sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A revolta dos pequenos

"O presidente da Liga é colocado na Liga pelos interesses do lóbi que controla o futebol em Portugal - a Olivedesportos, obviamente. Alguma vez o Fernando Gomes ia para presidente da Liga? Isto de o Benfica, o Sporting e o FC Porto dizerem que estão zangados é tudo conversa. (...)
Até já sei quem vai vencer na Liga... Não interessa ter mais apoios, interessa ter esse apoio dessa empresa de que sou fundador."
António Oliveira, entrevista na RTP Informação, 07/01/2012


«Últimas indicações relativas à corrida eleitoral para a presidência da Liga de Clubes: Mário Figueiredo recuperou terreno e pode ganhar a António Laranjo. As últimas cartadas jogam-se entre hoje e amanhã.

O advogado portuense, que é genro do presidente do Marítimo e integra o escritório do administrador portista Adelino Caldeira, tem colhido inesperados apoios...

Mas o jogo ainda não está feito e convém não esquecer que Laranjo tem o apoio da troika formada pelos três grandes e continua a ganhar na II Liga...»
Eugénio Queirós, Record, 10/01/2012


Tudo indicava que António Laranjo tinha a eleição garantida e afinal...

Mário Figueiredo foi eleito presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, tendo obtido 27 votos, contra 21 de António Laranjo, o candidato apoiado pelos três grandes e, supostamente, pela Olivedesportos.

Veremos se ontem não foi dado o primeiro passo para, contra a vontade dos três grandes e de Joaquim Oliveira, obrigar a Olivedesportos a negociar os direitos televisivos em pacote.

2 comentários:

  1. "O advogado portuense...integra o escritório do administrador portista Adelino Caldeira.."

    O Adelino Caldeira já não é um dos "homens" de Joaquim Oliveira ???

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  2. Boa Tarde.
    Ainda está bem presente na memória de todos a luta que foi travada entre duas facções nas eleições da Federação Portuguesa de Futebol.
    Uns dias antes, ouvi aquele "senhor" que representa o Benfica no programa Dia Seguinte da SIC Notícias, dizer que o nível de comprometimento de alguns clubes para com a candidatura de Fernando Gomes era de tal ordem que, para Carlos Marta ganhar, alguém teria de trair essa sua tomada prévia de posição, e inverter a palavra dada ao próprio Fernando Gomes.
    O que me traz de volta a estas eleições.
    Creio que tal como eu viram noticiada na imprensa, uma reunião entre todos os clubes da Segunda Liga na sede da Liga Portuguesa de Futebol, onde terá ficado decidido que, TODOS os clubes desta divisão, votariam em bloco e o candidato escolhido era António Laranjo.
    Ora como os TRÊS GRANDES manifestaram o seu apoio a este candidato e o Universo de votos era de 48 (sendo dois para cada clube da Primeira Liga e um para cada clube da Segunda Liga), António Laranjo teria garantidos nada menos do que 22 votos (16 + 3*2 = 22), faltando assim apenas um clube dos restantes (todos da Primeira Liga com direito a dois votos cada) para que houvesse pelo menos um empate.
    Não seria difícil de prever, devido às proximidades conhecidas, que pelo menos António Salvador e Emílio Macedo votassem também em António Laranjo...
    Ora, conhecidos os resultados, instalou-se de imediato um ambiente de cortar à faca perante um parcial de 27 - 21 favorável a Mário Figueiredo...
    Não é preciso ser um Rui Oliveira e Costa para se perceber que houve "vira-casacas" nesta eleição!
    O que importa agora perceber é, se esta foi de facto uma revolta dos pequenos que, com o "El-Dorado" prometido da alteração de 16 para 18 clubes no primeiro escalão do futebol português à vista, e a renegociação dos direitos televisivos em bloco, acreditam serem os grandes beneficiados com a eleição de Mário Figueiredo, ou se por outro lado, não haverá aqui um "Dedo Grande" a remexer esta ferida, para sair beneficiado com um volte face que ninguém esperaria.
    O que é certo é que a partir de agora NADA SERÁ COMO DANTES, como já o disse por exemplo, o Presidente da Oliveirense.
    Há muitos clubes (leia-se dirigentes...), que ficaram em estado de sítio, perante a alteração do sentido de voto de NOVE(!!!) dos dezasseis clubes da Segunda Liga.
    Assim sendo, 21 - 9 = 12, o que quer dizer que apenas SEIS clubes da Liga Principal estão com o novo Presidente.
    Adivinha-se um muito difícil convívio na Liga a partir deste momento e, veremos se esta não foi uma machadada decisiva em muitas das relações de "proximidade" existentes há anos no nosso futebol.
    Os próximos capítulos o dirão mas parece-me que não se augura nada de bom para o futuro do futebol em Portugal.
    Votos de um excelente fim-de-semana a todos e, que venha de lá uma grande vitória contra o Rio Ave amanhã.

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