quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Jogar aos Onzes

Depois do presidente ter divulgado qual era o seu onze de gala (do seu mandato) e do José Correia ter relançado o debate, o clube decidiu promover na sua página web uma votação aberta a todos os adeptos para eleger o melhor onze dos 120 anos de história do FC Porto.

É uma ideia engraçada, uma brincadeira de Verão que não ofende nem faz mal a ninguém. Mas que faz pouco sentido. Não se podem comparar épocas tão recentes como os anos do Penta e do Tetra, os de Artur Jorge e Mourinho e as suas "orelhudas", quanto mais criar um onze onde se misturam alhos e bogalhos, ou seja, Siskas e Baías. Qual é o critério possível a seguir?

Partimos do principio que as pessoas votam no que vivem e que, portanto, o inevitável é que o onze conte com mais jogadores dos últimos quinze anos. Também que aqueles grandes mitos que não tiveram a sorte de jogar na era da televisão sejam ostracizados porque, pura e simplesmente, a maioria das pessoas não se dá ao trabalho de conhecer a sua história e desconfia de relatos escritos ou sonoros em comparação com as imagens no YouTube.


Portanto esta lista de jogadores, onde estão alguns dos melhores futebolistas da história, e que não inclui nenhum jogador da equipa actual (dificilmente algum teria lugar nessa lista, salvo talvez Lucho Gonzalez), é uma amálgama de emoções, experiências pessoais, relatos perdidos no tempo e sonhos vividos.
Também há nomes que não fazem qualquer sentido, como os de Cissokho, Alenitchev, Rolando, Bruno Alves ou Capucho, mas isso é uma apreciação pessoal. Ah, e alguém explica ao clube que o Pinga não era médio centro se faz favor, quanto muito avançado-interior num 2-3-5, mas avançado mesmo assim!

A votação está aberta até ao dia 1 de Setembro na página oficial do clube, via email e via Facebook.
Os nomeados são estes:

GR: Siska, Baía, Mlynazczky, Américo e Barrigana
DD: João Pinto, Paulo Ferreira, Gabriel, Virgilio e Bandeirinha
DE: Murça, Branco, Inácio, Nuno Valente e Cissokho
DC: Aloisio, Bruno Alves, Monteiro da Costa, Jorge Costra, Fernando Couto, Freitas, Ricardo Carvalho, José Rolando, Lima Pereira, Celso
MC: Rodolfo, André, Costinha, Deco, Zahovic, Alenichev, Pavão, Frasco, Pedroto, Duda, Jaime Pacheco, Sousa, Oliveira, Rui Barros
EX: Madjer, Capucho, Futre, Hulk, Hernani, Costa, Carlos Duarte, Nóbrega, Drulovic, Jaime Magalhães
AV: Gomes, Jardel, Pinga, Falcao, McCarthy, Domingos

PS: Neste onze não está Teofillo Cubillas. Foi retirado da página web. Uma gralha de quem o colocou ou há gente no clube que realmente acha que Alenitchev ou Capucho são mais importantes na história do FC Porto que o peruano?

54 comentários:

  1. Não sou o primeiro a levantar a questão, mas... Onde pára o Cubillas? TFA

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  2. E o Cubillas onde anda ?

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  3. Alguém se terá esquecido porque não quero acreditar que nesta lista não cabe o Cubillas!

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  4. Acho que se está a dar pouco mérito ao Alenitchev... Importante em 2 conquistas europeias, marcou golos em ambas as finais, um pêndulo de meio-campo como poucos houve... De resto, sim, é difícil fazer uma selecção pré-1989 para mim, por exemplo...

    Cubillas entrava ali...

    Saudações

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    1. Não é falta de mérito.

      Gosto muito do Dimitri, era um excelente jogador, mas nos dois anos em que se destacou a sério foi sempre como 12º homem. Numa lista dos melhores de sempre, onde nao encontram espaço para Waldemar Mota, Kostandinov, Cubillas, Acácio Mesquita, Derlei ou Velez Carneiro, faz-me um pouco de impressão vê-lo por lá.

      Não quer dizer que não tenha sido um óptimo jogador, como foram Timofte e companhia.

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  5. Acho que só estão na lista jogadores que foram campeões nacionais pelo FCP....

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    1. O Pavão foi campeão em que época mesmo?

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    2. Eu disse "ACHO"!
      Calma Miguel...

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    3. Antes de dizer "Acho", poderia talvez dar uma vista de olhos na lista para perceber que essa ideia, sobra ;-)!

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    1. Realmente. Já cá vinha precisamente deixar essa correção.
      O Rolando é o José Rolando Gonçalves, não o Rolando que ainda está no plantel atual.

      De palmatória...

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    2. E quem disse que era este Rolando?

      No texto vem a informação de que não pode ser incluida na lista nenhum jogador do plantel actual e, oficialmente, o Rolando pertence ao clube.

      O Rolando era um excelente jogador, mas dessa geração não está na lista, por exemplo, o Custódio Pinto.

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  7. E o Seninho...falam tanto dele...

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  8. Não considerar nomes como Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Araújo e Miguel Arcanjo é não conhecer a historia do FCP ?

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  9. O Cubillas ? Grande jogador mas importante, importante foi o KOSTADINOV.

    E do passado houve grandes,grandes jogadores que não foram mencionados.

    Quem elaborou esta lista o que conhece do passado do FCP?

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  10. O Capucho foi um jogador importante do clube e juntou a isso conquistas europeias, portanto concordo com a presença dele.
    Já Cissokho é ridículo, para isso Alvaro e Alex Sandro também iam porque são muito melhores do que ele e estiveram cá mais tempo.

    Depois mete-me confusão é a separação entre Rui Barros, Deco, Oliveira ou Pacheco e Alenitchev, Zahovic ou Pavão. Desde quando é que o Deco, Zahovic e Alenitchev faziam posições diferentes?

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    1. DC,

      O Capucho foi um excelente jogador. Aliás, naquela lista, o epiteto excelente só não o aplico ao Bruno Alves e ao Cissokho. A questão não é essa. Numa lista tão restrita, o Capucho fez mais e melhor do que Kostadinov, Cubillas, Timofte, Artur, Derlei, Waldemar, Custódio, etc?

      A separação é perfeitamente aleatória e sem sentido, provavelmente para distribuir os "craques" e conseguir votações mais equilibradas.

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  11. Se o critério é ter sido campeão, ok explica Cubillas mas torna ainda mais inacreditável a omissão de Kostadinov. Por mim entrava, até entrava Artur e Derlei (apesar do fim de carreira triste deste último), mas foram jogadores exemplares e importantes no FCPorto

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    1. Fim de carreira triste não é para aqui chamado. Apenas a sua carreira no FC Porto, imo.

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    2. O Pavão não foi campeão nacional.
      Nem o Custódio, nem o Rolando, nem o Nóbrega!

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  12. Se o critério é ter sido campeão, ok explica Cubillas mas torna ainda mais inacreditável a omissão de Kostadinov. Por mim entrava, até entrava Artur e Derlei (apesar do fim de carreira triste deste último), mas foram jogadores exemplares e importantes no FCPorto. Mas sobretudo KOSTADINOV, grande jogador

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  13. Cubillas é imperdoável. Alguns dos nomes mais recentes são também exagerados. Cissokho??????

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  14. E o Festa? Acho que o único jogador do Porto que jogou no mundial de 66. Para mim, depois do João Pinto, um dos melhores defesas direitos. Bandeirinha?? vê-se logo que não tem jogos gravados.

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  15. Também acho que o Kostadinov foi mais importante do que o Cubillas

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  16. o Hernani não era extremo, o extremo esquerdo daquela equipa era o Carlos Duarte

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  17. Também concordo com a inclusão do Cubillas ou do Custódio Pinto ou ainda do Kostadinov(?).Vi jogar Rolando e era um enorme central, na altura chamavam-lhe quarto-defesa...Gostava de o ver até pelas suas características físicas, ruivo, duro, de pernas muito arqueadas, ainda o vi como treinador juntamente com Valdemar, outro central com quem ele jogou no Porto, na equipa do Gondomar. Era um líbero que apoiava todo o sector defensivo e também o meio campo numa fase mais inicial de construcção...

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    1. Sem dúvida, um dos poucos internacionais da época que o clube tinha.

      Não está em causa a sua grande valia (nem a de outros) mas sim o conceito de "melhores de sempre" e a disparidade de critérios. Na mesma equipa o Custódio era uma figura essencial, e quem se lembrou de um podia perfeitamente ter-se lembrado do outro.

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    2. " dificilmente algum teria lugar nessa lista, salvo talvez Lucho Gonzalez"

      Ou Helton (Américo/Barrigana)
      Ou Danilo (Bandeirinha)
      Ou Alex Sandro (Nuno Valente/Inácio)
      Ou Otamendi (Lima Pereira)
      Ou Mangala (Jorge Costa)
      Ou Fernando (Jaime Pacheco.)
      Ou Jackson (Domingos)
      (...)

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    3. Sinceramente Costa, não consigo estar de acordo com nenhuma das suas sugestões. Mas é uma opinião pessoal.

      O Danilo não provou absolutamente nada no ano que esteve. O Alex tem potencial para entrar, mas um ano é pouco para medi-lo. O mesmo é aplicável ao Mangala que, suspeito, vai estar tempo insuficiente para se poder comparar ao "Bicho". Quanto ao Otamendi, parece-me a anos luz de qualquer dos centrais eleitos, tal como o Helton, por muito que me caia bem de dois monstros que a memória parece ter feito esquecer.

      Fernando vs Jaime e Jackson vs Domingos é o tipico duelo que é ganho pela noção de perspectiva. O que Domingos fez, nos anos que esteve, foi impar e distancia-se bastante do colombiano, apesar da época notável (para isso também estava o Jaburu, por exemplo). Já o Jaime Pacheco foi fundamental durante quase uma década, uma pedra intransponível e um jogador bastante mais influente que o Fernando, apesar da sua notável competência na sua posição. Antes dele lembrar-me-ia, por exemplo, do Emerson.

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  18. 1- I can't believe Drulovic is in this list after leaving us the way he did to benficava. This guy was my favourite but after what he done I can't bear to hear his name mentioned in the same sentence as FC Porto. Zahovic is also tainted but at least it wasn't a direct transfer after having sold himself months before.

    2- Cubillas is not here. Hmm.

    3- Cissoko. Really??? He only played for us 6 months with no European titles to his name... how can he be regarded as one of the best? Not even a full season.

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  19. Boa tarde,

    Da lista e que vi jogar Uma equipa sem um 6 de ataque puro

    GR - Vitor B
    DD - João Pinto
    DE - Branco
    Centrais (aqui mais dificil) - Jorge Costa e Fernando Couto
    MC: Deco, Oliveira e Rui Barros
    Ext: Madjer, Futre e Drulovi
    Av Falcao

    Para jogar na Cl substituia o Oliveira pelo Costinha

    Vi jogar o Cubillas e não entendo porque não consta

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  20. Falta o bacalhau, carago!!!!
    Se Paulinho Santos era o nosso caceteiro de serviço, Leopoldo era o nosso trinca-ossos!!!!
    Mais seco que uma isca de bacalhau, cada encosto no adversário era vê-los a contorcer-se de dores...

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  21. Anónimo7 de Agosto de 2013 às 15:39

    Não considerar nomes como Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Araújo e Miguel Arcanjo é não conhecer a historia do FCP ?
    ---------

    Para quem conhece a nossa historia como clube esses NOMES não podiam falhar.

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  22. E quem se recorda destes grandes jogadores estrangeiros:

    O argentino Valle, o extremo Montaño(grande jogador)e também argentino e os pontas de lança Flavio,Jaburu e Djalma todos brasileiros.
    Isto para não falar do brasileiro Amaury (avançado/medio pfensivo) que tal como o ponta de lança Flavio era um enorme jogador.

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  23. E quando se fala do Américo ( o melhor na baliza de sempre) Rolando ou Custodio Pinto não podemos esquecer um dos melhores laterais direitos de sempre, o homem de Santo Tirso :

    FESTA.

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  24. Eu votei nos 10 jogadores que mais gostei de ver jogar, mais um que não vi, mas pela importância que teve na história do clube e pelo que ouvi falar dele:
    Baia
    J.Pinto, R.Carvalho, Aloisio, Branco
    André, Deco, Pedroto
    Madjer, Gomes, Futre.

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  25. E mais grandes jogadores de diferentes épocas:
    Gastão, Geraldão, Kulkov, Lopes Martins ( a fotografia a beijar o golo da vitoria naquela época com o policia a levantar os brasços e celebre), Anderson etc,etc.

    Um recorte duma época distante:

    "Acácio Mesquita fez parte do grande meio-campo portista juntamente com Waldemar Mota e Pinga. Os três foram apelidados de “os três diabos do meio-dia” quando por alturas do natal de 1933 o Futebol Clube do Porto defrontou e venceu as melhores equipas da Europa, jogos que foram disputados ao meio-dia"

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  26. Concordo com o Miguel relativamente aos critérios de escolha de jogadores e sobre a impossibilidade de efectuar analogias ou comparações sobre diferentes épocas futebolistícas. Também considero injusta a não referência a excelentes jogadores que envergaram a camisola do FC Porto: Araújo, Osvaldo Silva, Jaburu, Flávio, Duda (1977/1980), Cubillas, Emerson, Perdigão, Moutinho?, Lisandro Lopez, Slavko Kordnya, Kostadinov, Seninho, Lemos?.
    Convêm também esclarecer certos pormenores: Bandeirinha não era defesa direito de raíz, mas sim médio, teve de ir para lateral algumas ocasiões a substituir João Pinto. Jaime Magalhães era, aquilo que na altura se designava, médio ala direito.

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  27. Mais gente de muito valor : Lopes Carneiro, Avelino Martins, Correia Dias (grande avançado) Velez Carneiro e vários outros como Norman Hall.

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  28. O Teófilo Cubillas foi o melhor jogador que passou pelo Porto, de caras. Era um fora de série cujo trajetória teve o expoente máximo na selecção do Peru, juntamente com outro grande craque, o Sotil.

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  29. A mim impressiona-me a idade dos leitores do Reflexão Portista. É tudo gente entre os 60 e os 90 anos. Falam de Waldemar Mota, Acácio Mesquita e Velez Carneiro com um à vontade que parece que ainda jogaram ontem. Uma coisa é certa, podem ser colaboradores e leitores com idade, mas nenhum tem problemas de memória.
    Eu não tenho tanta idade, lamento. Nasci em 1975. E, em boa verdade, embora me recorde de ver jogar o Oliveira e de ir às Antas desde os meus 6 anos, creio que só entendi o que é ser um bom jogador nas diferentes vertentes do jogo a partir dos meus 12/13 anos, talvez até mais tarde. Significa portanto que só a partir de 1986/1987 é que tenho uma leitura mais desempoeirada do jogo. Tudo o que está antes disso, são leituras de outras pessoas, muitas vezes fundadas mais em mitos que em realidade, de um tempo em que não ganhávamos quase nada cá dentro, e mesmo nada lá fora.
    Surpreende-me por isso essas certezas nos que eram bons "antigamente"... se no presente, quando vemos os jogos todos (nesse "antigamente" os jogos não eram televisionados e o público que assistia aos jogos era reduzido...) temos dúvidas (é só ver os pró e os anti-varela...), as certezas em relação a esse passado longínquo são surpreendentes para mim.
    Bem, digam-me onde é o vosso lar de 3.ª idade para eu passar por lá para vos dar um abraço e falarmos desses velhos tempos.

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    1. Segundo essa brilhante filosofia, a história não faz sentido. Se não se esteve lá, como é que alguém de hoje pode falar de César, Napoleão, Da Vinci, etc...

      O futebol televisado criou a sua litúrgia, os seus mitos. Antes havia a rádio, descriptiva (de forma imaginativa) e a imprensa. Eram as ferramentas possíveis. Ainda se conseguem videos, de pequena duração, desses tempos. O importante é saber pesquisar. Sobretudo, ter interesse e vistas largas.
      Nunca vi um jogo completo de muitos dos jogadores citados ou que faltam por citar. Mas vi-os jogar. E ouvi relatos sobre como se moviam. E li de penas tremendas a forma como fizeram o jogo crescer e desenvolver-se.

      O FCP tem a sorte de ter tido sempre grandes jogadores, quando ganhavamos e quando perdiamos. A dinâmica das vitórias nem sempre se devia ao plantel disponível. Se o amigo acha que por inércia, só porque as suas exibições são vistas em HD, o Fernando e Lucho podem ser melhores (ou mais importantes/influentes) que o Hernâni ou o Pinga, está em todo o seu direito. Mas espero que no seu dia-a-dia aplique o mesmo padrão a todas as restantes menções ao passado!

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    2. "Segundo essa brilhante filosofia, a história não faz sentido. Se não se esteve lá, como é que alguém de hoje pode falar de César, Napoleão, Da Vinci, etc..."

      Agradeço a referência ao brilhantismo da minha filosofia, mas não a considero brilhante. O meu comentário foi apenas pura ironia e, nem por isso, foi grande coisa.
      É óbvio que todos podemos falar sobre o que quisermos (felizmente vivemos em liberdade), nomeadamente sobre personalidades históricas. E é óbvio também que muito do que será dito sobre essas mesmas personagens é essencialmente uma construção, muitas vezes fundada em meias verdades e em preconceitos.
      Mas é diferente falarmos em DaVinci, sobre o qual aliás sobram imensas interrogações, que deixou um enorme legado artístico que pode ser hoje analisado, ou falarmos, por exemplo, do cozinheiro do DaVinci, personalidade naturalmente importante (eu dou muita importância à gastronomia), mas sobre o qual pouco ou nada temos documentalmente.
      Ora, alguém estar a afirmar peremptoriamente os supostos erros desta lista, sustentando parcialmente a sua argumentação em ausências de jogadores da década de 30, é, no meu entender, anedótico.
      Estamos a falar de um tempo de onde não sobraram vídeos (se existirem, são muito curtos e sem uma leitura completa do desempenho de um jogador), cuja leitura é realizada a partir de análises feitas num contexto completamente diferente do actual, e perante escritos que transportam inevitavelmente a subjectividade que o futebol comporta. Mas se assim não for, fará o favor de me ensinar porque, e citando-o, "o importante é saber pesquisar. Sobretudo, ter interesse e vistas largas".
      A tudo isto deveremos somar o contexto. Era um tempo muito diferente... sem vitórias internacionais relevantes, sem o acompanhamento mediático, jogo a jogo, quase treino a treino, que agora acontece.
      Eu aplaudo a sua investigação histórica, uma vez que diz os ter visto jogar e, citando-o, "E ouvi relatos sobre como se moviam. E li de penas tremendas a forma como fizeram o jogo crescer e desenvolver-se". Parabéns pela dedicação à investigação histórica e aguardo o livro que aí virá depois de tanta pesquisa. Mas, até à leitura desse volume, mantenho a ironia inofensiva do meu comentário anterior.
      No entanto, desde já lhe digo que não deve colocar na escrita de outros palavras que não foram ditas (é um mau princípio de investigação e análise). Eu nunca afirmei "Se o amigo acha que por inércia, só porque as suas exibições são vistas em HD, o Fernando e Lucho podem ser melhores (ou mais importantes/influentes) que o Hernâni ou o Pinga, está em todo o seu direito." O que eu disse, e mantenho, é que nesse tempo nada ganhávamos externamente e pouco internamente. Agora, ou melhor, desde a década de 80, ganhamos quase tudo internamente e muito lá fora. Se isto não ajuda a explicar a presença dominante dos últimos 30 anos na lista, então fie-se nessas "penas tremendas", nas suas "vistas largas" e na sua capacidade de "saber pesquisar". Vai longe.

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    3. Jorge,

      Felizmente entendemos quando ironizamos, esse recurso estilistico tão interessante de se utilizar em diálogos virtuais. Eu não lhe coloquei, em 1º lugar, palavras na boca, simplesmente usei uma expressão de escrita que passa por sugerir que a sua ideia podia ter implicita essa afirmação. Era um exemplo para comprovar a sua filosofia, que este comentário reforça.

      Está em todo o seu direito de achar que o onze ideal do FCP se podia fazer em jogador da última época. Se calhar até tem razão. Ao contrário do que sugere, eu não vejo nenhum erro nesta lista. Listas como estas não podem conter erros porque são percepções pessoais (seja de uma ou de cem pessoas) e cada um pode pensar o que quiser e sentir que está certo. O meu onze não vale mais que o seu e vice-versa, e se eu posso meter no meu o Hernani, o Pinga e o América e o Jorge que por o Baía, o Lucho e o James, no fundo, quem ganha, é o FCP, que teve a sorte de contar com esses seis craques.

      Agora, o que eu não concordo, como opinião pessoal, é que o presente, simplesmente por sê-lo, valha invariavelmente mais do que o passado. E que outros suportes de informação percam valor frente à televisão. Também é por isso que digo que estas listas, com épocas tão dispares, fazem pouco sentido e por isso eu não faço os meus onzes históricos. E sim, eu fio-me de muitas coisas. Espero seguir o meu caminho assim, longe ou perto, logo se verá ;-)!

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  30. Para alem das ausencias ja' faladas, penso q Emerson (trinco) tambem merecia estar nesta lista.

    Um dos trincos mais completos q tivémos (bem mais do q Fernando), e de grande qualidade.

    De resto e como já foi dito há coisas que nao se compreende minimamente, como colocar Zahovic no mesmo pote q o André ou Costinha (i.e. trinco), mas pronto.

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    1. Não concordo consigo. Emerson era bom sim, muito bom principalmente ofensivamente, agora defensivamente nem aos calcanhares do Fernando chega.
      Para estar Emerson podia estar perfeitamente Doriva também, que se calhar até teve uma passagem mais marcante por exemplo naquele jogão com o Sporting.

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  31. Ah, mais uma coisa...para reforcar o q o Miguel disse: comparar jogadores de decadas diferente é muito complicado e a bem dizer injusto para os mais antigos.

    «injusto» não só pelas razões apontadas pelo Miguel, mas também porque o futebol evoluiu muito e os jogadores em particular, comecando pelo aspecto fisico (já agora, o Sócrates chegou a ser dos melhores do mundo e fumava 2 maços por dia) e passando pelo técnico, principalmente no caso dos defesas (um «Broas» ao lado de um P Ferreira ou Danilo era um autentico tosco).

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  32. Eu por exemplo tenho mais de 70 anos, venho de uma família de grandes portistas e desagrada-me o esquecimento de grandes nomes da nossa historia.

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  33. Claro que nos nomeados deveriam estar outros que não estão e que não é possível fazer comparações entre "futebóis" com dezenas de anos a separa-los!
    Mas esta "selecção" tem um grande mérito: recordar as nossas glórias de todos os tempos.
    Gostei de ver aqui relembrados muitos atletas que vi jogar e outros de que apenas ouvi falar. E existem muitos que fizeram a delícia dos meninos do meu tempo e que aqui não foram sequer lembrados, como por exemplo Carlos Duarte e Acúrsio, este último além de grande guarda-redes, grande mesmo, ainda por cima foi durante algum tempo jogador da equipa de hóquei em patins!!

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    1. Em lista como estas o consenso é impossível, particularmente com a história brilhante que temos. Teria sempre de ficar muito boa gente de fora. Agora há omissões e omissões e escolhas e escolhas. Acho que o caso Cubillas vs Cissokho é bastante exemplificativo de alguma amnésia!

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  34. A ausência do Cubillas é de bradar aos céus! Juntamente com o Madjer, foi o melhor jogador que vi actuar pelo FCP, e muitos, decerto, partilharão desta minha opinião.

    A minha escolha (e só falo dos que vi jogar):

    Baía; Gabriel, Aloísio, Ricardo Carvalho e Branco; Deco, Pavão e Oliveira; Hernâni, Cubillas e Madjer.

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  35. E se fosse:
    Baía;
    Gabriel, Aloísio, Ricardo Carvalho e Branco;
    Deco, Pavão e Cubillas;
    Oliveira, Kostadinov e Madjer.

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