No Portugal dos pequeninos, onde o circo montou arraial lá para as bandas da rua da Constituição, ofereceu no dia de ontem uma matiné especial ao triste Zé Povinho, que à falta de êxito e proveito próprio, faz escola ao tentar fazer desgraça em vida alheia. Consta que o Mestre de cerimónia, já de si famoso por passar horas a fio ao espelho a deleitar-se com o seu ar de justiceiro da vanguarda, arrebatou a multidão com sua auto-bajuladora intelectualidade moral, fazendo-a sair às ruas entoando vivas ao novo salvador da Pátria perdida nos confins do Estado Novo.
No entanto, a cada final de semana, há sempre um momento onde o povo é assaltado por tamanha e tenebrosa visão, de quem é apontado como a raiz de todos os males, mas que por infortúnio do acaso, ou talvez não, demonstra porque é líder sem mácula, em terra de almas perdidas e rastejantes. Hoje esse Líder fez a sua ultima paragem lá para os lados da Figueira, numa longa viagem triunfante e categórica, deixando a léguas de distancia os seus arqui-rivais, que lá debaixo da sua pequenez emanam o ódio que nos faz estar cada vez mais vivos.
Na verdade, este comboio azul que pulverizou toda a concorrência, fez uma actuação em ritmo de passatempo, com as suas armas de recurso. Quase nada havia para dar, num jogo com pouco para se provar, apenas a última chance de afirmação para uns quantos que circulam no limbo da carruagem do Tricampeão. As duvidas neste capitulo não foram totalmente dissipadas, nem o podia ser apenas por um jogo, fica o registo para aqueles que ainda procuram vistas de um céu azul, como a entrega de Adriano e Farias ou polivalência e carácter de João Paulo. Nos entretantos, ficamos com as esperanças de futuros risonhos para Ventura e Castro, salpicada com experiência de Pedro Emanuel e o perfume africano de Tarik.
Para apagar estigmas da última jornada e esquecer circos de vão de escada, nada como desfrutar de um jogo sereno, como a vitória deste campeonato, de uma equipa séria à imagem do seu treinador. A bomba arrebentou, o apitou final soou, o FC Porto é Tricampeão, no Portugal dos pequeninos.
O Apito final foi estridente mas, no dia seguinte, uma equipa trabalhadora e séria fez aquilo que está mais habituada a fazer: vencer jogos.
ResponderEliminarGostei do Tarik, Adriano e Farías.
E gostei também do Ventura e do Castro.
A partir de Agosto há mais, agora mais aliviados os medíocres, já que vão deixar de desculpar os erros próprios com erros da arbitragem ou com jogos de bastidores do bicho papão FC Porto. Ou, se calhar, talvez não. Nada mudará em Portugal, os medíocres continuarão a ser medíocres e os excelentes continuarão a ser excelentes.
Será aquilo a que se poderá chamar a evolução na continuidade.
Este jogo é que foi o apito final.
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Gostei muito do Tarik, que foi o nosso maior desequilibrador (quem o viu e que o vê).
ResponderEliminarGostei bastante do Ventura. Tem pinta de guarda-redes. Pareceu-me um GR sereno, com boa colocação e boa leitura de jogo. Não cometeu um único erro.
Gostei do "faro de golo" do Farias e da atitude/empenhamento do Adriano.
Gostei do Mariano. O passe a lançar o contra-ataque do Tarik no 2º golo é fabuloso.
Gostei que o Jesualdo tivesse posto a jogar a "equipa B". A escolha do plantel para a próxima época parece estar em fase adiantada e estes últimos jogos têm sido muito úteis para esse desiderato.