domingo, 12 de maio de 2013
Era com isto que sonhávamos...
...não era?
Quando em pequenos todos sonhamos ser jogador de futebol, imaginamo-nos precisamente num momento como este: estamos no último minuto de um jogo decisivo, na nossa casa, contra o nosso maior rival. Estádio completamente cheio e já muito pouco tempo para se jogar. Jogo empatado e a bola vem na nossa direcção. Com todo a nossa alma de portistas, rematamos à baliza do nosso adversário.
Golo!
Jogo e título no papo. Correria para os braços dos nossos companheiros e bancadas loucas a festejar.
Hoje, um rapaz brasileiro de 19 anos, cumpriu este nosso velho sonho.
E tantas ironias teve esta partida.
À moda do nosso rival, vencemos partindo de uma desvantagem no marcador.
Também a ironia do nosso golo do empate ter sido um auto-golo do adversário mais contestado pelos portistas. A ironia de, nesse mesmo golo, o cruzamento ter sido de Varela, também ele muitas vezes por nós contestado, embora por melhores razões. A ironia do golo da vitória ter sido de autoria de um jogador que esteve mais activo na equipa B do que propriamente na principal. A ironia de ter sido marcado por um "brinca-na-areia" que muitos criticam. A ironia do passe ter sido de Liedson, o tal que muitos não compreenderam a razão da sua vinda para o Dragão.
Tudo isto para concluir que nem vale a pena entrar pelos habituais caminhos do "eu não dizia?".
Ao longo desta difícil temporada, muita gente teve razão num ou outro aspecto mas ninguém teve sempre a razão toda. No fundo, a bola a rolar é sempre quem mais ordena.
Até o habitualmente "cauteloso" Vítor Pereira, desta vez, e ao contrário da final de Supertaça, arriscou jogar com apenas 3 defesas no "tudo-por-tudo" e deu-se bem.
A vida é assim mesmo: uma constante aprendizagem para todos. Não é, Jesus?
A altura é, sim, de unir forças para, no próximo fim-de-semana, fazermos jus à dança do nosso presidente no camarote e às lágrimas do nosso treinador no relvado.
Para a história, e caso ganhemos mesmo este campeonato, ficará obviamente a imagem de Jorge Jesus a cair de joelhos, após o golo que incendiou o estádio do Dragão.
Porém, para nós portistas, existe uma outra que nos toca bem fundo: o visível sofrimento de Castro que, manifestamente impotente, via o título a fugir para outro clube.
Ele, naquele banco, tal como qualquer um de nós na bancada...
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11 comentários:
Dentro do imaginário este sonho cabe! Allez Porto Allez
Nós somos a tua voz
Queremos esta vitória
CONQUISTA-A POR NÓS!
Nota:
Futebol?! Bola redonda, 11 contra 11 e no fim ganha o F.C. Porto, caralho!
Sa foda o Paços, sa foda o campeonato (são muitos, em pouco tempo), ide apanhar as canas de preferências com o ânus que bem merecem!
A ganharmos, é o TRI caralho! (3 seguidos! para lento compreender)
Somos Porto, a ganhar desde 1893!
O que me apraz comentar é assim, e basta:
http://memoriaporto.blogspot.pt/2013/05/f-c-porto-em-primeiro.html
Grande noite.
Mas calma, nada está ganho, embora o paços nada tenha a ganhar. E parece-me que as gaivotas vão ficar de cabeça perdida, ainda para mais sem nada para reclamar.
E que merda de jogo mesquinho, nunca vi um clube perder tanto tempo, a fifa invés de andar a inventar bolas imprevisíveis bem que podia punir isto.
Texto muito bonito, Luis Carvalho! ...
... E, nós a corrermos de braços abertos como se a querer levantar voo...
No fim de semana passado falava desse golo no último minuto, mas sonhei que seria o Moreirense a marcá-lo em pleno estádio da rega !...
(Ainda vai a tempo ...)
"o visível sofrimento de Castro que, manifestamente impotente, via o título a fugir para outro clube."
Reparei no mesmo e tive o mesmo sentimento...
Pensei que se o jogo acabasse empatado seria a imagem do jogo!
Passo importante rumo ao TRI, conseguido sem grande brilhantismo, mas com raça, com querer, com união e ambição, assumindo o jogo pelo jogo, contra o futebol de esquemas e estratagemas, o jogo sujo, o anti-jogo, a bazófia, a arrogância e o colinho.
Falta o derradeiro passo que se antevê difícil pois vamos defrontar uma equipa mais forte do que a que derrotamos no Dragão. Temos de continuar a ter os pés bem assentes e a cabeça no lugar.
Incomodam-me os excessos de confiança que levaram muitos portistas a festejar na Avenida, como se já fossemos campeões.
Ganhar ao clube do regime, já é a normalidade e não justifica tal procedimento.
Sei que os jogadores não se deixarão envolver por esta manifestação prematura.
Um abraço
Muito bem vista a imagem do Castro que, tal como VP, é um grande Portista.
Agora é descansar, arrumar as emoções e preparar bem o Paços.
Campeonato no papo?????
Há que assentar bem os pés na terra e, com humildade, concentração e bom futebol ganhar ao paços... Depois sim é que poderemos dizer que está no papo!!!!
Gostei da raça. Da luta. Estão de parabéns!!
O ajoelhar do jesus e as lágrimas do VP são as imagens da noite. Um puto de 19 anos e um velho que foi imensamente criticado inverteram um campeonato.
Curioso para ver como o campeonato acaba agora, nas alterações do plantel, que treinadores sairão.
Só um aparte, mais uma vez se mostrou que uma equipa nunca deveria jogar para o empate. Vi no benfica o que vi no porto em Malaga. Mais vale manter a identidade da equipa.
Abraços
Muito bem Luís, gostei!
Foi um jogo de emoções e quem teve a oportunidade de estar no Dragão viveu um momento que dificilmente esquecerá. Impedimos que o Visitante festejasse, evitamos que se sentissem campeões e passamos para o primeiro lugar. Foi uma loucura. Depois dos festejos com todos que estavam próximos, fui festejar junto da família. Quando cheguei a casa, estava absolutamente arrebentado. Dormi na paz do senhor.
O jogo foi muito táctico. O Visitante montou a equipa para controlar, jogar com o tempo e aproveitar as bolas paradas e transições. Pela via de um lançamento lateral, chegaram à baliza e ao golo que lhes deu o respaldo para insistir na toada que traziam concertara. Empatámos com felicidade, mas não fomos capazes de explorar o êxito e acrescentar alguma tremedeira no posicionamento do Visitante. Muito jogo no meio e pouco próximo das áreas.
A luta circunscrita ao plano táctico, não permitiu que fosse um jogo fluido e dividido, com alternância de quem quer chegar ao golo. O Visitante sentia-se bem com o empate e as substituições que levou a cabo, se houvera dúvidas, demonstrou que o objectivo era chegar ao fim sem perder.
O FCP fez três substituições, duas de risco e foi feliz. Os jogadores empenharam-se, mas alguns não foram capazes de estar a um nível razoável. Martinez fez o pior jogo da época e James esteve desastrado. Com os dois jogadores mais criativos fora do combate, por inépcia própria e pelas marcações cerradas a que foram sujeitos, faltou a centelha capaz de fazer a diferença.
Liedson e Kelvin estiveram no golo que nos deslocou para a liderança. O futebol é assim: sempre pronto a pôr em causa todos os prognósticos antes do fim do jogo. Os dois jogadores mais criativos e concretizadores foram remetidos para um papel secundário e “substituídos” por um miúdo brinca na areia e por um reformado a gozar a sua reforma dourada.
Não é tempo de falar do treinador. Hoje e amanhã há que desfrutar esta vitória, depois teremos que estar preparados para a guerra que nos vão lançar : vai haver a preparação sistemática para repetir os modelos dos anos 50, noutros moldes, obviamente. Como sempre, o Visitante não foi capaz de nos destronar, apesar das ajudas do João e do Pedro. Contam com os outros, amigos de ocasião ou não e agora com a bênção do PIB.
Campeonato ganho... O melão ainda vai ser servido fresco.
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