sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A frase do ano

"Já jogámos debaixo de um dilúvio em Coimbra e vencemos. Já jogámos com neve em Viena e vencemos. Já tivemos um jogo com um rival directo, em que sofremos um golo irregular, vimos um jogador mal expulso e outro ficou em campo inexplicavelmente, que foi um misto da tempestade de Viena e do dilúvio de Coimbra; foi um ciclone que passou com apito na boca por esse jogo e conseguimos resistir."
Pinto da Costa


Salvaguardando as devidas diferenças e proporções, esta parte da entrevista de Pinto da Costa a O Jogo (publicada em 25/12/2010) fez-me lembrar um célebre discurso de Winston Churchill, em 4 de Junho de 1940, numa altura em que a Alemanha nazi ameaçava estender o seu jugo sobre toda a Europa:

"We shall go on to the end, we shall fight in France, we shall fight on the seas and the oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our Island, whatever the cost may be. We shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills. And, we shall never surrender!"

É este o espírito que me habituei a ver nas equipas do FC Porto, o espírito do dragão, que desde os anos 80 tão bem foi simbolizado por jogadores como João Pinto, André, Paulinho Santos, Baía, Jorge Costa, entre outros. "Jogadores-guerreiros", que tinham a mentalidade do antes quebrar que torcer.
E enquanto for este o espírito, por mais que nos ataquem, dentro e fora dos relvados, por mais que o centralismo nos cerque e seja cada vez mais sufocante, nós nunca baixaremos os braços, nós nunca nos renderemos!

8 comentários:

  1. É claro que o amigo não é do tempo de Monteiro da Costa, Virgílio, Carvalho, Barrigana, Vieira, Hernâni, de, de, de...
    e, do tempo que menciona, Rodolfo. Estes, merecem ser lembrados como os que acenderam a chama do "portismo tripeiro".

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  2. @r.m.silva da costa
    Seguramente que ao longo da história do FC Porto houve muitos jogadores que tinham a mentalidade do antes quebrar que torcer e não foi minha intenção menosprezá-los.

    Ao fazer uma referência temporal (desde os anos 80), isso deve-se a três factos que quase coincidiram:
    - o fim do complexo da ponte (ainda com Pedroto);
    - a eleição de Pinto da Costa em 1982;
    - o passarmos a ser conhecidos por "dragões" em vez de "andrades".

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  3. O discurso de Churchill que citas, José Correia, deu-se num contexto muito específico, o da Batalha de França, em que as coisas estavam bastante negras para os Aliados (à altura apenas França e Inglaterra). De facto, a França assinaria o armistício com a Alemanha a 22 de Junho, apenas 18 dias depois desse discurso. Ou seja, mesmo podendo achar-se paralelismos entre as duas situações, elas encontram-se apenas na retórica, pois o FC Porto não está em nenhuma situação desesperada, antes pelo contrário, enquanto que, na altura do discurso de Churchill, a Inglaterra sabia que lutava pela sobrevivência, e dentro em pouco, com a rendição francesa, ficaria só nesse combate.

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  4. Correcção: "eles encontram-se apenas na retórica" e não "elas"

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  5. Isto fez-me lembrar aquele episódio, não há assim tanto tempo, em que um submarino francês e outro inglês em manobras no atlântico rasparam levemente. - Como diziam depois em Inglaterra: os franceses renderam-se logo! -
    E, isto, para atestar que nós, apesar de portistas-portuenses, como bons portugueses nos rendemos, pode ter a certeza!
    Haja um bafo saído de um arsenal e entregámos tudo!...
    E, talvez o Churchill tivessem-lhe dado a hipótese tivesse sido um péssimo dirigente desportivo;
    o nosso presidente, com certeza, seria um péssimo primeiro ministro!...

    Tenham todos um bom ano, com muito azul e branco em festejos!

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  6. Uma boa passagem de ano e um Feliz Ano Novo, é o que desejo à gerência do blogue, como a todos os amigos que neste blogue se têm ganho.
    Abraço.

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  7. Ainda hoje na SIC sobre o Mourinho falaram de muita coisa, da sua iniciação no Benfica, do seu êxito no Chelsea e no Inter, mas sobre o período no FCdoPorto apenas um silêncio ensurdecedor...Porém, mesmo calando as referências faladas, as imagens só por si dizem tudo!...

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  8. Alexandre Burmester disse...
    "mesmo podendo achar-se paralelismos entre as duas situações, elas encontram-se apenas na retórica, pois o FC Porto não está em nenhuma situação desesperada, antes pelo contrário"

    De acordo, caro Alexandre.
    Eu aproveitei a ocasião para recordar um dos mais célebres discursos de Churchill (na minha opinião o mais empolgante), fazendo um certo paralelismo retórico e recordando o espírito guerreiro de algumas das nossas equipas e jogadores.

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