Estou a escrever este texto, ainda com os golos do nosso F.C. Porto em mente, depois da vitória contra o seu rival.
Foi uma semana atribulada, depois duma participação desastrosa no torneio de Paris, onde o F.C. Porto parecia ter alma, mas que no meio de tantos testes e substituições parecia estar pouco preparado. Do lado da imprensa tudo se escreveu: o treinador não tinha experiência, não conseguia definir o plantel e o Benfica estava mais forte. No final da semana, ainda soubemos que o Mourinho parecia também não confiar no futuro de Villas-Boas. Esta última pedrada fez-me ficar com a sensação de que iria funcionar ao contrário, como um estímulo à vitória e não o contrário. O Mourinho, que já conhece bem os cantos da casa, que cedo percebeu que já tinha passado (com Pedroto) os tempos onde passar a Ponte D. Luís era o começo de mais uma derrota, que teve de dar um murro na mesa, contra tudo e contra todos, e jurar que seria Campeão, devia desconfiar que este tipo de ataques acorda o Dragão.
O F.C. Porto joga agora (na minha opinião) duma forma diferente. Deixou de ser um Porto que esperava que eles viessem em cima, para depois, pela socapa, tentar um ataque rápido. E que quando corria atrás da despesa, por estar a perder ou por estar a jogar contra o autocarro das equipas pequenas, sentia algumas dificuldades. Quem viu o Porto do Villas-Boas, viu um Porto que não tem medo de assumir o jogo, que faz circulação de bola, sempre à procura do jogador melhor posicionada e sempre com a preocupação de fazer chegar a bola lá à frente (como se viu na bela jogada do segundo golo).
Se gostei do jogo, gostei porque o nosso F.C. Porto ganhou, mas não gostei das entradas maldosas nem do derrube descabido a Sapunaru. Não gostei de ver jogadores no chão e não aparecer nenhum colega a dar uma ajuda, penso que os treinadores também devem ter um papel importante neste ponto. Mas gostei do cumprimento do Sapunaru e do Hulk ao árbitro, valeu muito… para quem o entendeu.
Definitivamente, o novato treinador do F.C. Porto, que no primeiro teste a sério jogou logo com um rival, conseguiu esboçar uma estratégia que não deixou o adversário jogar. Não li o jogo com a suposta falta de forma, nem muito menos de rotina do Benfica (que apenas perdeu o Di Maria), vi o jogo como um Benfica oprimido que mal pode respirar. E que quando tinha a bola a jogava duma forma inconsequente, simplesmente porque o F.C.Porto estava asfixiante. Foi interessante ver que o desespero foi de tal ordem, que as substituições do Benfica ainda mais emperraram a máquina já emperrada pelo F.C.Porto. Mas, penso que mesmo os benfiquistas concordam comigo, quando digo que a baliza do clube está definitivamente mal entregue e penso que essa insegurança transparece na defesa, se calhar o Quim era uma mais valia (pelos vistos) invisível.
Gostei de ver o Sapunaru, depois da travessia do deserto, parece que temos jogador, que corre, que aguentou bem as que levou nas pernas e que ainda teve fôlego para tentar um remate traiçoeiro. Gostei do Belluschi, que traz alguma magia ao futebol e que é importante nos lances de bola parada. O Moutinho parece encher o campo, corre, passa e ainda tenta ir lá à frente é um jogador que às vezes parece à margem do jogo, mas que de repente faz a diferença. Deixei para o fim o Varela, para mim o herói da noite, dribla, corre mas sempre com os olhos na baliza, não se perdendo em ziguezagues disparatados. Já o ano passado me tinha convencido, mas este ano será o seu ano, é um jogador fantástico. Por último, espero melhores dias para o Hulk, continua a querer fazer tudo, mas a falhar muito, penso que ele ainda poderá aumentar o seu rendimento e vir a ser um grande jogador.
Um troféu perdido afinal foi para as bandas do Dragão, continuando com muito trabalho e humildade penso que teremos um Porto à Porto.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Justino Lourenço a elaboração deste artigo.
Foto: Record
Foi uma semana atribulada, depois duma participação desastrosa no torneio de Paris, onde o F.C. Porto parecia ter alma, mas que no meio de tantos testes e substituições parecia estar pouco preparado. Do lado da imprensa tudo se escreveu: o treinador não tinha experiência, não conseguia definir o plantel e o Benfica estava mais forte. No final da semana, ainda soubemos que o Mourinho parecia também não confiar no futuro de Villas-Boas. Esta última pedrada fez-me ficar com a sensação de que iria funcionar ao contrário, como um estímulo à vitória e não o contrário. O Mourinho, que já conhece bem os cantos da casa, que cedo percebeu que já tinha passado (com Pedroto) os tempos onde passar a Ponte D. Luís era o começo de mais uma derrota, que teve de dar um murro na mesa, contra tudo e contra todos, e jurar que seria Campeão, devia desconfiar que este tipo de ataques acorda o Dragão.
O F.C. Porto joga agora (na minha opinião) duma forma diferente. Deixou de ser um Porto que esperava que eles viessem em cima, para depois, pela socapa, tentar um ataque rápido. E que quando corria atrás da despesa, por estar a perder ou por estar a jogar contra o autocarro das equipas pequenas, sentia algumas dificuldades. Quem viu o Porto do Villas-Boas, viu um Porto que não tem medo de assumir o jogo, que faz circulação de bola, sempre à procura do jogador melhor posicionada e sempre com a preocupação de fazer chegar a bola lá à frente (como se viu na bela jogada do segundo golo).
Se gostei do jogo, gostei porque o nosso F.C. Porto ganhou, mas não gostei das entradas maldosas nem do derrube descabido a Sapunaru. Não gostei de ver jogadores no chão e não aparecer nenhum colega a dar uma ajuda, penso que os treinadores também devem ter um papel importante neste ponto. Mas gostei do cumprimento do Sapunaru e do Hulk ao árbitro, valeu muito… para quem o entendeu.
Definitivamente, o novato treinador do F.C. Porto, que no primeiro teste a sério jogou logo com um rival, conseguiu esboçar uma estratégia que não deixou o adversário jogar. Não li o jogo com a suposta falta de forma, nem muito menos de rotina do Benfica (que apenas perdeu o Di Maria), vi o jogo como um Benfica oprimido que mal pode respirar. E que quando tinha a bola a jogava duma forma inconsequente, simplesmente porque o F.C.Porto estava asfixiante. Foi interessante ver que o desespero foi de tal ordem, que as substituições do Benfica ainda mais emperraram a máquina já emperrada pelo F.C.Porto. Mas, penso que mesmo os benfiquistas concordam comigo, quando digo que a baliza do clube está definitivamente mal entregue e penso que essa insegurança transparece na defesa, se calhar o Quim era uma mais valia (pelos vistos) invisível.
Gostei de ver o Sapunaru, depois da travessia do deserto, parece que temos jogador, que corre, que aguentou bem as que levou nas pernas e que ainda teve fôlego para tentar um remate traiçoeiro. Gostei do Belluschi, que traz alguma magia ao futebol e que é importante nos lances de bola parada. O Moutinho parece encher o campo, corre, passa e ainda tenta ir lá à frente é um jogador que às vezes parece à margem do jogo, mas que de repente faz a diferença. Deixei para o fim o Varela, para mim o herói da noite, dribla, corre mas sempre com os olhos na baliza, não se perdendo em ziguezagues disparatados. Já o ano passado me tinha convencido, mas este ano será o seu ano, é um jogador fantástico. Por último, espero melhores dias para o Hulk, continua a querer fazer tudo, mas a falhar muito, penso que ele ainda poderá aumentar o seu rendimento e vir a ser um grande jogador.
Um troféu perdido afinal foi para as bandas do Dragão, continuando com muito trabalho e humildade penso que teremos um Porto à Porto.
Nota final: O 'Reflexão Portista' agradece ao Justino Lourenço a elaboração deste artigo.
Foto: Record
Relativamente à apreciação feita sobre os comportamentos dos jogadores na contundente cacetada aplicada ao clube de dona Vitória, permita-me observar o seguinte:
ResponderEliminarSapunaru, pelo que tem demonstrado desde que chegou ao nosso clube, tem demonstrado capacidades para ser um excelente lateral. Sabe defender e tem propensão para se integrar em jogadas de ataque. Há, contudo, um senão que por ter já várias vezes acontecido, não deve ser fácil de corrigir: a sua propensão para complicar lances aparentemente fáceis de resolver, como foi o caso de ter perdido o controle da jogada com o Coentrão que esteve prestes a terminar em falta. Não foi a primeira vez que faz disparates destes.
Hulk, precisa da bola. Pode falhar dez vezes o drible, outros tantos livres, não concluir como deve ser igual número de jogadas individuais. Põe qualquer defesa em sobressalto, exige marcações a dobrar ou triplicar e, ainda que com menor frequência que todos gostaríamos, faz coisas que só ele consegue.
No sábado pode não ter feito para a maioria um jogo de encher o olho.Mas, no meu modesto conceito, cumpriu muito bem o papel que Villas Boas lhe pediu: posicionamento táctico rigoroso, empenho e trabalho colectivo. Não foi o Hulk, fenómeno? Não. Mas se não lhe for permitido ensaiar a jogada individual, a tentativa do remate imprevisto mesmo sem êxito, nunca saberemos se de facto ele é ou não o grande jogador que faz a diferença.
Pela amostra, André Vilas Boas é um treinador que procura fazer as coisas acontecerem, ao contrário de Jesualdo, que jogava na expectativa, e mesmo de José Mourinho, cuja máxima é "evitar cometer erros e quem menos erros comete, ganha."
ResponderEliminarQuando AVB diz ter mais "adn" de Bobby Robson que de José Mourinho não está, pelos vistos, a pretender depreciar o actual treinador do Real Madrid (este é que acha que todos pensam e actuam como ele), pois esta forma de jogar do FCP na Supertaça aproximou-se mais do estilo que aquele saudoso treinador inglês imprimiu à equipa que do estilo de qualquer outro treinador do Porto desde então.
Peço desculpa pelo offtopic, mas convido-vos a todos a ver este vídeo, que reúne TODOS as agressões dos vermelhos na última Supertaça. Sim, porque há mais para além daquilo que passou na TV.
ResponderEliminarNo blog: http://misticadodragao.blogspot.com/2010/08/vale-tudo-com-joao-pode-ser-ferreira.html
No YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=mSp3wqG-iCo
Abraço.
A propósito do Sapunaru, eu penso que este ano vamos assistir a um fenómeno interessante.
ResponderEliminarEu estou convencido de que há muitos jogadores no FCPorto que nunca expuseram os 100% das suas reais habilitações técnicas devido ao estilo merdoso/medroso do futebol de Jesualdo Ferreira e estou convicto de que vai haver alguns jogadores que todos nos vamos reconhecer que este ano estão a jogar bem melhor.
O Sapunaru é mais encorpado que o Fucile -por exemplo- tem boa técnica, mas não pode avançar demasiado sem que lhe cubram as costas, porque não tem velocidade para poder recuperar de imediato...E não pode complicar, especialmente em trabalho defensivo, de resto tem bom jogo de cabeça num e noutro espaço.Os adversários não gostam muito dele o que é muito bom sinal...O ponto na equipa que tem de ser mesmo reforçado é o de Central, temos de ter alguém que dê muita confiança naquela zona, o Fernando cobriu muito bem essa parcela de terreno, mas nota-se a falta de um grandalhão que imponha ali respeito!
ResponderEliminarE Hulk, éHlk um elemento que tem que estar em campo, porque nunca se sabe o que ele pode vir a fazer, obriga a muita atenção e dispersa, desagrega, os defensores adversários, é um(o) elemento perturbador. Todos os outros beneficiam dessa acção, portanto essas tarefas de entreajuda que ele pode oferecer, devem ser aperfeiçoadas, mas não perdendo nunca de vista o essencial das suas qualidades...Em campo percebe-se bem o que estou a dizer.
Sinceramente acho q ficamos razoavelmente bem servidos com Sapu se Fucile sair.
ResponderEliminarSim, nao e' rapido e em alguns contra-ataques a coisa pode correr mal; no entanto na maior parte dos jogos do campeonato nao temos q nos preocupar com isso, e para alguma coisa existem as compensacoes.
Estamos bem, vou querer ver alguns
ResponderEliminara comer sapos vivos.....não vou deixar esquecer....
Replica disse...
ResponderEliminar«vou querer ver alguns a comer sapos vivos... não vou deixar esquecer...»
Sim, convém tomar nota do que alguns "perigosos conspiradores" (autores, convidados e comentadores) andam a escrever em blogues. Dá jeito, para... memória futura.
Hulk e Hulk logo tem de jogar
ResponderEliminar100% acordo,Meireles
Q sapos vivos?!Quem?Onde?Qtos?
Para memória futura, ganhámos hoje num campo que não vai ser fácil.
ResponderEliminarO meu PORTO está de volta, mesmo as coisas ,a não correrem sempre muito bem. é sempre de mais quebrar que torcer.
Mais apoio e menos show-off!
Saudações Portistas e Tripeiras.