quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

"Gente feliz com lágrimas"

Num jogo delirante, a Sorte, que o Pinto da Costa julgou madrasta na Liga dos Campeões, lá acabou por sorrir ao Porto. Quando parecia certo que os jogadores cravavam o último prego no caixão do Paulo Fonseca, Mangala lá despertou os companheiros e salvou a equipa (e o Clube) de escrever uma página negra na sua história. A alegria deve vivida - já que é tão pouca nos tempos que correm - mas é impossível ignorar que o futebol jogado piora a olhos vistos, chegando a roçar o ridículo; não conseguimos vencer o Eintracht uma única vez; e a defesa sólida, que desde há largos anos é uma imagem de marca do Porto, não passa de uma recordação - 5 golos, alguns bem vergonhosos, sofridos em apenas 2 jogos, contra um adversário sem grande gabarito. Parece que o problema, não estava no Otamendi...

38 comentários:

  1. Se este pseudo-treinador tiver um pingo de inteligência, em Guimarães entra com Ghilas e Jackson e deixa o meio campo a 2 (Fernando + 1).

    Como ele não sabe organizar um meio campo, pode ser que em pontapé para a frente dê para o gasto...

    Em relação a hoje, jogo emotivo com um resultado feliz, mas resultado esse que foi conseguido com coração e não com capacidade técnico-táctica da equipa... o futebol praticado foi vergonhoso e o 1º remate da praxe foi lá depois do minuto 30... muito espaço dentro das nossas linhas para os alemães jogarem e falta de apoio aos laterais mais a todos à bola, que nem jogo de infantis...

    Valeu pela entrada de Ghilas e a motivação deste que dotou a equipa de uma maior agressividade e depois do espírito dos jogadores, que certamente começaram a sentir o peso da vergonha!

    Estivemos a perder 2-0 por causa dos Jogadores? É claro que não, mas quem deu a volta à eliminatória foi o espírito guerreiro da equipa ( e a falta de qualidade do adversário pois lá está).

    E não querendo ser incomodo mas sendo, pergunto... 80 minutos sai Varela que já tinha desaparecido desde do meio da 1ª parte... porquê? Josué não entrou quando Carlos Eduardo tinha estourado ao minuto 60/65 e tinha-lhe sido pedido, uns minutos antes, para ocupar um maior raio de acção? Porquê? As Características de Josué não se adaptam a este tipo de jogos?

    Mais uma vez, só fizemos duas substituições... eu acho que o problema é que a substituição do minuto 85 já tinha sido feita antes e a imaginação não dá para mais...

    ResponderEliminar
  2. Curiosamente imitou-se... Pedroto!

    Ironicamente o pior Porto dos últimos anos consegue algo raro, rarissimo na nossa história, eliminar uma equipa alemã.

    Imperfeitos, desiquilibrados, sem critério mas com muita alma... Hoje é dia de saborear uma passagem saborosa, pelas circunstâncias em que rodeavam este jogo e pelo decorreu no mesmo.

    Uma alegria, numa época que tem sido complicada, para estancar um pouco a amargura destes ultimos dias.

    PS: Eu percebo que para alguns é complicado mudar o chip porque tem de estar a educar as massas e estar sempre a constatar aquilo que todos já sabemos. É pena, acabam por ser tão chatos e repetitivos como o Paulo Fonseca e as suas opções.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. «Ironicamente o pior Porto dos últimos anos consegue algo raro, rarissimo na nossa história, eliminar uma equipa alemã.»

      Quem não souber até é capaz de pensar que é raro, raríssimo, o FC Porto empatar ou ganhar a equipas alemãs na Alemanha.

      Nos últimos cinco jogos contra equipas alemãs, disputados na Alemanha, o FC Porto ganhou três vezes:
      2006-11-01, Hamburgo x FC Porto (1-3)
      2000-03-21, Hertha Berlim x FC Porto (0-1)
      1994-03-30, Werder Bremen x FC Porto (0-5)

      Eliminar
    2. É verdade.

      Jogar contra alemães em fases de grupos da Champions tem sido sinónimo de vitórias para o FC Porto - 6 jogos, 6 vitórias.

      No entanto quando entramos em eliminatórias o caso muda de figura. Esta foi apenas a 2ª passagem em 11 tentativas.

      Já caimos contra equipas alemãs em crise na Bundesliga estando nós em épocas muito melhores que a actual (Hamburgo e Schalke...), por isso não acho que se deva desvalorizar a passagem, caracterizando-a apenas como "evitamos uma vergonha". Ou ainda dizer que o Eintracht é uma equipa ao nível do Estoril ou Vit. Guimarães.

      Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Foi uma boa passagem, que foi intranquila e insegura à imagem do que tem sido esta época, um jogo que tinha tudo para correr mal mas que acabou por nos fazer saltar da cadeira.

      Eliminar
  3. Quando se dispensa um central, depois volta-se a recuperar o central e sem qualquer razão aparente, o central titular e inscrito na Europa League vai pro banco, o que se espera?
    De qualquer forma não me parece que o futebol esteja a piorar, é igual desde que o treinador impôs as suas ideias. O problema é que quando as ideias são equivocadas, impostas e não aceites o resultado é desastre.
    O empate foi um bom resultado, mas a sina continua. Eu considero que o tempo de aguentar o treinador é agora até final de época, mas não porque acredite que melhore, a substituir tivesse sido em Dezembro, agora vai tarde.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Por um pequeno acaso, sabe quem é o empresário do Abdoulaye Ba?
      Sabe qual a condição para Fernando renovar?
      Talvez ai encontre as suas respostas!

      Eliminar
  4. Parafraseando o Quaresma... "quem nao acredita pode ficar em casa". Ja' ca' nao vinha ha' uns tempos, continuam no mesmo tom - seca de vida quando nem se consegue festejar quando as coisas correm bem.

    Mas a culpa e' vossa...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. e onde é que as coisas correram bem?

      Eliminar
    2. Festejar dois empates contra uma equipa que nem o PF conhece?
      Estamos assim tão desesperados?

      Eliminar
  5. Se não é do Cú é das Calças...
    Foram-se?-Artolas!
    Passaram?-Nabos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O truque é focar-se mais no Porto - que é o que importa - e menos no que os outros pensam ou fazem.

      Eliminar
  6. Passámos, mas longe de (me) convencer. O Porto demonstrou que não tem jogadores tão maus como muitos os pintam, mas também mostrou, mais uma vez, o mau treinador que tem como líder. Tenho pena, gosto da pessoa do P. Fonseca mas ele não é treinador, para o FC Porto - pelo menos neste momento.

    Há 3 jogos que venho a olhar para a estratégia montada por P. Fonseca Tenho estado atento ao posicionamento dos jogadores em campo e cheguei a uma conclusão: nunca vi, nem em equipas da 2 divisão, um tão mau posicionamento dos jogadores. A pressão alta é mal feita, abrindo imensas linhas de passe, os jogadores estão longe uns dos outros, o que os obriga a correr e a falhar mais. O nosso ataque é igual aos restantes sectores, é ridículo, não faz mossa alguma - é verdade que marcámos 3 golos, mas sofremos 3 e podíamos ter sofrido mais...

    Nesta equipa existe um caos táctico. Estou revoltado com o que tenho visto: uma equipa mal montada, buracos por todo o lado. Os adversários nem precisam de provocar desequilíbrios na equipa do FC Porto, a má colocação dos jogadores já provoca imensos... É lamentável... Os jogadores demonstraram que têm valor, mas o treinador não o demonstra.

    Vi o jogo do SLB e, bem, totalmente diferente: linhas muito próximas e coesas, rotatividade do plantel... Os jogadores que entram demonstram ritmo, no FC Porto, para além dos 11 titular, só jogam: Licá, Ghilas e Carlos Eduardo... É inexplicável, difícil de compreender e de aceitar...

    Eu fiquei contente pela vitória, mas continuo preocupado, assim não vamos lá.... E se não melhorou até agora, duvido que vá melhorar...

    Abraços portistas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Miguel,

      Eu já à muito que observo o caos instalado e para mim é muito simples.

      PF é um treinador de equipa pequena sem o mínimo de experiência a jogar contra adversários que o Porto encontra semanalmente.

      Como tal e quando chegou ao Porto com a sua táctica base, importada do Paços e afins, viu-se com um grande problema entre mãos que simplesmente é a táctica ser lixo num grande.

      Como tal teve que se adaptar e anda a navegar em terrenos completamente desconhecidos para ele...

      Já não é ser ou não ser 2 trincos... é ser 2 trincos num grande que não é a mesma coisa que 2 trincos num pequeno.

      Todas as dinâmicas de jogo são completamente diferentes e essencialmente, os posicionamentos tácticos para pressão, ocupação de espaços defensivos e reacção à perda são dinâmicas muito diferentes quando se joga num grande e num pequeno.

      Um exemplo simples... Carlos Eduardo ontem não tinha posicionamento defensivo atribuído... como tal a sua prestação defensiva era pressionar o jogador que recebia a bola que não estava sob a pressão do Jackson. Até aqui tudo bem.

      Contudo e como os alas estavam com instruções para manterem-se acima (pois nem Varela nem Quaresma estavam a aparecer atrás), provavelmente para manter a defesa do Eintracht aberta e mais posicional, quem tinha que fazer a cobertura adicional nos flancos era o Fernando e o Herrera.

      Ora somente com dois jogadores para aquela área toda, bastava 1 lateral subir à vez para obrigar o Fernando ou Herrera a socorrerem o lateral e a deixarem o meio-campo entregue a 1 jogador nosso contra 3 do adversário.

      Ainda para piorar, e vi várias vezes, o segundo médio descaia para o mesmo lado do médio que ia à linha, ficando somente a 2/3 metros deste o que abria por completo o centro do terreno à equipa alemã.

      Esta situação táctica aconteceu N vezes ontem e é apenas uma das simples abordagens às origens de tantas facilidades dos adversários

      Eliminar
    2. João Gonçalves, tal e qual. Um tipo a ver estas coisas, não estando habilitado a treinar nem os infantis, quase que se sente à altura de treinar uma equipa como a do FCP... É ridículo.

      Eliminar
  7. Olá
    Caro Flipe, se joga o Ba, ninguém entende poque se tira o Maicon. Se joga o Maicon, « o problema não estava no Otamendi»? Está onde, sabe dizer-nos?
    Estará no Mangala? Mas esse até marcou dois golos e, talvez tenha carregado o Dragão para carimbar a passagem.

    Ou será que a culpa estará no Helton?
    Sim, são muitas questões, mas gostavamos de saber a sua opinião.
    Cumprs
    Augusto

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hélton, Maicon, Mangala e Otamendi, já fizeram parte de equipas do Porto, que venceram campeonatos consecutivos e até provas europeias, para além de serem frequentemente das defesas menos batidas nas provas em participaram. Nenhum deles está velho ou acabado - o que mudou então? Acho que a resposta é óbvia.

      Eliminar
    2. Olá
      O óbvio, para mim, foi que a defesa que ontem jogou, apesar de já ter feito bons jogos, ontem foi uma «peneira».

      Cumprs
      Augusto

      Eliminar
  8. Há muita culpa da direcção na construção deste plantel... Há!!

    O PF não é culpado que o Jackson não consiga fazer uma recepção de bola e que numa delas que vai-lhe ao joelho acaba no 2-0... Realmente não é!!

    Mas f*da-se é culpado por ter uma vaca sagrada que desde o inicio da época fala mais em sair do clube do que realmente em jogar. Se o treinador foi "homem" para castigar o Herrera, Maicon, Quintero e outros também tem de ter bolas para meter o Ghilas a titular e mostrar ao colombiano que se não deixar de sonhar com outras ligas vai começar a ver os jogos descansadinho ao lado dele.

    É culpado, igualmente, de não saber mexer na equipa e não foi capaz de tirar um estoirado Carlos Eduardo e refrescar o miolo, provavelmente com Josué (que foi tirado da equipa quando estava a começar a mostrar qualidade), e acabou por sofrer mais 1 golo.

    Também só a ele podemos apontar o dedo em relação à defesa... os jogadores são os mesmos, portanto a menos que haja algo que não seja publico, apenas o treinador pode ter a culpa. Principalmente pelo posicionamento dos jogadores e as suas movimentações.

    O PF é realmente pior treinador que já vi no Porto, pior ainda do que o Octávio. Pelo menos este ainda lançou uns putos da formação...

    ResponderEliminar
  9. Não entendo. a sério. Realmente alguns adeptos merecem mesmo o que está a acontecer.
    Mas é suposto não criticar a palhaçada que aconteceu no 1º golo? Nem em jogos de distrital vi uma defesa tão perdida em campo.
    É suposto não dizer que o Maicon tem culpa em 3 golos e que a jogar assim nem no Arouca tinha lugar?
    É suposto bater palmas por ter sofrido 5 golos duma equipa de vão de escada?
    É suposto rejubilar por não ter ganho um único jogo ao 10º classificado da Alemanha que levou 4 do Dortmund e 5 do Bayern?
    É suposto ficar feliz por ter que ser um central em desespero a ir marcar os golos lá à frente?

    Passamos sim, é a única coisa boa que se aproveita do jogo. De resto tudo foi muito mau, do pior que já vi no Porto.
    Não, não estou feliz, estou preocupado. Porque se estes mancos nos marcam 5 golos quantos marcarão Higuain, Hamsik e companhia?

    Mais, preocupa-me tantas declarações de euforia tanto de jogadores como de dirigentes, como se não tivéssemos feito uma figura ridícula nestes dois jogos.
    Isto não é o Porto, pelo menos não é o meu Porto. Eu sou daquele Porto que, muitas vezes, depois de vitórias, deixava os jogadores a correr à volta do campo. Não sou do Porto que ao passar por golos fora contra uma equipa miserável, que não é melhor que um Estoril ou um Guimarães, festeja como se não tivesse feito uma coisa banal. Como se tivesse feito uma grande coisa!
    Mas depois de ver a equipa a festejar uma passagem à próxima fase da taça da liga como se fosse um título, já estou por tudo. Mas se for para continuar neste rumo, acrescentem um "S" atrás de Porto, porque estamos a assistir a uma sportinguização.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A memória é curta.

      O Frankfurt esteve a centimetros de meter o 3-1, muito antes de o ter conseguido, o que podia ter morto o jogo. Um acumular de erros defensivos e um gesto heróico de Varela, o mal amado, que não só cortou a bola em cima da linha (quando evidentemente não era a ele quem correspondia estar ali), como rapidamente saiu da posição para deixar o rival em fora-de-jogo posicional. Esse era o Varela que metade da paróquia queria vender em Agosto. Um pouco de lucidez neste desnorte não fazia mal nenhum!

      Eliminar
    2. DC e Miguel Lourenço, subscrevo o que escreveram.

      Eliminar
  10. Foi um jogo cheio de vícios e óptimo para os comentadores exercitarem a sua sabedoria. Vou cumprir a minha parte: a nossa equipa mais uma vez demonstrou fragilidades nas transições defensivas, Martinez está menos confiante e não produz, Carlos Eduardo deveria ter sido rendido e Alex continua uma pouco desligado e desleixado. De resto, a equipa teve muitos bons momentos e menos bons, como diria La Palisse.
    Para os que vêm no jogo um mero exercício de gestão, que um bom treinador comanda e os jogadores correspondem como marionetes, é provavelmente um manga de alpacas e confunde chouriço com velocidade. O jogo, de ontem, esteve muito partido e irracional, como as emoções que fervem e não se dominam. O futebol para tal gente, nem deveria ter essa paixão, nem um bom jogador deveria bater assim. Mas, foi assim que se passou e, para além de todas as desventuras e fragilidades, fica a vitória, a passagem aos oitavos, mais receita e mais prestígio. Sim, porque o jogo de ontem só acrescentou e quem disser o contrário é um velho rezingão; o resto deve ser trabalho de quem dirige e treina, com disciplina, rigor e critério. Trabalho, muito trabalho, eis a receita. Nunca contei que o FCP passasse e conseguisse superar as dificuldades criadas pelo adversário e por alguma culpa própria, mas com muito mérito e não apenas por erro alheio. Fiquei feliz e com lágrimas. Somos Porto, carago.

    ResponderEliminar
  11. Apoiem o FUTEBOL CLUBE DO PORTO e deixem a treta do treinador em paz!
    Querem reclamar? não se escondam atrás do teclado, vão às assembleias gerais do FUTEBOL CLUBE DO PORTO, e de certeza, servos-á dada a palavra!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Rui André Silva,

      Para si apoiar é só dizer bem. Nem é debater os problemas, nem procurar soluções, nem levantar questões. Não. É só dizer alvissaras aos dirigentes, aos treinadores e jogadores. Porque está tudo bem, como é evidente.

      Parece-me estupendo. E profundamente esclarecedor do nível de alienação a que isto chegou!

      Eliminar
  12. Os jogadores sentiram a pressão depois do 0-2 e foram atras do prejuízo mais com o coração que cabeça, mas desta vez tiveram a sorte que faltou noutras ocasiões.
    O treinador é mau, já sabemos -veja-se que com a equipa a perder 3-2 não fez a 3ª substituição!, mas será o único culpado?
    Como é possível sofrer 5 golos duma equipa frágil , apenas 13º classificado da bundesliga?..O Maicon é uma nódoa, marca os avançados á distância!
    Também se destaca a miserável exibição de Jackson e um Ghilas fantástico a merecer a titularidade em Guimarães!

    ResponderEliminar
  13. O momento da equipa é mau, e não estamos no nosso melhor, mas convêm termos alguma razoabilidade na análise e prudência na escolha das palavras. “Página Negras”? A morte de Pavão em pleno estádio das Antas durante um jogo; a saída de Pedroto, do Clube, em 1969, sancionada em Assembleia Geral e a proibição do mesmo de voltar a treinar o FC Porto, que foram um prenúncio da decadência que pouco tempo depois nos atingiria completamente, a pior classificação de sempre no campeonato e, sobretudo, uma mentalidade temerosa em alcançar, e lutar, pelos lugares cimeiros do futebol português, bem expressa no “complexo de atravessar a Ponte D. Luís” para enfrentar os nossos rivais; a rixa no balneário entre o técnico Yustrich e o Hernâni, sinónimo da falta de liderança directiva e da deficiente estrutura do FC Porto – que caracterizariam a década de 60 e a de 70 pré- Pinto da Costa - que originou a saída de um treinadores mais carismáticos do Clube; a forma displicente como se deixou sair do Clube um dos seus melhores futebolistas de sempre, o Osvaldo Silva, e que seria um dos principais responsáveis pela perda, no próprio estádio das Antas, de uma Taça de Portugal frente ao Leixões, para onde o referido jogador fora jogar; o “Verão Quente de 1980”, com uma divisão de balneário, a desunião da estrutura dirigente - e o respectivo confronto de personalidades – que pressagiam um regresso ao passado, nova decadência e outra “travessia no deserto”. Isto sim, são exemplos de “páginas negras” na História do Clube, e não um jogo menos feliz, não uma eliminação das provas europeias, não uma temporada abaixo do normal e do desejável que devem ser classificadas dessa forma.
    Estamos a jogar mal? Sim. A equipa tem uma deficiente/insuficiente organização táctica? Sim. O treinador tem-se revelado incapaz de lidar com a exigência do FC Porto? Sim, mas nada disso é sinónimo do Apocalipse, e de decadência, que tantos adeptos ultimamente apregoam. Nem é uma escolha errada, pela Direcção, do treinador para dirigir a equipa que origine questionar e colocar tudo em causa. A mensagem catastrofista, uma mentalidade de desânimo - e de inevitabilidade do fracasso - que fomos lendo por aí, e as palavras de abandono no apoio à equipa são sinal, não só um espírito fatigado de sucesso que não tolera a mais pequena adversidade, mas – o que é mais preocupante – de uma recusa em lutar quando surgem os problemas a enfrentar, e um carácter receoso do que o futuro possa trazer. Esta mentalidade timorata foi a que nos levou a uma travessia no deserto e é muito mais perigosa para o Clube do que qualquer má escolha de um treinador para a equipa, pois enquanto se pode mudar, a qualquer altura, um treinador e retomar o curso correcto, já a mentalidade é mais difícil de mudar.

    ResponderEliminar
  14. Quando classificam os jogos, e os golos que sofremos, contra esta equipa alemã como vergonhosos e, indirectamente, afirmam que esta vitória na eliminatória - e a respectiva passagem à fase seguinte - foi insignificante, e que não é digna de tanto festejo, não examinam o passado do FC Porto nas provas europeias. Já fizemos muito pior, pois fomos eliminados por uma equipa claramente inferior à nossa, o Wrexham, numa eliminatória em que sofremos 4 golos, embora possamos invocar que tínhamos na baliza um guarda-redes (o Borota) não familiarizado com o resto da equipa e com falta de rotina com os seus colegas no reduto defensivo, mas tal não invalida a má prestação da equipa, nessa eliminatória, nem justifica que tenhamos sofrido 4 golos quando na época anterior tínhamos alcançado o feito de apenas sofremos 9 golos no campeonato todo, sinal de uma defesa consistente. Nessa altura não tínhamos o estatuto europeu que actualmente possuímos? Sim, é verdade, mas éramos claramente favoritos e a prestação do FC Porto na edição anterior da prova deixava-o à partida como um dos candidatos à vitória nessa prova. Essa eliminação não foi prenúncio de nenhuma catástrofe - nem de decadência - como parte da massa adepta a encarou, nem tal significava que a preterição de António Morais para orientar a equipa fora errada, e passados 2 anos estávamos em Viena a comemorar a vitória na Taça dos Campeões Europeus.
    Quando falam em exibições ridículas, ou vergonhosas, convêm recordar que na era Robson, enfrentamos uma equipa insignificante na Liga dos Campeões, já na fase de grupos, – e numa altura em só os campeões de cada País entravam na competição – o Aalborg em que metade da equipa era composta por jogadores semi-profissionais ou amadores - pois tinham como actividade principal na vida outra profissão que não futebolista – e cometemos a singela proeza de não ganhar nenhum dos 2 jogos que fizemos contra eles (dois empates a 2) naquela que terá sido a mais vergonhosa prestação europeia do FC Porto na Liga dos Campeões, não vencemos um único jogo. Prestação muito abaixo da feita no tempo de Co Adrianse, da feita na 1ª temporada de Vítor Pereira e também abaixo da feita na época actual, pois o Aalborg era uma equipa muito inferior a um Austria de Viena, a um Eintracht Frankfurt, ou a um Apoel, equipas que recentemente defrontamos, e nem o Nantes ou o Panaitinaikos (equipa mais fraca daquela que enfrentamos a caminho de Sevilha) chegavam aos calcanhares do actual Atlético de Madrid. Mas como estávamos numa senda de vitórias internas, para que muito contribuíram nessa segunda temporada de Robson a ausência de fortes opositores internos – o desequilibrado sporting de Octávio Machado e, talvez, o pior benfica de sempre, o de Manuel José - o título de campeão nacional, mais do expectável quando acabou a 1ª volta desse campeonato, fizeram esconder, ou melhor, esquecer a mais fraca prestação europeia do FC Porto nessa prova.

    A memória e passado deveriam levar-nos a ter mais cautela nas palavras e nas avaliações.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pelos vistos, para si, desmerecer das nossas vitórias a-posteriori - como faz em relação à segunda época de Bobby Robson - é lícito: o que não é lícito é fazê-lo do sucesso de Frankfurt...

      Quanto ao Co Adriaanse, conseguiu a proeza de perder em casa com o famoso Artmedia por 3-2 depois de estar a ganhar 2-0.

      Eliminar
  15. Vergonhosas considero sim os desejos de alguns portistas para que o FC Porto fosse eliminado contra o Eintracht Frankfurt e não seguisse na prova, quer porque tivessem medo de defrontar o Nápoles – antecipando um jogo em que as nossas actuais debilidades fossem mais exploradas e acabássemos goleados - ou porque uma derrota ontem frente ao clube alemão significaria o abandono definitivo de Paulo Fonseca do Clube. A passagem do Clube numa eliminatória europeia é sempre, de acordo com a minha humilde perspectiva, desejável e um bem para o FC Porto, seja em que circunstâncias forem, esteja a equipa num bom ou num mau momento. Vergonhoso é sim colocar os receios e os caprichos pessoais acima do bem do Clube.
    Perdemos por 6-1 contra o AEK de Atenas, e tal não impediu de anos mais tarde sermos campeões europeus; perdemos por 5-0 em Eindovhein, e mesmo assim fomos campeões europeus em 2004, o estatuto, e o prestígio, europeu foi recuperado; perdemos por 5-0 em Londres frente ao Arsenal, em 2010, e tal não impediu de ganharmos a Liga Europa passado 1 ano. O que é importante é que, a haver um desaire estrondoso - vulgo uma goleada sofrida -, haja força anímica e vontade para nos reerguemos desejosos de recuperar a dignidade momentaneamente perdida, e ávidos de novas vitórias e novos sucessos. Todos os grandes clubes europeus (Real Madrid, Barcelona, AC Milan, Bayern Munique… etc) sofreram goleadas, e tiveram derrotas humilhantes, mas continuaram na senda de vitórias e souberam recuperar psicologicamente desses desaires.
    Portanto este receio de sofrer um pesado desaire na competição europeia, é em tudo semelhante ao “complexo de atravessar a ponte” dos anos 60 e 70, que nos tolheu as ambições, e relegou o Clube para um lugar subalterno no panorama desportivo nacional. Este espírito timorato é mais paralisante, e nocivo, para as ambições de um Clube do que qualquer má escolha de um treinador, esse espírito timorato sim pode originar uma decadência, uma nova “travessia no deserto”.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não conheço nenhum portista que desejasse a eliminação do clube da Liga Europa. Você parece conhecer gente muito bizarra.

      E, com o devido respeito, o seu estilo é demasiado moralista - mas está longe de estar só.

      Eliminar
  16. Não sei se o nosso estimado leitor Rui Silva algum dia foi a uma AG do FCP, mas algo me diz que não.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O escritor Burmester é muito rápido a julgar as pessoas!
      Com certeza compreenderá, que não venho para aqui relatar o associativismo e o tempo que cada pessoa deu, dá e dará ao Clube, ao longo dos anos!
      Lá estaremos em Guimarães, a apoiar o nosso Clube, neste momento difícil que atravessamos!
      Portistas com MUITO ORGULHO é o que todos somos!

      Eliminar
  17. Alexandre Burmester,

    Não possuo dois pesos nem duas medidas, os critérios da minha avaliação são uniformes, tanto é lícito criticar a prestação europeia de Robson como a de Paulo Fonseca, ou de qualquer outro treinador. Tanto se critica o Tomislav Ivic, o Fernando Santos, o António Oliveira, o Vítor Pereira, o Co Adrianse, e quando se vai avaliar Robson este, para muita gente, torna-se intocável. Sim perdemos em casa com o Artmedia, mas jogamos muito melhor do que em qualquer jogo da fase de grupos da Champions da 2º temporada de Robson; com Co Adrianse cometemos a proeza de ganhar ao Inter e, se fosse uma eliminatória, no cômputo dos 2 jogos teríamos eliminado o histórico clube italiano. Quando falei no título de campeão na 2ª temporada de Robson não estava a desvalorizar a nossa vitória, nem a desmerecer o feito pelo referido técnico, terei sido mal interpretado, estava apenas e só a contextualizar, afirmando que o futebol exibido nesse segundo ano ficou abaixo do da época anterior, e que tivemos pouca oposição, na conquista desse título, pelos nossos tradicionais rivais.

    Quando falei em portistas que desejavam a eliminação do FC Porto face ao clube alemão não me estava a dirigir-se indirectamente a nenhum autor - ou comentador - deste blog, mas a pessoas com que lidei após o jogo – e não, não devem ser pessoas bizarras, aparentam ser pessoas vulgares -, um desabafou comigo, após saber que era o Nápoles o próximo adversário, que “era preferível termos perdido esta eliminatória.” E também fui lendo por outros sítios da blogosfera, que não este, portistas que preferiam ter perdido o jogo contra o Frankfurt, mesmo admitindo a hipótese que poderiam existir anónimos benfiquistas/sportinguistas a passarem-se por adeptos do nosso Clube.

    ResponderEliminar
  18. Alexandre Burnester,

    Tem razão, reconheço que adoptei um estilo/tom demasiado moralista, mas tal não é meu hábito, a força das circunstâncias – abundantes comentários desanimadores e catastrofistas da massa adepta - a isso me obrigou. Só estava a tentar fundamentar que uma série de maus jogos, uma má temporada, uma escolha errada de treinador não implicam necessariamente a decadência do Clube.

    ResponderEliminar