sábado, 8 de agosto de 2009

A marca FC Porto


Em 2 de Agosto passado, Luís Sobral escreveu no Maisfutebol um artigo com o título "O que significa a marca Porto":

«O F. C. Porto acaba de vender um central de 28 anos, com escassa história no clube, João Paulo, por uma verba próxima do milhão e meio de euros. É isso que o Le Mans vai pagar, segundo a imprensa francesa.

A facilidade com que o F.C. Porto se mexe no mercado internacional tem, do meu ponto de vista, três razões fundamentais.

1. Manutenção de uma estrutura estável ao longo de anos, enquanto os rivais mudaram (no Benfica saiu José Veiga entrou Rui Costa; no Sporting a saída de Carlos Freitas valeu a «promoção» a Pedro Barbosa). No F.C. Porto é Antero Henrique o eixo de todos os contactos, uma pessoa discreta mas que está há muitos anos no futebol, em diferentes funções, ao mais alto nível.


2. A presença constante do clube na Liga dos Campeões, o que permite intensificar contactos e expor jogadores.


3. O sucesso dos futebolistas que saíram do Dragão nos anos mais recentes (Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Deco, Bosingwa, Anderson, Paulo Assunção; Quaresma é a excepção). E até de um treinador, José Mourinho.


A marca F.C. Porto representa qualidade. E todos nós, consumidores, sabemos a importância de confiar quando adquirimos um produto ou um serviço.
Na Europa do futebol, quem tem dinheiro para gastar olha para o F.C. Porto como um vendedor que não engana. Faz-se pagar bem, mas não entrega gato por lebre


Dois dias depois, na entrevista que deu ao JOGO, Antero Henrique afirmou o seguinte a propósito da marca e da projecção internacional do FC Porto:

«conseguimos projectar a nossa marca, participando na Peace Cup. Este torneio veio para a Europa por sugestão do FC Porto, feita há alguns anos (...)
torneios deste nível colocam-nos em destaque em mercados muito agradáveis para a nossa marca, porque chegámos a todo o Mundo através das transmissões televisivas para mais de 40 países diferentes. De tal forma que, além do ponto de vista desportivo, no financeiro, o FC Porto tem sido a equipa portuguesa mais solicitada, talvez das mais solicitadas a nível europeu para participar neste tipo de competições, conseguindo terminar a pré-época com um saldo bastante positivo de mais de um milhão de euros. Mas também ao nível da divulgação, da expansão, do impacto cultural e social a nossa participação na Peace Cup foi muito importante para o FC Porto, confirmando a sua presença entre a elite do futebol europeu e na primeira divisão do futebol mundial.

(...) temos convites para participar nos torneios mais importantes que se realizam actualmente e alguns para torneios que, no passado foram grandes testes, e que agora são desvalorizados e por isso já não nos interessam porque são redundantes e inconsequentes do ponto de vista da expansão, consolidação e prestígio da marca FC Porto. Para um clube com a projecção do tetracampeão português, a Peace Cup é o torneio de Verão que mais interessa no sentido da projecção da marca.»


Estudos recentes feitos em Portugal, indicam que o FC Porto é a marca mais credível, porque ganhou a maioria das competições a nível nacional, conseguindo também títulos internacionais. Consequentemente, o FC Porto é escolhido pelo mérito, particularmente entre os mais jovens.

O marketing e o merchandising exploram as marcas e os clubes procuram gerar receitas a partir de produtos com a sua marca, bem como, de patrocinios e naming de instalações desportivas. Neste aspecto, penso que em Portugal ainda há muito a fazer em termos de inovação. Alguns exemplos interessantes podem ser vistos aqui.

Mas basta olharmos para o Real Madrid ou para os clubes ingleses para percebermos que esta questão da marca é algo que começa a ter um peso muito significativo, particularmente se levarmos em conta que o negócio Futebol é cada vez mais visto e gerido de forma global.

Foto: A imagem que ilustra este artigo foi produzida por Bruno Sousa. O original pode ser obtido aqui.

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