segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Tentativa de linchamento de Pinto da Costa

«Os processos vão sendo sucessivamente arquivados contra Pinto da Costa. Só avançará o "caso do envelope" ao árbitro Augusto Duarte, alegadamente recebido em casa do presidente do FC Porto na véspera de um jogo com o Beira-Mar, na época 2003/04.
Tudo isto significa pelo menos duas coisas: a primeira, e essencial, que convém o Ministério Público arranjar provas antes de acusar alguém;
segundo, que os julgamentos públicos são apenas uma parte da nova sociedade que construímos - e ainda bem que assim é. Mesmo quem, como eu, vê personificados no dirigente desportivo Pinto da Costa (e Valentim Loureiro, e Pimenta Machado) muitos dos males do futebol português não pode deixar de perceber que houve aqui uma tentativa de claro linchamento do ser humano.

Sejamos justos: a senhora Carolina Salgado, testemunha credível para acusar Pinto da Costa, o homem com quem viveu durante quase seis anos, não foi sequer processada quando no seu livro diz muito claramente que foi ela quem fez os contactos para mandar sovar um vereador de Gondomar, de seu nome Bexiga. O homem acabou, certamente por sorte, vivo, apesar de barbaramente agredido, mas a senhora ficou impune e tornou-se numa estrela do jornalismo-benfiquista militante. Diz agora um juiz que o testemunho não é credível. Ou seja, afinal a justiça tem lógica.»

João Marcelino, Director do DN, 14/02/2009

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Que o ex-director do Record e do 'Correio da Manhã' diga que "vê personificados no dirigente desportivo Pinto da Costa muitos dos males do futebol português" não surpreende.
Notável é que um jornalista com o passado de João Marcelino reconheça, em editorial, que houve uma tentativa de claro linchamento de Pinto da Costa.
E melhor ainda é o tom de indignação com que se refere ao facto de Carolina Salgado ter ficado impune (apesar de ter confessado um crime!) e de se ter transformado numa estrela do jornalismo-benfiquista militante.

"Jornalismo-benfiquista militante"? Isso existe?...

Já há cerca de um ano, em 5 de Abril de 2008, Marcelino tinha escrito coisas altamente incómodas, pondo em causa as verdades oficiais que muitos querem impingir:

«Pinto da Costa e Valentim Loureiro marcaram, para o bem e para o mal (na companhia de Pimenta Machado, ex-presidente do V. Guimarães), os últimos 25 anos do futebol português. Primeiro, retiraram-no de uma ditadura, a do Benfica dos anos 60 e 70, e devolveram-no à democracia alguns anos depois do 25 de Abril.

Pode agora parecer bizarro, mas eram os clubes de Lisboa, Benfica, Sporting e Belenenses, que em rotação escolhiam o presidente da FPF, e a partir daí todo o elenco. O Benfica chegou a ter o exclusivo dos bons jogadores (era vulgar serem chamados 13/14 futebolistas do clube aos jogos da selecção A!).

Três jogadores do célebre BSB - Benfica-Sporting-Belenenses - com Travaços (Sporting) ao meio, no dia em que Feliciano (Belenenses) e Rogério (Benfica) realizaram as suas festas de homenagem no Estádio Nacional (foto: Belenenses Ilustrado)


Mesmo as arbitragens, que na altura não tinham o escrutínio de uma comunicação plural, eram visivelmente tendenciosas.

E foi a partir do Norte, desse triângulo com o vértice maior nas Antas, que as coisas melhoraram


Sim, eu sei que nada disto é novidade, mas sabe melhor quando estas afirmações são feitas, são escritas (para memória futura), por alguém que nunca demonstrou qualquer simpatia pelo FC Porto (bem pelo contrário) e que fez toda a sua carreira em jornais da capital.

Nota: A selecção das fotos e os destaques no texto a negrito são da minha responsabilidade.

10 comentários:

dragao vila pouca disse...

Meu caro José Correia, vindo do Marcelino que eu conheço bem...quando a esmola é grande o pobre desconfia.

Um abraço

HULK ONZE MILHAS disse...

Será que isto tem a ver com a anunciada "fusão" de quadros entre o DN e o JN e que levará para o desemprego muitos jornalistas e outros profissionais dos dois jornais???
A mim parece-me mais isso porque este intelectualmente desonesto jornalista fez a sua carreira à custa de denegrir o FCPorto...
Agora estará a tentar segurar o próprio emprego, piscando um olho a norte e dando um ar de intelectualmente honesto...
A mim não me enganas tu...

Paulo Marques disse...

Há sempre nazis a tentar matar o Hitler...

Nuno Leal disse...

Espectacular este blog, continuem com o óptimo trabalho, urgente e necessário contraponto de verdade funadmentada neste país de verdades feitas, preconceitos e juízos de valor. FCPORTO SEMPRE! Abraço da Marinha Grande

Manuel Guedes disse...

Bobby Robson continua a mostrar que é o Maior.
http://dn.sapo.pt/2009/02/22/desporto/robson_que_melanoma_parece_lateral_b.html

6012 - Azul desde 1971- disse...

Nem sempre, nem nunca, mas de vez em quando sabe bem ler diferente do habitual estado de coisas " o vermelho é o país e o seu clube o que representa Portugal", "Lisboa é a capital e o resto é paisagem e camelos", etc,etc. Será que eles ainda não viram que é precisamente por isso que nasce a nossa força ?? Quando alguém muda o discurso eu prefiro pensar que se trata de evolução... Bem Hajam o F.C.P. e TODOS os seus adeptos!

Anónimo disse...

Pois eu tenho uma explicação para esta surpreendente tirada do João Marcelino. O seu jornal, o DN, é conhecido como estando eternamente encostado ao poder, seja ele qual for. E esta alfinetada no Ministério Público mais não será do que uma indirecta relativa ao caso Sócrates-Freeport, como quem aconselha o MP a ter cuidado com as provas antes de acusar o PM de alguma coisa. Também a referência aos julgamentos na praça pública vão no mesmo sentido. Tomem nota.

Nuno Leal disse...

off-topic, e a preparar o grande atéltico.nosso porto, um texto muito mais interessante do que o inesquecível futre (apesar de..) ou paulo traição tenham para dizer sobre o nosso porto no site da Marca, de um conhecido blogger colchonero:

http://marcawas5.recoletos.es/blogs/Controlador?opcion=9&codPost=2439


El Oporto es un señor equipo
El Atlético juega algo mejor, tampoco mucho, pero no gana. Preocupante. Más que el mejor en Nervión, el equipo de Abel fue el menos malo. No bastó. El enésimo fallo defensivo condenó a los rojiblancos, que continúan mostrando las mismas carencias. Sin claridad a la hora de mover y pasar el balón no hay mucho que hacer. La clasificación para la próxima Champions empieza a parecer, más que el Tourmalet, casi casi el Everest.

A Aguirre lo que es de Aguirre. Si al mexicano se le ocurre dejar al Kun en el banquillo (¿recuerdan Liverpool?) como hizo Abel, en las mismas condiciones, poco menos que hubiéramos solicitado su expatriación inmediata. La solución, además, pasó por poblar el centro del campo, con Maniche y Antonio López, éste nuevamente en la banda izquierda. Repitió posición, como en Huelva, y rindió a buen nivel, pero esta vez no sonó la flauta a nivel colectivo. La plantilla sigue siendo corta, muy corta.

Y llega el Oporto. Como dice el título, un señor equipo. Indiscutible favorito en la eliminatoria con el Atlético (sí, Loren y Mantequita, sí). Un análisis rápido del once que suele poner en liza Jesualdo Ferreira nos dice que el punto débil es la línea de atrás. El guardameta Helton no es precisamente un seguro de vida. Bastante cantarín e inseguro, cosa que transmite a su zaga. Dicho esto, ante el Atlético seguro que hará el partido de su vida. Ya saben, la ley de Murphy...

Fucile, Bruno Alves, Rolando y Cissokho forman la línea de cuatro atrás. El primero, internacional uruguayo, ha sido reconvertido a lateral derecho desde la banda izquierda. Es bastante ofensivo y, por lo tanto, un hombre a vigilar y a explotar a la vez. Bruno Alves es un central internacional muy expeditivo que va muy bien en el juego aéreo. El nuevo Fernando Couto, vamos. Rolando es del mismo perfil. Cissokho, el lateral izquierdo, ha llegado del Vitoria de Setúbal en este mercado de invierno y está algo verde. Ocupa el puesto del sacrificado Pedro Emanuel.

Fernando es el volante tapón. Ha ocupado la vacante dejada precisamente por Paulo Assunçao. Barre todo lo que pasa por sus cercanías. Lo que hacía Costinha. El Costinha de la buena época, naturalmente. Y a partir de aquí empieza lo bueno. Para el Oporto, claro. Lucho González y Raúl Meireles completan una medular casi de lujo. El internacional argentino se hizo con los galones de capitán por su carácter y porque está totalmente integrado en el club y en el país. Es un llegador nato y hay que frenarle como sea. Meireles ha retrasado algo su posición, pero igualmente su calidad da para mucho. Utiliza ambas piernas y muy bien.

Línea de tres arriba. Sin complejos. El brasileño Hulk podría parecer, por su nombre, que es un tanque en el área. Nada de eso. Su zurda no es de oro, pero hace daño. Le gusta escorarse a la derecha para intentar salir del regate al centro y pegarla. Lisandro López sí es un cazagoles. Remata todo lo que pasa por su lado. Pablo y Ujfalusi ya deben estar sobre aviso. Cristian Rodríguez, otro internacional uruguayo, es un puñal por la banda izquierda. Se pega a la banda, llega para centrar y también para rematar. No es Futre, pero mucho ojo con él. Sin Perea tendrá que ser Seitaridis, curiosamente otro ex del Oporto, el que tenga que bailar con el Cebolla. Como el griego sea el de las noches tristes, que Dios pille confesado al Atlético...

El Oporto hace ya bastante tiempo que arrebató el trono de Portugal al Benfica. Es un asiduo en la Champions, competición que ganó en 2004 con otro conjunto de muchos quilates (Baía, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Costinha, Maniche, Alenitchev, Deco, Derlei, McCarthy, Carlos Alberto...) a las órdenes de un pedazo de entrenador: José Mourinho. Es el líder de la Liga portuguesa, donde sólo habrá tres equipos que cuenten, pero el caso es que Benfica y Sporting están por detrás. El Calderón deberá ser una olla a presión, porque el equipo lo necesitará. ¡A por ellos!

O Dragão disse...

Só no futuro é que se pode perceber o que pretendem estas criaturas com estes comentários...

Para já é de desconfiar...

Hugo M disse...

O marcelino em breve assumirá, ou já assumiu, um papel de relevo em "O Jogo" (Director ou Director Adjunto). Está a fazer o papel de Madalena arrependida. Esta estava mesmo arrependida. Aquele nem por isso. É o chamado canto da sereia. A mim não me engana.

Não é por acaso, que em algumas "Labaredas" o principal visado é "O Jogo"...

Um Abraço