segunda-feira, 20 de abril de 2009

Três pontos, cânticos e leitão

Um final de tarde muito pouco interessante em Coimbra. Ao contrário dos últimos jogos, o FCP não esteve seguro, categórico ou dominador. A fraca exibição do FC Porto ficou a dever-se à equipa técnica e jogadores.

Jesualdo montou mal a equipa. Mariano entrou para o lugar do lesionado Lucho, mas jogou nas alas, onde já havia Hulk, Rodríguez, Lisandro e às vezes Meireles juntamente com os defesas laterais. Conclusão: um ataque muito confuso, com muitos jogadores do mesmo lado, um meio campo sem Mariano, às vezes com Meireles e só mesmo com Fernando. Jogadores estáticos no ataque, alguns passes nas costas da defesa e muito pouco (ou nenhum) futebol de qualidade. Cissokho lá recebia a bola que circulava lentamente de um lado para o outro – quase sempre passando por Rolando e Bruno Alves – mas os colegas do ataque estavam todos do outro lado. Pareceu também faltar uma referência fixa entre os centrais para ajudar a abrir uma Académica fechada com onze atrás da bola.

Os jogadores acusaram algum cansaço (Rodriguez pareceu especialmente cansado desde o início da partida) mas principalmente entraram desconcentrados e com pouca garra para mandarem desde o primeiro minuto. Exceptuando algumas boas exibições individuais, os jogadores estiveram abaixo do normal. A equipa acabou por controlar o jogo, até porque do lado de lá estava uma Académica fraca, defensiva e sem qualquer desejo de passar o meio campo. E lá se jogaram 45 minutos: Rodríguez falhou em frente a Peskovic; Meireles desviou a bola com a mão dentro da grande área, em clara infracção, e na sequência do lance Lito falhou incrivelmente. Intervalo.

Na segunda parte Jesualdo corrigiu a posição de Mariano que passou a jogar no centro e melhor. Melhorou (mas pouco) também o jogo do FCP, com as alas mais desanuviadas e Cissokho a subir sempre muito bem em combinação com Rodríguez. O suficiente para Porto atacar de forma mais sistemática e eficiente, chegando ao golo através de uma boa cabeçada de Rolando. Mais três minutos e Lisandro isolou-se para a baliza sendo parado em falta por Amoreirinha. O próprio converteu o segundo e acabou com o jogo. O FC Porto voltou então à exibição da primeira parte, mas desta vez sem a necessidade de marcar. Continuou-se a assistir a um jogo fraco sem nenhuma das equipas a fazer muito para atacar. Substituições para ambos os lados, mas nenhuma a envolver Hulk. O brasileiro está a descer de forma e é importante conseguir gerir o seu estado de espírito. Foram muitas más decisões em campo, constantemente a parar o ataque da equipa para tentar fintar 3 ou 4 adversários, pouca ajuda na defesa, muito estático no ataque, alguns protestos sem razão e, pior de tudo, alguns tiques preocupantes. Marcou-se mais um golo por Mariano, a brindar um bom final de época do argentino.

Colectivamente foi um jogo fraco, contra uma Académica que nunca atacou, talvez "pressionada" pela manutenção já assegurada e um FC Porto que não foi posto à prova, apesar de alguma intranquidalidade na primeira parte e pouca creatividade em todo o jogo.

Individualmente, os laterais estiveram muito bem, particularmente Cissokho. Sempre muito concentrado, intransponível na defesa e a subir muito bem, não perdendo praticamente uma bola no ataque. Sapunaru, Rolando e Fernando fecham o lote dos destaques.

O melhor do jogo foi mesmo o 12º jogador, nomeadamente os Super Dragões. Num jogo tão frio, com tão pouco para os adeptos regalarem os olhos, soube bem ouvir os SD do primeiro ao último minuto, sempre a puxar com muita força pela equipa. Mais de 4 mil portistas mereciam um melhor futebol. Espera-se mais uma vitória no Dragão e melhor exibição. Valeram os três pontos, os cânticos e o leitão no regresso à Invicta.

fotos da www

9 comentários:

  1. "COIMBRA TEM MAIS ENCANTO, VESTIDA DE AZUL E BRANCO..."


    Primeira palavra para os adeptos que foram extraordinários neste jogo. Ocorreram em massa tal como o Prof pediu. Um ponto a assinalar, a quantidade de crianças com as nossas cores, fiquei sensibilizado. Num dos topos, a AAC-OAF decidiu oferecer bilhetes a várias escolas da cidade: três quartos estavam de azul e branco. Fiquei muito contente. Sou de Coimbra e sempre que o FCPorto joga cá, vou ver, e esta foi das rarissímas vezes em que tínhamos mais adeptos que a Académica.


    Foi um jogo muito difícil pois a Académica, sem grande nexo, jogou para o 0-0. Mantivemos a calma e, com uma equipa muito fatigada, vencemos com naturalidade. Há um penálti não assinalado a favor da Briosa na 1ªparte, mas também não é menos verdade, que o livre que origina essa mão, é inexistente


    FALTAM 11 PONTOS PARA O TETRA


    Uma palavra outra vez para os adeptos, aquele "Lucho Lucho Lucho Gonzalez, Lucho Lucho Lucho Gonzalez, Luchoooooooo Gonzalezzz" foi lindo, como também o cântico para o nosso timoneiro, o Prof Jesualdo Ferreira


    Venha a passaporte para o Jamor!!!!

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  2. Uma primeira parte pessima, embora nao concorde com a analise das razoes da cronica... em meu ver a grande razao foi o facto de jogarmos de uma maneira demasiado conservadora o que se traduzia em:
    - falta de remates de fora da area
    - falta de velocidade
    mas acima de tudo o facto de que enquanto a academica defendia com todos os jogadores dentro do seu meio-campo, os nossos defesas (sempre pelo menos 3) ficavam 20 metros atras da linha de meio-campo (a marcar o Helton?) e nao se aventuravam a ir para a frente e criar desiquilibrios, portanto estavamos sempre em inferioridade numerica...

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  3. Coimbra tem mais encanto, vestida de azul e branco.

    Foi uma jornada maravilhosa, a recordar os velhos tempos, dos jogos à tarde, com os adeptos portistas a tomarem conta da auto-estrada...4000, disse Jesualdo?! Mais do dobro, seguramente, Sr. Professor, que deram muito colinho à equipa, mesmo na fase em que ela não esteve muito bem.
    Ai esta paixão, que nos consome, mas que também nos dá tantas alegrias e tantas recompensas...
    Na primeira-parte, o F.C.Porto foi lento, previsível, mexeu-se pouco e mesmo tendo o domínio do jogo, foi muita parra e pouca uva. Na segunda-parte, tudo foi diferente: entrando forte, com dois jogadores sempre bem colados às linhas - Mariano na direita e Hulk ou Rodríguez, na esquerda -, que serviam Lisandro no meio e beneficiando da melhoria notória de Fernando e Meireles, o FC.Porto partiu para uma exibição consistente, segura, de qualidae superior, em que dominou, marcou e controlou, nunca deixando a Académica por o pé em ramo verde, com excepção de um lance, em que Helton fez uma extraordinária defesa.

    Era, por todas as razões, ditas e reditas - eliminação da C.League e lesão de Lucho -, a que se juntou a pressão suplementar da vitória do Sporting, no dia anterior, um jogo crucial para o Campeão. E o Campeão respondeu com classe, mostrou que sabe conviver com a pressão, que tem estôfo, venceu, convenceu e deu um passo de gigante, rumo ao grande objectivo da época, que é a conquista do Tetracampeonato.

    É muito difícil parar esta comunhão, dirigentes, equipa, adeptos, que juntos, resistem a tudo e a todas as campanhas, sejam elas vindas de alguns porquitos da bola, sejam elas vindas dos chorões do costume. Ser do F.C.Porto é um estado de alma que não se explica. Só quem é do F.C.Porto é capaz de sentir o que é ser Dragão.

    Fazer extrapolações, que se o árbitro marcasse penalti e ele fosse concretizado, o Porto, perdia, é um exercício próprio dos perdedores. Não estavamos nós a perder ao intervalo, em Guimarães e não demos a volta?

    Um abraço

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  4. Notou-se que o jogo para a Liga dos Campeões a meio da semana deixou algumas marcas. A equipa não entrou bem, apesar de ter tido uma Académica estranhamente encostada à sua baliza de forma voluntária e sem qualquer preocupação de atacar. O ataque do FC Porto esteve atabalhoado na primeira parte e a equipa usou e abusou dos passes longos para a área e para as alas. Na segunda parte marcamos logo a abrir e isso deu uma enorme tranquilidade à equipa. Pela forma como entrou em campo a derrota por 3-0 é um castigo justíssimo para a Académica. Não é a jogar assim que se pode pensar em Europa.

    Outra questão que me preocupou durante a semana que passou foi o discurso do orgulho utilizado pela equipa técnica do FC Porto. Eu não fiquei orgulhoso apesar de ter perdido, fiquei apenas desiludido. Orgulhoso teria ficado se tivéssemos eliminado os ingleses marcando golos em nossa casa, o que não aconteceu. O FC Porto não se pode orgulhar quando perde, seja com quem for, nem que seja contra a melhor equipa do Mundo. Este discurso pode até ser prejudicial para o balneário porque não transmite o espírito do clube aos novos e de certa forma até desculpabiliza os erros cometidos. Espero outra abordagem no futuro embora reconheça sem problemas que o trabalho desenvolvido esta época foi muito meritório.

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  5. O equívoco é meter Mariano a fazer de Lucho quando se tem Tomás Costa que serve que nem uma luva para aquele lugar.

    Mas este título já muito dificilmente escapará. Esta época perdeu o encanto pois já não há adversários pela frente.

    Como motivar os jogadores nestas circunstâncias? Fácil, mantendo o esquema habitual da equipa, substituir as peças mais cansadas e dar jogos àqueles que de jogos mais necessitam: Stepanov, Tomás Costa, Diogo Viana, Farias, Tarik, Rabiola, Guarín, Madrid, etc.

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  6. Meus amigos ...
    O campeonato AINDA não está ganho.
    Se não se perceber isto ainda vamos ter amargos de boca.
    Há duas saídas ainda e dois jogos difíceis em casa.... E as armadilhas estão no ar...
    Espero que se recupere a equipa fisicamente e os níveis de concentração estejam sempre elevados.
    Quatro pontos não são nada.
    Claro que acredito mas cautelas e não embandeirar em arco são bom remédio.
    Se ontem não se jogou tão bem, isso +pode ser reflaxo do Manchester... Os jogadores não são máquinas.
    Ah ... e o Manchester perdeu ontem...

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  7. Nós os portistas somos uns felizardos. Alguns até conseguem mostrar-se insatisfeitos depois de uma vitória sem espinhas, em casa de um adversário que apenas ali perdera esta época uma vez, e injustamente. Depois de 5 jogos em 15 dias, e que jogos!
    Já agora, gostaria de lembrar aos mais exigentes, resultado do Manchester ontem contra o Everton, uma equipa, tal como Académica em Porugal, do meio da tabela em inglaterra.

    Só uma grande equipa que consegue tal desempenho. Devemos ser exigentes, mas não utópicos.

    Saudações portistas

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  8. Nunca esteve em causa o mérito da vitória do FCP. A Académica foi ridículo, mas julgo que se tivessem jogado com alguma ambição poderiam ter causado perigo na nossa defesa.

    Evidentemente que o resultado é bom. 3-0 castiga a palhaçada que foi a táctica do Domingos. Talvez tenham sido golos a mais, mas bem feita, que bem mereceu comê-los todos. Não compreendo a atitude ultra defensiva de uma equipa que nada tem a perder na tabela, mesmo depois de estar a perder por 2-0.

    Mas a exibição do Porto foi fraca, muito fraca. A fazer lembrar as partidas em casa no final de 1ª volta/início da 2ª volta.

    Exijo bom resultados e o FCP consegue-os. Exijo também boas exibições, mas ontem não tivemos. Admito que tenha reflexos o jogo contra o ManU, portanto espero um Porto categórico contra o Vit.Setúbal.

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  9. Há várias razões que explicam a exibição menos exuberante do FC Porto:

    1) O desencanto pela eliminação da LC;
    2) O cansaço fisico e psicológico acumulado;
    3) A falta de el comandante;
    4) O menor fulgor e descida de forma que Hulk está a atravessar.

    Apesar de tudo isto, Lisandro e Rodrigues (este por duas vezes) estiveram na iminência de inaugurar o marcador na primeira parte (o pior periodo do FC Porto).
    A segunda parte foi pouco mais do que um passeio, particularmente após os dois golos de rajada.

    Mesmo sem ter feito uma exibição de encher o olho, o FC Porto venceu de forma inequivoca por uns claros 3-0. Nada mau.

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