segunda-feira, 27 de setembro de 2010
O circo da FPF
O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol anulou o castigo de um mês de suspensão a Carlos Queiroz. A multa de mil euros também foi retirada.
O Conselho de Justiça da FPF contrariou o Conselho de Disciplina do mesmo organismo e retirou o castigo a Carlos Queiroz. O mês de suspensão que o ex-seleccionador teria de cumprir, bem como os mil euros que teria de pagar de multa, foram anulados.
in zerozero.pt, 23/09/2010
O ex-seleccionador nacional está livre para voltar a treinar selecções ou clubes enquanto o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) não toma uma decisão final sobre o caso. Audições ao treinador e à ADoP não devem realizar-se antes de meados de Novembro.
"O TAS aceitou o pedido de Carlos Queiroz para suspender a execução dos seis meses de suspensão impostos pela Autoridade Antidopagem de Portugal, até à conclusão do seu recurso junto do tribunal. A suspensão está por enquanto temporariamente levantada. A suspensão pode ser retomada numa altura posterior, se o recurso de Queiroz for rejeitado pelo TAS", anunciou em comunicado o organismo máximo da justiça desportiva.
Quando apresentou o recurso contra a decisão da ADoP em o punir por perturbação de controlo antidopagem, Queiroz pediu também ao TAS que suspendesse a aplicação desse castigo até que o apelo fosse avaliado e o painel de arbitragem tomasse uma decisão final sobre o caso. Este tipo de pedido está previsto nos estatutos do tribunal arbitral, mas proíbe que quem use este mecanismo tente fazer o mesmo junto dos tribunais civis.
in Diário de Notícias, 24/09/2010
Assim, aos poucos, vamos assistindo ao triste fim do episódio protagonizado pela FPF, ADoP e Governo com o objectivo de afastar o seleccionador nacional do cargo, sem honra nem glória, de forma a se desobrigarem do contrato de trabalho que lhe tinham proposto e que tinham assinado de livre vontade. Queiroz era bem remunerado e, como estamos em época de vacas magras, vai daí que se tentaram criar as condições para uma rescisão sem onerar os cofres da FPF (ou seja, do Estado). Sem qualquer sucesso como era fácil de prever.
A Federação Portuguesa de Futebol, em toda a sua estrutura de alto a baixo, é um autêntico circo. E o circo "é o maior espectáculo do mundo". Tem palhaços (muitos) e alguns animais selvagens (como hienas).
Ninguém entende como pode um Conselho de Disciplina levantar um processo disciplinar para logo de seguida outro Conselho (o de Justiça) arquivar o caso. Ou melhor, como pode um caso ser despoletado meses depois do facto que lhe deu origem ter ocorrido. Ou o facto do presidente da FPF ser um banana e não ter mão no que se passa na instituição. Ou até como pode um indivíduo n vezes referenciado negativamente estar na Federação há várias décadas. Enfim...
Gilberto Madaíl é o palhaço rico. Amândio Carvalho é o palhaço pobre (de espírito). Laurentino Dias é outro palhaço rico mas daqueles que toca corneta – quis o protagonismo de chamar ao Governo a resolução de um caso que deveria ter sido resolvido por entidades independentes. Os Conselhos (todos) da Federação funcionam como a aldeia dos macacos – ninguém se entende.
Este processo vergonhoso só poderá terminar com a saída desta gente (pouco séria) dos cargos que actualmente ocupa. Madaíl tem de sair e levar com ele a sua trupe toda. E Laurentino tem de ser substituído por alguém que tenha a clarividência do que deverá ser um Secretário de Estado do Desporto. O presidente da ADoP, por seu lado, também deve ser substituído, ninguém o mandou aceitar o papel de idiota útil e uma Autoridade antidopagem deve ser dirigida por alguém imune a pressões do exterior.
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3 comentários:
"...sem onerar os cofres da FPF (ou seja, do Estado"
Qual Estado? Que tem o Estado a ver com um organismo privado que é a reunião das associações distritais dos clubes amadores de futebol com a Liga dos Clubes profissionais?
Eu sei, eu sei, é a velha mania lisboeta de querer meter o Estado em tudo, mesmo onde - segundo as regras da FIFA - não pode meter o nariz. Não sabia que essa mania já tinha chegado ao Porto. Talvez seja contagiosa, como a lepra.
Manias a parte, o essencial do post e que chama os palhacos pelos nomes.
Assino por baixo. Fora com este circo de palhacos tenebrosos.
@ Homem Aranhão
De facto,o Estado não pode imiscuir-se em questões tuteladas pela FPF. No entanto, e dada subsídiodependência existente neste momento, que decorre do estatuto de utilidade pública que as associações ou federações detêm, seria mesmo ao Estado que caberia pagar a factura.
Senão fosse assim, qual a motivação do sr. secretário de estado(assim mesmo, com letra pequena)?
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