto, quer a Telma Monteiro poderiam ter ido mais longe", disse o técnico do campeão europeu à Agência Lusa.

    Questionado sobre as razões do desempenho aquém do esperado da generalidade dos judocas lusitanos, Fausto Carvalho apontou "a desconcentração, as circunstâncias do momento e as actividades marginais à modalidade".

    "Achei muito estranho que os atletas pudessem estar dois/três meses antes dos Jogos Olímpicos envolvidos em jantares, recepções e campanhas publicitárias. Tudo isto desgasta e tira muitas horas de trabalho à preparação", criticou.

    Fausto Carvalho, que também já foi árbitro, desvalorizou as críticas de Telma Monteiro, vice-campeã do Mundo, em relação às arbitragens, justificando que "não houve erros grosseiros que tenham prejudicado os atletas".»

    Lusa, 15/08/2008


    Ah, afinal a culpa não foi dos árbitros...

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  8. As desculpas da Telma Monteiro não são apenas típicas dos benfiquistas: são, mais precisamente,características de todos os "desportistas" portugueses, especialmente quando derrotados por estrangeiros. Em Portugal não se conhece o significado da expressão inglesa "fair-play" (que, certamente não por acaso, não tem tradução fácil em nenhuma língua), que os comentadores dos jogos de futebol da paróquia pensam referir-se apenas ao jogar a bola para fora quando um adversário está, ou finge estar, magoado.

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