quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Relembrando: Malagueta, um talento fugidio
Nascido em Benguela em 1947, Serafim dos Anjos Mesquita Pedro, no futebol conhecido como "Malagueta", chegou ao F.C. Porto em finais da época de 1965/66, na companhia de outro angolano, o Chico Gordo.
Malagueta ocupava a posição de extremo esquerdo e além da rapidez característica da posição, possuía um excelente drible curto e uma grande imaginação. Lançado por José Maria Pedroto na sua primeira época como treinador no clube (1966/67), Malagueta tinha contra si a categoria e a tenacidade de Francisco Nóbrega, "dono" do lugar durante muitos e bons anos, mas o seu amor pela "má vida" foi uma nefasta influência na sua carreira. O seu Mini Cooper S amarelo torrado tornar-se-ia um dos automóveis mais conhecidos da cidade, e a certa altura passou uns dias estacionado à porta de uma discoteca na Foz do Douro, não sei se como penhor de calotes ou de estragos. Dizia-se que era desencaminhado pelo brasileiro Djalma, outro especialista em dribles ao recolher obrigatório.
Seja como for, no final da época de 1968/69 Malagueta foi dispensado e rumou ao Barreirense, que por essas alturas era um dos mais compulsivos sobe-e-desce do futebol português. Malagueta estava a cumprir o serviço militar e também aí as coisas não lhe correram pelo melhor, tendo até passado uns tempos no presídio militar de Elvas.
Mas o talento permanecia intacto e pelas Antas ele não estava esquecido, e em 1972/73 Malagueta regressou ao F.C. Porto. Foi sol de pouca dura, pois no fim dessa época deixou definitivamente o clube e rumou a Espinho onde, em 1977/78, marcaria o golo do empate (2-2) no jogo em que os "Tigres da Costa Verde" receberam o F.C. Porto.
Ao todo representou o F.C. Porto em apenas 31 jogos do campeonato, tendo marcado 5 golos. Um desperdício enorme.
Depois voltou à sua Angola natal, até que um dia de 1986 chegou a notícia da sua morte (aos 39 anos!), em circunstâncias pessoais constrangedoras.
Passou por esta vida como passava pelos adversários: com um drible curto e rápido.
Foto: Blogue "Paixão pelo Porto"
Não só pelo nome, mas também pelos dotes futebolísticos, Malagueta ainda é um atleta que ficou na minha memória.
ResponderEliminarMalagueta morreu, segundo soube, no Sul de Portugal, no vão de uma escada...Era um jogador esguio, ágil, muito rápido e com um remate certeiro...Assim como Vermelhinho, só que moreno.
ResponderEliminarPosso estar a fazer confusão, caro Meireles, mas tenho a ideia de ter lido na altura que ele morrera em Angola. De qualquer modo agradeço a sua observação.
ResponderEliminarAlexandre:
ResponderEliminarPosso estar errado e eu erro muitas vezes, muitas mais do que gostaria, mas tenho essa memória, porventura distorcida, que Malagueta morreu na miséria, num vão de escada, no Sul de Portugal...Ainda tentei buscar algo mais na Net, mas nada de seguro me apareceu, porém deve haver informação mais exacta, Rodolfo, Rui, por exemplo devem saber, quem eventualmente a tiver que a coloque ao nosso dispôr...
Teria na altura onze anos, recordo-me de o ver nos jogos de reservas aos sábados à tarde, o Nóbrega era na altura o meu grande idolo.
ResponderEliminarVIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO
O meu idolo também era o Nobrega, que era da minha querida Vila Real...Mas Malagueta tinha algo de especial.
ResponderEliminarParabens pela frase " Passou por esta vida como passava pelos adversarios: com um drible curto e rápido."
Falo de Benguela onde Malagueta Faleceu.
ResponderEliminar