Comunicado da Procuradora-Geral Distrital de Lisboa:
Ao abrigo da última parte da alínea b) do n.13 do artº 86 do CPP, e dado o impacto social do caso, informa-se que o arguido Paulo Pereira Cristóvão, após conclusão do 1º interrogatório judicial de hoje para aplicação de medidas de coacção, foi indiciado pelo cometimento dos seguintes crimes:
- denúncia caluniosa;
- devassa da vida privada através da informática;
- burla qualificada;
- peculato;
- branqueamento de capitais;
Foram decretadas pela Juiz de Instrução Criminal as seguintes medidas de coacção:
- proibição de exercer qualquer cargo no Sporting Clube de Portugal;
- proibição de entrada em qualquer instalação do mesmo clube desportivo;
- proibição de contactos com elementos do mesmo clube desportivo.
O inquérito prossegue, dirigido pelo Ministério Público na 9ª secção do DIAP de Lisboa.
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Segundo o que veio a público e nunca vi desmentido, um empregado de uma das empresas de um vice-presidente do SCP (no caso, do vice Paulo Pereira Cristóvão), deslocou-se ao Funchal uns dias antes do jogo SCP x Marítimo (para a Taça Portugal) e depositou 2000 euros na conta de um árbitro auxiliar que estava nomeado para esse jogo.
Aquilo que, à partida, poderia (deveria?) ter sido visto como uma tentativa de corrupção (imaginem que tinha sido o Reinaldo Teles...) ou, no mínimo, aliciamento e coação sobre o árbitro, algo que teria óbvias implicações desportivas para o SCP (por menos do que isto o Boavista desceu de divisão), foi transformado num problema pessoal do senhor Cristóvão, em que o clube de que ele era vice-presidente não tem nada a ver com o caso.
Mais. Em alguma comunicação social já se começa a assistir à construção de uma estória em que, inclusivamente, o sporting até surge como vítima do senhor Cristóvão!
Mas há uma pergunta simples, que parece ninguém quer responder: Porque razão foram depositados 2000 euros na conta de um árbitro e que tipo de contrapartidas (para o sporting) eram esperadas?
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