terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Dar novos Mundos ao Mundo portista
Após uns dias de férias, regressaram hoje a Portugal e aos treinos no Olival os jogadores estrangeiros do plantel, entre os quais se destaca a legião de sul-americanos: os brasileiros Helton, Souza, Fernando, Walter e Hulk; os uruguaios Fucile, Cristian Rodriguez e Álvaro Pereira; os argentinos Otamenti, Bellushi e Mariano; os colombianos Falcao, Guarín e James Rodriguez.
Ao ouvir esta notícia, lembrei-me do seguinte: Quantos internacionais colombianos actuam fora da Colômbia? E para além do FC Porto, há mais algum clube onde joguem três internacionais deste país?
Ora, eu penso que este facto poderia ser aproveitado para promover a marca FC Porto na Colômbia, um país pouco conhecido em Portugal (e o recíproco também deve ser verdadeiro).
Nas últimas duas décadas, a Colômbia tem sido muitas vezes notícia e nem sempre pelas melhores razões. Narcotráfico, Cartel de Medelin, Cartel de Cali ou Pablo Escobar foram temas em destaque na comunicação social de todo o Mundo. Ultimamente, o que deu nas vistas foram as picardias e insultos entre os presidentes Hugo Chavez e Álvaro Uribe, tendo por pano de fundo os guerrilheiros das FARC e questiúnculas antigas entre os dois países. A este propósito, convém dizer que, até 1830, Colômbia, Venezuela e Equador fizeram parte da "Gran Colombia", cuja capital era Bogotá. Mas a República da Colômbia tem outro lado e, por exemplo, também é a pátria de Gabriel García Márquez e dos cantores Juanes e Shakira.
E no futebol?
Bem, eu lembro-me do Higuita, do Valderrama e, claro, do Once Caldas.
E do outro lado do Atlântico, o que sabem os colombianos de Portugal, do Porto ou do futebol português?
Os jogos do FC Porto, perdão, os jogos da equipa onde actuam Falcao, Guarín e James Rodriguez são transmitidos na Colômbia (em directo ou diferido)?
Não sei, mas sei que com uma população de mais de 45 milhões de pessoas, a Colômbia é “só” o país mais populoso da América do Sul hispânica, sendo o terceiro país de língua espanhola a nível mundial (a seguir ao México e à Espanha).
Numa altura em que os grandes clubes europeus apostam cada vez mais na internacionalização das suas marcas, parece-me que a Colômbia e a sua vizinha Venezuela (país de forte comunidade portuguesa), são zonas do globo para onde os dirigentes do FC Porto deveriam olhar com atenção. Jogos, resumos, documentários com entrevistas, os golos de El Tigre, etc., é algo que seguramente interessaria a uma faixa significativa da população. E mesmo que não gerasse receitas a curto prazo, seria um passo em termos da expansão da marca e de potenciais receitas futuras.
O presente é importante, mas não podemos descurar o futuro. Portugal é um mercado pequeno e, tal como há 600 anos atrás, precisamos de descobrir novos Mundos para o Mundo portista.
Deco é um grande embaixador dp FC Porto no Rio de Janeiro, porque sempre nas suas entrevistas, ele sempre fala mais do do FC Porto do que Barça, Chelsea ou Selecção Portuguesa.
ResponderEliminarEm uma de suas entrevistas ao carioca Jornal dos Sports, ele disse que o melhor meio-campo com quem jogou foi com Costinha, Maniche e Pedro Mendes, colocando este meio-campo ao nível do que ele jogou no Barça, composto por ele, Xavi, Iniesta e Ronaldinho Gaúcho, numa época em que Messi era suplente.
Eu como Fluminense e Portista, fico duplamente feliz em ter visto Deco ser campeão no FC Porto, e no último dia 5, pelo Fluzão.
*Um cronista outro dia escreveu a seguinte coincidência(ou não):
Deco e Belleti, foram sempre campeões nacionais nos clubes onde faziam parte do plantel:Barça, Chelsea e Flu).Ainda bem que no FCP não foi preciso o Belleti...
Voltando ao assunto, penso que Falcão deve gozar na Colombia do mesmo prestígio que tem no FC Porto e, como muito bem diz este artigo, um embaixador forte do FCP num país de 45 milhões era muito bom, principalmente sendo vizinho da Venezuela.
Hulk também é um bom embaixador do FC Porto, já que aparece praticamente todos os dias num site desportivo brasileiro, seja pelos golos e actuações acima da média que anda a fazer, seja pelo preço da sua cláusula de rescisão.
Era uma questão de sentar e estudar o assunto com carinho e calma, mas acima de tudo, continuar na senda de ir cativando os sportinguistas novitos(adeptos), que já não aguentam mais serem eternos perdedores.Vide João Moutinho.
Acho que o tratamento da imagem do Futebol Clube do Porto no exterior deveria ir além das suas prestações nas provas internacionais em que participa. O aproveitamento da circunstância de ter jogadores oriundos de países onde, penso, não existe muito conhecimento do nosso clube e de Portugal, poderia resultar muito vantajosa para os interesses portugueses através da divulgação de um desporto tão popular e querido das populações sul-americanas.
ResponderEliminar"Numa altura em que os grandes clubes europeus apostam cada vez mais na internacionalização das suas marcas, parece-me que a Colômbia e a sua vizinha Venezuela (país de forte comunidade portuguesa), são zonas do globo para onde os dirigentes do FC Porto deveriam olhar com atenção."
ResponderEliminarNaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Qual quê???????
O caminho, pelos vistos, continua a ser apenas e só o de achincalhar o benfica em toda e qualquer merda de entrevista que se dá para um jornal ou televisão!!!!!
Seja aniversario de uma casa do FCPorto, seja a renovação com o treinador ou seja o próprio aniversario, a única expansão prevista por Pinto da Costa é a do provincianismo puro que termina a porta do estádio da luz!
Esta mentalidade rasca e anos 80 continua de tal maneira encravada naquela cabeça que tudo o resto é mera miragem!
Qual expansão, qual carapuça?
Parece-me que a internacionalização da marca é um processo inevitável, mas eu preferiria uma aposta forte no nosso país, aposta essa na vitória da equipa o que implicará no futuro um aumento do número de adeptos e potencias sócios capazes de adquirir os nossos produtos.
ResponderEliminarSó pelo facto de termos três ou quatro jogadores colombianos não acho que o FCP deva apostar no mercado colombiano. Deve sim estar atento a todos os mercados sul-ameircanos em termos de scouting, mas a aposta deveria ser mais no mercado asiático, fruto de uma outra capacidade económica que definitivamente o mercado colombiano não tem.
P.S.: As "bocas" do nosso Presidente ao rival da Luz, são as mesmas que outros presidentes de clubes de outros países fazem aos seus rivais. Recordo que Laporta foi um dos presidentes barcelonistas que mais atacou o Real Madrid e não foi por causa disso que deixou de ganhar duas Champions e construir uma das melhor equipas da história do futebol, fruto obviamente de um trabalho colectivo, mas o qual ele dava a cara.
Não posso deixar de concordar e muito com o post e com os comentários acima.
ResponderEliminarO FCP tem tudo a ganhar em apostar na internacionalização da sua marca, nomeadamente na América do Sul/Central, alavancando a sua imagem no contingente de sul-americanos que jogam cá (Colômbia, Uruguai, Argentina, Brasil, Venezuela...).
E realmente trocar as constantes alfinetadas no SLB por uma estratégia e imagem vencedora!
AFC disse…
ResponderEliminar“a internacionalização da marca é um processo inevitável, mas eu preferiria uma aposta forte no nosso país, aposta essa na vitória da equipa o que implicará no futuro um aumento do número de adeptos e potenciais sócios capazes de adquirir os nossos produtos”
É fundamental ter uma equipa ganhadora. Sem isso nada feito. 25 anos de sucessos fizeram com que o número de adeptos portistas crescesse significativamente, principalmente entre os mais jovens, mas o mercado português é pequeno e as possibilidades de crescimento são limitadas.
AFC disse…
ResponderEliminar“Só pelo facto de termos três ou quatro jogadores colombianos não acho que o FCP deva apostar no mercado colombiano”
Eu vejo a coisa ao contrário. É um desperdício ter no plantel três internacionais colombianos, incluindo uma das principais estrelas do futebol desse país – Radamel Falcao – e não tirar partido disso, nomeadamente em termos de divulgação e expansão da marca FC Porto para outros mercados.
AFC disse…
ResponderEliminar“Deve sim estar atento a todos os mercados sul-americanos em termos de scouting”
De acordo. Mas uma coisa é o scouting e outra é a estratégia que o FC Porto deveria implementar para expandir a marca para novos mercados (PALOPs, América do Sul, etc.).
AFC disse…
ResponderEliminar“a aposta deveria ser mais no mercado asiático, fruto de uma outra capacidade económica”
Sim, quando tivermos no plantel um internacional chinês, japonês ou coreano.
Pedro Reis disse…
ResponderEliminar“alavancando a sua imagem no contingente de sul-americanos que jogam cá (Colômbia, Uruguai, Argentina, Brasil, Venezuela...)”
Eu falei na Colômbia, porque no caso da Argentina e do Brasil há dezenas de jogadores-estrela a jogar em clubes estrangeiros, principalmente nos campeonatos espanhol, italiano e inglês.
Eu concordo, mas acho que esse processo dificilmente se consegue sem a parceria da Olivedesportos. É que a porta de entrada numa internacionalização seria provavelmente através de transmissões televisivas de jogos. O que imagino é que é que nesse processo, e de acordo com o que provavelmente foi negociado, o grande lucro seria para a Olivedesportos.
ResponderEliminarSem dúvida que seria uma boa aposta, mas o que exactamente? Jogos amigáveis com equipas locais?
ResponderEliminarTer jogadores (os principais)Pro si só já é internacionalização, pq quando falarem nos seus "craques" falaram certamente no clube onde jogam... Mas não me parece assim tão fácil de ir mais além.
Relativamente às alfinetadas do PC ao "suposto" benfica, é para entreter, que os benfiquistas fiquem danados, até percebo, mas os Portistas, custa-me um pouco, pq acho que é, não compreender o "peso" da história" do clube ou pelo menos da geração que o dirige e que o carrega.
ResponderEliminarPedro disse…
ResponderEliminar“esse processo dificilmente se consegue sem a parceria da Olivedesportos”
Não me parece que a Olivedesportos esteja a explorar este(s) mercado(s), pelo menos da maneira como eu defendo que deveria ser feito.
Isto não é um negócio para dar lucro imediato. É uma estratégia de médio prazo, cujo primeiro passo é a divulgação (semear), para mais tarde então apostar no merchandising e no negócio das transmissões televisivas (colher).
Carrela disse…
ResponderEliminar“Jogos amigáveis com equipas locais?”
Poderia estudar-se a viabilidade de uma digressão com jogos na Colômbia e Venezuela, mas isso seria algo complementar a outras iniciativas, como as que referi no artigo. Quais?
- Negociar com canais locais a transmissão (em directo ou diferido) de jogos do FC Porto;
- Preparação de programas com resumos dos jogos, entrevistas, os golos de El Tigre, etc., à imagem do que, por exemplo, é feito pela Premier League.
Evidentemente, tudo isto teria de ser enquadrado numa estratégia global de divulgação e expansão da marca FC Porto, em que seria importante duas coisas:
1) Haver uma Porto TV
2) (Re)negociar com a Olivedesportos a exploração de produtos FC Porto nestes mercados.
Caro José Correia,
ResponderEliminarNão creio que o mercado português seja tão limitado assim. Imagine-se que daqui a 25 anos a franja de adeptos aumentou consideravelmente e fruto de um crescimento económico do país temos um conjunto de pessoas capazes de investir num lugar anual, comprar uma camisola por época, participar em outros projectos económicos que o FCP possa ter ou a quem possa vender a marca. Trata-se de uma potencialidade única, até porque as regras da concorrência aqui não se aplicam. Ninguém vai deixar de ver jogos do FCP ou comprar uma camisola, porque a equipa adversária tem material ou bilhetes mais baratos. Aplicam-se sim regras de boa gestão, e a gestão da marca a nível interno num país da dimensão de Portugal é o futuro. São mais favorável a uma diversificação das actividades económicas do Grupo FCP do que uma internacionalização inconsequente em países pobres e apenas porque tivemos no plantel três jogadores internacionais mas com toda a certeza apenas durante uns 3 ou 4 anos. Aliás creio que a preparação de um projecto de projecção da nossa marca levaria tempo e dinheiro, e provavelmente quando o mesmo já estivesse instituído quer Falcao quer James já não estariam no clube, vendidos por somas avultadas muito mais importantes do que qualquer projecto.
Não quero com isso dizer que não deva exisitir uma internacionalização da marca. Deve existir, contudo os mercados seleccionados devem ser aqueles onde existem grandes comunidades portuguesas (PALOP’s, EUA, Canadá, Alemanha, França, etc), um pouco mais de atenção ao Norte de espanha, nomeadamente a Galiza, por afinidades culturais. Apenas referi o mercado asiático porque Macau é um local onde o português é reconhecido e a China será no futuro a maior potência económica mundial.
Relativamente ao que aqui foi dito sobre a renegociação dos direitos de transmissão, acredito que este blog tem sido importante para alertar as pessoas para situações gritantes. Até António Oliveira (provavelmente com outras intenções) alertou para essa situação na última entrevista que deu.
@AFC
ResponderEliminarA aposta no mercado interno tem sempre de existir, mas isso não invalida que não possa (deva!) existir uma estratégia de divulgação e expansão da marca FC Porto em mercados onde haja grandes comunidades portuguesas, bem como, em mercados onde os jogadores do plantel portista possam ser uma mais valia.
Não foi seguramente por acaso que o Man Utd contratou um internacional coreano.