Vítor Pereira, no flash interview após o Zenit x FC Porto
No final do jogo de São Petersburgo, a explicação da derrota centrou-se, quase unicamente, na expulsão de Fucile. É evidente que não se pode minimizar a circunstância de jogar com menos um, mas esse facto, por si só, não torna inevitável a derrota num desafio de futebol, principalmente se o resultado aquando da expulsão permitir que a equipa em inferioridade numérica adopte uma postura mais defensiva.
Há dois exemplos da época passada, também de jogos fora de casa, que são elucidativos:
21 de Outubro de 2010, Besiktas x FC Porto (1-3)
À partida, este jogo era o que se previa mais difícil de entre os seis da fase de grupos da Liga Europa. O FC Porto marcou primeiro (Falcao aos 26') e, tal como contra o Zenit, a equipa ficou reduzida a dez jogadores pouco antes do intervalo (expulsão de Maicon aos 43’).
O que fez André Villas-Boas ao intervalo? Retirou o ponta-de-lança (Falcao), substituindo-o pelo defesa-central que estava no banco (Otamendi) e reorganizou a equipa em 4-4-1:
Sapunaru, Rolando, Otamendi, Alvaro Pereira
Fernando, Moutinho, Belluschi, Cristian Rodriguez
Hulk
A equipa recuou no terreno, mas continuou compacta a defender, não dando espaços aos turcos e, em contra-ataque, Hulk ainda haveria de marcar mais dois golos (aos 59’ e 77’).
Apenas em tempo de descontos, e quando o FC Porto já estava reduzido a nove jogadores (Fernando foi expulso aos 88’), é que o Besiktas marcou o golo de honra.
O FC Porto saiu de Istambul com uma vitória e, mais do que isso, psicologicamente muito reforçado para os jogos seguintes.
27 de Novembro de 2010, SCP x FC Porto (1-1)
Para o FC Porto nunca é fácil jogar em Alvalade, até porque, normalmente, o relvado está bastante inclinado a favor dos calimeros. Foi o caso deste jogo, arbitrado por Jorge Sousa, com o SCP a colocar-se em vantagem aos 37 minutos, num golo em que Valdés partiu em clara posição de fora-de-jogo.
Na 2ª parte, o FC Porto haveria de empatar por Falcao e, numa altura em que estava a dominar o jogo, viu-se reduzido a 10 jogadores, mais uma vez por expulsão de Maicon (aos 68’). Tal como em Istambul, André Villas-Boas substituiu Falcao por Otamendi, e reequilibrou a equipa atrás, adoptando novamente um 4-4-1:
Sapunaru, Rolando, Otamendi, Rafa
Fernando, Moutinho, Belluschi, Guarín
Hulk
Daí até ao fim do jogo, o SCP praticamente não foi capaz de criar uma única oportunidade de golo.
Situação muito diferente daquilo que aconteceu em São Petersburgo, em que, nos primeiros 25 minutos da 2ª parte, o Zenit marcou três golos (um deles foi mal anulado), enviou uma bola ao poste e ainda teve mais dois ou três remates perigosos por intermédio de Kerzhakov. Neste período (depois de marcar o terceiro golo o Zenit abrandou), os jogadores do FC Porto pareciam náufragos à deriva, completamente perdidos dentro de campo.
Vítor Pereira tem todas as razões para lamentar e criticar o comportamento de Fucile porque, evidentemente, jogar com menos um condiciona. Contudo, comparando aquilo que ocorreu na passada quarta-feira com situações idênticas da época passada, é indiscutível que a forma como a equipa reagiu à desvantagem numérica foi radicalmente diferente.
Quais são as razões que estão na origem desse facto?
Atendendo a que os jogadores azuis-e-brancos são praticamente os mesmos, a explicação terá de ser outra. É sobre isso que Vítor Pereira deve refletir profundamente, de modo a corrigir rapidamente tudo aquilo que tem estado mal.
Será capaz?
Há dois exemplos da época passada, também de jogos fora de casa, que são elucidativos:
21 de Outubro de 2010, Besiktas x FC Porto (1-3)
À partida, este jogo era o que se previa mais difícil de entre os seis da fase de grupos da Liga Europa. O FC Porto marcou primeiro (Falcao aos 26') e, tal como contra o Zenit, a equipa ficou reduzida a dez jogadores pouco antes do intervalo (expulsão de Maicon aos 43’).
O que fez André Villas-Boas ao intervalo? Retirou o ponta-de-lança (Falcao), substituindo-o pelo defesa-central que estava no banco (Otamendi) e reorganizou a equipa em 4-4-1:
Sapunaru, Rolando, Otamendi, Alvaro Pereira
Fernando, Moutinho, Belluschi, Cristian Rodriguez
Hulk
A equipa recuou no terreno, mas continuou compacta a defender, não dando espaços aos turcos e, em contra-ataque, Hulk ainda haveria de marcar mais dois golos (aos 59’ e 77’).
Apenas em tempo de descontos, e quando o FC Porto já estava reduzido a nove jogadores (Fernando foi expulso aos 88’), é que o Besiktas marcou o golo de honra.
O FC Porto saiu de Istambul com uma vitória e, mais do que isso, psicologicamente muito reforçado para os jogos seguintes.
27 de Novembro de 2010, SCP x FC Porto (1-1)
Para o FC Porto nunca é fácil jogar em Alvalade, até porque, normalmente, o relvado está bastante inclinado a favor dos calimeros. Foi o caso deste jogo, arbitrado por Jorge Sousa, com o SCP a colocar-se em vantagem aos 37 minutos, num golo em que Valdés partiu em clara posição de fora-de-jogo.
Na 2ª parte, o FC Porto haveria de empatar por Falcao e, numa altura em que estava a dominar o jogo, viu-se reduzido a 10 jogadores, mais uma vez por expulsão de Maicon (aos 68’). Tal como em Istambul, André Villas-Boas substituiu Falcao por Otamendi, e reequilibrou a equipa atrás, adoptando novamente um 4-4-1:
Sapunaru, Rolando, Otamendi, Rafa
Fernando, Moutinho, Belluschi, Guarín
Hulk
Daí até ao fim do jogo, o SCP praticamente não foi capaz de criar uma única oportunidade de golo.
Situação muito diferente daquilo que aconteceu em São Petersburgo, em que, nos primeiros 25 minutos da 2ª parte, o Zenit marcou três golos (um deles foi mal anulado), enviou uma bola ao poste e ainda teve mais dois ou três remates perigosos por intermédio de Kerzhakov. Neste período (depois de marcar o terceiro golo o Zenit abrandou), os jogadores do FC Porto pareciam náufragos à deriva, completamente perdidos dentro de campo.
Vítor Pereira tem todas as razões para lamentar e criticar o comportamento de Fucile porque, evidentemente, jogar com menos um condiciona. Contudo, comparando aquilo que ocorreu na passada quarta-feira com situações idênticas da época passada, é indiscutível que a forma como a equipa reagiu à desvantagem numérica foi radicalmente diferente.
Quais são as razões que estão na origem desse facto?
Atendendo a que os jogadores azuis-e-brancos são praticamente os mesmos, a explicação terá de ser outra. É sobre isso que Vítor Pereira deve refletir profundamente, de modo a corrigir rapidamente tudo aquilo que tem estado mal.
Será capaz?
19 comentários:
Para mim a diferença é clara o Zenit é bastante superior a essas duas equipas, em Portugal o zenit disputava o título com o Porto o Sporting não.
E que tal deixar de escrever um post por dia a dar "porrada" no treinador? Ainda por cima sobre factos que toda a gente reparou e nao passou despercebido a ninguem...
Ja percebemos que o RP está muito apreensivo no que toca a competencia do nosso treinador, eu tambem, mas deixemo-nos de descascar no treinador por tudo e por nada. Se hoje voltarmos a ter uma exibicao apagada, entao terao razao para escrever outro post destes, ate lá...eu esperaria.
Até concordo que seria a substituição mais aceitavel (eu teria substituido varela, acabado de entrar), mas não sao situações ocmparaveis. O ano passado, os turcos e o SCP, ficaram a uns 30 pontos de distancia do 1º classificado dos seus campeonatos. São equipas de valor incomparável, em competições completamente distintas.
Queria só chamar a atenção para que em ambos esses jogos foi expulso um central, e havia outro central no banco. No jogo dO Zenit, também claramente melhor equipe, foi expulso um defesa -lateral direito- e não havia mais nenhum no banco...
assim como assim, não é pouca a diferença!...
Nelson Coutinho disse: «E que tal deixar de escrever um post por dia a dar "porrada" no treinador? »
Mais uma vez digo: e que tal alguns dos nossos estimados leitores deixarem de nos dar conselhos sobre o que devemos ou não escrever, e quando, e comentarem apenas o que escrevemos?
E que tal deixarem-se dessas tentativas de coartação da liberdade de expressão alheia?
Acrescento: ao contrário das sociedades anglo-saxónicas, em Portugal a liberdade de expressão não é um valor primordial. Há uma grande falta de "cultura da liberdade" em Portugal.
José Correia:
Dou mais um exemplo, embora já longínquo. Algures nos anos '90, talvez nos tempos de Carlos Alberto Silva, jogávamos em Alvalade e Fernando Couto foi expulso aos 20' com o marcador em 0-0. Resultado final: 2-0 para o Porto (golos de Kostadinov e Bandeirinha).
Mais, passo a citar Bobby Robson, após ter empatado 1-1 na Luz, terminando o jogo com 9 homens: "One of these days I'm going to play against Benfica with eleven players". Mas nem pelo facto de jogar com menos de 11 ele perdia os jogos.
A nossa 2ª parte em Sampetersburgo foi uma claríssima demonstração de falta de competência por parte do nosso treinador, mesmo que alguns prefiram olhar para o lado e fingir que nada viram. Claro que se amanhã - amanhã é uma maneira de dizer - o treinador for dispensado, apressar-se-ão a dar razão a quem o dispensou.
Eu acho que neste momento Pinto da Costa partilha com a grande maioria dos portistas uma profunda apreensão acerca da capacidade de Vítor Pereira. Mas há sempre aqueles que, mais papistas que o Papa (sem intenção de piada), se dispõem a defender o quase indefensável. Que se há-de fazer? Uma coisa é certa: não vou recomendar-lhes que se calem. Prezo muito a liberdade de expressão, especialmente a daqueles que não pensam como eu.
Caro Alexandre Burmester:
Tal como voce critica a falta de competencia do treinador e se acha em pleno direito de o fazer (eu tambem acho), acho que tambem devia reconhecer o direito aos leitores em criticar determinados aspectos do RP. Enquanto a critica for construtiva e nao se cometerem excessos (o que me quer parecer que ainda nao aconteceu), nao vejo razao para se chamar a atencao aos leitores...
Até porque quando a critica é a mesma e vem de vários lados, em principio é que porque ela é pertinente...digo eu...
De resto, o tema do post já foi várias vezes debatido em ocasioes anteriores...
Saudacoes Portistas
Caro Nelson Coutinho,
Eu reconheço todo o direito (faltava mais!) aos nosso leitores de criticarem o que escrevemos. O que me custa a aceitar - e deixei isso claro, penso eu - são os comentários que dizem, sugerem ou insinuam, que deveríamos abstermo-nos de escrever isto ou aquilo. Isso é que, francamente, me parece descabido.
Quanto à crítica vir "de vários lados", deixe-me que lhe diga que a percentagem de leitores do nosso blogue que comenta os artigos é ínfima, pelo que as opiniões que emitem está muito longe de poder ser considerada uma amostra representativa.
Um abraço
Nelson Coutinho disse...
E que tal deixar de escrever um post por dia a dar "porrada" no treinador?
Se tem vontade em comentar, que tal comentar o conteúdo do post?
pedro disse...
São equipas de valor incomparável
Vai-me dizer que é fácil jogar em Istambul ou em Alvalade com menos um jogador?
mlmsilva disse...
o Zenit é bastante superior a essas duas equipas, em Portugal o zenit disputava o título com o Porto
Já agora, na sua opinião o Zenit é também muito superior ao CSKA e ao Spartak Moscovo?
reine margot disse...
foi expulso um defesa -lateral direito- e não havia mais nenhum no banco
Quem escolheu os jogadores que estavam sentados no banco?
Quem optou por não ter nenhum defesa-lateral no banco?
Caro José Correia,
mas é precisamente isso que critico: nao vale a pena comentar o conteudo deste post, pois isto já foi largamente debatido em posts anteriores...É só a minha modesta opiniao...
José Correia,
não é fácil jogar em Istambul ou Alvalade, mesmo com 11, mas na epoca passada ambas tinham um futebol fraquissimo, por isso em nada comparavel com a força deste Zenit, que na semana passada, a 5 jornadas do fim liderava o campeonato russo com 2 pontos de vantagem sobre o CSKA.
carrega VP...aqui tens de levar com 1 post por dia a cascar em ti...às tantas é dos assobiadores que poisam do Dragão!!!
Estas comparações têm sempre o seu quê de relativo....como já muita gente disse o nível dessas equipas se comparadas com o zenit nem é comparável.....e sim...é mais forte que o CSKA e claramente mais forte que o Spartak...já o Besiktas foi 5 ou 6º lá na terra dele!!! sintomático...já o sporting...bom....ficou a trinta e muitos pontos do Campeão...portanto não haja dúvida que era um colosso!
Quanto à infelicidade de não haver mais DD no banco...com Sapunaru lesionado gostava de saber quem seria, então.
Mas já que se deu ao trabalho de fazer as estatísticas sugiro-lhe mais uma....ver quantas equipas, na Liga dos Campeões, conseguiram sair vitoriosas em inferioridade numérica...fora de casa! Paletes delas, imagino eu!!!! Fico a aguardar!
Nelson Coutinho disse...
nao vale a pena comentar o conteudo deste post, pois isto já foi largamente debatido em posts anteriores
O que é que já foi debatido em posts anteriores?
O modo como as equipas se reorganizam quando ficam a jogar com menos um, já tinha sido largamente debatido em posts anteriores?
O Nelson Coutinho deu a sua opinião sobre isso?
Dragão dos Diabos disse...
Quanto à infelicidade de não haver mais DD no banco...com Sapunaru lesionado gostava de saber quem seria
Na quarta-feira o Sapunaru estava lesionado e passado dois dias surgiu com uma mialgia de esforço? É isso?
Deixe lá, não se canse a pensar mais neste assunto.
Dragão dos Diabos disse...
quantas equipas, na Liga dos Campeões, conseguiram sair vitoriosas em inferioridade numérica...fora de casa!
Perder em São Petersburgo não é um drama e muito menos se a equipa estiver com menos um. O problema foi a forma como o FC Porto "jogou" na 2ª parte e particularmente nos primeiros 25-30 minutos da 2ª parte.
Viu? Eu tenho o jogo gravado e já vi com muita atenção.
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