sábado, 20 de junho de 2015

Camisolas para a nova época

As novas camisolas da equipa de futebol do FCP foram apresentadas. A principal:

Gostei.  

E penso que isto demonstra que havendo vontade podemos manter um padrão-base, e por isto refiro-me ao número de riscas - mudando apenas detalhes de forma inteligente (como as mangas, a gola, a parte de baixo da camisola, ...) de forma a termos na mesma uma camisola claramente distinta da época anterior. Pessoalmente prefiro de longe o padrão mais parecido possível com a camisola q tivémos durante muitas décadas (muito parecida com esta nova - pelo menos na parte frontal - mas trocando as riscas brancas por azuis e vice-versa), e não camisolas que às vezes fazem pensar que estamos na presença do Gotemburgo ou do Blackburn.

Quanto à 2a e 3a camisolas, aí sim acho que a Direção pode usar de maior liberdade criativa. Pelo que vi gosto muito da 2a camisola para a nova época, e detesto a 3a (uma grande trampa, literalmente).

Finalmente, há a questão do patrocinador na camisola. A ver vamos como isto acaba, mas fiquei muito desiludido com as declarações de PdC a propósito de um hipotético patrocínio do governo angolano: chamem-me maluco mas, apesar de achar natural que o dinheiro fale muito alto, não concordo minimamente que fale acima de tudo o resto: era só o que faltava sermos patrocinados por um governo ditatorial em que ainda por cima os seus dirigentes batem recordes mundiais a roubar dinheiro público para os seus bolsos, da família e de compinchas.

Se hipoteticamente houvesse muitos portistas entre os habitantes do Estado Islâmico, será que PdC iria usar esse argumento para dizer que teria muito prazer em ser patrocinado pelo E.I.? Obviamente o E.I. está bem para além do governo angolano, mas isso não impede que este último também esteja bem para além da «linha vermelha» que defendo para os princípios que devem reger a gestão do FCP.

14 comentários:

  1. Gosto do novo design deste ano e preocupa-me, igualmente, a demora do conhecimento do sponsor nos equipamentos, se é de Angola? sinceramente não acho relevante, porque penso que as más políticas não se resolvem com boicotes, como estão amplamente provados.

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  2. completamente de acordo quanto a publicitar ditaduras, prefiro que não haja patrocinador. como diz, e bem, o dinheiro não pode falar acima de tudo.
    quanto ao 3º equipamento, a tal trampa, visto no pc é feio, mas até pode ser que resulte na visualização em campo, a ver vamos...

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  3. Sobre o patrocinador, concordo com o que diz - fazendo minhas as palavras de Tournesol: "je refuse de serrer une main qui foule aux pieds les droits imprescriptibles de la personne humaine !..." -
    Mas, não creio que seja o estado angolano per se, e, depois entramos aqui numa outra questão: se não for de Angola é da China - venha o diabo e escolha ? - se não for daí é dos Estados Árabes Unidos , ou da Rússia...
    Tudo flores que não se cheiram !
    Acho que se tem de referir esta questão, até porque obviamente quando o dinheiro fala, a maior parte das vezes tudo passa a ser válido, mas não vejo muita solução para isto... por mais que se procure não há também marcas "kosher" ... não era a Nike que tinha crianças a trabalhar no Paquistão?
    (Só a Revigrés... )

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  4. Compreendo a lógica economicista, mas discordo destas mudanças anuais no equipamento. Enquanto elemento identitário, o equipamento principal devia ter um design único e intemporal para que fosse possível identificar, em qualquer parte do mundo, que é uma equipa do FC Porto que está em campo. De época para época, admitir-se-iam apenas pequenas alterações a nível dos detalhes. Durante décadas, o equipamento padrão consistia em: camisola com uma risca branca ao meio (como o autor sugere), calções azuis e meias brancas.

    Se querem fazer experiências e retirar ao equipamento as suas características distintivas, podem utilizar o equipamento secundário.

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  5. Quanto ao patrocinador, não me oporia se a Sonangol decidisse injectar uma pipa de dinheiro no FC Porto, caso esse investimento beneficiasse tanto o clube como a empresa. Digo investimento porque é disso mesmo que se trata.

    Não me consta que as transportadoras Qatar Airways (Barcelona), Fly Emirates (Arsenal, Real Madrid, AC Milan) ou a Etihad Airways (Manchester City) estejam sediadas em exemplos de democracia, bem pelo contrário!

    Com isto quero dizer que seria conveniente afastar a política do desporto.

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  6. Realmente a questão de quem é o Patrocinador é acessório o que necessário é que invista e bem.
    Quanto aos equipamentos deveriam manter as características gerais e apenas serem alterados naquilo que for mesmo indispensável. Pessoalmente não gosto das camisolas com três listas azuis acho-o mais sóbrio e bonito.-

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  7. Realmente a questão de quem é eventualmente o Patrocinador é acessório o que necessário é que ele invista e o faça bem. Pessoalmente não gosto do equipamento com três listas azuis. Acho o convencional mais sóbrio e também mais bonito.

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  8. Então e se o país patrocinador fosse a Guiné Equatorial?
    Tanto quanto me foi dado a entender esse novo país da CPLP quis patrocinar o FC Porto (e ao que parece até o benfica) mas a direcção afastou logo essa hipótese.
    Mas se ainda houvesse essa possibilidade, o que diriam vocês? Vocês e todos os adeptos portistas?
    Pois eu sei bem o que diria mas pelo que li em comentários acima... fico preocupado!

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    1. Pelos vistos, há quem goste de misturar alhos com bugalhos e não consiga fazer a distinção entre país e governo. Equiparar a nação e o povo angolano ao seu governo equivale a dizer que Portugal (e os seus cidadãos) e o governo de Passos Coelho são a mesma coisa e intermutáveis. É escusado dizer que isto é um disparate.

      Para pôr as coisas no devido contexto, eis a transcrição da declaração de Pinto de Costa em que aborda um eventual patrocínio de Angola. A entrevista foi concedida à revista "Draft Angola" no âmbito de um acordo de parceria celebrado entre o FC Porto e Academia de Futebol de Angola.

      "Grande parte do povo angolano tem um carinho muito especial pelo FC Porto. Um dia podemos identificar-nos ainda mais, a exemplo do que acontece com o Atlético Madrid, que tem nas camisolas o nome Azerbaijão. Isso já nos foi proposto por outro país e não aceitei, mas no caso de Angola seria um prazer levar a todo o Mundo o nome do país nas nossas camisolas. Seria uma propaganda fantástica para o país e ficaríamos muito orgulhosos."

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    2. zzzz disse: "Pelos vistos, há quem goste de misturar alhos com bugalhos e não consiga fazer a distinção entre país e governo."

      Parece-me obvio que quando PdC fala em colocar "Angola" nas nossas camisolas esta' a falar (ainda q hipoteticamente) num patrocinio do Estado angolano, e portanto num negocio com o seu governo.

      A nao ser q o leitor pense que os angolanos vao fazer uma vaquinha em crowdsourcing 'a margem do seu governo e patrocinar-nos directamente, o que naturalmente seria um contexto diferente... mas isso parece-me, digamos, um "bocadinho" improvavel.

      Nao tenho qualquer problema com o povo angolano, bem pelo contrario - mas nao me parece de todo que repudiar um patrocinio do Estado angolano seja repudiar o povo angolano.

      Tambem nao tenho qualquer problema com o povo norte-coreano, mas tambem nao iria querer fazer um contrato de patrocinio ao pais com Kim Il Jung & compinchas (e duvido que o leitor considerasse isso um repudio ao povo norte-coreano).

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    3. Discutir casos hipotéticos cuja concretização é altamente improvável não faz muito sentido, mas enfim...

      O presidente do FC Porto foi perfeitamente claro quando declarou que um eventual patrocínio estaria enquadrado numa lógica de promoção do país africano e que reflectiria os laços de amizade mútuos entre o FC Porto e o povo angolano. A tónica, portanto, foi colocada na amizade recíproca com Angola e o seu povo.

      O autor considera que o FC Porto não deve estabelecer parcerias (ou "negócios", como afirma) com o Estado angolano, o que compreende qualquer organismo ou entidade pública sob a dependência do Estado.

      A minha opinião é diferente. Estabelecer parcerias com entidades públicas não implica, por si só, a conivência ou cumplicidade com os Estados ou governos dos quais dependem.

      Acho bem que o governo angolano, ou qualquer outro organismo público, procure promover o país e, implicitamente, o seu povo. Duvido, porém, que o patrocínio de clubes estrangeiros seja a melhor forma, mesmo acreditando que os simpatizantes do FC Porto angolanos ficariam contentes de ver o nome do país estampado nas camisolas do seu clube de preferência.

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  9. Amigo Zé Rodrigues, apenas um bitaite em relação ao 3. equipamento, o castanho, que acho mesmo muito interessante. Primeiro porque é nóvel e bastante incomum, segundo porque remete para outra equipa pela qual nutro alguma simpatia - o FC St Pauli. Por mim acho bem.

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    1. E' uma questao de gostos pessoais... eu nao tenho problema nenhum com mudancas em geral (e como ja' disse, em particular no 2o ou 3o equipamento), mas depende da mudanca...

      Nao ha' qq duvida q por ex uma camisola 'as riscas verdes e amarelas com bolinhas cor de rosa seria muito "novel e bastante incomum", mas isso so' por si nao seria grande trunfo em seu favor :-)

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  10. Já repararam na parte posterior da camisola? É um bocadinho insinuante e maricolas não acham? O ZéZé Camarinha não desdenharia.

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