terça-feira, 28 de julho de 2015

Criatividade, procura-se!

Os jogos de pré-temporada servem quase sempre para muito pouco para o espectador comum e muito para quem segue as entranhas do desenvolvimento da equipa. Analisam-se ao detalhe a evolução da condição física, o entrosamento entre jogadores, a assimilação de sistemas. Os resultados são sempre o de menos mas para os adeptos, desde fora, perturbados sempre pelo excitante mercado de transferências, com os seus vais e vens, os amigáveis servem igualmente para ver até que ponto o plantel está bem concebido. E, neste momento, o plantel actual do FC Porto não é apenas um plantel com desiquilibrios pontuais. É um plantel onde não há uma chispa de criatividade.

O futebol mudou muito, evoluiu tacticamente, mudaram-se conceitos e sistemas mas continua a girar á volta de verdades absolutas. Uma delas, no que aos planteis diz respeito, é que se torna muito dificil a um clube triunfar sem um esqueleto bem definido onde há espaço para um grande guarda-redes, um defesa com capacidade de liderança, um médio recuperador capaz de trazer equilibrio à equipa, um goleador e um jogador com criatividade para desbloquear jogos. São cinco papeis chave entre vinte e cinco jogadores. Sem eles, dificilmente, uma equipa triunfa e muitas vezes são precisamente nestes pontos que se distinguem entre as boas e as grandes equipas. Actualmente o plantel do FCP carece de três desses cinco papeis, um preocupante ratio de 60%. Há médios recuperadores para dar e vender capazes de dar conta do recado e entre Casillas e Helton há segurança e experiência para dar e vender na baliza. Mas continuamos sem um central lider há muito tempo - Maicon é o mais veterano mas o mais propenso, igualmente, a cometer erros infantis, sobretudo na distribuição; Marcano é um jogador certinho mas sem chispa de liderança e Indi um projecto de futebolista complementar e pouco mais - e sem um número 9 no seguimento da melhor tradição do clube (a Aboubakar ainda falta muito para sonhar com esse patamar). Sobretudo, falta-nos quem ponha a arte e a criatividade na mesa e quem abra o livro nos momentos complicados.

 Todas as grandes equipas se definem pelos seus artistas. No final triunfa sempre o colectivo, está claro, mas sem esses artesões o conjunto perde sempre em influência, talento e capacidade de superação. Podem ser de um perfil mais contido - Iniesta, Isco, Zidane - ou mais espectacular - Neymar, Hazard, Robben. Podem ser omnipresentes - Ronaldo - ou divinos - Messi - mas estão sempre lá para fazer a diferença. O FC Porto 2015/16 não tem nenhum jogador dessas caracteristicas no plantel e há medida que a época avança, parece pouco provável que o venha a ter. O único jogador que pode encaixar nesse papel é Brahimi mas o ano passado deixou claro que o argelino é um futebolista que oscila demasiado entre o 8 e o 80 para ter e exigir o peso da equipa, o que se pede sempre a esses jogadores. Tem talento para ser um Deco mas não o perfil mental exigido. Será fundamental, quando estiver bem, para aportar esse desiquilibrio mas sempre desde a faixa lateral. É o único que sobra do plantel da épcoa passada onde Lopetegui contava com outros dois desiquilibradores natos, dos criativos únicos em perfis distintos. Por um lado havia Quaresma, o jogador que, quando abria o livro, não devia nada a ninguém no futebol mundial. Abria-o pouco, cada vez menos, mas tinha essa capacidade de "cair" no rival e desmontar defesas bem organizadas com um gesto técnico. Por outro lado Oliver Torres liderava desde a tranquilidade do passe certo no momento certo. A sua criatividade era cerebral, lendo o jogo, provocando desiquilibrios no espaço, movendo as peças a belo prazer, tanto em condução como com um só golpe no esférico. Sem os dois, a equipa ficou orfã.



Quem tem agora em mãos o treinador para esses papeis? Ninguém.
Sergio Oliveira e Ruben Neves são jogadores de bom toque de bola, que tanto podem servir nas transições em largo como no jogo rendilhado, mas não vão ser os alicerces criativos da equipa. Imbula, Herrera, Danilo, Evandro e André André são jogadores de um perfil similar, de ida-e-volta, box-to-box, com capacidade física, pulmão, sentido táctico apurado e boa leitura de jogo, mas sem a "magia" de dar o toque de graça no momento certo. Alberto Bueno tem a idade que tem e até agora, por onde passou, demonstrou ser um jogador seguro, "certinho", mas sem essa capacidade de improvisação genuina que se lhe exige a quem vai ser "criativo" em amplos sentidos. Nas alas, salvo Brahimi, estão os mesmos protagonistas. O vertical Hernani, um Ricardo que continua sem saber bem o que vai ser e um Tello bom no um par um, em diagonal, mas que só sabe um movimento, ainda que o utilize muitas vezes bem e para beneficio da equipa. Mas, em nenhum caso, é um jogador que a equipa pode sentir que vai pegar nela nos momentos mais dificeis.

A isso há que juntar dois factores. Existe, evidentemente, um overbooking no meio-campo. Lopetegui conta, actualmente, com oito jogadores para o que, em principio, seriam seis vagas - Sergio, Ruben, Imbula, Herrera, Danilo, Evandro, Bueno e André André. O mexicano ainda pode sair ou algum dos restantes (Evandro ou André) serem sacrificados. O que não abre espaço para esse "10" - Quintero, um projecto de 10 falhado, está aparentemente já fora destas contas e Otávio foi rodar um ano mais - que tenha alma de 8 como tiveram, no seu melhor momento, jogadores como Deco, Zahovic ou Lucho Gonzalez.
Por outro lado, e ainda que pareça que há petróleo para os lados de Contumil e arredores, não há fundos disponiveis para contratar um jogador desse perfil com impacto imediato - Oliver veio emprestado, Quintero foi um flop, James demorou o seu tempo a adaptar-se - e que faça esse elo de ligação com a equipa. Jogue Lopetegui no mesmo 4-3-3 ou no 4-2-3-1, esse perfil de jogador continua a ser necessário e os jogos até agora vistos só reforçam essa ideia. A equipa poderá estar tacticamente muito bem trabalhada, ser organizada e certinha. Mas sem as trivelas de Quaresma, os slaloms de Oliver ou os golpes de magia de um jogador desconhecido, o nosso modelo de jogo ofensivo tem todas as condições para ser previsivel. Funcionará no plano interno, seguramente, mas este plantel tem um "paper value" que exige uma ambição europeia significa e nesse cenário, como bem vimos o ano passado, a presença desse tipo de jogadores é chave.

Que pode o clube fazer?
Se tiver fundos e a certeza absoluta do impacto do jogador, esse perfil deve ser preenchido. Na dúvida, procurar, dentro do plantel, alguém que assuma esse papel ainda que, pela amostra e pelo que se viu no passado de todos os membros da equipa, nenhum parece ter no seu ADN a capacidade de ser o nosso maestro de cerimónias até Junho de 2016.

37 comentários:

  1. Nao podia estar mais de acordo.

    Caro Miguel, na minha leitura foi de um post em que discordei com a necessidade de o ter escrito para outro que é uma detalhada analise ao nosso maior buraco no plantel.

    Como diz, se for por um jogador de valor seguro que se invista em mais 1 jogador criativo para nao ficar a equipa coxa.

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    1. José,

      O plantel do ano passado tinha Oliver, Quaresma e Quintero. Não vai sobrar nenhum da razia. Também havia esperanças em Otavio, mas preferiram colocá-lo outro ano a rodar. Coxo é o termo certo!

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  2. Vi o jogo com o Schalke e pensei precisamente nisso: falta criatividade ao futebol do Porto. Não há quem pegue no jogo e dê uma sacudidela. Os médios são todos muito parecidos. O Evandro até é o mais ofensivo, mas é jogador de passe e remate, não é jogador para conduzir, driblar e fazer a diferença no miolo. Falta um Óliver, claramente. Quanto à exibição, foi paupérrima. Não conseguimos criar perigo e, defensivamente, sofremos (bem o Hélton e o Casillas a segurarem o nulo). A defesa controla mal o espaço e o ataque é inoperante. O Lopetegui hesita entre o 4x3x3 e o 4x2x3x1, mas urge optar por uma das vias, estabilizar e criar um fio de jogo. Espero que na Colónia Cup se note evolução, temos muito trabalho pela frente.

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    1. Luis,

      Os jogos - e os resultados - preocupam-me pouco porque são um laboratório a partir do qual o staff trabalha. Mas quando a falta de algo procede da ausência de opções válidas no plantel, então a conversa muda claramente de figura.

      Actualmente há mais jogadores para o 4-3-3 do que para o 4-2-3-1 (o Bueno não me convence nem convenceu nunca) mas esse 4-3-3 seria diferente do que tivemos no ano passado, exige um jogo muito mais vertical.

      Para por um exemplo, seria muito mais um 4-3-3 á AVB, com o Guarin-Moutinho-Fernando reencarnado num Imbula-Herrera-Danilo, do que no jogo rendilhado do modelo espanhol que o Lopetegui defende onde se pede mais jogo de toque do que vertigem. Além do mais, ao contrário daquela equipa, o desiquilibrio nas alas (Varela, James, Hulk) é igualmente muito diferente daquele que temos. E killer na área também não há.

      O 4-2-3-1 pode dar mais um jogador ao ataque, reforçando a medular com musculo atrás desse futebolista solto mas, salvo Evandro, não vejo ninguém para o papel. O casting provavelmente ainda está a funcionar.

      PS: Otávio poderia cumprir esse papel mas ainda não está rodado.

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    2. Miguel, os resultados também não me preocupam, mas os princípios de jogo e a qualidade de processos, sim. E o que vi não foi muito animador. Bem sei que há condicionantes (principalmente, perda de titulares), mas depois de um ano de adaptação, a exigência para o Lopetegui tem de subir. Exige-se rapidez na implementação das ideias, não há espaço para dar uma volta de avanço, como na época passada. Quanto ao médio criativo, o 4x3x3 do AVB também contemplava o Belluschi (que era mais "titular" que o Guarín). É um jogador desse género que nos falta. E por muito boa vontade que se tenha, o Evandro não está nesse patamar. É bom, mas não é craque. Rezo para que o Óliver regresse, mas parece cada vez mais complicado. Caso contrário, prevejo um problema nesse campo. O Bueno junta-se ao Adrián no desenquadramento táctico no FCP. O Jesus chamava-lhes um figo no seu sistema.

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    1. Francisco,

      Bem lembrado, é mais uma opção para a posição mais recuada, o que aumenta ainda mais a ideia de overbooking na medular.

      Obrigado!

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    2. e o que acha de sergio oliveira?

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    3. Eu gosto do Sérgio, é um jogador que deviamos procurar ter no plantel. Tem critério, leitura de jogo e cresceu este tempo longe do Dragão. Eu ficaria com ele no plantel.

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  4. Excelente artigo do Miguel que, por vezes, é um pouco agressivo.
    Isto sim. É Reflexão Portista.
    Abraço

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  5. Criativo, bom, craque, é o Evandro. Não invalida que não possa vir um melhor, e que Oliver não seja melhor que Evandro, que é, mas Evandro é excelente para Portugal. Não há nenhum jogador no plantel do Sporting ou do Benfica com as suas características que seja melhor que ele (com excepção dos novos, que não conheço).

    Resumindo: dêem minutos ao homem, dêem confiança, que ele não vai deixar ficar mal.

    PS: Herrera a ser vendido por uns 10/12 milhões... era tão bom que eu até o levava ao aeroporto.

    PPS: por muito que gostasse que André, pelo historial, desse jogador craque, ele não tem mais qualidade que o Castro, por exemplo... Esqueçam. Se dispensam Evandro para ficar com o André, Lopetegui então é muito mais burro do que eu acho que é!

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    1. JON,

      Como disse no artigo, com o que há - inclui Evandro - não excluio que seja suficiente para ganhar o titulo. O problema é que o investimento deste ano aponta claramente a repetir a boa prestação na Europa e aí o Evandro, que é um bom jogador, sem dúvida, é manifestamente insuficiente para as nossas necessidades.

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    2. JON, entre Sérgio e André qual deles preferia no plantel?

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    3. O André André tem sido só dos melhores jogadores da pré-época. O Evandro não tem estado particularmente mal, só não me recordo de uma única desmarcação ou passe de ruptura, mas de resto impecável para mais um a meio campo a encher chouriço.

      O "vosso" Tello, em contraponto, tem estado ao nível de um "Mariano González em esteróides", agora contra ao Schalke, mais ao nível de um "Ivanildo sem aquela técnica toda". Que nódoa!

      Esqueçam o #10, se é para fazer a época com o Tello, Varela, Hernâni e "este" Brahimi, a prioridade são 4 extremos. Mas para já.

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    4. "PS: Herrera a ser vendido por uns 10/12 milhões... era tão bom que eu até o levava ao aeroporto."

      Era só das piores vendas dos ultimos anos.
      Tem um valor de mercado de 16,5 M e nós não vendemos titulares "apenas" pelo valor de mercado...

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    5. E essa do ANdré nã ter mais qualidade que o Castro...

      ?

      Hahahahahahahahahahahaha

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    6. Claramente o Sérgio. O André do pouco que vi é muito limitado. Oxalá me engane. Mas o meu comentário vai para picar alguns adeptos que não vêem para além do óbvio, que é se um tipo é português, se é portista, se custou 2 ou 20 milhões, etc. Se for tuga, portista, barato, tem tudo para ser um ídolo, mesmo que não jogue ponta. Se bater com a mão no peito então...

      Só assim se explique que haja tanta gente a dizer mal de Tello, ou pior ainda de Brahimi...

      PS: Curioso que desde que Tello começou a meter no twitter o #vamosPortocaralho, passou logo a ter muitos mais fans! Realmente o adepto é uma coisa...

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    7. Mas o Sérgio é um jogador que define 50/50, ou seja, tanto define bem como mal, ainda não percebi o que vêm nele mas oxalá esteja enganado...aposto que o Quintero falhou porque todos os treinadores não apostaram nele, e não porque tem limitações físicas e taticas, tecnicamente é muito bom, mas isso somente não chega..

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    8. lol totalmente de acordo JON. então pontapés no banco de suplentes, (e nos adversários) ui, maravilha! que raça!

      e é incomparável a qualidade de Evandro em relação ao André e até ao Sérgio. (alguém que reveja o jogo em casa com o Basileia).

      Óliver é uma máquina, top mundial daqui por poucos anos. Oxalá o Simeone continue a apostar em monstros físicos.

      PS: E já agora, não sei se isto pode ser indicador de alguma coisa (provavelmente não, só whisful thinking da minha parte) mas ontem o Atlético jogou com: Oblak, Juanfran, Savic, Lucas, Siqueira, Gabi, Tiago, Koke, Ferreira Carrasco, Griezmann e Vietto

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    9. Os adeptos que acham o Evandro criativo, bom e craque esses sim é que são, aposto que nunca devem ter dado um pontapé numa bola.

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    10. Que raio tem a ver ter ou não dado um pontapé numa bola? Imaginemos que uma pessoa é deficiente motor. Não pode entender de bola? É só o argumento mais parvo de sempre.

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    11. Que raio tem a ver ? Achas que não tem nada a ver ? Já ouviste falar do Dunning-Kruger effect ? Achas que só porque tens assinatura da Sportv, ganhares a liga dos campeões no FM e dares uns pontapés com uns amigos barrigudos, solteiros e casados num indor soccer qualquer percebes de bola ? Achas que um deficiente motor que nunca deu um pontapé num esférico sequer sabe mais de bola que um tipo que já tenha jogado futebol há vários anos, que já jogou derbys, que conhece o que é estar dentro de um clube, de um balneário, a relação com dirigentes, jogadores, empresários... Estar dentro de campo, lidar com a pressão, a intensidade do jogo, das faltas, fazer uma pré-epoca, etc, etc ....

      Dizer que o Evandro é criativo, e um craque, isso sim, é das coisas mais parvas de sempre

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    12. Iee, o David Luiz (por exemplo) até é profissional, e sabes que mais? percebe zero de futebol

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    13. Primeiro, quem te garante a ti que eu não estive ou até estou no meio que falas? Depois, os casos de gente que jogu à bola e constantemente dizem asneira atrás de asneira é impressionante e até te dou exemplos da TV. Pedro Henriques ou Dani são na maioria das vezes patéticos. Jogaram ao alto nível...

      PS: nunca joguei FM.
      PPS: o Evandro ao pé dos Horreras, dos Andrés Andrés, ou até dos Adriens, ou dos Pizzis, é craque. Não trocava por nenhum!
      PPPS: um deficiente motor parte atrás do Quaresma por experiência, mas basta estudar, estar atento e ter dois dedos de testa, e facilmente fica a perceber mais do jogo que ele. Mas para quem acha que perceber de bola é ter "garra" e "assumir", ou "ter crença"... isso é capaz de ser difícil de entender.

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    14. O Lopetegui era guarda-redes, dava poucos pontapés na bola. Estou preocupado.

      Já agora, um engenheiro aeroespacial tem que andar de foguetão antes de poder trabalhar?

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  6. Enumerar qualidades a Tello é algo que não vi na época passada tirando dois ou três jogos e dizer que Quaresma não era regular...
    o problema não é o criativo que falta o problema é o esquema de jogo que o treinador quer dar ao Porto porque enquanto o começo do ataque fore troca de bola dos centrais o que acontece a estes médios é o que vai acontecer ao criativo é estat sempre a receber a bola de costas pata a baliza adversária e com os jogadores adversários todos atraz dele...

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    1. Isso no nosso campeonato acontece de qualquer maneira...

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  7. Concordo que falta, no mínimo, um Oliver a esta equipa. O ideal seria um Oliver e um bom substituto do Quintero.

    Ontem o rumor Lamela foi uma vã esperança. Acho que para sermos campeões seria mesmo necessário Oliver e talvez o Alex Teixeira. Se só vier o Lucas Lima, pelo que vi, não me parece que fiquemos a ganhar em relação ao Quintero.
    E, essencial, não dispensar Evandro. É o único criativo do meio-campo neste momento e claramente o melhor jogador (sem ter visto ainda nada do Imbula).

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  8. Está-se a falar de jogadores, que não há criatividade, mas esquecem-se que os jogadores fazem o que lhes mandam fazer. O ano passado o Porto tinha pelo menos 2 jogadores criativos (Oliver e Quintero sem falar em Carlos Eduardo que não esteve) e onde andou a criatividade da equipa? Passado um ano temos um novo plantel e continua a não haver passes a rasgar, linhas de fundo ganhas, 1 para 1 ganhos seguidos de remate, cruzamentos tensos, bolas paradas perigosas, etc. Compreendo que os adeptos querem futebol ofensivo, mas está claro que o modelo de jogo assenta na posse de bola, no passe no pé e não no espaço, na paciência, na organização, foi assim o ano passado e vai ser assim este ano. Mesmo comprando um medio ofensivo criativo, as ordens deste vão ser segundo a filisofia de jogo, passa para o lado, nada de remates, circula a bola, nada de ataques rápidos, pensa o jogo, contra ataques fora de questão. Este ano vais ser como o ano passado, que com um plantel de luxo vamos ter de ver os jogos com um termo de café ao lado para não adormecer.
    Cumprimentos.

    PS: Sou só eu ou o Bueno é deja vu de um segundo avançado adaptado a uma posição para onde há melhores alternativas?

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    1. João,

      Um jogador que sabe ser criativo, que tem esse "futebol" dentro, num momento complicado, decide. O próprio Lopetegui foi claro numa entrevista que deu ao El Pais o ano passado. O sistema, como tal, coloca a base e vale por 80% do jogo colectivo mas esse 20% decisivo vem do valor individual e aí, nos momentos decisivos, ter um Quaresma ou um Oliver é muito diferente de ter um André André ou Bueno porque vão sempre encontrar uma solução para o problema.

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  9. Ah e a defesa, quando quiserem treinar as saídas a cantos e livres rechaçados estão à vontade, cada 2ª bola é um Pai Nosso, desposiciona-se logo tudo, situações de 2x1 nas alas, entrada da área tipo auto-estrada, a taxa de recuperação deve rondar os 0%. Tão básico e tão mal treinadinho, não augura nada de bom.

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  10. Não concordo com a necessidade de um criativo. O FC Porto não usa um criativo no seu meio campo desde os tempos do Deco (Belluschi talvez seja o melhor exemplo dos tempos recentes). O que tem usado é 8s com boa técnica e melhor passe, boa visão e bom jogo entre linhas (Lucho, Moutinho, Oliver) e parece-me que se tem safado perfeitamente bem.
    A criatividade há muito que é deixada para os flancos, onde perdas de bola causam muito menos perigo (vide James e Brahimi, excelentes 10, jogam encostados ao flanco; o mesmo tentou-se com Quintero, sem sucesso).

    Não concordo também com a avaliação dos medios: gosto de Evandro, um jogador muito util, mas o que oferece (posse, controlo do meio mas dificilmente criatividade) parece-me que já o asseguram Danilo, André, Sergio e Imbula. É o candidato mais forte à saida.

    Para o papel do medio de transição que caracteriza o modelo-tipo do porto, Herrera já o fazia (a par de Oliver) o ano passado, mas está para se saber se continua. Imbula e Sérgio parecem-me fazer muito bem esse papel, também André. Se não vier Oliver (nem Lucas Lima, ou outro nome que se fale) acho que estamos MUITO MUITO bem servidos no meio campo.

    My 2 cents.

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  11. Subscrevo a quase totalidade do texto..Penso que ainda assim temos neste momento plantel suficiente para sermos campeões de forma tranquila.

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  12. Respostas
    1. Para mim não e espero que para o clube também não. Mas nunca se sabe!

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  13. Eu acho é que falta um técnico... criativo. Mas quando a bola começar a pinchar oficialmente terá 100% do meu apoio.

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  14. Boa Felisberto... Na mouche! Para mim, o problema começa todinho num treinador que não tem qualidade nenhuma quer na vertente técnica, tactica e motivacional para já nem falar das anedotas que impingiu à direcção e que não tinham lugar nem no Académico de Viseu.
    Este ano vai ser outra dor na alma!

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