(Supertaça, FC Porto x Vitória Guimarães, 10-08-2013) |
No passado sábado disputou-se a 35ª edição da Supertaça (a 33ª oficial visto as duas primeiras, disputadas em 1978/79 e 1979/80, terem sido oficiosas).
Ao contrário da Taça da Liga, uma aberração competitiva que apenas é disputada numa minoria de países europeus, a Supertaça é uma prova que existe na maior parte dos países e a sua lógica é simples: é um troféu que se disputa entre o vencedor do Campeonato/Liga e o vencedor da Taça da época anterior. No caso do mesmo clube se sagrar Campeão Nacional e vencer a Taça, disputa-se um jogo entre o clube que ganhou o Campeonato e o que foi derrotado na final da Taça.
Durante muitos anos (até à época 1999/2000), a Supertaça Cândido de Oliveira (é este o nome oficial desta competição em Portugal) foi disputada a duas mãos e em diferentes alturas das épocas, algo que não contribuía para o interesse e afirmação da prova. Contudo, a partir da época 2000/2001, a Supertaça assumiu o carácter de uma verdadeira final, passando a ser decidida num único jogo e, além disso, tal como acontece noutros países (por exemplo, Alemanha e Inglaterra), criou-se a tradição de ser o primeiro jogo oficial da época futebolística em Portugal.
Ao contrário da Taça da Liga, a Supertaça tem lógica, tradição (nacional e europeia) e um superior interesse por parte dos adeptos.
A recente final entre o FC Porto e o Vitória Guimarães provou-o, ao esgotar a lotação do Estádio Municipal de Aveiro (29.100 espectadores), superando a assistência do FC Porto x Académica da época passada (26.825 espectadores) e até a assistência do slb x FC Porto da época 2010/11 (28.819 espectadores).
Pelo contrário, a Taça da Liga é desde a sua criação (época 2007/08) um “nado morto”, sendo uma competição híbrida, sem lógica e sem interesse competitivo, ao ponto de vários jogos, incluindo de “clubes grandes”, não terem transmissão televisiva (foi o caso do Nacional x FC Porto da época passada). Como se isto não bastasse, a prova tem regulamentos pouco claros, que já foram alterados N vezes e, ainda por cima, ficou marcada por escândalos de arbitragem (os sportinguistas, e não só, chamam-lhe Taça Lucílio Baptista).
Por tudo isto, não surpreendeu que na época passada a Liga não tenha conseguido arranjar um patrocinador oficial para a prova e os direitos das transmissões televisivas, após a Olivedesportos ter rompido o contrato que existia com a Liga, tenham sido vendidos ao desbarato a outro operador.
Ao fim de apenas seis edições a coisa é de tal modo feia que, numa entrevista ao jornal Record, o próprio presidente da Liga, Mário Figueiredo, referiu que “não fazia sentido manter a competição”.
Contudo, em 27 de Junho de 2013, numa Assembleia-Geral da Liga, os clubes apreciaram e chumbaram (7 clubes a favor e 33 contra) uma proposta da Direcção da Liga que defendia a extinção da Taça da Liga a partir da época 2014/15.
Mas que sentido faz manter esta aberração, perdão, competição e, ainda por cima, se se confirmar o alargamento do campeonato para 18 equipas (o que implicará mais quatro jornadas)?
Para nós (FCP) não faz muito sentido manter a prova, porque já temos uma época com um número elevado de jogos (campeonato, taça e champions). Eu diria que apenas o Porto e o Benfica saem prejudicados com esta competição, se bem que muito mais o Porto, pois para a maioria dos outros clubes a Taça da Liga é a única hipótese que têm de ganhar um troféu que, para todos os efeitos, é oficial!
ResponderEliminarPoderiam dizer que também têm hipótese de ganhar a Taça de Portugal. Têm, mas é uma taça em que o Porto e o Benfica têm mais interesse, e a probabilidade de um clube pequeno perder com o Porto na taça de Portugal é muito maior do que perder num jogo da taça da Liga em que rodamos a equipa.
Apesar de não ter grande interesse a taça da Liga, eu preferia mantê-la a ter um campeonato com 18 equipas. Por vários motivos:
1) a competição permite que jogadores habitualmente suplentes joguem e se integrem na equipa
2) os bilhetes dos jogos são muito baratos: apesar de nunca se encher o estádio, não deixa de ser uma boa possibilidade para quem não tenha muitas possibilidades económicas para assistir a um jogo do Porto no Dragão (os bilhetes para a bancada central custam sensivelmente 7/8€).
a competição permite que jogadores habitualmente suplentes joguem e se integrem na equipa
EliminarMelhor que a Taça da Liga, cujos jogos estão concentrados num determinado período, as equipas B permitem, ao longo de todo o ano, que jogadores menos utilizados possam ser testados em determinadas posições e/ou ganhar ritmo competitivo.
Foi o caso, recentemente, de Tiago Rodrigues, Herrera, Carlos Eduardo e Ricardo, que foram chamados ao jogo Beira Mar x FC Porto B.
os bilhetes dos jogos são muito baratos: apesar de nunca se encher o estádio
EliminarO facto de nem com bilhetes muito baratos os jogos da Taça da Liga serem atractivos para os adeptos, quer dizer alguma coisa, ou não?
Se se tivesse acabado logo com a Supertaça quando ainda não se tinha encontrado os melhores moldes para a mesma, o autor do artigo não estaria aqui agora a elogiar o troféu com menos valor da época. Releva um troféu ao qual se pode aceder muitas vezes sem sequer se ganhar um troféu oficial (caso de muitos finalistas da Supertaça) para desprezar uma competição (desculpe, aberração) onde as equipas têm de lutar para chegar à final. Porventura existem muitos aspectos a melhorar, mas não queiram já "matar a criança"...
ResponderEliminarPedro B.
Se se tivesse acabado logo com a Supertaça quando ainda não se tinha encontrado os melhores moldes para a mesma
EliminarNa Taça da Liga já se fizeram N alterações e já se tentou vários moldes, sem conseguir fazer desta prova algo que tivesse o mínimo de interesse.
Como explica que na última edição, a Liga não tenha conseguido arranjar um patrocinador oficial para a prova?
Como explica que a Liga se tenha visto "obrigada" a vender os direitos televisivos ao preço da uva mijona?
o autor do artigo não estaria aqui agora a elogiar o troféu com menos valor da época
EliminarNão trocava UMA Supertaça por TRÊS Taças da Liga.
não queiram já "matar a criança"...
EliminarQuem disse que “não fazia sentido manter a competição” foi o presidente da Liga, Mário Figueiredo, o qual, como é público e notório, é unha e carne com o presidente do seu clube (Luís Filipe Vieira).
«Supertaça Alemã. A vitória por 4-2 do Borussia Dortmund sobre o novo Bayern de Guardiola só foi surpresa para dois tipos de adeptos: os que não têm acompanhado o percurso da equipa de Jurgen Klöpp nas últimas 3 épocas ou os que pensam que o Bayern vai passear esta temporada na Alemanha. Não vai. E, apesar de Guardiola dizer que o Dortmund teve sorte, não foi só isso: mostrou-se superior no futebol praticado em campo. A equipa está perfeitamente oleada enquanto o Bayern, apesar da boa pré-temporada que fez, ainda está longe da máquina que foi com Heynckes. Além disso, este triunfo moraliza um rival que na época passada viu o Bayern ganhar tudo e demonstra que esta temporada não será assim tão "fácil" como os fãs de Guardiola terão pensado.»
ResponderEliminarHugo B. Neves
in record.pt
«Supertaça Inglesa. Este foi o balão de oxigénio de que David Moyes precisava no Manchester United, depois de uma pré-temporada para esquecer. É certo que beneficiou o facto de o adversário ser o Wigan, despromovido ao Championship e... desprovido de alguns elementos importantes da época passada que Roberto Martínez levou com ele para o Everton. A pontaria de Van Persie continua afinada e esse é um grande trunfo numa altura em que o sucessor de Alex Ferguson ainda tenta moldar a equipa à sua imagem. Curioso foi o facto de este ter sido o primeiro título oficial da carreira de Moyes que não ganhou NADA em 10 anos ao serviço do Everton. Escuro ao fundo do túnel? Aguardemos pelas primeiras jornadas da Premier League.»
ResponderEliminarHugo B. Neves
in record.pt
«Supertaça Francesa. Laurent Blanc teve o início que desejava no Paris Saint-Germain - ganhou o troféu - mas não da forma como desejava. O Bordéus fez uma boa exibição, apostando na rapidez africana no ataque e num bloco consistente lá atrás. Numa das investidas pelo flanco direito da defesa do PSG, a bola foi cruzada e o inevitável Saivet cabeceou como mandam as leis para o fundo da baliza de Sirigu. Os parisienses forçaram o ataque sem cabeça e o Bordéus sentia-se cómodo: o bloco defensivo parava tudo e os velozes avançados semeavam o pânico no setor mais recuado do PSG. Teve de ser o homem do costume a decidir e Ibrahimovic voltou a fazê-lo com classe: passe genial a colocar Ongenda na cara de Carrasso e 1-1. O 2-1 chegou aos 90'+5 por Maxwell quando o Bordéus suava mas merecia o prolongamento.»
ResponderEliminarHugo B. Neves
in record.pt
A Supertaça é um troféu. A Taça da Liga como a Taça de Portugal são competições. Na minha opinião uma competição tem um estatuto e uma dignidade superior a qualquer troféu. As questões financeiras são uma coisa diferente.
ResponderEliminarPerdão, a Supertaça é um troféu, a Taça de Portugal é uma competição, a Taça da Liga é um aborto que começa logo com uma regra destinada a beneficiar os clubes mais fortes ao distribuí-los por grupos, passa para uma meia final jogada em casa de quem fizer mais pontos no grupo porque o sorteio não tem nada a ver com isso nem nada e acaba numa série de regras imbecis sobre idades e as arbitragens mais enquinadas de que há memória (como não recordar o jogo em que o Benquerença poupa 4 expulsões e 2 penaltys ao Benfica contra o Nacional em casa, em que o Luisão pontapeia um jogador adversário no chão sem bola à vista e sob o olhar atento do Olegário que se decide pelo.. amarelo ou a célebre performance conjunta do Lucílio e Ferrari de Setúbal contra o Sporting. Sempre a favor dos mesmos curiosamente) . Não misturemos a grande Taça de Portugal com esta anedota para papagaio somar troféus.
EliminarDe qualquer modo e Taça da Liga seja lá qual for o formato é uma competição, já que não é um troféu.
EliminarE o que diz dos árbitros não tem nada a ver com a coisa.
Concordo plenamente com o artigo.
ResponderEliminarEsta competição, pelo menos nos actuais moldes, não tem outro interesse que não seja mitigar o desalento de quem habitualmente não ganha nada que se veja.
A prova do que digo está na evidência de quem tem lutado até à exaustão para a vencer, não olhando mesmo a meios para atingir esse desiderato.
Aprovo a postura do FCP em relação a esta competição, que nem para rodar os menos utilizados serve.
Quando muito serve para entreter adeptos...
E, no FCP, isso é uma cena que não assiste...!