segunda-feira, 4 de junho de 2012

Renegas Satanás?

Na última semana, o jornal O Jogo dedicou a sua capa (nacional) ao jovem André Martins. A minha reacção foi precisamente "essa": quem? Ora, este candidato a craque que não marcou nenhum golo do outro mundo, ou mesmo uma sequência de golos fraquinhos ou sequer realizou um conjunto de exibições de "encher o olho", só podia aterrar na 1ª página de um jornal pela razão mais óbvia: esse trampolim da decência e bom nome que é maldizer de alguém ligado ao Porto ou do próprio clube; "não sou como Moutinho" - meio-caminho andado para se cair nas boas graças do "povo". [Neste caso particular, diria até que foi um falhanço completo, na medida em que mesmo que o SCP possa ter razões de queixa do João Moutinho enquanto funcionário, o seu comportamento desde a saída foi tudo menos incorrecto.]


Ainda na mesma semana, o ex-selecionador nacional Luís Filipe Scolari, regressou do Além para desenterrar o «dossier Vítor Baía», um daqueles pseudo-casos com uma explicação para todos perfeitamente clara, mas que segundo ele teria afinal uma lógica perfeitamente rebuscada. Um guarda-redes de reconhecida qualidade, não tinha lugar na selecção portuguesa - como já seria de esperar, a culpa era de Pinto da Costa, que se imiscuía nas convocatórias (e por pouco não foi responsabilizado pelas duas derrotas frente à Grécia). Na realidade, com a uma táctica de permanente guerrilha ao FCP ao seu presidente - também foi Pinto da Costa que exigiu a não-utilização de Costinha e Maniche na equipa titular? E que exigiu as convocatórias de Bruno Vale, à altura 3º guarda-redes do FCP? - Scolari, apesar de ter falhado clamorosamente, ainda hoje é elevado aos píncaros, pela esmagadora maioria dos portugueses.

Há algum tempo atrás, também o treinador do SLB, numa tentativa de descolar de uma proximidade que lhe poderia ser fatal com Pinto da Costa, e como manobra de diversão para ofuscar um desempenho medíocre durante a época, afirmou que "treinar o Porto seria um passo atrás na carreira". Jesus, que era na altura um treinador contestado pelos adeptos e com o lugar em perigo, serenou a contestação e segurou o emprego.


Estes três episódios têm em comum entre si aquilo que eu chamo o «método Vieira». Naturalmente, o «método Vieira» não é uma criação de Luís Filipe Vieira - assim de repente, estou a lembrar-me de um presidente de câmara que em 12(!) anos de mandato, pouco ou nada de palpável tem para apresentar como obra, mas apenas e só porque insiste em achincalhar o clube que é a única fonte de promoção da cidade, é idolatrado em todo o país - nem sequer é exclusivo de personalidades que não simpatizem com o FCP mas sem dúvida Vieira merece a distinção porque foi ele que elevou a manobra ao patamar de Arte. Ainda há uns dias atrás, Vieira deferiu um violento ataque a Pinto da Costa, associando-o a "fruta, corrupção e compadrio" - o "povo" exultou! Nenhum elefante é demasiado grande para ser ocultado pelo «método Vieira» - nenhuma fanfarronice, nenhuma promessa estapafúrdia ou passado sórdido resistem a umas boas "farpas" ao Papa e ao seu clube "corrupto". E Vieira fala com a convicção de quem sabe o que diz. Sim, porque os jornalistas da nossa praça não questionam, nem o "povo" quer saber, mas enquanto Vieira comeu, bebeu e gozou da hospitalidade do Pinto da Costa, a "fruta", a "corrupção e o "compadrio" não pareceram incomodá-lo - comeu e calou. No entanto, perante essa cumplicidade, Vieira não se coíbe de revolver o Passado sem receio de que este regresse para o assombrar - método é simples, e acima de tudo, eficaz; é o "Bem contra o Mal". Por mais gritante que seja a banalidade, a inoperância, a incompetência ou a cumplicidade, maldizer do Porto ou do seu presidente, não só dá direito dá a perdão, como uma entrada directa no Céu. Amén!

3 comentários:

  1. Tentei mudar uma virgula que fosse. mas não consegui...
    Subscrevo por completo.
    Muito bem !

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  2. Embora nunca tenha morrido de amores pelo sargentão, será isto verdade????
    Se for, é melhor nao acreditarmos em nada

    http://www.antonioboronha.com/

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  3. Texto excelente que subscrevo.

    Os nossos adversários porque são burrinhos e que vivem do despeito e da inveja, desde o odioso do Gaspar Ramos até ao cretino do Gabriel, não esquecendo o Barata do Algarve, o Pimenta e Sucessores de Guimarães ou o lateiro do Scolari, entre outros, não conseguem compreender que a sua impotência maledicente é o nosso doping.
    Também não conseguem perceber que o FCP - é um caso de talento, feito,
    - mais de suor do que capricho,
    - mais de alma que de palavra,
    - e sobretudo mais de realidade que de ilusão.

    E o nosso fado de ser Portista é sermos adeptos de um Clube vencedor onde impera o mérito, a organização, o trabalho e o profissionalismo e por isso ganhamos mais vezes, muitas mais vezes.

    Vale a pena ser portista,
    - arrostar com a inveja dos medíocres,
    - a maledicência dos impotentes,
    - as calúnias dos incapazes.


    Ângelo Henriques

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