domingo, 8 de junho de 2008

Ainda sobre o Apito Final

Depois do desfecho, e com as iminentes consequências externas, de todo o processo Apito Final, os actuais responsáveis pelo departamento jurídico devem ser demitidos no fim do processo (e não imediatamente, já que começaram com isto agora que o acabem), qualquer que seja a decisão final da UEFA ou do Tribunal Arbitral do Desporto, se a coisa lá chegar.

Os erros estratégicos cometidos pela equipa jurídica e pelo departamento de comunicação (se é que ele existe) ao longo dos últimos 4 anos têm de ser assumidos. Existem culpas próprias neste processo, nem tudo se deve à trama bem montada. O silêncio ensurdecedor dos responsáveis da SAD foi altamente lesivo para o clube.
Depois da demissão dos responsáveis pela área jurídica, nomeadamente Adelino Caldeira (cuja função dentro de todo o universo FC Porto está completamente esgotada), a Direcção deveria convocar uma AG que a reforçasse e legitimasse para poder continuar a gerir o clube.

Pinto da Costa errou, quanto a mim, por omissão. Terá sido (mal) aconselhado que era melhor ficar em silêncio e limitar as suas afiadas e frequentes intervenções na comunicação social a não mais do que uma ou duas por ano, e assim o fez. Isto veio enfraquecer o FC Porto, que se viu de mordaça apertada quando o seu nome era diariamente enxovalhado pelos jornaleiros a soldo dos interesses dos clubes da capital. Os sócios sofreram com este silêncio e omissão, ao ponto de cada intervenção de Pinto da Costa hoje em dia causar grande expectativa nos portistas sobre a possibilidade de uma repetição das performances agressivas do passado.

A luta contra os inimigos internos é dura e diária, exigindo da Direcção a maior disponibilidade, sem omissões ou silêncios cúmplices e prolongados. A denúncia de todas as acções anti-futebol cometidas pelo SLB terá de ser feita, sob o perigo de se verem esquecidos e apagados da memória colectiva para sempre os atentados à verdade desportiva como o Estorilgate e o aliciamento e contratações de jogadores de equipas adversárias na véspera de os defrontar. Exige-se, portanto, que a partir de agora se vá até onde for preciso na defesa intransigente dos superiores interesses do FC Porto.

5 comentários:

  1. Concordo em absoluto.
    Também alinhavei uma análise, extensiva a outros items que envolvem toda a tramóia, que deve sair durante a semana.
    Parabéns pela visão.

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  2. «os actuais responsáveis pelo departamento jurídico devem ser demitidos no fim do processo (e não imediatamente, já que começaram com isto agora que o acabem), qualquer que seja a decisão final da UEFA ou do Tribunal Arbitral do Desporto, se a coisa lá chegar»

    Nesta altura, a minha análise à estratégia seguida pelo gabinete Jurídico do FC Porto é profundamente negativa. Contudo, concordo com o Nuno, há que esperar até haver uma decisão final ao nível da UEFA e depois então apurar responsabilidades.

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  3. «Os sócios sofreram com este silêncio e omissão»

    A política de comunicação do FC Porto tem de mudar radicalmente. Não podemos continuar na defensiva e muito menos em silêncio. Quem cala consente e nós não podemos consentir.

    O comunicado da passada 6a feira, em resposta à intolerável pressão do Benfica e de LFV sobre o CJ da FPF é um bom sinal. Espero que não seja apenas uma "andorinha"

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  4. Frequentemente o Dr. Caldeira é tido pelos sócios como uma espécie de "besta negra" desta direcção.
    O trabalho da SAD é mais ou menos silencioso e, para além do presidente, apenas se conhece a voz do Dr. Fernando Gomes, porque é o que apresenta e defende os Relatórios e Contas.
    Não há programas. Basta o Presidente. Nas eleições para o FCP a única novidade foi a existência de duas listas para o CS, ambas patrocinadas pela Direcção. Na SAD, houve lista única e a estratégia para o próximo triénio constava do RC e prometia que a nova paixão passava pela formação : “um projecto revolucionário que tem como propósito fazer do FCP o melhor clube na formação em Portugal”. Estou a referir-me ao projecto Visão 611. Como se constata, tudo passa pela figura do presidente que é o aval de ambas as Direcções. E como em equipa que ganha não se mexe, os mesmos homens mantém-se no poder há largos anos.
    Desconheço a influência das partes no todo. Sou avesso à proclamação de bodes expiatórios e acho que Adelino Caldeira tem servido para justificar, à maneira, algumas desatenções da SAD. Octávio também o detestava. Vocês sabem do que estou a falar…..
    Quer na área da comunicação quer na área jurídica é a SAD que tem de definir claramente o que quer. O resto, os meios para chegar ao que quer, é que terão de ser os técnicos a definir e a propor, com uma clara definição das oportunidades e dos riscos. E, ainda assim, a Direcção não fica dispensada de se envolver ao máximo, pois é óbvio que se der para o torto quem se lixa são os responsáveis. A não ser que se siga a máxima, bem portuguesa, que quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão….

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  5. Caro Mário,

    O Dr. Caldeira está do lado de quem contrata o serviço, como administrador da SAD para a área jurídica, e do lado de quem é contratado como sócio da sociedade de advogados Gil Moreira dos Santos, Caldeira, Cernadas & Associados. Não é que isso não seja possível, mas é eticamente reprovável.

    Isto para além de ser do domínio público que já esteve envolvido em algumas contratações de jogadores para a equipa de futebol.

    No que respeita à área jurídica a SAD definiu e actuou exactamente como quis, sem qualquer interferência dos sócios. No final deste processo poderão (e deverão) os sócios dizer de sua justiça.

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