«“Contra o Benfica não, contra o clubismo exacerbado”. É desta forma que se justifica em declarações ao Relvado o pai portista que se queixou da versão “Vai-te embora pulga maldita / batata frita / viva o Benfica” da canção infantil “Atirei o pau ao gato”. (…)
O caso passou-se no Jardim de Infância de Santo Isidoro da Ericeira (…).
“É um hábito de tal forma entranhado, que acharam um absurdo vir eu pedir para mudar aquilo”, desabafa, atestando que “é quase como que uma lei” e relatando que os miúdos “cantam duas, três vezes por dia” a canção numa “prática diária”. “As crianças aos três anos não percebem, mas aos 4 já percebem, e ficam lá até aos 5, 6 anos”»
in Relvado
Que a maioritária “família benfiquista” do Jardim de Infância da Ericeira tenha encarado o pedido deste pai como sendo absurdo, não me surpreende minimamente. O Fátima, Fado e Futebol deste triste país dos 3 F’s não se apaga de um dia para o outro e, de forma semelhante, há poucos anos também houve gente que achou estranha a ordem do Ministério da Educação para, cumprindo o que diz a Constituição, mandar retirar os crucifixos que estavam afixados em salas de aulas de escolas públicas. Agora, haver jornalistas “modernaços” da cosmopolita capital, que tenham vindo a público classificar esta queixa como algo ridículo, despropositado e consequência da rivalidade extrema entre dois clubes, é um sinal preocupante dos tempos que vivemos.
Deixem as criancinhas em paz, deixem-nas cantar à vontade o que elas querem (na realidade, o que os pais/educadores lhes ensinaram…). Pois, dito assim isto soa tão inofensivo, não é?
Já agora, sendo o benfica uma religião e o estádio da Luz “a catedral”, porque não pôr os meninos da Ericeira a cantar músicas religiosas e a rezar o Pai Nosso três vezes ao dia? A maioria destas crianças, além de benfiquista, não é também católica (por opção dos seus pais)?
O problema, como é óbvio, não está em adaptar uma “rima inofensiva” a uma popular canção infantil. A questão é se, de forma sistemática e repetitiva, devem ser promovidas estas cantilenas (e porque não outras?) em escolas públicas, com a conivência, se não mesmo incentivo, de educadores e responsáveis dessas escolas.
Como é sabido, os cérebros das crianças são como esponjas, absorvem tudo, e é por isso que, nestas idades, as lavagens cerebrais são tão eficazes. Daí que alguns “educadores do povo”, a coberto do “deixem cantar as criancinhas”, não se importem que uma escola pré-primária seja transformada numa espécie de Madrassa.
E, já agora, gostava de saber por onde andam os movimentos cívicos que defenderam a retirada de símbolos religiosos de estabelecimentos públicos (como escolas e hospitais), por considerarem tal facto uma espécie de evangelização forçada e, consequentemente, uma castração da liberdade individual.
Os benfiquistas da Ericeira gostam de promover lavagens cerebrais? Façam-nas em família, entre amigos ou, quiçá, na casa do slb da Ericeira. Numa escola que recebe dinheiro do Estado português o qual, oficialmente, ainda é laico e sem cor clubista, não!
Numa sociedade cada vez mais multicultural, a maioria não pode impor a sua vontade em termos de gostos e oprimir o direito à diferença. É também por isto que eu não sou benfiquista, nem nunca serei “bom chefe de família”…
O caso passou-se no Jardim de Infância de Santo Isidoro da Ericeira (…).
“É um hábito de tal forma entranhado, que acharam um absurdo vir eu pedir para mudar aquilo”, desabafa, atestando que “é quase como que uma lei” e relatando que os miúdos “cantam duas, três vezes por dia” a canção numa “prática diária”. “As crianças aos três anos não percebem, mas aos 4 já percebem, e ficam lá até aos 5, 6 anos”»
in Relvado
Que a maioritária “família benfiquista” do Jardim de Infância da Ericeira tenha encarado o pedido deste pai como sendo absurdo, não me surpreende minimamente. O Fátima, Fado e Futebol deste triste país dos 3 F’s não se apaga de um dia para o outro e, de forma semelhante, há poucos anos também houve gente que achou estranha a ordem do Ministério da Educação para, cumprindo o que diz a Constituição, mandar retirar os crucifixos que estavam afixados em salas de aulas de escolas públicas. Agora, haver jornalistas “modernaços” da cosmopolita capital, que tenham vindo a público classificar esta queixa como algo ridículo, despropositado e consequência da rivalidade extrema entre dois clubes, é um sinal preocupante dos tempos que vivemos.
Deixem as criancinhas em paz, deixem-nas cantar à vontade o que elas querem (na realidade, o que os pais/educadores lhes ensinaram…). Pois, dito assim isto soa tão inofensivo, não é?
Já agora, sendo o benfica uma religião e o estádio da Luz “a catedral”, porque não pôr os meninos da Ericeira a cantar músicas religiosas e a rezar o Pai Nosso três vezes ao dia? A maioria destas crianças, além de benfiquista, não é também católica (por opção dos seus pais)?
O problema, como é óbvio, não está em adaptar uma “rima inofensiva” a uma popular canção infantil. A questão é se, de forma sistemática e repetitiva, devem ser promovidas estas cantilenas (e porque não outras?) em escolas públicas, com a conivência, se não mesmo incentivo, de educadores e responsáveis dessas escolas.
Como é sabido, os cérebros das crianças são como esponjas, absorvem tudo, e é por isso que, nestas idades, as lavagens cerebrais são tão eficazes. Daí que alguns “educadores do povo”, a coberto do “deixem cantar as criancinhas”, não se importem que uma escola pré-primária seja transformada numa espécie de Madrassa.
E, já agora, gostava de saber por onde andam os movimentos cívicos que defenderam a retirada de símbolos religiosos de estabelecimentos públicos (como escolas e hospitais), por considerarem tal facto uma espécie de evangelização forçada e, consequentemente, uma castração da liberdade individual.
Os benfiquistas da Ericeira gostam de promover lavagens cerebrais? Façam-nas em família, entre amigos ou, quiçá, na casa do slb da Ericeira. Numa escola que recebe dinheiro do Estado português o qual, oficialmente, ainda é laico e sem cor clubista, não!
Numa sociedade cada vez mais multicultural, a maioria não pode impor a sua vontade em termos de gostos e oprimir o direito à diferença. É também por isto que eu não sou benfiquista, nem nunca serei “bom chefe de família”…
Excelente.
ResponderEliminarNao sabia da reaccao dos jornalistas modernacos mas quando li a noticia fiquei espantado com o facto de uma "educadora" de criancas fazer afirmacoes como "quem esta mal mude-se" e justificar-se pelo facto da maioria das criancas serem do Benfica.
Por estes lados estaria por esta altura a procurar outro emprego.
Grande José Correia
ResponderEliminarSabe? Eu sou “desse” tempo. Na “primária” lá estavam o Carmona (veja lá como eu sou velho), o Salazar, e o crucifixo dependurados na parede.
Nos meus primeiros 21 anos de vida, quem dava cartas eram os calimeros. Ganharam, nada mais, nada menos, do que 10 campeonatos. As águias, que ainda não estavam falidas venceram 6, o Belenenses 1 e nós 4, o último dos quais (58/59) o do Calabote.
E eu estive lá! No velhinho Campo das Covas, sentado no saibro à espera que esse gatuno apitasse para acabar o jogo dos benfas com a Cuf. Mas dessa epopeia já o Reflexão Portista se encarregou de explicar aos mais novos a tentativa do roubo que acabou por falhar.
Depois foi preciso avançarmos até 1977 (com 14 campeonatos para o que haveria de ser o clube do regime, e 4 para os viscondes) até conseguirmos vencer outro título, e logo em 2 anos seguidos.
Sabe uma coisa? Eu até acho graça aos que, às vezes, me acusam de ser um anti-benfica, esse sim o verdadeiro sistema. Pois sou, e com muito gosto. Por isso o senhor Dias da Cunha sabe bem do que fala. É que, a malta nova, nem sonha o que nós passámos durante dezenas de anos. Íamos a Guimarães, e partiam-nos a cabeça com guarda-chuvas. Em Braga, despejavam-nos penicadas de mijo. Os sócios desses clubes eram na maioria adeptos da “instituição”. Então na 2ª Circular, nem é bom falar. As pedradas de agora, são agradáveis carícias de algodão comparadas com aqueles tempos.
Esses tais “movimentos cívicos” são iguaizinhos às “verdades desportivas” apregoadas nos pasquins e televisões da capital do reino. Basta ver as figurinhas que o clube do Circo anda a fazer há umas jornadas para cá. Como estão desesperados, insultam tudo quando é árbitro, nacional ou estrangeiro, fazem queixinhas aos governantes da treta que agora pululam nos corredores do poder. É que, esses sim, não mudaram nada, só mudaram as moscas.
Grande abraço
Hipócritas! Se alguém é lavado ao cérebro são vocês!
ResponderEliminarEntão a professora não tem o direito de cantar o que quiser? Uma canção já muito antiga que nem sequer diz bem do Benfica. É apenas uma brincadeira! Como se as simpatias clubísticas de decidissem nos jardins de infância!
Do mais ridículo que se vê! Querem transformar o pais num país de atrasados mentais igual ao que acontece em certas zonas do norte do país, Braga e Porto, por exemplo!
Eu disse logo na altura q o inacreditável nem é q tenham feito isso na escola, mas sim q tenham reagido da forma q reagiram quando houve queixa.
ResponderEliminarNum pais civilizado pediam logo desculpa e paravam, mas o salazarismo demora muito tempo a ser extinto...
mai nada, caro José
ResponderEliminarManuel, está visto que o senhor é um pouco limitado intelectualmente...Mas eu vou tentar explicar: a canção é realmente muito antiga, mas a letra fui adulterada pela professora por forma a incluir um "viva ao Benfica", percebe? Na letra original da canção, não há nenhuma referência ao Benfica.
ResponderEliminarEra como se aqui no Porto se alterasse a letra do hino nacional e incluísse um viva ao FC Porto.
Eu estou como o José Rodrigues: a mim o que me choca mais nisto, é es pessoas acharem isto uma coisa normal e não verem nada de errado no que a tal "professora" fez.
Manuel:
ResponderEliminarSe nao percebes porque e que uma educadora nao deve fazer "brincadeiras" que criem descomforto nos alunos nao percebes muito sobre metodos pedagogicos.
Ha niveis de descomforto necessarios em qualquer sistema de formacao que levam os alunos a reagir e a aprender. O objectivo do descomforto a que nos referimos nao e esse, nao tem qualquer enquadramento pedagogico antes pelo contrario faz um alguns alunos sentirem-se excluidos do grupo o que e essencialmente anti-pedagogico.
Ja agora formam-se duas linhas com os alunos do Benfica a darem pontapes nos alunos que nao sejam do Benfica quando estes passarem pelo meio. E um processo mais violento mas o objectivo sera o mesmo.
Que uma "educadora" nao perceba isso espanta-me, que reaja da forma como reagiu enfurece-me.
Há que propagar os mitos dos 6 milhões, da verdade desportiva, dos "mais grandes" e para isso há que formatar as mentes daqueles que ainda são ingénuos demais para engolir semelhantes bacoradas.
ResponderEliminarGoebbels não poderia encontrar seguidores mais fieis.
O Manuel deve estar a gozar, não?
ResponderEliminarSe sim, eu entro na onda e também acho que a professora até podia cantar o "e ó Benfica vai pró caralho", aproveitando para de seguida explicar às criancinhas que caralho era a cesta no cimo do mastro das caravelas portuguesas para onde eram enviados de castigo os marinheiros que cometiam alguma infração a bordo, sendo esta a origem da expressão "vai pr'ó caralho". Juntava assim uma musiquinha popular em todo o país (a começar na zona de Alvalade) com uma aula de cultura dos descobrimentos, algo que o "atirei o pau ao gato" não permite.
Se não, se está a falar a sério, também adorei o comentário. O Zé Manel taxista em todo o seu esplendor! Mijei-me de tanto rir!
Quanto ao tema do artigo, o ridículo é de facto a reacção da escola, dos professores, de alguns paizinhos e de alguma comunicação social. Aliás, isto só foi notícia por causa dessa reacção. Se simplesmente deixassem de cantar a música com esse final, isto nunca seria notícia.
Miguel Magalhães, não acredites em tudo o que recebes por mail ou lês na wikipedia.
ResponderEliminarCaro João Saraiva, não acredito, obrigado. Essa era a parte em que estava na onda do gozo do Manuel. A parte a sério foi a que me ri bastante - ia voltar a dizer que me mijei a rir mas não encontrei o significado da expressão na wikipédia :-)
ResponderEliminarOk, ok, ok, mas não comparemos a retirada dos crucifixos das escolas, uma medida desnecessária, e ofensiva para muitíssima gente - e eu quero lá saber que a Constituição diga que o Estado é laico, pois também diz que ele é "um Estado de Direito" - com este imbecil canto inventado pela educadora da Ericeira.
ResponderEliminarE na foto do crucifixo junto a Salazar e Tomás, quem está a mais é apenas o primeiro, pois é normal em muitos edifícios públicos encontrar-se a foto do Chefe de Estado - cá ou em outro pais qualquer. Entrem numa Junta de Freguesia e vejam se não está lá o Cavaco na parede, com antes estiveram Sampaio, Soares, Eanes, etc.
Beirao Portista
ResponderEliminarÓ tempo volta pra trás! SEja no caso do Jardim de Infância da Ericeira, que não é caso único, seja no regresso às vitórias morais! E o colaboracionismo da imprensa regionalista da Capital do ex-Império agora falido?
É por causa de lamentáveis episódios como este ( mas não só, claro ) que não me arrependo de ter emigrado.
ResponderEliminarO benfiquismo é uma doença que mina o País há décadas e é muito mais que um simples clubismo. É uma maneira de estar na vida e um culto: o culto da mediocridade, do facilitismo, do saudosismo, da inveja e da prepotência. Que 6 milhões de idiotas o professem ainda vá, agora que ainda seja a "religião oficial" do regime é que não é tolerável.
Eѕ un gran placег lеer cοѕas tan inteгesantes.
ResponderEliminarAhoгa miѕmo lo νoy a postear en mi twіtter, ѕаludos!
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