De vilão a herói, eis a melhor forma para resumir a noite de
Jackson Martinez. Depois de um momento de estupidificação ímpar ao “oferecer” a
bola a Oblak na conversão da primeira grande penalidade do encontro, o
colombiano redime-se arquitectando a reviravolta no resultado. O gelo da fria
noite e do frio jogo do Rio Ave ameaçou apoderar-se do dragão. A densidade à
retaguarda voltou novamente a ser o maior inimigo do conjunto portista que por
vezes tarda em conseguir a impor um ritmo elevado ao seu jogo.
Na verdade, apesar de a equipa vila-condense seguir a mesma
receita ultra defensiva que as suas congéneres nacionais que defrontaram
recentemente a nossa equipa, esta foi cometendo erros próximo e até no interior
da sua área de rigor. O FC Porto não soube tirar partido desses momentos,
perturbando-se a si próprio. A zona de pressão tão bem trabalhada na partida da
Liga dos Campeões perdeu-se e os homens de Nuno Espírito Santo soltaram-se em
contra-ataques venenosos.
Num desses despiques, Braga aproveitou bem as costas de
Maicon, tirou a bola do alcance de Helton com classe, fazendo estalar o verniz
entre os sócios azuis e brancos. O regresso à titularidade do nosso central brasileiro
esteve longe de ser feliz e provou que actualmente não supera o andamento de
Mangala. A defesa ressentiu-se da ausência do acutilante francês. Quiñones teve
uma prestação em crescendo, mas precisa de mais minutos para saber ler os seus
companheiros e, porque não, melhorar os seus cruzamentos.
Meio abananada com o que lhe acontecia, a equipa de Vítor Pereira
via-se em tremendas dificuldades para gizar ocasiões para finalizar. Apenas por
uma vez Izmailov fez a bola rondar as redes do adversário, além das
penalidades. A segunda das quais dando o empate à nossa equipa e um pedido de perdão
de Cha Cha Cha Martinez aos seus fãs. A lei do castigo máximo haveria sempre de
tropeçar nos excessos da defesa do Rio Ave e Artur Soares Dias não vacilou, o
que é de registo. Apesar de pessoalmente ter algumas reservas a este tipo de
penalidades que na actualidade fazem escola e outrora não eram assinaladas.
Mas não foram estas questíunculas de alecrim e manjerona que
farão as delícias dos paineleiros televisivos a ser o factor decisivo no encontro.
O “grito” do balneário sortiu os seus efeitos e o FC Porto finalmente impôs
velocidade na circulação de bola no recomeço da partida. Agora o jogo era mais
vivo e incisivo por parte do dragão. O Rio Ave recolhia-se cada vez mais ao seu
reduto, asfixiando-se em si mesmo, onde só Oblak dava mostras de vida.
A entrada de Defour, alargando pela direita ainda mais a
banda portista desconstruiu o adversário. Mas seria dos pé do discreto James
Rodriguez que sairia o cruzamento para Jackson Martinez mostrar ao país aquilo
que melhor sabe fazer; Dominar, ajeitar e matar. A redenção era completa e povo
finalmente respirava de alívio. O sofrimento vem onde menos se conta. Mas a entrega
à luta, essa, já é mais previsível. Os elogios a meio da semana fizeram lãs aos
pezinhos dos jogadores azuis e brancos. Mas para se ganhar títulos tem de se
mostrar fibra todos os dias!
Mais um daqueles jogos em que o adversário vai uma vez à nossa baliza e pimba, marca o golito fortuito e é aquele Deus nos acuda até o fim.
ResponderEliminarContra o FCP, os guarda-redes jogam tudo o que sabem, conseguem segurar até um leitão ensaboado...
E os adversários exibem um coletivo quase sempre eficaz na defesa e nos contrataques.
Parece a síndrome do José Peseiro, que hoje disse e com razão, que o SC Braga para fazer golos, tem que criar mil e uma oportunidades, enquanto os adversários demonstram uma eficácia impressionante e aproveitam 2 ou 3 chances que tem e marcam.
Nesta altura do campeonato, faltando 27 ou 30 pontos por disputar, não se pode bater penalty daquela maneira, não se pode arriscar nada.A sorte do Jackson é que ele é craque e na única chance que teve na 2ª parte, meteu lá dentro e garantiu os 3 pontos.
Moutinho não sabe jogar mal.Quiñones jogou o básico, nem arriscou, nem comprometeu, apenas cumpriu a sua tarefa, e bem.Seus cruzamentos é que estiveram mal demais.
Ismaylov não esteve bem, James deu outra dinamica, Fernando errou passes a mais e Maicon visivelmente fora de forma (ainda).
De resto, nos frios números das estatísticas do engraçado e velho desporto inventado pelos bretões , foi mais um showdibola, com 72% de posse de bola e quase 30 remates contra apenas 3 ou 4 do adversário.
Os frios números das estatísticas mostram que eu não devia ter terminado o jogo com o credo nas mãos, mas...
Convém também referir que Artur Soares Dias deixou passar em claro um castigo máximo a favor do Rio Ave.
ResponderEliminarMais uma vitória sem espinhas. As duas grandes penalidades são bem assinaladas; a segunda é idêntica aquela do Alex Sandro em Braga por exemplo, mas que o arbitro resolveu não assinalar e que muitos aqui defenderam que essa foi a decisão correcta. Eu como sou só ferrenho, mas não sou hipócrita e conheço as regras, afirmo hoje o que afirmei nesse lance de A.Sandro em Braga. È grande penalidade. Felizmente em Braga o arbitros fez vista grossa e ontem não. A mim pessoalmente não me importa como o Porto ganha; quero é que ganhe, seja com golos legais ou não, mas lá está, não sou hipócrita. Agora fico á espera de ver aqui todos aqueles que defenderam que o lance do A.Sandro não era para grande penalidade, o que dizem o de ontem. No minimo espero que sejam como o Nelson de Carvalho... ser portista, não é ser hipócrita.
ResponderEliminarPedro Góis.
Tu és tão portista como eu sou do Burkina Faso.
Eliminar"Eu como sou só ferrenho, mas não sou hipócrita"
EliminarEsta frase em todos os comentários é absolutamente uma delicia da bluegosfera!
A mim a 1ª parte do FC Porto pareceu-me de sobranceria. Uma equipa que vinha de dar uma violenta coça num adversário que se temia pelo seu passado recente na prova europeia e pelo facto de jogar num campeonato mais competitivo. Com esses aplausos e loas durante toda a semana acharam que um Rio Ave não merecia grandes cuidados e que até dava para marcar um penalti à Panenka em câmara lenta... não deu, e não só não deu como deu para reviver o recente jogo com o Olhanense. Golo em corrida num contra-ataque e aguentar até ao fim na defesa. Felizmente desta vez os jogadores do FCP souberam ter mais cabeça e discernimento e lutaram melhorar para levar de vencida uma equipa que pouco mais fez que se fechar a defender a sua baliza.
ResponderEliminarDigo também e para ser honesto e coerente que achei mal marcada a 2ª penalidade a nosso favor. Quando as marcam ao FCP eu discordo veementemente por isso desta feita não poderei deixar de o fazer também. Um remate aquela distância bate na mão não é um corte intencional.
Esta e outras questiúnculas deviam de uma vez por todas serem afinadas de igual forma para que quando acontecessem houvesse decisão igual fosse quem fosse o arbitro, fosse onde fosse o jogo e para todas e quaisquer equipas.
Uma ultima palavra para Quiño, o qual achei que evoluiu bastante desde o jogo contra o S. Eulália. Pensei até que não fosse mais uma vez ser capaz de se aguentar o jogo todo porque fosse acusar a pressão, mas não, desta vez fez aquilo que se pode exigir a um defesa esquerdo, que tem pouca idade, pouco tempo de Europa e só fez agora o seu 2º jogo pela equipa principal. Fiquei bem impressionado.
Gosto de ler que o segundo penalty é mal assinalado. Estou com o Pedro Góis, não sejamos hipócritas, queremos que os nossos clubes ganhem. O Porto ganhou e foi justo. Temos que nos deixar disto das arbitragens. Tem ganho quem é melhor, simplesmente isto.
ResponderEliminarFilipe
Olha outro Inteligente...
Eliminarbasta ler as análises dos árbitros do "O Jogo" para ver o quão estupida é esta afirmação que aqui faz.
Saliento o lamentável estado do relvado. Na 1ª parte poucos foram os jogadores do Porto a conseguir fazer uma recepção competente. Com isso, cada jogador perde mais 2, 3 segundos em cada passe e é mais fácil para o adversário manter-se organizado na sua defesa.
ResponderEliminarJá nos habituamos a ver as grandes equipas sofrerem com os relvados nos jogos fora (o Barcelona com o Milan por exemplo), agora andarmos a sofrer com o nosso em casa é lamentável.
Foi um jogo sofrido. Ganhámos bem e foi merecido. Obviamente que não é o mérito que ganha jogos, mas sabe bem pensar que fizemos mais por isso. Tremi sempre que Maicon estava próximo da bola: perdeu ritmo, confiança e pareceu sempre "alheio ao jogo". Acho que o treinador tem de lhe dar mais tempo de jogo, ainda que seja na equipa B. Não podemos perder um central que já apresentou tão altos níveis exibicionais.
ResponderEliminarNão houve grandes destaques, mas dois momentos deixaram-me algo perplexo : 1) a forma como Martinez marcou a primeira gp, 2) Maicon dirigiu-se para se posicionar para marcar a segunda gp, mas parece ter sido Lucho quem decidiu ? Entendo, em geral, a (boa) influência de Lucho na equipa, respeito que se respeite a capacidade dos jogadores decidirem em momentos do jogo, mas acho que competia a VP decidir, naquele momento crucial. Se o fez não pareceu e até o Jogo canta loas a esse supremo saber do nosso capitão. Pela minha parte, fico um pouco preocupado que a autoridade do treinador fique "subordinada" a um jogador, ainda que seja capitão e um atleta que muito admiro.
Não sou hipócrita e quando a decisão de um lance (falta, gp ou fora de jogo) se situa numa ordem de 50% para cada lado, tendo a aceitar bem se “beneficia” o FCP. Seria hipócrita se em nome da verdade desportiva (?) ou da exibição de um parecer neutro ou sabedor (?) , dissesse aquilo que não penso. A minha não hipocrisia fica apenas subordinada à declaração desse interesse. Face a decisões que cobrem várias atitudes do árbitro, fico intimamente agradado que tome a decisão mais favorável ao meu clube. Não tenho que ser politicamente correcto e relativamente ao FCP muito menos.
Mário não acho que precise de fazer um caso com a intervenção do Lucho.
EliminarO treinador é quem manda e quem o treinador mandou ser o marcador de penaltis foi o Jackson. O problema é que o Jackson se afastou da bola e mostrou que não queria marcar. Depois do Jackson os marcadores salvo erro são Lucho, Moutinho e James mas Maicon queria marcar.
Lucho como grande capitão e grande homem que é percebeu que se o Jackson não marcasse aquele golo poderia perder confiança e forçou-o a ter coragem.
O treinador nestes casos só tem que deixar as coisas acontecer naturalmente. Podemos estar felizes, temos um grupo coeso e um capitão fantástico!
Parece-me que este jogo poderia ter tido um desfecho bem mais desnivelado caso tivéssemos marcado primeiro. Obrigava o Rio Ave a procurar mais o ataque e abria alguns espaços que poderíamos aproveitar.
ResponderEliminarNão gosto muito de ver o Fernando a subir desenfreadamente até à área contrária, uma vez que não é assim tão forte na zona de decisão e tecnicamente é fraquinho, não melhorando muito o que por lá se faz. Para além disso, fica-se com a sensação que a equipa fica algo desequilibrada nessa subida e isso pode retrair os laterais, por exemplo.
Não concordo nada com as explicações do Vitor Pereira, de que se joga mal antes de um jogo europeu porque se pensa em antecipação nesse jogo e que se joga mal depois do tal jogo europeu, por fadiga física e mental. Posso estar com falta de memória, mas não me recordo de no tempo do AVB se falar assim tanto disso e fomos campeões relativamente à vontade e vencedores de uma prova europeia.
A nota artística nem sempre ganha campeonatos e o resultado final é melhor que os pseudo-resultados intermédios. Assim, boa vitória e 3 pontos são 3 pontos.
As equipas que vêm ao Dragao trazem o autocarro e ficam lá atras e não é facil romper aquelas muralhas.Nao me falem em cansaço porque apesar da miseravel 1ª parte com muitos passes errados, o Porto correu e muito na 2ª parte , onde em apenas 10 minutos fez quatro ou cinco remates á baliza contra apenas dois em toda a 1ª parte...
ResponderEliminarTambem nao entendo a macieza de certos adversarios como foi caso do Paços na luz que, apenas cometeu 8 faltas em toda a partida.Exceptuando a AC.Coimbra todos os outros jogaram de peito aberto e não levaram o autocarro.
Por fim, se os vermelhos correm que se fartam mesmo depois de terem jogado 72 horas antes, ou se dopam ou então o V.Pereira terá de mudar o metodo de treino (esforço) , visto que, passa a vida a falar no cansaço dos seus jogadores como desculpa para as exibições menos conseguidas.
O Louro falou na macieza do Paços de Ferreira hoje no estádio da Luz, pois assim que eu vi o 1º golo benfiquista e a displicência (evidente na falta de marcação e não acompanhamento por parte dos pacenses aos jogadores benfiquistas) e a suavidade com que abordaram a jogada levou-me à suspeição de que os jogadores do Paços de Ferreira estavam "comprados" ou então encararam este jogo como um treino.
ResponderEliminarEste espaço é para se falar do FC Porto ou dos Vermelhos!!! Estamos na "Reflexão Portista" e não na "Reflexão Benfiquista". O Porto afirma-se por si próprio, não necessita do Benfica para se comparar ou afirmar. E muito menos de teorias da conspiração, ou será que o GV quando veio aqui ao Dragão também abriu as pernas de modo suave até encaixar cinco batatas??? Vamos ser sérios, somos Porto.
ResponderEliminarum penalty 100% vitorioso que entre na baliza 200 vezes por cada 200 tentativas significa somente: independentemente da altura da bola, com média força, fazê-la acertar numa das 2 redes laterais. Tão simples quanto isto.
ResponderEliminarSe a bola bate nas malhas laterais o guarda-redes não tem forma de chegar-lhe, porque a baliza é de facto muito grande. Não se fiem na imagem. Qual, perguntarão. Depende, se o guarda-redes for destro e quase todos são-no porque 90% dos humanos utilizam preferencialmente os membros direitos, a bola deve ser apontada à malha lateral esquerda da baliza. Isto é, malha lateral direita de quem olha a baliza de frente. Porquê? Um destro atirar-se-á naturalmente para o seu lado direito: é incomparavelmente mais fácil
E quando se atirar para o outro, que fazemos? Nada, daí ser fundamental fazer a bola tocar na rede lateral da baliza. Se lá for, mesmo que o GR se lance para o lado da bola não terá forma de defender. A defesa é pura e simplesmente impossível.
É desta forma que devem penalties ser batidos. Não existe outra.