«Estando muitos dias aqui por Lisboa, a história do guarda-redes Roberto é vivida de outra maneira, julgo eu. Tenho por aqui muitos amigos benfiquistas, benza-os Deus, que cada vez que a equipa entra em campo arrepelam os cabelos: “Outra vez o gajo na baliza… Este Jesus está mas é feito com o Pinto da Costa. Só pode!”, ouvi a um ainda no sábado.
Claro que para estes meus amigos, Pinto da Costa é responsável pela chuva e pelo bom tempo, como também pelo guarda-redes que Jesus põe ou não a jogar. Não é de hoje nem de ontem.
Uma vez perdi uma hora da minha vida a explicar ao falecido Rui Cartaxana – paz à sua alma – a explicar-lhe que os delegados da Liga não tinham nada a ver com arbitragem, a propósito de uma polémica que Pinto da Costa lançara sobre os delegados de Gondomar e sobre a qual ele escrevera com erros incompreensíveis porque confundia os delegados com os observadores (que pontuam os árbitros). E o argumento dele era o mesmo: “Ó Manel, mas se isto não tivesse a ver com árbitros porque é que o Pinto da Costa se metia nisto?”. Pois…
Mas voltando ao Roberto e à sua saga. O grande problema é que não há nenhum guarda-redes suplente no mundo que possa valer 8,5 milhões de euros. Terá sido para outras coisas, estará tudo legal, mas Roberto não pode ter custado 8,5 milhões. Podem ter saído 8,5 milhões das contas do Benfica com essa finalidade, pode ser isso que foi comunicado à CMVM, mas nem um maluco pagava tanto dinheiro pelo terceiro guarda-redes do Atlético de Madrid. E, em vista do que tem acontecido, nem sei mesmo se o DCIAP e mais a CMVM não deviam abrir uma investigação às transferências do Benfica. Afinal, está mesmo provado que há ali uma fraude… Só falta apurar de quem.»
Esta crónica foi escrita por Manuel Queiroz (Director do jornal i) e publicada no semanário Grande Porto, de 27/08/2010. No que diz respeito à Robertofobia dos adeptos encarnados perdeu um pouco da sua actualidade, depois do penalty redentor do último SLB x Vitória de Setúbal. Mas em tudo o resto, principalmente acerca da paranóia de grande parte do povo encarnado em relação ao Pinto da Costa, continua perfeitamente actual.
Já quanto ao DCIAP e à CMVM, bem podemos esperar sentadinhos...
Importa realçar que vários benfiquistas têm levantado a teoria de favorecimento em relação a empresas em que o Orelhas é accionista em negócios com o Atlético de Madrid. Entre os quais a construção do novo complexo desportivo do Atlético. Desconfio que se algum falar disto numa Assembleia do clube.. leva um par de estalos dos esbirros da figura orelhuda.
ResponderEliminarPs: Cartaxana... deu-me vontade de vomitar.
olha..o mesmo Manuel Queiroz que, na Antena 1, quando relata os jogos do FCPorto farta-se dizer mal do Porto agora defende-o...curioso
ResponderEliminar@Menphis
ResponderEliminarO Manuel Queiroz é portuense e portista, algo que nunca escondeu e já lhe custou alguns dissabores em termos profissionais. Mas o facto de ser portista, não o obriga (era só o que faltava) a dizer que está tudo bem e que tudo é azul-e-branco.
mas para dizer mal só para parecer bem já temos o Miguel Sousa Tavares, e é o que parece que ele faz.
ResponderEliminarMenphis,
ResponderEliminarSe criticamos os jornalistas que são adeptos do Benfica pelo facciosismo e falta de profissionalismo de muitos deles, a mim quer-me parecer que deveríamos elogiar os jornalistas que são adeptos do FCP e demonstram isenção e objectividade. Entre estes está sem dúvida o Manuel Queiroz, mas está também, por exemplo, o Bruno Prata.
Os jornalistas não existem para "dizer bem", a não ser quando são funcionários da SAD e escrevem no site do clube, onde até se entende que não sejam objectivos (desde que não caiam no ridículo).