Óliver, Otávio, Corona e Jota são efectivamente bons de bola mas, devido a sua tenra idade, falta de experiência e, sobretudo, alguma leveza física, dificilmente conseguem engatar duas boas partidas consecutivas. Para que as coisas resultassem no imediato seria preciso dar uma outra dimensão à nossa equipa. Layún e Brahimi, pelo seu valor intrínseco e maior experiência, poderiam contribuir para mitigar parte dessas nossas lacunas. Que pena que o nosso treinador não o saiba ou não esteja para aí virado.
Defender sempre com 11 homens, sempre certinhos atrás da linha de bola, é muito bonito mas provoca um cansaço que se paga numa menor lucidez e resposta física aquando da conquista da bola.
A Otávio, por exemplo, já não o vemos fazer aquelas grandes aberturas do início da temporada e também aqueles piques, bem dentro da área adversária são agora uma raridade.
Corona ainda os vai fazendo, mas o último passe raramente sai nas melhores condições. Óliver apaga-se hoje com maior facilidade do que há meia dúzia de semanas.
Já André Silva, faz furor com a sua pujança física ao vir cá atrás buscar jogo e muitas vezes para recuperar bolas. Tudo muito bem e os adeptos gostam disso mas e depois como fica a sua clarividência na frente do golo? Estará ele melhor ou pior do que em Agosto ou Setembro?
O nosso clube sempre teve jogadores que defendiam menos do que os outros e tal nunca foi um problema. E porquê? Porque ter a posse de bola continua a ser a melhor forma de defesa. Com o esférico do nosso lado, o adversário já não provocará o mesmo desgaste nos nossos jogadores, libertando-os assim para aquilo para o qual são mais dotados: o ataque.
Jogadores como Brahimi nunca serão um exemplo de bem defender mas dão às equipas outros atributos que largamente compensam tais "lacunas". A tal outra dimensão.
E quem gosta de futebol quer ver, numa Liga dos Campeões, os futebolistas mais dotados. Por isso mesmo nesta competição há muito mais dinheiro em jogo, pois tudo é da melhor qualidade. Não se pode ter uma postura de não colocar os melhores em campo. Nem os "tubarões" o fazem, tendo eles muito mais por onde escolher.
Já sobre Layun, temos que, para além de ser melhor que Telles, pelo menos do lado direito teria sempre lugar. Maxi é um bom profissional mas nota-se que já lhe faltam pernas para estas andanças.
Se ontem o objectivo era empate, então NES esteve bem em fazer as alterações apenas para queimar tempo. Ele, melhor que ninguém, sabe que aquele banco não estava ao nível de uma prova de exigência máxima. O nosso técnico teve sorte, porém: se o Copenhaga marcasse, quem ele faria entrar para tentar, em desespero, resolver uma iminente eliminação?
Quem tem Boly, Varela, André André, Evandro, Herrera e Depoitre como opções para dar a volta a um jogo, o melhor mesmo é ficar quieto.
Urge pois deixar as birras de lado e colocar todas as boas unidades em campo pois a nossa actual situação não está para brincadeiras dessas.
Que Brahimi não seja um novo Quaresma, despachado ao desbarato sabe-se lá bem porquê.
Ele e Aboubakar, que continuam a marcar na baliza certa mas, infelizmente, já sem as nossas cores vestidas.
NES:
ResponderEliminar"O modelo de jogo vai basear-se [...] numa organização forte, numa pressão intensa para recuperar a bola e numa construção de jogo com um objetivo: chegar o mais rapidamente possível a zonas onde possamos transformar essa posse em golo. Acredito que a posse por posse não tem sentido, tudo o que é posse tem de ter o sentido de desequilibrar o adversário, para abrir caminhos para chegar à baliza contrária, apontou o técnico, sublinhando que o FC Porto vai lutar por todas as competições."
Defesa: Sim, sofremos e vamos sofrer muito menos golos, mas apenas porque NES prefere um bloco baixo compacto, em vez de haver um sobe e desce da defesa em função do adversário. A pressão quando existe raramente serve para surpreender o adversário porque raramente tentamos fazer uma pressão alta para conseguirmos recuperar bolas em zonas em que o adversário estaria facilmente desiquilibrado.
Ataque: Sim NES não gosta de posse por posse, a equipa tenta na maioria das circunstancias esticar automaticamente o jogo, em vez de ter paciência na construção dos lances, muitas vezes com más decisões individuais com os jogadores a acelerarem mesmo em inferioridade numérica, a tentarem sempre que a cada jogada tenha a possibilidade de uma concretização mesmo que isso signifique um centro disparatado.
Nem todos os erros se devem à juventude, e houve já alguns jogos, com outra abordagem ao jogo por parte de NES, em que ficou visível o potencial da equipa, pena que este Porto continue a ter tantas caras.
oliver e corona não são jogadores de qualidade para o FCP, e quando as nossas grandes esperanças são layun e brahimi, é um claro sinal de que estamos muito mal.
ResponderEliminarnuno ajuda pouco.
chegar a dezembro eliminados da taça, e com poucas possibilidades de seguir em frente na champions, parece-me que estão reunidas as condições para parar e pensar, e seguir outro rumo, provavelmente começando pela equipa técnica, que vai perdendo o crédito jogo após jogo.
Pois, tudo isto é o resultado do belo trabalho feito por quem, ainda há poucos anos, tinha Hulk, Moutinho, James, Falcão, Lucho ou Lizandro. Gente que perdeu a noção à ganância, despojou a equipa de tudo de bom que ela tinha e como recompensa pela má gestão desportiva e pelo falhanço clamoroso na escolha dos últimos quatro treinadores foi empossada para mais quatro anos de desilusões... Somos Porto!
ResponderEliminarLuis, excelente analise ao tipo de jogo que esta equipa vem apresentando...
ResponderEliminar"Defender sempre com 11 homens, sempre certinhos atrás da linha de bola, é muito bonito mas provoca um cansaço que se paga numa menor lucidez e resposta física aquando da conquista da bola."
A isto acrescento apenas que, além dos 11 atrás da linha da bola, é num espaço extremamente recuado e que deixa 60 a 70 metros para a equipa avançar até à baliza contrária quando recupera a bola. E isso acrescenta ao desgaste e retira capacidade atacante.
Como já muitos disseram, e com razão, jogamos como equipa pequena, não podemos esperar grandes resultados.
Da última vez que jogamos deste modo ganhamos 3 campeonatos seguidos, mas havia 2 grandes diferenças, primeiro tinhamos jogadores (principalmente médios e avançados) com mais qualidade e experiência e segundo, os adversários directos estavam a anos luz da capacidade que têm hoje em dia, dentro e fora do campo...
O jogador é criativo porque cria algo, não é?
ResponderEliminarSirvamo-nos da época passada: quantos golos marcou e assistências fez, Brahimi? Tenho a ideia que foram registos muito pobres, então qual foi a serventia dessa superioridade em ser criativo?
O FCP foi campeão europeu e da CL com tracção atrás. Quer Artur Jorge quer Mourinho, a partir das meias-finais, jogaram com um meio campo extremamente reforçado. E ganharam. O FCP tem sido muito irregular e marca poucos golos. Neste último jogo da CL formos para cima deles com muita determinação, na segunda parte. Com o SLB perdemos muito num jogo em que estivemos muito bem duranta uma boa parte do jogo. Uma coisa tenho certa: a equipa está coesa e unida. Porém, devo reconhecer que o FCP no processo ofensivo ainda apresenta muitas lacunas. E os resultados não ajudam. Já agora, era bom que os sócios não criassem ódios de estimação relativamente a alguns jogadores.
E, já agora, nem ódios de estimação em relação aos treinadores...
ResponderEliminarInfelizmente tudo isto é previsível e anunciado... porque o FCP hoje é uma equipa banal.
ResponderEliminarContinuamos a ter um Presidente e uma Direção que vivem num mundo de utopia e cada vez que abrem a boca só dizem banalidades e imbecilidades que já nem ao mais incauto dos adeptos convencem.
O treinador é apenas mediano (ou banal como o clube) porque o que interessava era ter mais um pau mandado, um yes man, que pusesse a cassete cada vez que fala. Pobre Nuno... mas alguém tem duvida que com um Leonardo Jardim ou um Marco Silva estaríamos hoje muito melhor em qualquer das competições que estamos a disputar?
Cada ano que passa é mais um passo atrás, a caminho dos anos 50/60/70 em que nada ganhávamos nem contávamos para o "totobola".
Uma miséria!