segunda-feira, 25 de junho de 2012

Istvan Vad - o gajo que tramou Platini


Istvan Vad é a prova de que Platini estava errado (mais uma vez) obrigando-o a engolir um sapo (mais uma vez...).

Mais uma vez temos um caso num Europeu ou Mundial com uma bola que entra mas não conta (desta feita no Inglaterra – Ucrânia). Segundo Platini, a introdução de 2 árbitros-assistentes adicionais na linha de fundo seria a garantia de que não mais teríamos casos destes, mas apesar de estar a uns 5 metros da bola e com visibilidade perfeita... o senhor Vad não viu que a bola tinha entrado (e ao contrário de outros, acredito sinceramente que estivesse de boa fé). Ironicamente, dois dias antes Platini tinha afirmado a boca cheia que casos como o golo não sancionado a Lampard 2 anos antes no Mundial não voltaria a repetir-se.

Também - e apesar dos 2 árbitros-assistentes adicionais - tem havido alguns casos polémicos dentro da grande-área mal decididos (por ex agarrar de camisolas); ainda que, diga-se em abono da verdade, a arbitragem neste Euro tem sido em geral boa.

Nunca compreendi direito a aversão de Platini à introdução de tecnologia no que diz respeito à questão da «bola-que-entra-ou-talvez-não», o vulgo «olho de falcão» usado há tanto tempo no ténis (ainda que adaptado para as especificidades do futebol). Para mim é, para usar uma expressão anglófona, um «no brainer». Penso que isto foi a machadada final na resistência de Platini à medida (de assinalar que a FIFA já tinha decidido avançar nessa direção).

Mas para além disso penso que se poderiam justificar mais uma ou outra medida nova. O mundo evolve, as tecnologias também, e o futebol deve saber adaptar-se ainda que sem se descaracterizar. Aliás, o futebol já evoluiu imenso no último século: alguns dos leitores «menos jovens» ainda certamente se lembram dos tempos em que não podiam haver substituições ou em que não existiam cartões (nem amarelos, nem vermelhos, nem rosa às riscas verdes, o que levou por ex a confusão no Mundial de 66). Outros mais jovens lembram-se pelo menos dos tempos em que o GR podia agarrar a bola a passe de um colega.

Duas medidas que julgo merecer consideração:

1)      A possibilidade de revisão de imagens de TV pelo árbitro antes de tomar a decisão final (como no râguebi).

Esta medida deixa-me dúvidas, mas penso que poderia ser tomada desde que de forma bastanta circumscrita e limitada. Por exemplo: apenas no caso de penaltis ou limitando a possibilidade a apenas 2 vezes por jogo para cada equipa (a seu pedido). Nada invalida que os árbitros tomem decisões polémicas na mesma (e isto iria expor melhor os arbitros de má fé), mas estou certo que os erros mais flagrantes seriam em geral eliminados.

2)      Limitar o número de jogadores na barreira a partir de «x» faltas.

Esta medida é inspirada pelo básquete (lances-livres) e penso que iria combater um pouco o anti-jogo (em que equipas sem argumentos recorrem sistematicamente a faltas e faltinhas para quebrar o ritmo do adversário), tal como aumentar ligeiramente o número de golos por jogo. Porque não limitar o número de jogadores na barreira a (por ex) 3 a partir da (por ex) décima falta?

1 comentário:

  1. Concordo com a introdução de tecnologias e revisão de imagens de TV. No que diz respeito à medida 2, é lírica e descontextualizada, no mínimo. É uma regra que nada tem a ver com futebol . Os cartões amarelos e vermelhos já existem para penalizar esse tipo de situações, para além de fazer parte do jogo e das suas estratégias, para o bem e para o mal.

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