Há uma semana atrás, no terceiro jogo dos quartos-de-final do play-off da Liga Portuguesa de Basquetebol, dois dos três estrangeiros do Vitória de Guimarães (o letão Maris Gulbis e o norte-americano Brian Morris) recusaram-se a defrontar o FC Porto, alegadamente por não terem recebido, pelo menos, parte dos seis meses de salários que se encontram em atraso.
Esta noite, o FC Porto deveria receber o CAB Madeira no Dragão Caixa, para o primeiro jogo das meias-finais do play-off, mas a direção do clube madeirense anunciou hoje mesmo que desistia da competição e emitiu o seguinte comunicado:
«O Conselho de Administração do CAB-Madeira, SAD, informa que não irá tomar parte nos restantes jogos da edição deste ano dos 'play-off'. Esta decisão, que não influencia a permanência do CAB-Madeira na Liga, surge após o Conselho de Administração ter esgotado todos os canais ao seu alcance com vista o financiamento da deslocação da equipa ao continente e as despesas de transportes aéreos, alojamento e alimentação que lhe estão inerentes»
Mas que raio de competição profissional é esta?
Se, por razões financeiras, o CAB Madeira não tem condições para disputar os play-off (o presidente da Federação afirmou ter conhecimento que dirigentes do CAB pagaram do seu bolso viagens anteriores), não faria mais sentido ser substituído pela equipa que eliminaram nos quartos-de-final (o Barreirense)?
Com os patrocinadores a afastarem-se (Vista Alegre, Aerosoles, etc.), o fim, ou redução drástica, dos apoios de câmaras e governos regionais, a que se juntam exemplos destes, o futuro do basquetebol português (e das modalidades erradamente ditas amadoras) é cada vez mais negro.
P.S. E convém lembrar que o FC Porto contratou um base norte-americano - Ricky Cadell - propositadamente para jogar nestes play-off...
Foto: Vimaranes
Se, por razões financeiras, o CAB Madeira não tem condições para disputar os play-off (o presidente da Federação afirmou ter conhecimento que dirigentes do CAB pagaram do seu bolso viagens anteriores), não faria mais sentido ser substituído pela equipa que eliminaram nos quartos-de-final (o Barreirense)?
Com os patrocinadores a afastarem-se (Vista Alegre, Aerosoles, etc.), o fim, ou redução drástica, dos apoios de câmaras e governos regionais, a que se juntam exemplos destes, o futuro do basquetebol português (e das modalidades erradamente ditas amadoras) é cada vez mais negro.
P.S. E convém lembrar que o FC Porto contratou um base norte-americano - Ricky Cadell - propositadamente para jogar nestes play-off...
Foto: Vimaranes
Acaba por ser uma consequência natural. Todo o desporto (e sociedade) está neste estado.
ResponderEliminarNos próximos 2 anos vão acontecer mudanças radicais nos financiamentos a todo o tipo de desporto e consequentemente aos ordenados auferidos por todos os agentes.
As equipas que já eram cumpridoras do orçamento do início do ano vão ser as que mais facilmente irão sobreviver.
Quem sempre viveu acima das possibilidades vai ter imensas dificuldades, e é bem possível (e desejável) que tenha de abandonar as principais competições.
«Esta desistência, única na modalidade a este nível - o Penafiel abdicou no início da época, mas sem prejudicar a competição -, é um culminar dos problemas dos clubes madeirenses que já levaram ao afastamento do Porto Santo no hóquei em patins e do Machico no voleibol. Devido aos atrasos nos subsídios do Governo Regional, os clubes começaram por acumular salários em atraso, mas não têm conseguido desbloquear os bilhetes de avião junto das agências de viagens.»
ResponderEliminarin ojogo.pt
"É uma frustração muito grande, porque superámos tudo o que pudemos - quando fomos ao Porto, no último jogo da fase regular, dormimos em casa de amigos - e agora não é possível, porque foram esgotados todos os recursos..."
ResponderEliminarJorge Coelho, jogador do CAB