segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Jogar à Porto sem jogadores à Porto


Depois do empréstimo de Maicon ao São Paulo - prévia renovação de contrato para comprar o silêncio de quem não explicou sequer, como devia como capitão, aos sócios e adeptos o motivo do seu comportamento e as suspeitas levantadas pelos familiares nas redes sociais - o plantel do maior clube português conta apenas com 3 jogadores com mais de dois anos de primeira equipa. Sim, leram bem. Em 25 jogadores, o FC Porto tem 3 jogadores com mais de dois anos de azul e branco e dragão ao peito. Soa a ridículo. E se soa, é porque o é. Sobretudo quando este clube, talvez mais do que nenhum outro, se fez grande precisamente imprimindo um estilo próprio - "o jogar à Porto" - com jogadores que sentiam a mística do clube e a interpretavam como ninguém depois de incorporar todos os conceitos mais básicos do portismo servindo de porta-estandartes para os que vinham depois.

O FC Porto sempre foi um clube de ciclos curtos até mesmo na realidade pré-Bosman. Sempre tivemos jogadores estrangeiros - e até aos anos 70 em proporção superior ao dos rivais de Lisboa que usavam a "batota" das colónias para manterem-se competitivos - e sabíamos que os jogadores da casa que se destacavam tarde ou cedo teriam tubarões atrás. Para contra-balançar essa realidade criou-se, sobretudo com a chegada de José Maria Pedroto e Pinto da Costa, uma genuína cultura de balneário assente em jogadores que - formados em casa ou contratados cedo na sua carreira - formavam um núcleo duro que raramente se rompia. Sabiam que não eram provavelmente nem os segundos melhores na sua posição mas que, em conjunto, eram invencíveis. Esse espírito cimentou a história do FC Porto até há bem poucos anos. Das gerações dos operários de Pedroto e Artur Jorge passou-se aos homens lançados nos anos noventa nos mandatos de Carlos Alberto Silva, Bobby Robson e António Oliveira e projectados para o novo milénio por Fernando Santos. Ano sim, ano também o FC Porto continuava a ser o que sempre foi, um clube vendedor. Não havia dúvidas, já com a lei Bosman em acção, que futebolistas como Jardel, Zahovic, Deco, Sérgio Conceição, Vítor Baía, Fernando Couto e afins tinham mercado e iam sair. Mas havia sempre os que ficavam - os Paulinho, os Aloísio, os Folha, os Jorge Costa - - ou os que saiam já muito tarde na carreira depois de ter dado tudo o que tinham. Entre uns e outros o clube garantiam ter sempre uma dezena de futebolistas imbuídos no espírito da casa. Os treinadores mudavam, as estrelas iam e vinham, mas eles seguravam o edifício. Mesmo no pós-Gelsenkirchen, quando a razia fez-se mais evidente, soube-se encontrar veículos de transmissão e jogadores que, vindos de fora, aprenderam depressa a lição como demonstrou sempre Lucho Gonzalez, João Moutinho ou Hulk que, sem ser da casa ou dos arredores, souberam ser "jogadores à Porto".

Ora, face à politica comissionista, a politica de "contentores", de relações com fundos e agências, perseguida de forma implacável e sem olhar para trás da coluna dirigente - uma politica que se aplica cada vez mais à própria formação, contratando-se jogadores por cinco vezes mais o seu valor em negócios difíceis de explicar (Juca, da próxima vez tenta lá fazer jornalismo a sério e perguntar a Pinto da Costa os porquês detrás dos negócios Kayembe, Victor Garcia ou a renovação de Ruben Neves e os 5% para o irmão de um dos administradores) - o espírito à Porto tem vindo a desaparecer. Os próprios homens - ou homem, se quiserem - que alimentaram com êxito e visão essa política de jogadores da casa ou imbuídos no espírito da casa, são os mesmos - ou, o mesmo, se preferirem - que se encarregaram de dinamitar essa realidade. Hoje, em Fevereiro de 2016, o FC Porto tem 25 jogadores inscritos no primeiro plantel e desse lote há três futebolistas que têm mais de dois anos de primeira equipa. A saída de Maicon - veteraníssimo e capitão por antiguidade, que não por mérito próprio de liderança - outro sinal evidente de que algo está podre - deixou Helton, Varela e, pasmem-se, Herrera, como os nomes mais antigos no balneário.
Helton é o rei dos veteranos e um farol de portismo absoluto que suportou estoicamente tudo - de criticas a lesões quase impossíveis de recuperar a lugares de suplente difíceis de explicar - e Varela um jogador que quis forçar a sua saída mas que escolheu o destino errado e foi forçado a voltar com o rabo entre as pernas. O terceiro em discórdia, Herrera, não podia ser maior patinho feio (herda o posto na hierarquia de Maicon) e seguramente é jogador com guia de marcha em Junho. A estes podem juntar-se ainda Ruben, Chiodzie, André André ou André Silva, com passado mais ou menos largo na formação mas com muito poucos kms de equipa  principal.
Em comparação o Benfica tem 9 jogadores com mais de dois anos de primeira equipa - a que podem juntar outros seis da formação num total de 15 futebolistas - e o Sporting tem 11 jogadores no primeiro plantel com mais de dois anos de casa a que podem juntar ainda outros dois jogadores da formação para um total de 13.
Esta é a nossa triste realidade. Algo de quem não tem culpa Paulo Fonseca, Julen Lopetegui e, naturalmente, muito menos, José Peseiro. Os treinadores no FC Porto são excelentes bodes expiatórios mas os ciclos têm sido tão curtos e o seu poder tão exíguo que na hora da verdade só existe um local para onde se olhar para apontar culpados a esta realidade.

Ninguém pode criticar uma política que tem décadas - a de comprar barato e desconhecido, vender caro e preparando estrelas de primeiro quilate para outros - a funcionar perfeitamente. Esse não é nem nunca foi o problema do FC Porto entre outras coisas porque é algo absolutamente inevitável. China e Premier serão amanhã o que a liga espanhola, francesa e russa foram no passado. Não, esse não é o problema. O problema está no orçamento descontrolado - ano após ano - nas exíguas mais valias entre comissões, vendas de percentagens e investimentos em activos cada vez mais caros e, sobretudo, na ausência de uma visão desportiva - o FC Porto é um dos poucos clubes de elite que não conta com um Director Desportivo digno de usar esse titulo - que garanta que paralelamente a esses negócios necessários exista uma guarda pretoriana que garanta que os que venham a seguir saibam o que é "jogar à Porto". Ninguém está a pedir que existam dez jogadores que fiquem uma década no clube, um cenário que é cada vez mais irreal em qualquer liga. Mas ter apenas três jogadores - dois suplentes e um mal amado - é cair no fundo. Para o próximo ano ninguém sabe que será dos três. Podem estar cá todos ou até mesmo nenhum o que faria de Ruben Neves (se fica, que esperemos que sim), o mais veterano do plantel. Um miúdo da casa não pode levar esse peso nos ombros com 20 anos de idade. É o caminho mais curto para atropelar uma futura referência. Todos antes dele que prometiam muito, de Gomes a Postiga, tiveram em quem se apoiar. Ruben pode acabar só como o último sobrevivente do espírito de jogador à Porto num plantel sem jogadores - formados ou comprados, nacionais ou estrangeiros - que saibam realmente o que isso significa. Não é por casualidade que até Sapunaru - um desses estrangeiros que souberam entender isso de ser um "jogador à Porto" - afirmou publicamente o choque que lhe provocou visitar o Olival. E ele, mais do que nós, sabia por dentro o que o Porto foi e o que o Porto é hoje.

Ás vezes, entre resultado positivo e resultado negativo, entre bola na trave e bola dentro, estas questões ficam esquecidas mas depois, quando as coisas correm mal, todos levantam a cabeça à procura de referências mas hoje em dia só as encontram nos jogos de veteranos. O gesto de Maicon só é possível no contexto deste FC Porto do pós-pintocostismo com Pinto da Costa, um clube sem lideres a nenhum nível e onde os jogadores vêm trabalhar todos os dias como se estivessem noutro sítio qualquer.
   

48 comentários:

  1. Concordo, mas a linha também é ténue. Entre não ter nível para o FCPorto e ter nível para o FCPorto e não ter mercado o caminho é relativamente curto. Ter Licá ou Josué no plantel, p.e. caladinhos no banco só para fazer bom balneário também tem muito que se lhe diga.

    Nesses 9 do Benfica está incluído o André Almeida? É que há muito lateral direito por aí com 0 anos de Seixal com o triplo do nível dele e alguma possibilidade de render 7 dígitos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. João,

      Num plantel de 25 jogadores de um clube de elite - seja o Porto, o Barça ou o United - há jogadores que jogam 80% dos jogos e outros que não passam dos 10-15%. Seja por caracteristicas da posição, ausência de oportunidades, etc... Mas o seu contributo, invisivel para muitos, é chave. Se esses jogadores foram problemáticos podem fazer mais dano a um balneário que 11 titulares. Se forem jogadores imbuidos no espirito do clube (com anos de casa), assumindo o seu papel e que sirvam de apoio aos mais novos, motivação aos que chegam e tranquilizadores/motivadores, o seu trabalho valerá seguramente alguns pontos.

      O FC Porto tem de ter 15-16 jogadores preparados para ser titulares no momento e darem o tudo por tudo, essa é a dinamica. E desses convém que alguns tenham anos de casa para, em campo, transmitirem essa mensagem. Mas pode e deve ter 5 ou 6 jogadores que joguem menos mas que façam balneário com base nos ideais que fizeram grande este clube.

      Eliminar
    2. Sim e o Josué este ano nem tinha lugar garantido no plantel nem nada. Porque o nosso meio-campo está cheio de criativos.

      Eliminar
    3. DC é possível que tivesse. E isso só por si já diz enciclopédias sobre o actual estado do meio-campo

      Eliminar
  2. Ora aqui está um excelente artigo que coloca o dedo na ferida e aponta a raíz de onde brotam os resultados desportivos dos últimos anos!

    E basta recuar 1 dia para ter um exemplo, com este empréstimo do Maicon o plantel do Porto vai ter 2 centrais de equipa A para disputar os 4 meses que faltam da época, mas se as coisas correrem mal, lá estará o Peseiro para ouvir os assobios dos "exigentes" adeptos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ..."com este empréstimo do Maicon"??? O que ? Quem é que podia prever o que ia acontecer? E já agora qual era a alternativa? O que a direcção fez agora já deveria ter feito à muito tempo atrás, e é exactamente por isso que ela é culpada: porque se demitiu do seu papel, e só isso, ou isto agora é uma república das bananas?

      Eliminar
  3. Estava preocupado com o MLP, que andava desaparecido :)
    Continua a escrever bem; continuo a discordar do que (quase sempre) escreve, que "doura" de acordo com o objetivo do texto. MLP podia refletir sobre a concorrência ao longo dos tempos, analisar as mudanças de gestão (e de contratações; mercados-alvo, etc) e comparar o modelo do Porto com os (outros) principais clubes europeus. etc etc.
    Enfim, o seu último parágrafo resume tudo e pode ser traduzido por: "casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". Na sexta, o Porto jogou "à moda antiga" e ganhou aos lampiões no estádio da lamparina.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O2T,

      Há muitos anos que neste espaço se debatem os modelos de gestão, se compara com outras realidades - a começar pela mais próxima, a de Sporting e Benfica - e tantos anos depois continua a ser inexplicável para muitos portistas a destruição da politica de jogadores à Porto que JNPC e JMP impuseram como pedra chave do renascimento desportivo do clube.

      Nestes últimos anos temos:
      - irmãos de administradores da SAD com 5% dos direitos desportivos de jogadores (vejam lá se encontram isso num outro clube europeu)
      - agências e fundos que negoceiam a nome do clube com outros clubes e colocam futebolistas a seu belo prazer como montra
      - fundos de agentes e empresários amigos que movem jogadores entre a B, equipas onde vão emprestados e equipas onde são destinados para facilitar outros negócios que permitem que o dinheiro rode mas o impacto desportivo seja nulo
      - jogadores que são contratados contra a vontade dos treinadores (que são quem os põe a jogar) e que acabam anos a fio a rodar por meio mundo, sendo sucessivamente renovados porque os empresários são amigos e têm que comer.
      - jogadores que estavam livres e custavam ZERO assinarem na véspera por clubes fantasmas para poder serem vendidos e repartir comissões de venda.

      Na sexta-feira o Porto fez um jogo muito bom tendo em conta o contexto, ganhou merecidamente e fê-lo com garra e caracter. Mas para que não seja flor de um dia convém entender o que se fez para que isso deixe de ser a norma e passe a ser excepção. Os pontos acima indicados aliados à triste realidade de haver 3 jogadores com mais de dois anos de casa se calhar explicam algo!

      Eliminar
    2. "a concorrência ao longo dos tempos, analisar as mudanças de gestão (e de contratações; mercados-alvo, etc)" - oh O2T, nao recorra a subterfúgios, a gestao do FCP, é absolutamente patética por "mérito" próprio; esta direccao está como quer, nao pode queixar-se absolutamente de nada, nem apontar qualquer factor externo.

      Eliminar
    3. Lei bosman é de 1995, por isso vir falar de CAS, Robson, etc não faz sentido.
      Qt a meros exemplos: Alex Ferguson (comissionista), Alex Sandro (não aceitou renovar e foi vendido à Juventus em vez de ficar como subcapitão e sair a custo zero).
      Não digo q está tudo bem, mas tb não está td mal. É bom lembrar 2002, 2005, 2010, anos em q td estava mal, jogadores e SAD pareciam tds miseráveis.
      @MLP - qd se cita saudosamente o Folha...

      Eliminar
  4. O facto de termos ganho na luz não invalida que tudo esta época a nível de gestão esteja a ser ridículo.
    Além das comissões distribuídas a dezenas de abutres (o Maicon renovou antes de ser emprestado, porquê?), temos o caso do Gudino emprestado quando precisava de mais 6 meses para ser jogador formado e o caso de 2 centrais emprestados em Janeiro sem entrar nenhum no lugar deles.
    Ganhe-se o que se ganhar este ano será muito mais contar a direcção do que graças à direcção. Ponham isso na cabeça antes que seja tarde demais.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O Gudiño não faz 36 meses de clube até Abril de 2017?

      Eliminar
    2. Penso que o tribunal do Dragão disse que fazia já este ano. Nem que fosse em 2017 justificava que ficasse até essa data. Vai aprender alguma coisa na Madeira que não aprenda a jogar pelo título da II liga?

      Eliminar
    3. Esqueça, entretanto já fiz as contas e não perfaz as 3 épocas nem os 36 meses até Maio (último jogo oficial) de 2017. Teria que ter ficado cá, e contar pelas 3 épocas consecutivas.

      Eliminar
  5. Sim esta rotação de planteis, com ciclos cada vez mais curtos é um dos motivos pelos quais tantos se queixam da falta de "mistica", porque cada vez existe menos identificação entre adeptos e equipa.
    Faltam Aloísios e Jorge Costas mas também que as "estrelas" fiquem cá por períodos mais longos. Fazer revoluções todos os anos leva a isto.

    Agora não vai ser fácil sair disto, a intolerância dos adeptos tem aumentado fazendo com que seja cada vez mais difícil jogadores criarem raízes e criou-se uma certa mentalidade de que se um jogador não sai é porque não tem qualidade logo não faz falta ao clube.

    ResponderEliminar
  6. Sugestão de Plantel para 2016/2017:
    GR: Casillas, Helton e José Sá
    DL: Maxi Pereira, Victor Garcia, Layún e Rafa Soares
    DC: Martins Indi, Marcano, Reyes e Chidozie
    MC: Danilo, Ruben Neves, Herrera, André André, Sérgio Oliveira, Quintero, Chico Ramos, Tomás Podstawski
    AL: Brahimi, Corona, Varela, Rafa Silva
    PL: Aboubakar, Gonçalo Paciência e André Silva

    Entradas: Rafa Silva (pague-se a cláusula se tiver de ser, por este vale a pena), Rafa Soares, Reyes, Quintero e Gonçalo Paciência regressados dos empréstimos (pena que o empréstimo do Ricardo Pereira seja de dois anos, também gostava que estivesse no plantel).

    Saídas: José Ángel, Evandro, Bueno, Marega, Suk Hyun-Jun

    Isto seria um plantel “à Porto” em todos os sentidos. Para mim o que está mal feito são os José Ángels em vez dos Rafas Soares, os Imbulas em vez dos Sérgios Oliveiras, os Osvaldos em vez dos Andrés Silva.

    Jogadores como o Reyes, o Ricardo Pereira e o Quintero estariam agora no seu terceiro ano de clube, e assim já seriam seis em vez de três. Não deviam ter sido emprestados.


    O plantel do FC Porto tem de ser construído de acordo com as regras da UEFA (em 25, 4 têm de ser formados localmente e 4 formados no clube), é uma vergonha ficarem vagas por preencher porque o plantel foi mal construído.
    É inadmissível que em alguns casos jogadores novos com 2 anos e meio de clube sejam emprestados nos últimos seis meses, não atingindo assim os três anos consecutivos de clube exigíveis para de futuro contarem como formados no clube.

    O FC Porto tem de voltar a pensar a longo prazo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Dar 20M pelo Rafa era um escândalo

      E espero que não venha...aposto que o pessoal gosta tanto dele apenas por ser Português...

      Eliminar
    2. Se o que está mal feito são os Imbulas em vez dos Sérgios Oliveiras, vamos andar a passear mística no CNS em menos de 10 épocas. O Tomás aí pelo meio também é sinal de que alguém anda desatento à B, José Sé em vez de Gudiño idem. Quintero já cá devia estar há muito. Ricardo Pereira é infinitamente superior a Victor García.

      Eliminar
    3. Varela? corona? marcano? indi? casillas? Helton? reyes? herrera? outra época a desesperar? por favor, já basta!

      Eliminar
  7. Eu diria mais, uma equipa como a do FC Porto que tem aspirações de estar entre os "Top 20" clubes europeus (para não dizer "Top 10") tem que ter uma espinha dorsal de jogadores, estável, incluindo de preferência: 1 GR, 1 Defesa, 1 Médio Centro e 1 Avançado.

    A esta "espinha dorsal" acrescentam-se talentos em quaisquer posições que mais tarde podem vir eles próprios a ser parte da "espinha dorsal".

    Estes 4 jogadores/posições têm de ser dos mais bem pagos do plantel e têm de ficar no clube pelo menos 3 a 5 épocas para poderem assumir a liderança da equipa. E o ciclo pode ir-se renovando de acordo com as necessidades.

    Nas épocas pós AVB desmantelou-se uma super-equipa até que o plantel era tão fraco que teve de vir o treinador Lopetegui constatar o óbvio e fazer uma renovação de balneário.

    Infelizmente foi mais um remendo do balneário com emprestados e jogadores de nível ou nervo duvudoso.

    Com as vendas em prespectiva de Brahimi e Herrera, a possível saída de Casillas (e Hélton?) ficamos com Maxi, Indi e Layún (não acredito no regresso de Maicon), Ruben Néves, Danilo e André (se não houverem propostas aliciantes), Varela, Corona e Aboubakar.

    É caso para dizer, "sem espinha".

    ResponderEliminar
  8. A história de Maicon vai ter que ser explicada, acredito que nesta altura seria irresponsável faze-lo mas depois de Dortmund e depois de acertar oficialmente o empréstimo, a direcção vai ter que esclarecer, porque sai o Capitão!, deixa-nos fragilizados numa posição onde ja estávamos mal e depois ninguém contrata por empréstimo ou outro, um jogador lesionado por isso a lesao não pode ser explicaçao para tudo.
    É verdade que a minha paixão me faz passar por com de muita coisa mas estes anos entregues ao projecto Lopetegui estão "acompanhados" de demasiadas falhas na gestao do plantel, algumas grosseiras, acho que a direcção a seu tempo vai explicar o tema Maicon, não pode ser doutra forma.
    A titulo pessoal, fiquei muito triste com o que vi fazer no campo, não estava à espera.
    Miguel Alexandre.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. explicar o que? jogador fraco, ainda para mais abandona o campo, e em cima era o capitão (deus me livre).
      emprestar foi um favor, deveria ter sido vendido rapidamente!

      Eliminar
  9. As eleições para os corpos gerentes estão marcadas para 17 de abril se não estou em erro.
    Também eu entendo que a política desta direcção está errada mas acho curioso tantas críticas (e muito "ouvir dizer") depois não aparecer nenhum concorrente nem que seja para falar alto. Ou será que ninguém os tem no sítio para enfrentar a SAD? Sim porque o PC nem sequer se pronúncia. Gostava de ver os críticos assumirem em frente aos adeptos e não na CMTV ou num blog qualquer seja o Baía, o MLP ou outro qualquer uma vez q o clube é supostamente dos sócios.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nuno,

      Seria excelente - ainda que dificil - que exista mais de uma lista nas próximas eleições. No entanto, se conectamos a critica a um rumo com a necessidade imperiosa de apresentar uma candidatura em cada processo eleitoral basicamente estamos a convidar a 10 milhões de portugueses a fundarem partidos politicos para candidatarem-se à Assembleia da República porque não passa um quadriénio sem que um cidadão se queixe da gestão politica pelo menos uma vez ao ano.

      Mas espero sinceramente pela oportunidade - extensiva a qualquer sócio - de não gastar mais um voto nulo!

      Eliminar
  10. Aqui está um que não devia ter saído:
    https://vimeo.com/155368692

    ResponderEliminar
  11. Gostava também de frequentar esses cafés aonde todos ouvem dizer o que os demais não ouvem… Quantos esteve o Danilo no Porto? E o Alex Sandro? E o Hulk? E o Rolando? E o Varela há quantos está, depois de ter um ano sabático (o Jorge Costa também)? E o Helton? E o Maicon? E o Fernando? E o Paulo Assunção? Portanto, é bom manter jogadores muitos anos na equipa, excepto se estes forem o Herrera, o Varela e o Helton? Agora percebo o sucesso do Museu do FCP: só são bons os que já não jogam. Só esses. Está tudo bem no reino do Dragão? É óbvio que não… mas estes argumentos não grande interesse pois podem ser usados para épocas douradas e para épocas más? Aposto que 75% do plantel campeão europeu do Mourinho não ficou mais de 2 anos e meio na equipa…

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. SUMO,

      O plantel campeão de 2003 e de 2004 de Mourinho tinha no seu onze titular a jogadores com 10 anos de casa - Jorge Costa, Vitor Baía - e jogadores com 4/5 anos de casa - Capucho, Deco, Ricardo Carvalho, Costinha. Quando esses seis jogadores sairam do clube tinham mais anos de casa juntos que todos os planteis do FCP desde 2010 em conjunto.

      Se a isso juntamos um treinador genial, excelentes contratações/promoções de jogadores que por sua vez ficaram também como minimo 3 anos no plantel (Meireles, Bosingwa, R. Costa, Almeida, Bruno Alves, N Valente) e a equação tinha tudo para correr bem.

      Eliminar
    2. O P. Ferreira, N. Valente, P. Emanuel, P.Mendes, Bosingwa, Carlos Alberto, M. Ferreira, Maciel, Tiago, Alenichev, Clayton, Jankuskas, Derlei, Maniche, Mario Silva, só para citar alguns, campeões europeus com o 1 ou 2 ou menos anos de FCP. Esqueci-me de nos jogadores com anos de Porto de mencionar, claro o Hulk. Se houver por aí um Mourinho no mercado, acho muito mal que ainda não esteja contratado. Contratou-se o Suk e o Marega agora, já lá há o Evandro. São maus jogadores para serem 2as linhas e ficarem alguns anos no Porto? De 2003 até o ano passado só me recordo de dois jogadores de cantera que foram desaproveitados: Vieirinha e André Gomes. É certo, há 2 anos e meio que não ganhamos nada; tivemos um ano de treinador sem plantel e depois plantel sem treinador. A solução não me parece ser despedir ou mandar agora embora todos e começar de novo. Há muito bom jogador no Porto, jogadores com vontade de lá estarem, agora há treinador… Veremos o que acontece. Só recordo que Jorge Costa já atirou uma barçadeira para o chão, saiu e regressou e foi campeão europeu. O Maicon errou, mas já nos deu campeonatos… Não se deveriam tomar decisões a quente… Nem o Maicon, nem a direcção, nem os adeptos...

      Eliminar
    3. SUMO,

      Ninguém falou do Maicon. Aliás, o que se está a passar é mais um sinal absoluto de desnorte que tem de ser devidamente esclarecido.

      Em nenhum momento me lembro de se dizer que todo o plantel deva ter cinco ou quatro anos de casa. Parece-me evidente que esse cenário é quase inviável actualmente. Mas olhando para o plantel do Benfica e do Sporting também parece evidente que é possivel ter bastante mais de tres jogadores nessa situação no plantel.

      No plantel actual há jogadores - como o Evandro - que são candidatos logicos a ocuparem essa vaga o problema está no que não foi feita até agora e não necessariamente no que falta por fazer.

      Eliminar
  12. E quando estivemos tantos e tantos anos, sem ganhar nada, como é que jogávamos? Não era a Porto? Com a maioria dos jogadores feitos em casa, desde pequeninos ou jovens!? Se não, então jogávamos à moda de quem? E quem inventou o jogar à Porto, afinal?
    No FCP, é histórico e estranho, ocorrerem purgas, quando as coisas não corriam ou não correm bem. Aconteceu quando Yustrich chegou ao Porto e quando saiu. Nos reinados de Pedroto, com Afonso Pinto de Magalhães e mais tarde no Verão quente, Artur Jorge, Ivic, Quinito, Octávio, depois de Mourinho, AVB, Vítor Pereira e de Lopetegui. E algumas sucederam a grandes êxitos. A actual crise é ligeiramente diferente da do início do século 21. Hoje, a situação é mais preocupante. Não só porque a SAD parece bastante menos assertiva, mas também porque os sócios e adeptos hostilizam a equipa, como não há memória. E, não menos importante, por razões exógenas e que decorrem do poder no futebol ter passado com armas e vagens para Lisboa.
    Prefiro que o FCP tenha jogadores formados no clube e, logo de seguida, que sejam portugueses. Mas, faz-me algum prurido, quando se fala do jogador à Porto como se fosse uma assinatura de validade ilimitada e reconhecível por alguns sinais exteriores de amor à camisola, embora muito pouco se saiba do que se passa para além desses sinais. As pessoas (os jogadores) são bons ou maus em qualidade, bons ou maus profissionais, bons ou maus de feitio, bons ou maus companheiros, bons ou maus na aprendizagem, bons ou maus na superação das dificuldades, bons ou maus na comunicação, etc., etc., etc… Não vejo que estas qualidades ou defeitos tenham pátria. Porque consideramos, Hernâni, Fernando Gomes, Quaresma, Madjer, Deco, Lucho, como jogadores à Porto, sendo tão diferentes? Na minha perspectiva, é muito mais em função da sua qualidade e das vitórias que ajudaram a construir do que a um determinado comportamento formatado de expressão desportiva.
    O FCP não vai bem, mas não é por falta de jogadores à Porto. É por falta de bons jogares e de uma gestão desportiva pouco eficiente nestes últimos anos. O FCP tem um plantel que não condiz com a folha salarial e é desequilibrado, no mínimo. A equipa que se apresentará em Dortmund é a comprovação disso, qualquer que seja o resultado final. A única vantagem que poderá ser colhida desta míngua em certas posições, é o aproveitamento de alguns jovens, por via desta oportunidade.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ja agora para alertar aqueles que julgam que somos os maiores e temos todas as obrigaçoes de sermos os maiores mesmo na europa , que qualquer sunderland, watford, stoke, hanover, e coisas assim tem oprçamentos muito maiores do que os dos maiores clubes nacionais. JOGADORES BONS JA FEITOS NENHUM CLUBE PORTUGUES LA CHEGA, portanto as coisas sao simples ou se arranja derleys so para dxar exemplo, e eles explodem depois ou esqueçam os craques mesmo novinhos. Ate os chineses ja os compram ..............

      Eliminar
    2. Totalmente de acordo com o Mário.

      O problema não é ter jogadores à Porto, seja lá o que isso for. O problema é ter plantéis mal dimensionados e desequilibrados, ter arbitragens que tudo podem contra nós, ter mulheres do Presidente a mandar bitaites, ninguém saber mais quem manda em quem, etc. e tal...

      Houvesse a organização e cadeia de comando clara que existia há não muitos anos atrás, e os Tellos, Layuns, Danilos, e afins, saberiam muito bem o que é ser Porto, houvesse ou não jogadores da casa que lhes mostrassem... Até porque uma equipa não são só os jogadores, são também os fisioterapeutas, os médicos, os roupeiros, etc. Para não falar nos adeptos. E esses também têm bem a sua quota parte de culpa (sim, assobiadores da treta que até com o Peseiro já se manifestaram!)

      Eliminar
    3. Talvez o Mário Faria se lembre desta equipa: Américo; Bernardo da Velha, Valdemar, Rolando e Atraca; Pavão, Lisboa e Gomes; Pinto, Djalma e Nóbrega.

      Pelos padrões de hoje, eu diria que quatro deles tinham classe e os outros também eram "jogadores à Porto". Pois bem: em 1968/69 ficaram em 2º lugar no campeonato, a dois pontos (equivalente a três, hoje em dia) do ainda "europeu" Benfica (fôra à Final da Taça dos Campeões Europeus na época anterior). Sem ovos, quase que o cozinheiro ia fazendo uma omelete. Chamava-se ele José Maria Pedroto.

      Além desta, vi várias equipas recheadas de "jogadores à Porto", mas que ficaram longe do sucesso. Portanto, concordo consigo: a gente precisa é de bons jogadores, e até podem ser "jogadores à Salgueiros".

      PS O Madjer era um génio, mas não era um "jogador à Porto". Se o fosse, não encomendava uma sanduíche ao "room service" contra as ordens da "estrutura".

      Eliminar
    4. O "Jogador à Porto" naturalmente é um conceito abstracto como é o "This is Anfield", o "Fergie Time", o "Tiki Taka blaugrana" e expressões afins que ajudam a recolher uma ideia colectiva mas não são nem a panaceia nem excluentes em nenhum sentido. Entre os grandes jogadores à Porto do passado, no terreno de jogo, há muitos futebolistas que não passaram pela formação ou que eram estrangeiros (Aloisio, Lucho, Deco...) mas que entenderam e fizeram comunhão de uma serie de ideais e ideias que ajudaram a fazer deste clube uma potência à escala continental.

      O FC Porto tem mais de 100 anos de história e naturalmente teve "jogadores à Porto" - conceito vigente - antes sequer desse conceito existir. E houve diferentes "Jogar à Porto" do mesmo modo que quem vê o Barcelona dos Migueli e Alexanko e os do Xavi e Iniesta acha que está a ver dois clubes separados por 10 mil kms. A memória de quem viveu muitas etapas da história do clube é sempre importante para entender o futuro - nada como o passado para nos ensinar o caminho - e seguramente todos, em alguns momentos das nossas vidas, vamos ver conceitos diferentes do "Jogar à Porto" e do "Jogador à Porto" tal como sucede com todos os outros clubes.

      Entre outras coisas, a confusão generalizada tende a pensar que um jogador à Porto tem de ser tosco como João Pinto, agressivo como Paulinho Santos, antes quebrar que torcer como Rodolfo e não um general frio e cirúrgico como Aloisio, um talento fora de série como Deco ou um futebolistas de inteligência superlativa como Lucho. Naturalmente que o FC Porto precisa de ter primeiro um plantel equilibrado composto pelos melhores jogadores possiveis - sobretudo na estrutura base do onze - mas sem esquecer inculcar nesses futebolistas, que todos sabemos que estão de passagem, uma serie de conceitos que ajudam a entender onde estão.

      O que noutros clubes é valorizado - aqui joga-se assim, assado e quem chega tem de se adaptar e crescer debaixo destes conceitos, como passa no sempre admirado Barcelona - aqui parece ser visto como xenofobia ou desprezo, como um regresso ao passado desfasado da realidade ou, no último dos casos, numa incongruência histórica com outros Portos e outras filosofia como se o Barcelona actual procurasse a equipa de Kubala e César como ponto de referência. Seguramente que têm todos em Can Barça orgulho dessa história mas esse já não é o seu caminho. Saber o nosso seria um primeiro passo importante.

      Eliminar
  13. foi uma boa soluçao para todos, o jogador tem 7 anos de clube e foi capitao deve ser tratado com respeito. Quanto ao jogar a porto com jogadores do porto isso foi noutros tempos, agora jogador que seja bom nao fica em clube nenhum portugues muito tempo, sao as leis do mercado e os clubes poortugueses tem de se adaptar. Porque segurar jogadores como esta a fazer o sporting com clausulas absurdas pode resultar num ano em que ja nao se ganhe nada ha seculos mas depois os jogadores deixam de jogar porque sentem que lhes estao a cortar as pernas. As coisas mudaram ou se tem jogadores trintoes para passar isso do ser porto, ou se da aulas aos jogadores que vem do que e ser porto, ou outra coisa qualquer. A carreira de jogador e curta e veja se o estado de rodolfis, baias, fmendes, velosos, cadetes, torres, eusebios, futres, e tantos outros alguns craques mesmo e onde estao eles? ou na sopa dos pobres ou no correio da manha a dar bitaites para ganhar algum.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Foi uma boa solução para todos, principalmente para o Dortmund.

      Eliminar
    2. "sao as leis do mercado e os clubes poortugueses tem de se adaptar."
      Tendo em conta que não há dinheiro de outra forma, isso quer dizer que têm que se contentar em lutar pelo terceiro lugar na champions e pelos quartos da liga europa.

      Eliminar
  14. Onde se escreve vagagens, deveria escrever-se bagagens. Peço desculpa.

    ResponderEliminar
  15. Como sempre, s escrita ponderada de Mário Faria sobrepõe-se à gritaria que alastra entre os Portistas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. São muitos anos de FC Porto!
      Quem fez a travessia do deserto durante 19 anos, como o Sr. Mário Faria, sabe o que dizer e como dizer.

      Eliminar
  16. Amigo Mário Faria
    Gostei do seu comentário.
    Se for à AG do Clube e pretender colocar alguma questão tem que a enviar previamente ao Presidente da Mesa para ser "filtrada".
    Ainda não conhecemos a Ordem dos Trabalhos e só depois disso deve colocá-la.
    Como sabe se "eles" não quiserem responder e não estiver dentro da Ordem dos Trabalhos não a aceitam.
    Talvez possa pô-la nos "30 Minutos sobre assuntos de interesse para o Clube" mas o raciocínio é o mesmo.
    Na AG da SAD nem vale a pena perder tempo. É malhar em ferro frio.
    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vou citá-lo, caro José Lima, em resposta a outro interveniente neste debate que acha que se pode discutir tudo nas AGs do clube.

      Obrigado pela oportuna intervenção.

      Eliminar
  17. Pois eu sou do tempo dessa equipa do Américo ao Nobrega de que fala o Pedro e o meu comentario sobre o presente topico é o seguinte: foram muitos os jogos à chuva no velho estadio (2x o Anderlecht, lembram-se?)mas com o octual estado de coisas... assim como eu n=ao perdoava à minha mulher se ela gerisse a minha casa com comissões na mercearia (agora chamam-lhe cart=oes de fidelidade, ha muito tempo que deixei de contribuir para o rumo que isto leva. E que nem TV paga tenho!
    Desculpem la o desabafo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. (2x o Anderlecht, lembram-se?)

      Se me lembro! No jogo adiado ao intervalo, apanhei uma molha que nem as cuecas escaparam! Mas não resisti e no dia seguinte lá estava novamente.

      Eliminar
    2. Molha?! Só?! Não houve nada que escapasse. Antas cheia e estava no peão (pois, não dava para mais) Norte, com água até ao joelho.

      Eliminar
  18. Olá José Lima
    A AG da SAD, creio que ocorrerá a 2 de Março.
    A AG do FCP não sei quando acontece e desconheço as ordens de trabalho, das duas. Se tiver informação sobre ambas, pf diga-me como as posso colher. Conto estar presente.
    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Mário Faria
      A da SAD é dia 3 de Março
      http://www.fcporto.pt/Assembleias/ConvocatoriaAG03032016.pdf
      .
      A do Clube é no dia 17 de Abril
      http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Eleicao-dos-orgaos-sociais-2016.aspx
      .
      Abraço

      Eliminar