sexta-feira, 9 de abril de 2010
Lesões, lesões e mais lesões
«O FC Porto prosseguiu, esta quarta-feira, no Olival, com a preparação do desafio da 26.ª jornada da Liga. O ensaio ficou marcado pela ausência do médio Guarín, que se limitou a fazer tratamento, devido a uma mialgia de esforço na coxa esquerda. (...)
O treinador azul e branco continua ainda sem poder contar com Raul Meireles (treino condicionado), Rodríguez (treino condicionado), Mariano (tratamento) e Varela (tratamento).»
in www.fcporto.pt, 07/04/2010
O calvário das lesões não acaba. A pré-época começou com Miguel Lopes, Orlando Sá e Rodríguez lesionados e, durante a época, o número de jogadores afectados por lesões é interminável, com particular destaque, devido à gravidade das mesmas (tempo de inactividade), para Varela, Fernando, Farías, Mariano, Varela (outra vez) e Rodríguez, que já sofreu quatro lesões musculares.
Comparativamente a estes casos, a tendinite no joelho esquerdo de Meireles e a mialgia de esforço na coxa esquerda de Guarin, apesar de os impedirem de treinar, até podem ser encarados com optimismo...
Qual a razão para tantas lesões?
Para começar, convém distinguir fracturas ou lesões ligamentares de (micro)roturas musculares. E em relação às lesões musculares, é sabido que dificilmente ocorrem devido a uma só situação específica, sendo a constituição muscular do atleta, o histórico clínico, a fadiga acumulada e o treino alguns dos factores que influenciam o surgimento destas lesões.
Seja como for, no que diz respeito à gestão de esforço e preparação física do plantel, poderá falar-se em incompetência da equipa técnica?
Jesualdo Ferreira tem muitos críticos e "costas largas", mas culpá-lo também pelas lesões parece-me um bocadinho demais. De outro modo, como explicar que nas últimas três épocas os jogadores do FC Porto tenham tido poucas lesões musculares, apesar do enorme número de jogos disputados?
Por exemplo, eu recordo-me que na época 2007/08 praticamente nenhum dos habituais titulares se lesionou e o onze-base foi quase sempre o mesmo.
Aliás, no passado dia 15 de Março, o jornal 'O Jogo' publicou uma notícia onde contabilizava as lesões mais graves das épocas de Jesualdo Ferreira como treinador do FC Porto, e um denominador comum era a quase ausência de lesões musculares entre os habituais titulares.
«2006/07: Na primeira época no FC Porto, Jesualdo deparou-se com várias lesões graves: Bruno Moraes teve uma rotura total do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo; Ibson fracturou o pé esquerdo; Anderson foi operado ao perónio e Pedro Emanuel ao tendão de Aquiles. A estes juntam-se lesões menos graves como as sucessivas lesões musculares do goleador Adriano e a rotura num joelho de João Paulo.
2007/08: A época mais saudável desde que Jesualdo Ferreira está no FC Porto. Não houve registo de lesões graves e o treinador conseguiu ter o onze-base quase sempre à disposição. Houve, sim, problemas pontuais, como o de Helton (lesão num ombro que o afastou por três jogos), Farías (microrrotura na coxa direita que o afastou também por três jogos) e Cech (rotura muscular na coxa esquerda que o deixou de fora durante seis jogos).
2008/09: A última época só foi problemática no final: Fucile sofreu uma entorse, Hulk uma rotura parcial do ligamento do tornozelo e Lucho uma lesão no menisco do joelho esquerdo. O argentino, que se lesionou frente ao Manchester United, falhou mesmo os últimos seis jogos do campeonato e a final da Taça de Portugal. No arranque da época, Tarik também chegou lesionado, com uma entorse grave no tornozelo direito.»
in O JOGO, 15/03/2010
Não sou especialista em metodologia de treino, mas admito que a pouco habitual onda de lesões que afectou o plantel do FC Porto esta época, possa estar relacionada com o facto de termos feito a pré-temporada na Andaluzia, com temperaturas na casa dos trinta e muitos graus.
Há algum tempo atrás, no blogue 'Portistas de Bancada', a participação na Peace Cup já tinha sido referida como podendo estar na origem desta onda de lesões. Ora, se assim for, não me parece que o Jesualdo seja o principal culpado. Presumo que não foi ele a contratualizar a participação do FC Porto na Peace Cup. Do mesmo modo que não acredito que se fosse outro o treinador, a SAD tivesse recusado o prestigioso ($$$) convite para participar no maior torneio de clubes do Mundo. Pela mesma razão que, independentemente dos treinadores de ocasião, o Manchester United e o Real Madrid fazem digressões à Ásia.
Repito que não sei se as lesões estão relacionadas com a pré-temporada no Sul de Espanha, mas não deve ser por acaso que, normalmente, o FC Porto faz as pré-temporadas na Alemanha ou na Holanda.
a questão da participação na peace cup parece-me 1 clara caça às bruxas uma vez que não tendo sido o único a participar na peace cup não me parece que os demais participantes se tenham tornado como nós tão expostos a lesões...agora se me disserem que os jogadores este ano andam mais relaxados e anarquicos em termos de treino, isso já me soa a mais plausível...falta de empenho tem por norma esse tipo situação.
ResponderEliminarquem já praticou desporto sabe que a abordagem a um qualquer lance se for feito de forma relaxada é só meio caminho para o desastre...
Ruben,
ResponderEliminara atitude dos jogadores e o estado psicológico tb podem ser componentes q explicam esta vaga de lesões..
Mas nao tera a ver tb com a passagem de José Gomes para a preparação física?
Acho que isto é uma materia grave e de analise imediata por parte da sad.. com um jogador lesionado, jogamos pior, incorremos custos, desvalorizamo-lo, o rendimento colectivo cai e animicamente os companheiros podem sentir isso! é um aspecto delicado...
claro que terá! o zezito não pesca nada de nada! nota-se a debilidade emocional do homem! já repararam que ele é sempre o primeiro a arranjar problemas?mas uma coisa é certa ele já estava no porto na época passada...por isso ele não é o único culpado...
ResponderEliminarMeus caros,
ResponderEliminarSe o J. Correia diz que não é especialista e faz um post destes, a mim até me custa a comentar, mas caio na tentação de concordar com o Gustavo relativamente a J. Gomes. Será que o Prof. Azenha foi bem substituido? E aí a responsabilidade tem de ser de J. Ferreira. De resto J. Gomes só deve agradar à familia dele, desculpem lá. Pose nada identificativa com a cultura FC PORTO, discurso dubio e ziguezagueante e aquela apetencia para se meter em todos os problemas que existem parcendo defender o PORTO, deve pensar que é assim que nos agrada.
Por acaso, e vale o que vale, sem suporte científico, uma das razões a que atribuo a nossa fraca prestação este ano, foi a pré-época na Andaluzia.
ResponderEliminarObrigou a grande desgaste na preparação além de que colocou os jogadores logo a jogar a ritmo intenso e sem dar hipóteses de treinar bem, testar alternativas e ver melhor a evolução dos jogadores
E houve gente que nunca esteve bem a nível físico, sendo o caso mais gritante do Meireles.
É difícil de comentar o que se desconhece. É esse o meu caso, mas ainda assim, comento, não para opinar mas só para dizer que mesmo quem não entende tenta estar atento e tenta perceber o que está por detrás desta onda de lesionados. Para mim sem dúvida alguma é a grande causa para o comportamento irregular do Porto esta época.
ResponderEliminar@ Pedro
ResponderEliminarsubscrevo as tuas palavras: «é difícil de comentar o que se desconhece».
mas também sou da opinião de que há uma coincidência extraordinária entre a passagem do José Gomes para a preparação física do plantel e o súbito surto de lesões musculares.
e eu sou daqueles que não acredito em coincidências ;)
saudações PENTACAMPEÃS!
Independentemente do Carlos Azenha e do José Gomes, penso que a metodologia de treino tem sido a mesma nos últimos quatro anos.
ResponderEliminarAlém disso, a substituição do Carlos Azenha pelo José Gomes não foi feita esta época, mas sim na época passada.
Coincidência ou não a segunda e última época de Carlos Azenha como adjunto de Jesualdo Ferreira, que aliás também foi aquela em que a equipa técnica teve o "luxo" de fazer a pré-época e escolher os jogadores, foi a época em que houveram menos lesões e em que acabámos a 20 pontos (-6) do 2.o classificado, o Sporting de Paulo Bento.
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